MORFOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA: BREVE HISTÓRIA FILOLÓGICA DO LATIM AO SÉCULO XX - Sumário e Apresentação do meu próximo livro

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MORFOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

BREVE HISTÓRIA FILOLÓGICA DO LATIM AO SÉCULO XX

MARCELO MORAES CAETANO

SUMÁRIO



CAPÍTULO 1: MORFOLOGIA SINCRÔNICA E DIACRÔNICA...................8



CAPÍTULO 2: A LÍNGUA É CONDICIONADA À HISTÓRIA DO POVO QUE

A

FALA.................................................................................................................11 2.1 HISTÓRIA EXTERNA E HISTÓRIA INTERNA..........................11 2.2 A DIALETOLOGIA, PRECURSORA DAS SOCIOLINGUÍSTICAS .................................................................................................................13 2.3 SINOPSE E ESCLARECIMENTOS DO LATIM (218. a.C.) AO PORTUGUÊS DO SÉCULO XX ................................................................................................................14 

CAPÍTULO 3: ALGUMAS PALAVRAS SOBRE O LATIM VULGAR........18



CAPÍTULO 4: DE VOLTA À DERIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA.........28



CAPÍTULO 5: SOBRE A MORFOLOGIA VERBAL: DO LATIM AO PORTUGUÊS......................................................................................................44 5.1 ALGUNS ÉTIMOS VERBAIS LATINOS E SUAS MUDANÇAS EM PORTUGUÊS.......................................................................................48 5.1.1 ÉTIMOS LATINOS DIRETOS...................................................48 5.1.2 ÉTIMOS LATINOS INDIRETOS...............................................49 5.1.3 ÉTIMOS LATINOS SINTAGMÁTICOS...................................49 5.2 CONCLUSÃO PARCIAL SOBRE ÉTIMOS LATINOS VERBAIS ...............................................................................................................50



CAPÍTULO 6: CONSIDERAÇÕES PANCRÔNICAS SOBRE LOCUÇÕES VERBAIS

COM

“TER”

E

“HAVER”.................................................................51



CAPÍTULO 7: VISÃO DIACRÔNICA DA GRAMATICOGRAFIA NAS DEFINIÇÕES DA CLASSE DOS VERBOS E O PROBLEMA DA “VOZ VERBAL”...........................................................................................................59



CAPÍTULO 8: VOZ REFLEXIVA OU VOZ MEDIAL?..................................75

8.1 O PROBLEMA COLOCADO ANTES DA NGB..........................75 8.2 A QUESTÃO DEPOIS DA NGB...................................................83 

CAPÍTULO 9: AS NOÇÕES “GRAMATICAIS” DE AGENTE, PACIENTE E VOZ:

CASOS

DE

GRAMATICALIZAÇÃO?................................................................................100



CAPÍTULO 10: FORMAÇÃO DO LÉXICO: CAMADAS DA CONSTITUIÇÃO DO LÉXICO: FUNDO INTERNO (ERBGANG) E FUNDO EXTERNO (LEHRGANG)...................................................................................................114 10.1 A CAMADA INTERNA OU HEREDITÁRIA OU TRANSMITIDA.................................................................................115 10.1.1

CAMADA INTERNA OU TRANSMITIDA:

EVOLUÇÃO (DERIVA)....................................................................117 10.1.2

CAMADA INTERNA OU TRANSMITIDA:

NEOLOGISMOS..................................................................................119

10.2 A CAMADA EXTERNA OU ADQUIRIDA OU INCORPORADA...............................................................................121 10.2.1

EMPRÉSTIMOS...........................................................121

10.2.2

VOCÁBULOS CULTOS OU ERUDITOS...................131



CAPÍTULO 11: ANALOGIA NA FORMAÇÃO DO LÉXICO......................132



REFERÊNCIAS................................................................................................137

APRESENTAÇÃO

Este livro interessa basicamente ao público universitário de Letras. Como se trata de uma obra de História da Língua, os alunos de História, Antropologia, Ciências Sociais em geral podem também vir a interessar-se por ele, já que, pelo percurso da língua portuguesa, a partir do latim clássico, a História dos povos que falavam essas línguas — a România — é trazida nesta obra. Em termos mais específicos, a obra abarca as áreas de História, Antropologia, Língua Portuguesa, Línguas Clássicas, Linguística Histórica, Sociolinguística, Dialetologia. Meu principal objetivo ao escrever esta obra se originou do fato de que, ao ministrar disciplinas de História da língua portuguesa, Filologia, Linguística histórica e outras disciplinas afins, no Brasil e na Europa — tanto em turmas de graduação, quanto de pós-graduação —, eu percebia que os alunos se sentiam perdidos na vastidão do tema, o que acabava por desmotivá-los, em muitos casos. Minha percepção me mostrou, ainda, que essas circunstâncias se davam pela razão de a bibliografia relativa ao assunto ser muito extensa, e haver obras longas e densas sobre cada ponto específico da História da Língua — como as obras de Bechara, Carolina Michaëlis, J.J. Nunes, Augusto Epifânio da Silva Dias, Said Ali, Ivo Castro, Paul Teyssier, José Leite de Vasconcelos, Serafim da Silva Neto, Mattoso Câmara, Segismundo Spina, Rosa Virgínia Mattos, Clóvis Monteiro, Eneida Bomfim etc. Com isso, mesmo que se aplicassem textos de um ou outro autor, como artigos ou capítulos de livros, a visão panorâmica ficava de certa forma pulverizada em aprofundamentos sem que, previamente, se tivesse alcançado uma visão global que permitisse situar as aludidas profundidades em seus devidos locais cronológicos — o que é sinequa non para um estudo adequadamente reflexivo de qualquer tipo de História e historiografia. Também observei que a História da Língua pode ser confundida com a Linguística Histórica. Por isso, escrevi dois pequenos capítulos iniciais (o capítulo 1 e o capítulo 2) em que abordo conceitos como sincronia, diacronia, história externa, história interna e dialetologia, que são conceitos fundamentais tanto na História da Língua, quanto na Linguística Histórica, para que se evidencie que, embora partícipes de perspectivas diferentes, esses conceitos e até essas perspectivas podem interligar-se e complementar-se para o entendimento maior da Filologia aliada à Linguística.

Desse modo, escrevi esta obra pensando no aluno e em situá-lo nos marcos miliários históricos, diacrônicos, de que ele não poderia prescindir. Pretendi criar, antes de tudo, uma espécie de manual didático, um mapa, uma sinopse, uma espinha dorsal que situasse, por um fio condutor objetivo, mas que eu não quis que fosse demasiado superficial, as questões que virão a ser, posteriormente, aprofundadas no que tange à História da língua portuguesa e à Filologia como um todo. Sinto que, sem essa prévia visão panorâmica, a chance de desmotivação do aluno é potencializada, ocasionada pelo fracionamento excessivo das informações, espargidas lá e cá (quando não se dispõe do tempo necessário à leitura e discussões sobre todas elas), em vez de compiladas, para um primeiro contato, numa única obra que sirva de manual de estudo. Este foi meu propósito primeiro para escrever este livro Morfologia da língua portuguesa — Breve histórico filológico do latim ao século XX. Não há outra obra cuja proposta tenha sido esta, ao menos não de forma tão compacta; por essa razão, senti-me impelido a escrevê-la. Escolhi a morfologia como objeto privilegiado — embora não único — do referido fio condutor a que me propus pelo fato de que, com o estudo do léxico, sua estrutura e formação, podem-se compreender melhor os pontos de inflexão ocorridos ao longo da deriva da língua. A morfologia é parte que aponta muito estreitamente a estrutura ou o sistema de uma língua. A propósito, se percebemos que a língua é em grande parte convenção (convenção que preside não apenas à língua padrão, como a todos os seus demais registros), a morfologia é uma das partes em que com mais nitidez se percebe a motivação dos falantes, conscientes e ativos na criação e decodificação de significados. Os usuários que dominam os meios vernaculares serão capazes de criar e decodificar significados infinitos de um número finito de constituintes menores e recicláveis: os morfemas. Por isso mesmo, quando mudanças nos morfemas começam a ser muito numerosas, passamos a observar que outra língua está nascendo. Assim, a morfologia ilustra o manual que pretendo aqui elaborar: com ela (embora não exclusivamente com ela, reitero), percebem-se com clareza as mudanças das balizas que acarretaram as variações > mudanças havidas diacronicamente nos latins e destes para a língua portuguesa. O domínio da morfologia, assim, é fundamental para demonstrar que o usuário conhece a estrutura profunda de seu idioma e, dessa maneira, sabe pensá-lo crítica e reflexivamente, averiguando, até, o que proporcionou mudanças nesse idioma.

Precisei, entretanto, articular a exposição e os comentários sobre morfologia a aspectos outros que com ela dialogam: precisei, portanto, sempre que solicitado pela morfologia e a “vida das palavras”, como lembra Darmesteter, recorrer a partes várias do estudo do sistema de uma língua e de suas inserções igualmente diacrônicas. Por essa razão, tive de, às vezes, tecer algum comentário de cunho fonéticofonológico, sintático, estilístico, semântico, lexicológico, discursivo, pragmático, pois a palavra ou o vocábulo — objetos centrais da morfologia —, como dito, inúmeras vezes requerem esses outros recortes epistemológicos a fim de que se esclareçam, a quem os estuda, pontos que, no fim, iluminam aspectos relativos à morfologia em si. Com esta, estimula-se o aprofundamento nos pontos basilares da História da língua e da Filologia que desejo que despertem interesse crescente — pois assim deve ser a trajetória acadêmica — no aluno. Em resumo, a obra tem como objetivo primeiro ou geral prover o aluno das informações básicas e basilares da História da língua portuguesa e seu encaixamento em suas origens românicas e em seus desdobramentos até o século XX, onde a estagnei. O objetivo intermediário da obra reside na criação de uma estrutura concisa, sem ser perfunctória ou rasa, da História da Língua em cotejo com a Linguística Histórica e disciplinas que dialoguem com ambas, o que permite ao aluno observar, como num panorama, pontos em que ele, posteriormente, e no decurso das próprias aulas de graduação ou pós-graduação, possa aprofundar-se. Por fim, o objetivo específico da obra é fomentar no aluno o interesse pelo aprofundamento nas obras dos grandes mestres sobre o vastíssimo campo da História da língua portuguesa e das Filologias românica e portuguesa, bem como sua inter-relação com a Linguística. O aluno pode vir a interessar-se, por exemplo, pelo latim vulgar; pelas definições de “romanço” e suas descrições e problematizações possíveis; pelas questões de fundo hereditário ou inovador; por algum período específico da História da Língua (descrito na periodização por meio de balizas ou mesmo por um recorte didático baseado em

séculos,

autores, obras

específicas); pela dialetologia

e pela

sociolinguística; pela ecdótica e crítica textual; e assim por diante. Mas creio que esses interesses serão obliterados — o que consequentemente pode ocasionar a perda de talentos investigativos nas áreas — se o aluno não dispuser, previamente, de uma obra que lhe mostre, de modo sinóptico, tudo o que se passou do latim ao português do século XX.

A morfologia mostrou-se-me elemento privilegiado para este fim, reitero, pelo fato de dialogar com outros campos dos saberes enunciativo, idiomático e expressivo, para lembrar uma tricotomia de Coseriu. O tratamento enfático que endereço à pesquisa sobre verbos, nos capítulos finais da obra (capítulos 5 a 9), se justifica pelo fato de tratar-se do vocábulo que apresenta mais morfemas, e mais variedades destes (flexionais, derivacionais, categóricos, semantemas), em língua portuguesa, o que desejo que incentive o aluno a verificar que a complexidade da morfologia, na História da Língua, é muito producente em termos de pesquisa acadêmica, e que, portanto, sempre estará à espera de quem se debruce sobre suas bases e raízes, seus desdobramentos e frutos e suas áreas afins. O livro tem, portanto, e por fim, um caráter didático. Trata-se tão somente de um manual que eu desejei que situasse e guiasse o aluno para vergéis vastos e prolíficos de História da Língua e Filologia em que ele, posteriormente, assim espero, quererá adentrar.

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