Mulheres conectadas, mulheres em rede. Possibilidade de abordagem para a construção de pesquisas em história da educação

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XIV ENCUENTRO INTERNACIONAL DE HISTORIA DE LA EDUCACIÓN. Anais do XIV Encuentro Internacional de historia de la educación. Historia, narrativa y memoria de la educación: magisterio, reformas t conflictos. Aguascalientes: Universidad Autónoma de Aguascalientes, México. 2016. [Mídia digital]. Mulheres conectadas, mulheres em rede. Possibilidade de abordagem para a construção de pesquisas em história da educação Vinicius Monção, Doctorando, [email protected], linea de investigación: História, Sujeitos e Processos Educacionais, Programa de Pós-Graduação em Educação – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro – Brasil. Becario CAPES. Eje Temático del XIV Encuentro: El arte de la narrativa y la construcción biográfica en los estudios educativos Palabras Clave: Jardín de infancia, maestras, historia de la educación, redes de sociablidad, trayectorias profesionales Resumen El articulo tiene como intencionalidad aproximar trayectorias profesionales de maestras de Brasil y Estados Unidos, en el contexto de la segunda mitad del siglo XIX, y pensar el proceso de implementación del pensamiento froebeliano en el Brasil. Para esto, empecé a través del análisis de la formación profesional de la maestra Maria Guilhermina Loureiro de Andrade que, de entre 1884 y 1887, vivió en Nueva York y allá tuve formación en la metodología de los jardines de infancia. En esta ciudad conoció otras mujeres y hombres y con ellos establece contacto al cuál identifico y categorizo como Redes de Sociabilidad, categoría que me acerco y me apoyan como como marco teórico y metodológico. El recorte temporal es entre la década de 1880 y la primera década de 1900, periodo que incluye el viaje de Maria Guilhermina a la nación del Norte e un periodo posterior que ella actuó en un jardín de infancia y también con la formación de jardineras en el Brasil. Las fuentes utilizadas fueran: periódicos, publicaciones y documentos oficiales. Como resultado se puede considerar que al establecer trayectorias y puntos de contactos entre los recorridos de las personajes seleccionadas hubo la identificación de la existencia de Redes de Sociabilidad que aproximaran mujeres de Brasil y Estados Unidos. Resumo A proposta deste trabalho é aproximar trajetórias profissionais de professoras do Brasil



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XIV ENCUENTRO INTERNACIONAL DE HISTORIA DE LA EDUCACIÓN. Anais do XIV Encuentro Internacional de historia de la educación. Historia, narrativa y memoria de la educación: magisterio, reformas t conflictos. Aguascalientes: Universidad Autónoma de Aguascalientes, México. 2016. [Mídia digital]. e dos Estados Unidos, no contexto da segunda metade do século XIX, e pensar o processo de implementação do pensamento froebeliano no Brasil. Para tal empreitada, parto da análise da formação profissional da professora Maria Guilhermina Loureiro de Andrade que, entre 1884 e 1887, morou na cidade de Nova York e lá obteve formação na metodologia dos jardins de infância. Nessa cidade conheceu outras mulheres e homens e com eles estabeleceu contatos ao qual identifico e categorizo como Redes de Sociabilidade, categoria que me aproximo e me apoio enquanto referencial teóricometodológico. O recorte temporal situa-se entre a década de 1880 e primeira década de 1900, período que abarca a viagem de Maria Guilhermina à nação do Norte e um período posterior em que ela atuou no ensino de formação de jardineiras e de jardins de infância no Brasil. As fontes utilizadas foram: periódicos, publicações e documentos oficiais. Como resultado pode-se considerar que ao estabelecer trajetórias e pontos de contatos entre o percurso das personagens selecionadas houve a identificação da existência de Redes de Sociabilidade que aproximaram mulheres do Brasil e Estados Unidos.

Introdução Publicou-se em julho de 1900, no primeiro número da revista A Eschola1, um artigo intitulado O preparo da mestra. Ali, a professora “D. Maria Guilhermina Loureiro de Andrade”2, colaboradora efetiva da revista3, imprimia suas compreensões acerca da necessidade de investimento na formação de professoras para a atuação no magistério primário. Suas aspirações e convicções estavam diretamente relacionadas com suas convicções pedagógicas e com aquilo que ela aprendera no período de formação quando esteve na cidade de Nova York, entre os anos de 1883-1887. Defende a necessidade de que se levar em conta, na formação de professoras, as dimensões teóricas e práticas. Percepção esta que é estruturada a partir dos paradigmas educativos dos métodos ativos, inerentes da profissão.

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Publicação produzida pela Associação dos Professores do Brasil. Maria Guilhermina viveu por quase um século, entre os anos de 1839 a 1929. Filha de Minas Gerais, migrou para a cidade do Rio de Janeiro, quando criança. Professora, proprietária e diretora do Colégio Andrade (uma empresa familiar), tornou-se referência nas discussões sobre formação de professoras e Jardim de Infância após sua viagem de formação profissional aos Estados Unidos da América entre os anos de 1883 a 1887. Para saber mais ver: Chamon (2008), Bastos (2008) e Schueler (2008), Schueler, Chamon (2010). 3 Informação presente na capa nº 1 da revista A Eschola, 1900: 1. 2



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XIV ENCUENTRO INTERNACIONAL DE HISTORIA DE LA EDUCACIÓN. Anais do XIV Encuentro Internacional de historia de la educación. Historia, narrativa y memoria de la educación: magisterio, reformas t conflictos. Aguascalientes: Universidad Autónoma de Aguascalientes, México. 2016. [Mídia digital]. No seu artigo, Maria Guilhermina considerava que se o “sapateiro, o alfaiate, o pedreiro; antes de começar a trabalhar, aprendêrão a conhecer os seus instrumentos e a manejal-os, a escolher e applicar convenientemente o material de que se servem, sem o que estragarião toda a obra”, porque com “as professoras não se dá o mesmo”[?]. E continua: O material com que ellas tem de trabalhar é o cerebro infantil. Têm todas as nossas professoras conhecimento das faculdades mentaes da creança? das leis do seu crescimento e desenvolvimento? Ensinar é cultivar essas faculdades, é dar-lhes força, vigor, para que cresção e se desenvolvão. E, como poderão ellas, fazel-o, si não o aprendêrão? Ainda mais, trabalhando com material que não conhecem, não estão sujeitas a praticar innumeros erros que necessariamente redundarão em mal da creança? E podemos calcular as tristes consequencias d’esse mal consciente ou inconscientemente causado? Assim pois, o preparo das mestras é o que ha de mais urgentemente necessario. Ellas precisão conhecer não só as materias que têm de ensinar como também os vários methodos de ensino, e, sobretudo, as creanças a quem têm de ensinar (A ESCHOLA, 1900: 11-12).

Maria Guilhermina chamava atenção dos leitores da recém-criada publicação, colegas de profissão, para a necessidade de uma reestruturação do modelo de formação de professores existente, especificamente, na Capital Federal, tanto referente a questões de habilidade técnica e do uso de materiais pedagógicos quanto a estrutura curricular. Para tal proposição dois elementos podem ser vislumbrados: 1) as discussões que estavam em processo no Brasil, fortalecidas a partir da década de 1870, sobre a necessidade de renovação pedagógica, muito influenciadas por proposições europeias e, sobretudo, pelo pensamento estadunidense; 2) e as experiências tidas a partir da sua viagem a cidade de Nova York, na década de 1880, e seu entusiasmo com as proposições dos métodos de ensino centrados na criança, entendendo ela “como um ser criativo e produtivo e não simplesmente receptivo” (CHAMON, 2016: 18). Os apontamentos e questionamentos presentes no artigo escrito pela professora demonstram sua familiaridade com temática da formação de professores, fruto do domínio de saberes profissionais acumulados durante sua trajetória profissional e aprimoramento alcançado durante sua estadia nos Estados Unidos da América.



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XIV ENCUENTRO INTERNACIONAL DE HISTORIA DE LA EDUCACIÓN. Anais do XIV Encuentro Internacional de historia de la educación. Historia, narrativa y memoria de la educación: magisterio, reformas t conflictos. Aguascalientes: Universidad Autónoma de Aguascalientes, México. 2016. [Mídia digital]. As experiências propiciadas pela formação no New York Seminary for Kindergartners with a Model Kindergarten4, estruturada entre atividades de cunho teórico e prático, marcaram a perspectiva profissional de Maria Guilhermina. Como resposta ao aprendizado lá alcançado, e como demonstração de sua filiação com o pensamento pedagógico estadunidense, de volta ao Rio de Janeiro, criou um curso de formação de jardineiras, aos moldes daquele em que foi formada em Nova York. O curso por ela criado foi instalado nas dependências do Imagem 1: Maria Guilhermina Loureiro de Colégio Andrade, instituição familiar criada e Andrade. Jornal do Brasil, 29/5/1934: 1. gerenciada por sua mãe, irmãs e por Maria Guilhermina. Tal empreitada a tornou pioneira no país no que compete à formação de professoras para atuarem na escolarização de crianças via modelo froebeliano. A questão da formação de professores apoiada na associação das dimensões teórica e prática era uma reivindicação apontada por Fröebel nas suas considerações sobre a formação de jardineiras bem como por outros intelectuais inseridos na proposta educativa de cunho prático e liberal5. Tal discussão encontrou espaço nas discussões acerca da renovação pedagógica carioca a partir da década de 1870, em função da influência exercida pelo pensamento pedagógico europeu e estadunidense em voga naquele período6. Esse aspecto era fonte de grande discussão em que alguns saíam em defesa da soberania da Escola Normal, na qual a formação obtida pelos bancos escolares daria conta da necessidade do professor em sala de aula; outros defendiam a manutenção da formação pela prática, no cotidiano do ofício; e outros, ainda a associação entre as duas dimensões (Brasil: 1947; Monção: 2015). Elias (1995), ao fazer a sociologia de Mozart, demonstra ao leitor que as viagens tournées foram escolas de formação do músico. As viagens estimularam “sua inclinação às experiências e a busca de novas sínteses entre as várias escolas de seu tempo” (Elias, 4

O New York Seminary for Kindergartners with a Model Kindergarten foi criada pelo casal Maria KrausBoelte e John Boelte. Após a morte de seu esposo, Kraus-Boelte deu continuidade aos trabalhos de formação de jardineiras até o ano de sua morte, em 1918. 5 Sobre esse assunto ver também: Schueler, Magaldi: 2008; Rizzini, Marques e Monção: 2013. 6 A historiografia fala das “comissões pedagógicas” que tinham como objetivo observar e vivenciar de perto experiências e empreendimentos educacionais movidos por alguns países europeus e Estados Unidos. É a partir dessas expedições que balizo. Ver em Mignot, Silva: 2011.



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Músico-artesão em relação com os modelos de organização de ofícios e corporações. Músico-artista estabelecido pela liberdade de criação e comercialização de suas obras, o que, até então não era previsto e possível. Sobre essa discussão ver Elias: 1995. 8 Algumas pesquisas se debruçaram sobre a relação entre viagens enquanto elemento de formação profissional dos sujeitos. Para saber mais ver: Cardoso: 2011; Santos: 2011; Pinto: 2011; Oliveira: 2011; Borges: 2006; Periotto: 2008; Bispo: 2011; Mignot, Gondra: 2007. 9 Conforme anúncio localizado no jornal New-York Tribune, algumas aulas de treinamento (training class), da escola de formação de John Kraus e Maria Kraus-Boetlé ocorreram no “The Ariston”, o que suponho ter sido um hotel, situado em Manhattan (New-York Tribune, 26/9/1889: 8).



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Friedrich Wilhelm August Fröebel (1782-1858), natural do antigo principado de SchwarzburgRudolstadt, atual sudoeste alemão, é considerado criador da metodologia do Kindergarten ou Jardim da Infância (Arce, 2002).



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Greive (2005) considera que as dependências e interdependências são causadas pelo que Elias chamou de figuração, “ou seja, uma formação social de dimensões variáveis” (Greive, 2005: 144).



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Parto de Fragoso, Gouvêa (2010) como obra de referência para pensar e ampliar as dimensões das estruturas e formatos de Redes, com colaboração de Scott, Hébrard (2014) 13 Segundo notícia publicada no New-York Daily Tribune, Maria Kraus-Boelte foi aluna de Froebel: “Mrs. Kraus-Boelte was a pupil of Friedrick Froebel, the original kindergartener, and lived with his widow in Hamburg many years” (New-York Daily Tribune, 27/5/1900: 6); e chamada de “Froebel’s ‘spiritual daughter’” (New-York Daily Tribune, 7/9/1907: 10). Já em artigo publicado no New York Times diz que ela foi pupila de Madame Froebel, a segunda esposa do grande educador “She was a pupilo of Mme. Froebel, the second wife of the great educator (...)” (The New York Times, 3/06/1900).



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No original “(...) graduated more than a thousand Young women who have perpetuated her principles of teaching in many parts of the world”. (The New York Times, 3/11/1918). 15 Sobre a abrangência da rede de jardineiras, professoras e intelectuais propiciada pela International Kindergarten Union, ver: Macdonald, Huussen, 2004.



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A historiografia consultada não dá conta de dados pormenores como, por exemplo, o tempo que Blow permanece como aluna de Kraus-Boelte; se ela conheceu Fröebel ou apenas o Jardim de Infância em funcionamento.



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(Imprensa

Evangélica, 6/9/1884, n. 17: 133-134).

Outro ponto de conexão das personagens relaciona-se com a dimensão religiosa que elas possuíam. A proposta froebeliana tinha grande enfoque religioso no qual a 17

Disponível para consulta na Biblioteca Nacional. Setor Obras Raras. Localização: V-431, 2, 9, n.2. Assinatura do artigo atribuída a Menezes de Vieira. A notícia, originalmente, não foi escrita para a Imprensa Evangélica. Foi publicado no jornal O Monitor Campista, de circulação na cidade de Campos dos Goytacazes, e recompilada. 18



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XIV ENCUENTRO INTERNACIONAL DE HISTORIA DE LA EDUCACIÓN. Anais do XIV Encuentro Internacional de historia de la educación. Historia, narrativa y memoria de la educación: magisterio, reformas t conflictos. Aguascalientes: Universidad Autónoma de Aguascalientes, México. 2016. [Mídia digital]. moral operada na formação das crianças estava presente. Há indícios que as três mulheres eram membros da Igreja Presbiteriana e que esta denominação teve um importante papel na divulgação e estabelecimento dos Kindergartens, tanto nos Estados Unidos como no Brasil. Embora a historiografia aponte que Maria Guilhermina tenha sido presbiteriana por conversão19, particularmente afirmo haver dúvida sobre essa questão. Em pesquisa nos livros de registros de batismos e filiações da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, entre os anos de 1870 e 1910, não consegui localizar qualquer indício ou referência que ela fora desta comunidade religiosa. Contudo, a ausência do seu nome nos livros da congregação não impede entendermos e visualizarmos sua circulação neste grupo. É, inclusive mais um elemento que possibilita pensar o estabelecimento das redes de sociabilidade. Estas não como totalmente hegemônicas, mas que preveem e permite a existência de fraturas e divergências. É consenso na mesma historiografia que a vinculação da professora com os presbiterianos que sua viagem e permanência na nação do norte ocorreu (Chamon, 2005). Susan Blow, por sua vez, era pertencente a uma família presbiteriana desde berço. Seu pai foi o responsável pela fundação da igreja em Saint Louis (Shepley, 2011). E Kraus-Boelte estava articulada com líderes religiosos protestantes ao discutir o Kindergarten, a difusão dessa modalidade educativa nos Estados Unidos, que esteve intimamente relacionada com a ação religiosa20. A modo de conclusão O artigo busca lançar mão da abordagem teórica-metodológica das Redes de Sociabilidade que possibilitem perceber o papel ativo desempenhado por mulheres na conformação de um modelo de educação de crianças menores de sete anos que floresceu na segunda metade do século XIX. Ao estabelecer trajetórias e pontos de contatos entre o percurso das personagens mulheres selecionadas tive como intenção 19

Conversão é um termo atribuído aos adultos que optam pelo credo protestante, mas que originalmente comungava de outra denominação religiosa. Ver: Chamon, 2005. 20 Dentre os nomes levantados está o do Reverendo Richard Heber Newton (1840-1914), da Igreja Episcopal de Nova York (New-York Tribune, 27/5/1900: 6); do “Dr. Hill”, pastor da Igreja de Plymouth (New-York Tribune, 18/4/1900: 1). Outros podem ser localizados, porém tempo maior para a pesquisa é necessário. Tais nomes sugerem contato e não necessariamente a existência de relações de proximidade entre os sujeitos. Optei por inseri-los aqui ao considerar a existência de uma rede de sociabilidade de cunho político em torno do assunto do Kindergarten e que também envolvia ações sociais religiosa, como pode ser perceptível no livro The free Kindergarten in church work, publicado pelo Rev. Newton, em 1881. A vinculação existente entre Kindergarten e ação religiosa também é discutida por Chamon (2005, 2008).



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XIV ENCUENTRO INTERNACIONAL DE HISTORIA DE LA EDUCACIÓN. Anais do XIV Encuentro Internacional de historia de la educación. Historia, narrativa y memoria de la educación: magisterio, reformas t conflictos. Aguascalientes: Universidad Autónoma de Aguascalientes, México. 2016. [Mídia digital]. esboçar uma rede de contatos profissionais e de formação docente, estabelecidas em torno de Jardim de Infância. Tal rede, entendida como de sociabilidade, aproximou mulheres, do Brasil e Estados Unidos, ao que pode ser pensando como um projeto educativo transamericano. Embora ainda não seja possível estabelecer as redes de sociabilidade que Maria Guilhermina criou ou se inseriu quando esteve em Nova York, os nomes das duas professoras atuantes nos Estados Unidos, e suas inserções brevemente esmiuçadas, nos permite perceber locais, pessoas e contextos que a brasileira vivenciou e se inseriu quando esteve por lá. Maria Kraus-Boelte, Susan Blow e Maria Guilhermina estiveram, de alguma maneira e por algum tempo, conectadas. Conexões que permitiram, cada qual no seu contexto e interesses específicos, atuarem na complexa trama da configuração social, via redes, multidimensionais e interdependentes. Agentes conectadas e histórias entrelaçadas em uma rede, ainda embaraçada, que aos poucos o bordado vai se apresentando.

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