MÚSICA DE DUAS DIMENSÕES: CORRESPONDÊNCIAS ENTRE OS UNIVERSOS INSTRUMENTAL E ELETROACÚSTICO

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MÚSICA DE DUAS DIMENSÕES CORRESPONDÊNCIAS ENTRE OS UNIVERSOS INSTRUMENTAL E ELETROACÚSTICO HELEN GALLO DIAS

MÚSICA DE DUAS DIMENSÕES

HELEN GALLO DIAS

MÚSICA DE DUAS DIMENSÕES

CORRESPONDÊNCIAS ENTRE OS UNIVERSOS INSTRUMENTAL E ELETROACÚSTICO

© 2014 Editora Unesp Cultura Acadêmica Praça da Sé, 108 01001-900 – São Paulo – SP Tel.: (0xx11) 3242-7171 Fax: (0xx11) 3242-7172 www.editoraunesp.com.br www.livrariaunesp.com.br [email protected]

CIP – BRASIL. Catalogação na publicação Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ D53m Dias, Helen Gallo Música de duas dimensões [recurso eletrônico]: correspondências entre os universos instrumental e eletroacústico / Helen Gallo Dias. – 1. ed. – São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014. Recurso digital Formato: ePub Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions Modo de acesso: World Wide Web ISBN 978-85-7983-592-6 (recurso eletrônico) 1. Música eletrônica. 2. Música e tecnologia 3. Arte e tecnologia. 4. Cultura e tecnologia. 3. Livros eletrônicos. I. Título. 14-18430

CDD: 786 CDU: 781

Este livro é publicado pelo Programa de Publicações Digitais da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp)

Editora afiliada:

Para Eric, meu grande companheiro e incentivador

AGRADECIMENTOS

Este livro originou-se de minha dissertação de mestrado e tese de doutorado, desenvolvidas sob a orientação de Flo Menezes no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e realizadas com bolsa auxílio da Capes. Percorri um longo caminho, que resultou nesta publicação, mas que não conseguiria trilhar sem o auxílio de tantas pessoas durante a jornada. Em primeiro lugar, agradeço ao Flo, ator fundamental nesse processo, e não apenas por ter sido o orientador das minhas pesquisas. Sou muita grata a ele por sua generosidade, por compartilhar comigo todo o seu vastíssimo conhecimento e por termos, ao longo de todos esses anos, construído uma amizade pela qual tenho enorme apreço. Agradeço também à minha família, pelo suporte e incentivo perenes, e em especial ao meu irmão Djair Dias Filho, que muito me auxiliou com suas revisões textuais, sobretudo nas traduções dos textos do inglês e do francês para o nosso vernáculo. Sou grata também ao meu grande amigo Leonardo Martinelli, que muito me ajudou, em particular na fase de preparação e revisão deste livro. Obrigada por ter sido tão compreensivo ao longo desse processo.

Por fim, o meu agradecimento àqueles cujo apoio foi essencial para esta publicação se tornar realidade: à Boosey & Hawkes Inc., na pessoa de Elias Blumm; às Edições Flopan, de Flo Menezes; à Schott Musik GmbH & Co. KG, representada por Dagmar Schütz-Meisel; e à Stockhausen-Stiftung für Musik, especialmente a Kathinka Pasveer, pelas autorizações para reprodução gratuita dos excertos de partituras apresentadas neste livro. Agradeço também ao querido “monsieur” Lucas Marín, que editou alguns dos exemplos musicais da segunda parte deste livro.

SUMÁRIO

Prefácio 11 Parte 1 1 A música eletroacústica mista: intersecção primeira dos universos instrumental e eletroacústico 15 2 Questões atuais relacionadas à música eletroacústica mista 27 3 A esfera compositiva na música eletroacústica mista 41 4 As esferas da interpretação e da escuta na música mista 69 Parte 2 5 A influência do pensamento eletroacústico na música puramente instrumental 89 6 As obras para piano de Ligeti a partir de 1976: conexões com o seu passado compositivo 109 7 Aspectos advindos da experiência eletrônica de Ligeti que se evidenciam em sua obra para piano 119 8 Os estilemas da obra pianística de Ligeti a partir do pensamento eletroacústico 163

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9 Considerações finais: as correlações entre o virtuosismo e o universo eletroacústico na obra pianística de Ligeti 189 Referências 193 Índice remissivo 201 Sobre a autora 207

PREFÁCIO

Musica su due dimensioni, obra para flauta, piano e sons eletrônicos composta em 1952 por Bruno Maderna, inaugura o gênero eletroacústico misto. O seu título evidencia de modo magistral as naturezas tão diversas dos universos instrumental e eletroacústico. Como observa Maderna, embora a música instrumental e a eletroacústica constituam de fato duas dimensões claramente distintas, a partir da segunda metade do século XX ocorreram abundantes tentativas de união entre ambas. No universo da música instrumental propriamente dita, tal intersecção pode ser observada a partir de dois aspectos. O primeiro é a influência do universo eletroacústico sobre a própria concepção compositiva destinada a um instrumento musical, com a ampliação do seu universo idiomático, por meio de características advindas do gênero eletroacústico. O outro reside na própria música eletroacústica mista, na qual os universos instrumental e eletroacústico complementam-se, mas nunca fundem-se totalmente, tornando-se um a extensão do outro. Neste livro, concentraremos nossa atenção nesses dois aspectos. Na primeira parte, abordamos a relação entre música eletroacústica e instrumental no contexto da música mista e os problemas que emergem dessa união. Embora muito rica do ponto de vista tím-

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brico, a música mista é um campo de intensas discussões, conhecidas como “querela dos tempos”. Defende-se o uso exclusivo dos sons em tempo real, em detrimento dos sons em tempo diferido, alegando-se que estes últimos impõem limitações interpretativas aos instrumentistas. Analisamos os meandros desse embate, o que é imprescindível para conhecer o gênero eletroacústico misto, a partir do viés da composição, interpretação e escuta. Na segunda parte, o leitor poderá conhecer o modo como particularidades da música eletroacústica integraram-se à composição instrumental, mais especificamente, à obra pianística do compositor húngaro György Ligeti, a partir da segunda metade da década de 1970. Apesar de ter sido breve o período em que teve contato com a música eletrônica no Estúdio de Música Eletrônica de Colônia, entre 1957 e 1958, Ligeti afirmou ter encontrado nesse universo por ele recém-descoberto as possibilidades de libertar seu pensamento compositivo da tradição clássico-romântica a que estava restrito em seu país e com a qual desejava romper. Assim, o compositor inseriu elementos do pensamento eletroacústico na sua obra para piano e, a partir disso, construiu novos estilemas no universo pianístico propriamente dito. Usualmente empregado na esfera literária, o termo “estilema”, neste livro, será usado em referência a um procedimento escritural típico do autor, às marcas distintivas do seu estilo. Desse modo, o leitor poderá apreender a florescência dessa relação entre música eletroacústica e instrumental e todas as imbricações que isso envolve. Em um segundo momento, a partir de comentários analíticos sobre a obra pianística de Ligeti, poderá compreender de que forma o pensamento eletroacústico influenciou a concepção compositiva puramente instrumental. A autora

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