Modelagem de macrovariáveis econômicas no ciclo de câmbio

June 3, 2017 | Autor: R. Da Silva Rocha | Categoria: Political Sociology, Political Economy, Political Science
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Modelo de controle das variáveis macroeconômicas para Taxas de câmbio em regime de ciclos permanentes

O objetivo deste texto é o de descobrir e o de se estabelecer um modelo estatístico para esta periodicidade de revezamento entre as valorizações e as desvalorizações cambiais, estabelecer o procedimento adotado de se caminhar nas duas direções mudando o sentido da caminhada que é a receita verdadeira, mantendo todos os outros bons mecanismos já implementados pela macropolítica do banco central.


Introdução
O Dilema da contradição dialética do câmbio:

Depreciação cambial -> diminuição do estoque da dívida pública em moeda estrangeira, contenção da inflação interna, aumento das importações e da liquidez do endividamento.
Apreciação cambial -> aumento das exportações, sucateamento das empresas internas, redução do déficit de balanços de pagamentos e do déficit da balança comercial.
Como encontrar o regime cambial perfeito para compatibilizar (a) e / ou (b)?
Como diriam os discípulos e os seguidores do sistema filosófico dialético parecem-nos que se trata de uma daquelas contradições insuperáveis pela mais perfeita tentativa de aplicação da solução das contradições internas no sentido da busca pela síntese entre a tese e a sua correspondente antítese.
Como nos ensina o método dialético, a sentença final deveria conter tanto elementos da tese como elementos da antítese, gerando uma nova tese, para assim reafirmar a sabedoria da Dialética de Hieráclito e Engels.
"Tudo flui", frase criada por Hieráclito que pode ter centenas de versões e de interpretações, como, por exemplo, "Nada se repete no universo", ou, pela conhecida frase a ele atribuída "Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio: as águas mudaram, as pessoas mudaram", pelo menos ficaram mais velhas, neste curto intervalo de tempo, milhões de suas células de seu corpo morreram e se desprenderam nas águas do rio, novas células nasceram e novas experiências mudaram a sua percepção da realidade.
Esta frase profunda indica o aforismo de que nada é igual em todo o universo, cada objeto é particular e não pode ser reproduzido.
O devir, a mudança que acontece em todas as coisas é sempre uma alternância entre contrários: coisas quentes esfriam, coisas frias esquentam; coisas úmidas secam, coisas secas umedecem etc. A realidade acontece, então, não em uma das alternativas, posto que ambas são apenas parte de uma mesma realidade, mas sim na mudança ou, como ele chama, na guerra entre os opostos. Esta guerra é a realidade, aquilo que podemos dizer que é. "A doença faz da saúde algo agradável e bom"; ou seja, se não houvesse a doença, não haveria por que valorizar-se a saúde, por exemplo. Ele ainda considera que, nessa harmonia, os opostos coincidem da mesma forma que o princípio e o fim, em um círculo; ou a descida e a subida, em um caminho, pois o mesmo caminho é de descida e de subida; o quente é o mesmo que o frio, pois o frio é o quente quando muda (ou, dito de outra forma, o quente é o frio depois de mudar, e o frio, o quente depois de mudar, como se ambos, quente e frio, fossem "versões" diferentes da mesma coisa).
Tudo é considerado como um grande fluxo perene no qual nada permanece a mesma coisa pois tudo se transforma e está em contínua mutação. Por isso, Heráclito identifica a forma do Ser no Devir pelo qual todas as coisas são sujeitas ao tempo e à sua relativa transformação.
Heráclito sustenta que só a mudança e o movimento são reais, e que a identidade das coisas iguais a si mesmas é ilusória: para Heráclito tudo flui (panta rei).
A doutrina da unidade dos contrários é talvez o aspecto mais original do pensamento filosófico de Heráclito. A lei secreta do mundo reside na relação de interdependência entre dois conceitos opostos, em luta permanente; mas, ao mesmo tempo, um não pode existir sem o outro. Nada existiria se não existisse, ao mesmo tempo, o seu oposto. Assim, por exemplo, uma subida pode ser pensada como uma descida por quem está na parte de cima. Entre os contrários se cria uma espécie de luta constitutiva do logos indiviso.
Nessa dualidade, que na superfície é uma guerra (polemos), mas no fundo é harmonia entre os contrários, Heráclito viu aquilo que definia como o logos, a lei universal da Natureza.
E é a própria doutrina dos contrários que faz de Heráclito o fundador de uma lógica "antidialética", fundada na lei estética do devir da realidade. Antidialética porque tese e antítese (ser e não ser) são uma síntese contraditória e permanente na realidade, que só assim pode vir a ser, através dos seus dois aspectos existenciais ("no mesmo rio, entramos e não entramos"; "somos e não somos"); oposta à lógica aristotélica porque oposta ao seu princípio da não-contradição e do terceiro excluído.
A teoria de Heráclito é alternativa à ontologia de Parmênides, o filósofo da unidade e da identidade do Ser, que ensina que é a contínua mudança a principal característica do não ser .
(Disponível em Wikipédia)
Um pouco da História da macroeconomia depois das experiências comunistas de Cuba, Ex-URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, de Coréia do Norte, Ex-Iugoslávia, e outras como República Democrática Alemã.
Comparado com os países não comunistas, as economias ditas do Ocidente Econômico capitalistas experimentam com frequência um fenômeno destrutivo chamado crise de governabilidade criado por outro fenômeno econômico inexistente nos países comunistas dada pela circularidade e periodicidade da inflação e todas as mazelas e desorganização da economia trazida pela perda do controle monetário inexistente nas economias comunistas.
Desde a Revolução Bolchevique na antiga Rússia dos Czares e sob o controle centralizado da economia comunista o preço da carne, da batata se mantiveram os mesmos desde 1918 até pouco antes de 1980 quando começou a ruir o sistema de repúblicas socialistas da ex URSS.
Como explicar que o mesmo fenômeno ainda existe nas Repúblicas da Coréia do Norte e em Cuba onde não existe inflação?
Suponhamos que exista uma ilha onde existissem apenas dois habitantes e um deles fosse dono do único banco financeiro e o outro habitante quisesse começar um negócio de agricultura e procurasse o banco para lhes emprestar um mil moedas, e suponhamos que existisse no banco exatamente um mil moedas, sendo as um mil moedas todo o dinheiro existente na suposta ilha.
Vamos modelar o problema da seguinte forma.
A taxa de juros seria de 5%;
Ao pagar o principal mais os juros pergunta-se de onde viriam as moedas suficiente para completar um mil e cinquenta moedas?
Se o habitante agricultor aumentar a produção de alimentos, como é o seu desejo, estará provocando o aumento do PIB da ilha;
Se o habitante agricultor vender com lucro a sua produção agrícola irá aumentar o montante de valor em montante superior à quantidade de moedas disponíveis na ilha que é de um mil moedas;
Quais são as soluções para se conviver com a quantidade limitada de moedas em um mil moedas?
A única saída é desvalorizar a moeda, para manter todas as possibilidades de transações restritas a quantidade de um mil moedas.
A outra saída é a inflação, emitindo títulos que poderão ser trocados como se fossem moedas.
Uma economia estática e previsível como a comunista a preservação nominal dos valores é obtidas à custa do controle das seguintes macrovariáveis:
1 – inflação;
2 – juros;
3 – taxa de lucros;
4 – crescimento do PIB;
5 – câmbio;
6 – taxa de desemprego.
7 – Importações / exportações
8 – Crescimento demográfico

Karl Marx já alertava para o fenômeno das crises capitalistas provocadas pelos perigos da superprodução que levava aos ciclos de compensação ora em forma de inflação, desindustrialização, troca de comércio internacional com o fluxo invertido de moedas, tudo seguido da desvalorização das moedas ciclicamente, mas de forma crescente.
Um automóvel Ford modelo D custava em 1913 cerca de 700 US dólares, com uma inflação anual em média de 3,445% ao longo de um século a moeda e os preços mudaram trinta vezes. Assim, o seu valor corrigido hoje seria cerca de vinte e um mil dólares. Algo semelhante nunca aconteceria num país comunista.
A falta de sincronismo entre as economias comunistas e capitalistas produzem dissonâncias cognitivas quando se comparam os valores nominais, por exemplo, não se compreende o valor dos salários e dos produtos em confronto entre as duas esferas econômicas, por exemplo, um salário de um médico em Cuba ser de apenas 40 US dólares, parece incrível que uma pessoa possa sobreviver com tal valor, sem considerar que este valor é proporcional aos demais valores nominais correntes internos à economia cubana.
Ainda mais, desorganiza as trocas internacionais entre estes dois sistemas. As exportações se tornam um midas autêntico, porém a importações tornam-se proibitivas, estratosféricas!
Os estudiosos da macroeconomia monetarista acompanham o raciocínio do modelo de equilíbrio geral baseado nestas oito macrovariáveis.
O comportamento racional e ortodoxo monetarista institucionaliza o comportamento dinâmico e racional que se não sofrer intervenção heterodoxa produz como resultado final após cada ciclo econômico completo a assimilação da desvalorização irreversível da moeda, parece que já estabelecido em torno da expectativa de três por cento ao ano, como uma situação inequívoca e inevitável.
Então, o que ocorreu na Economia dos Estados Unidos da América do Norte entre os anos de 1780 e 1929 foi o oposto do que acabamos de construir para o modelo macroeconômico esperado para uma economia capitalista do tipo Ocidental?
A resposta, também heterodoxa, é que a moeda era representada em convertibilidade padrão ouro durante este período, após o abandono da moeda ouro e a introdução do papel moeda em forma de nota mudou-se para o sistema de inflação crescente, porque como na fábula da ilha com mil moedas, a economia foi liberada para que os meios de troca se expandissem em troca de uma inflação moderada, sincronizada com o mundo econômico europeu.
Assim, a base monetária expandiu-se levada pelas taxas de juros, inflação, crescimento do PIB e pela apreciação do câmbio.
Em contrapartida, a base monetária contrair-se-ia via queda do PIB, depreciação do câmbio, desemprego, queda dos juros, no caso do ciclo de moeda conversível em ouro, ou como ocorre nos países comunistas.
No Ocidente, a memória destes ciclos fica transferida para o presente, memória vinda do passado em forma de desvalorização crescente e cumulativa da moeda.
A quem interessaria a eliminação de uma inflação moderadíssima, sincronizada com a inflação da OCDE?
Ser possível, seria sim, os países comunistas conseguem eliminar a inflação ao custo já mencionado da assincronia monetária e cambial com o mundo capitalista.
O sistema de metas de inflação constrói a sua mecânica estritamente no controle das taxas de juros, como única política monetária possível.
O que sugerimos aqui é que outras variáveis podem ser administradas, tais como o crescimento do PIB, exportações e importações, além dos juros.
Cabe agora descrever os mecanismos políticos para exercer alguma influência ou controle sobre estas variáveis, é função das políticas diretamente e indiretamente exercer o controle e a administração da macroeconomia sobre estes outros fatores além do fator juros.
A moeda se expande quando:
Aumento dos juros;
Aumento da inflação;
Apreciação do câmbio;
Aumento da taxa de emprego;
Crescimento do PIB;
Aumento das exportações, queda das importações;
Aumento da taxa de lucro.
Aumento da população economicamente ativa
A moeda se contrai quando:
Diminui a taxa de juros;
Queda da inflação.
Depreciação câmbio;
Aumenta o desemprego;
Queda do PIB;
Queda das exportações, aumento das importações;
Queda da taxa de lucro.
Queda da PEA
Como é possível esperar que gestão após gestão política, econômica e financeira nada mude na economia, mesmo sob as mesmas políticas, sob os mesmos políticos e sob os mesmos agentes públicos se tudo passa tudo muda com o passar mutante e inclemente do tempo que flui?
A verdade é que de fato nada permanece constante porque o mundo muda, as pessoas mudam, os fatos mudam no universo e a percepção das mesmas pessoas muda com o tempo, porque o tempo também muda, apesar de que a nossa percepção de tempo pareça nos indicar o contrário, está tudo datado no universo para grandes mudanças, algumas contando bilhões de anos, mas certamente as mudanças se dão aos saltos progressivos em todas as direções. As únicas coisas que nunca mudam no universo são as mudanças e a aleatoriedade em que as mudanças se dão.
Seria muito confortável se pudéssemos calibrar os eventos para que as metas econômicas pudessem ser mantidas indefinidamente ao longo do tempo. Infelizmente isso é uma quimera filosófica.
Assistimos passivamente estes ajustes serem feitos pelas crises, na História da humanidade, ao longo da Idade Média não houve estes ajustes. Não havia circulação de moeda única. Cada Feudo, cada região, cada principado e cada comerciante marginal tinham os seus meios de troca e até algumas moedas inconversíveis, e não intercambiáveis. O feudalismo foi o túmulo do monetarismo e das teorias econômicas.
Na Idade Média não havia inflação. As guildas tratavam de determinar os preços justos, nascia-se e morria-se e os preços eram eternos por 800 anos a fio. Que estabilidade monetária espetacular, fossilizaram a inflação e a Economia!
Nos países comunistas repete-se o mesmo fenômeno da fossilização dos preços duráveis que ficam sete décadas estáveis.
As crises fazem o ajuste catastrófico depois de um período de dinâmica de aumento de PIB, aumento de juros, aumento de preços, aumento de empregabilidade, depois de um período de acumulação de excedentes financeiros, quando todos imaginam viverem uma prosperidade infinita, então aparece Heinrich Karl Marx da sua cripta para nos acordar tardiamente do sonho de crescimento eterno e contínuo para nos lembrar das crises de superprodução capitalistas, a principal causa de crise do excesso de competitividade e de eficiência capitalista, é o hegemon do chamado mercado, que a despeito de suas qualidades possui um defeito estudado por Saint Simon, Simonsen e pelos fisiocratas, que é a percepção míope do mercado incapaz de enxergar além da linha do horizonte e de nunca se antecipar às crises, não enxergar um mundo depois das crises e de estabelecer o horizonte como o fim do mundo. Isto é atávico do mercado, este o seu defeito grave. Uma vez imerso em crise de demanda o mercado nada faz para produzir demanda para alavancar-se a si mesmo e sair da crise sem ajuda externa.
O que fazer?
Simples: o método dialético nos ensina a administrar a única coisa que nunca muda no universo e que pode ser calibrado, que são as mudanças, já que o momento delas nunca pode ser antecipado por imprevisível e aleatório.
Que tal induzir – digo, induzir e não produzir – as mudanças?
Esta é a solução proposta para a questão inicial deste problema da contradição interna existente entre a taxa de câmbio depreciada que favoreça a dívida interna e o controle da inflação interna e ao mesmo tempo encontrar uma taxa de câmbio apreciada que beneficie às exportações e a balança comercial superavitária.
O grande avanço do planejamento central da economia, em seus marcos monetaristas e consequentemente calibrando o ajuste das expectativas macroeconômicas, foi a adoção da estratégia contida no sistema de metas de inflação, nascida na economia neozelandesa em 1990 e adotada por mais de meia centena de países, criando assim um elevado grau de confiabilidade devido à total previsibilidade das expectativas de todos os agentes econômicos, suspendendo o espaço especulativo e restringindo muito o espaço ocupado pelos jogadores da grand global players internacionais que com sua enorme competência e poder de transferência eletrônica de créditos e de numerários jogavam com a imprevisibilidade dos bancos centrais acerca de suas pretensões e auxiliados pela políticas monetárias rígidas e teleológicas próprias que engessavam e continham em sua semente o germe de sua própria autodestruição na armadilha mortal de ações unidirecionais amarradas aos projetos de poder e de projeções econômicas ambiciosas e extranacionais.
O equilíbrio geral econômico cobra após o período de prosperidade a transferência (devolução cíclica) da acumulação financeira para o pólo doador de riquezas.
Então as políticas equivocadas tentam brecar esta transferência. O que tem acontecido então na História da humanidade?
Primeira e Segundas Grandes Guerras Mundiais. Revolução Russa de 1914. Crise de 1929, do setor de investimentos de risco arrastando todo o Ocidente. Crise do Petróleo de 1973 e 1982. Mais recentemente, queda do preço do petróleo desde 2013, sem perspectiva de recuperação dos preços, arrastando ou combinando a queda dos preços da commodities. No Japão temos quase duas décadas de deflação e juros negativos. A próspera economia da China desacelerando, uma vez que foi anabolizada por investimentos artificiais e mirabolantes operações de gigantescas construções civis, hoje muitas cidades fantasmas inteiras no mais legítimo Keynesianismo, com a extraordinária alavancagem do Partido Comunista Chinês que fez importantes investimentos em infraestrutura, mas também obras de engenharia sem nenhuma demanda, como o fizeram também no complexo industrial-militar os EUA durante a corrida espacial e durante a disputa da guerra fria.
Como então desarmar esta "bomba" cambial-monetária quando o controle que o banco central possui diretamente nada pode fazer para sincronizar as políticas monetárias de outros bancos centrais?
A resposta novamente seria a característica inspirada nas metas de inflação que é a previsibilidade monetária cambial.
Sabendo das metas cambiais antecipadamente e podendo prever e condicionar o comportamento dos agentes e dos atores políticos e econômicos então a bomba estaria sem a espoleta para explodir justamente no momento em que as velhas políticas rigidamente atreladas ao câmbio se esgotam nos encilhamentos colocados pela via escolhida pelos bancos centrais que seriam:
A) Apontar para uma banda de flutuação controlada com um viés de apreciação cambial contínua ou constante cuja meta seria a acumulação de divisas com as exportações que terminaria fatalmente por estrangular os devedores nacionais e provocar a alta interna dos preços atrelados aos insumos importados e aos numerários e empréstimos estrangeiros, por sinestesia gerando inflação.
B) Apontar para uma banda de flutuação controlada com um viés de depreciação cambial continuada ou constante cuja meta seria a manutenção da queda da inflação interna propiciando a diminuição do estoque da dívida pela vantagem cambial, atraindo a entrada de capital e propiciando a atratividade do endividamento em moeda estrangeira, mas que terminaria pelo stress da produção interna e pelo aumento do déficit comercial e de divisas estrangeiras acumuladas.
Assim fica muito fácil o trabalho destrutivo de predadores internacionais para especularem e atacarem a política cambial do banco central do país que espera conduzir por prazo indefinido alguma destas duas variantes da política cambial para apenas esperarem o momento crítico em que uma gigantesca e repentina desvalorização / apreciação cambial, inevitável, inelutável e racionalmente esperada aconteçam, ou de modo administrado, ou pela ação, catastrófica para o país, pelos especuladores.
Desta forma estas políticas levam inevitavelmente o governo a ser estressado até provar que estavam erradas ambas as versões de macropolítica econômica, antes disso as medidas heroicas são tomadas, inimigos são eleitos, a oposição prega justamente o oposto da política e da orientação econômica adotada, parece enfim que apenas o governo continua errado e todos inclusive o mercado estão com a razão.
Na verdade todos estão certos, inclusive o governo em sua crise, o que está errado é o tempo (timing) do governo: a medida governamental se justifica exceto que está no momento, ritmo, intensidade, duração equivocados.
Em algum lugar do passado e do futuro o governo acertaria como um relógio parado que duas vezes no mesmo dia marca exatamente a hora certa, porque o tempo passa, mas o relógio continua imutável, como disse Hieráclito, tudo mudou inclusive o relógio parado no tempo.
Calibrar as ações no tempo, como o faz o sistema de metas de inflação.
Porque não estabelecer um sistema de metas de câmbio, aplicando-se o mesmo mecanismo de previsibilidade, variando as apreciações e depreciações de câmbio ciclicamente, e programadas antecipadamente?
Governos se tornam presas fáceis da sua própria política cambial quando miram no combate à inflação, mas se esquecem de que o processo se dá no tempo determinado e limitado, tempo definido sujeito às leis do trade off, todas e quaisquer soluções política ou econômica tem custos e benefícios, e mais ainda, elas se alternam ao longo do tempo de duração das políticas econômicas, por que o ambiente político e econômica é dinâmico, o que deu certo no passado, deu porque era em outro tempo, segundo um dos axiomas da teoria dos jogos "os jogos nunca se repetem, os jogadores criam expectativas e aprendem com os seus erros e com erros de seus adversários".
Dentro desta nova filosofia das metas de câmbio, o cenário passa a ser desenhado pelo calendário do banco central, credores externos e internos saberão antecipadamente na medida de suas necessidades e capacidades de planejarem as liquidações e endividamentos, os setores exportadores e os importadores terão que adaptarem-se aos ciclos previsíveis de picos de exportações e de importações com toda a previsibilidade possível pelas suas condições de estabelecerem as suas logísticas.
Assim acabam-se as taxas de câmbios diversas ficando apenas a taxa e banda de flutuação previamente estabelecida com a data determinada de inversão da tendência de alta e de baixa alternadamente do nível cambial: valorizando e desvalorizando periodicamente e premeditadamente.
O grande império egípcio durou 3500 anos porque os faraós adotaram os ciclos programados de altas e de baixas na economia.
Não foi uma decisão arbitrária, acontece que durante sete anos os faraós se programavam para grandes colheitas, e depois acumulavam grãos para mais sete anos de pouca ou nenhuma colheita, para isto acumulavam riquezas para importarem comida e para economizarem comida e ouro.
Este ciclo econômico era ditado pela natureza. Acontece que o rio Nilo que banhava o Egito possuía um ciclo de cheias generosas e de vazante que eram de aproximadamente sete em sete anos.
Quais são os nossos ciclos naturais: de cheias dos reservatórios hidroelétricos, das secas no Sul, no Centro Oeste e do Pantanal, e também os ciclos de chuvas, cheias, temporais, deslizamentos de encostas, tufões, tornados, geadas, queimadas naturais da Amazônia e seca do Nordeste?
Existem variáveis interessantes e poderosas a serem consideradas a partir do ciclo natural de clima continental do Brasil.
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