NANOARTE: A POÉTICA DO INVISÍVEL

July 26, 2017 | Autor: Renata Homem | Categoria: ARTE E TECNOLOGIA, Consciência, Espiritualidade, Nanoarte
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NANOARTE: A POÉTICA DO INVISÍVEL Renata Homem [email protected] http://lattes.cnpq.br/2262082455435967

PORQUE PENSAR QUE SABEMOS MAIS? (...) Nessa historicidade primordial, o pensamento alegre e improvisador da ciência aprenderá a ponderar sobre as coisas e sobre si mesmo, voltará a ser filosofia... Merleau-Ponty, 2004

Stephen W. Hawking, consagrado físico contemporâneo com pesquisas situadas na mesma esfera de Isaac Newton e Albert Einstein, inicia seu livro “Uma breve história no tempo” (1988), contando-nos uma pequena história. Em uma importante conferência de astronomia, uma senhora teria levantado e dito ao palestrante ao final de sua explanação, que o mundo estaria na verdade apoiado nas costas de uma tartaruga gigante. Quando o palestrante retrucou à senhora, ela disse então que por mais esperto que ele fosse, a verdade era que em toda a extensão abaixo dessa tartaruga, haveriam muitas outras tartarugas do mar. Hawking nos questiona a partir disso, por que pensar que sabemos mais? Ele nos pergunta sobre como o universo surge e para onde vai, e se existe um começo, o que haveria antes. E diz que “Algum dia, talvez, essas respostas possam ser tão obvias para nós quanto o fato de a Terra girar em torno do Sol; ou tão ridículas quanto a imagem da torre de tartarugas. Apenas o tempo, seja lá o que for, poderá dizer.” (HAWKING, p.15, 1988) Assim como na parábola da tartaruga, outras inúmeras questões foram tratadas como absurdas até que pudéssemos entendê-las, comprovando-as por meio de cálculos matemáticos ou experimentos científicos rigorosos. E como lembra esse importante físico: “desde os primórdios da civilização, o homem não se satisfaz com observar os eventos isolados e sem explicação; necessita de uma compreensão da ordem subjacente do mundo. Ainda hoje ansiamos por saber por que estamos aqui e de onde viemos”. (HAWKING, p.26, 1988)

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SOBRE A NANOARTE (...) a estética, aqui, não é pensada como uma área da filosofia abaixo da ética ou da epistemologia, mas antes, como uma área que, em interface com aquelas, não somente produz conhecimento e traz à luz novas formas de perceber e entender o mundo em que vivemos, como, também, traz à tona questões que dizem respeito aos parâmetros éticos da contemporaneidade. Os trabalhos de vida artificial, arte transgênica, bem como de nanoarte são as produções mais evidentes neste sentido. Priscila Arantes, 2005

Por se tratar de uma categoria muito recente da arte, ainda não temos uma definição exata de seu termo, contudo, podemos inferir que a nanoarte é: toda forma de arte vinculada à nanotecnologia que trabalha tanto com a tecnologia em si, quanto com os conceitos advindos dos fenômenos quânticos.1 A nanotecnologia, por sua vez, é um conjunto de práticas de pesquisa de áreas físicas, químicas, biológicas, médicas e computacionais. De forma simplificada, representa a capacidade humana de se manipular a matéria em escala nanométrica. Nano (n), do grego nánnos, significa “excessiva pequenez” ou “anão”. Um nanômetro (nm) é a bilionésima parte de um metro e é escrito em notação científica como 1x10-9. Para compreender essa escala, temos que: “um átomo mede cerca de dois décimos de um nanômetro e o diâmetro de um fio de cabelo humano mede cerca de 30.000 nanômetros” (CHAVES, 2002). Expressões como “futuro brilhante” ou “tecnologia revolucionária” têm sido usadas para designar essa tecnologia, que, ao unir diversas áreas do conhecimento acabou por se tornar uma ciência: a nanociência. O marco inicial da nanotecnologia é considerado por muitos como a palestra “Há muito espaço lá em baixo” (1959), proferida por Richard Feynman (Prêmio Nobel de Física1965). O termo usado para denominar a ciência sugerida por Feynman, surgiu apenas em 1974, em Tóquio, com pesquisador Norio Taniguchi. A nanotecnologia se popularizou apenas nos anos 90 a partir das explicações de Eric Drexler sobre a previsão dos nanorrobôs (nanoestruturas inseridas no interior do corpo humano) e da surpreendente manipulação atômica realizada 1

Definição da autora. A bibliografia disponível sobre nanoarte é quase que exclusivamente em inglês e se encontra principalmente na internet, onde há uma multiplicidade de definições e

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por cientistas da IBM, que conseguiram mover e posicionar 35 átomos de xenônio, um a um, sobre uma superfície de níquel, compondo a marca da empresa.

Engenharia na escala atômica. IBM, 1990. In CHAVES, 2002.

Os microscópios ópticos utilizados para visualizar as microestruturas não serviriam mais à nanotecnologia devido a sua limitação do comprimento de onda da luz visível. Para se chegar à escala nano, são usados os Microscópios de Varredura por Sonda (SPM). Este se divide em vários tipos, como, por exemplo, o AFM (Microscópio de Força Atômica) e o STM (Microscópio de Varredura por Tunelamento). O STM foi o primeiro aparelho capaz de produzir imagens reais de superfícies com resolução atômica. Esta invenção rendeu aos seus criadores, Gerd Binning e Heinrich Roher, da IBM, o Prêmio Nobel de Física, em 1981. (DUARTE, 2009) O funcionamento do STM consiste em “varrer” ou “tatear” uma superfície por meio de uma agulha cuja ponta é do tamanho de um átomo. Durante a varredura, os elétrons realizam o movimento quântico conhecido como tunelamento. A corrente de tunelamento é transmitida ao software, que gera a imagem visível, extremamente ampliada. (CHAVES, 2002) Hoje, bilhões de dólares são investidos para a pesquisa e o desenvolvimento de produtos em nanotecnologia em todo o mundo. Já se encontram no mercado vários produtos de uso cotidiano como roupas, artigos esportistas, cosméticos, alimentos e remédios. Porém, a nanotecnologia engloba inúmeras áreas, entre elas, as de maior importância são: a eletrônica, a optoeletrônica, conceitos. A única publicação impressa em português que fala especificamente sobre a nanoarte é o catálogo da exposição “Nano: poética de um mundo novo” (MAB-FAAP).

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as tecnologias da informação, de segurança, de conservação do ambiente, a indústria alimentar e têxtil, e em especial, a medicina. (FIGUEIREDO, 2006) Assim como as chamadas mídias úmidas (sistemas secos da informática com os úmidos da biologia), a nanoarte caminha junto às novas descobertas e teorias. A partir disso, as mudanças de paradigmas e os questionamentos éticos gerados pelo avanço técnico e científico, fornecem ainda mais substratos para a arte. Mas é preciso saber diferenciar os conceitos e enfoques da produção atual em nanoarte, pois, muitas vezes, ao caráter ilustrativo da nanotecnologia atribui-se o status de arte. Estudiosos da nanotecnologia, impressionados com a beleza das imagens produzidas a partir do microscópio de varredura e dos processos físicos e químicos, passaram a divulgar esses resultados, inicialmente científicos, como uma forma de arte. A produção das imagens dos materiais em escala nano tornou-se então um fenômeno nos últimos anos e, diversas exposições virtuais começaram a surgir unindo artistas e não artistas. Contudo, muitos artistas lidam conceitualmente com a nanoarte, oferecendo metáforas e questionamentos condizentes com a evolução da arte tecnológica. Trata-se de uma corrente que busca entender as questões da consciência humana partindo do mínimo para o máximo. Victoria Vesna (EUA) é a artista que mais se destaca nessa linha, desenvolvendo obras e projetos educacionais de nanoarte há algum tempo. Outros trabalhos consolidados em nanoarte são dos artistas: Christa Sommerer (Áustria), Laurent Mignonneau (França) e Sachiko Kodama (Japão). A artista e física, Sachiko Kodama, começou a trabalhar no ano 2000 em um projeto de arte chamado Protrude, Flow, que utilizava o material nanotecnológico conhecido como ferrofluido. A obra fazia com que os sons e as vozes dos espectadores se transformassem em movimentos e formas, alterando o padrão tridimencional do ferrofluido, tornando visível o fenômeno físico e magnético desse material.2 A obra Protrude, Flow foi exibida em diversos festivais de arte e mídia e recebeu os prêmios: 5th Media Arts Festival e 16th Digital Content Grand Prix em 2001 e o Japan Information-Culture Society Art Award, em 2002. 2

Informação disponível em: e

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Em 2002, os artistas Christa Sommerer e Laurent Mignonneau apresentaram, no Sprengelmuseum (Alemanha), a obra Nano-Scape. Tratava-se de uma escultura interativa, que também lidava com o invisível: ”(...) Enquanto mídia e ciência tentam capturar imagens das menores partículas para entender suas propriedades, Nano-Scape tenta fazer este nano-mundo intuitivamente acessível através do toque” (SOMMERER, 2002).3 Victoria Vesna apresentou em 2003, nos Estados Unidos, a exposição Nano: a Media Arts & Science Exhibition4 tornando a nanociência visível, tangível e experimental para os visitantes. Desde então, a artista midiática vem trabalhando em parceria com o nanocientista James Gimzewski em inúmeros projetos. Em 2008, Vesna e Gimzewski vieram ao Brasil para a exposição “Nano: poética de um mundo novo”, no MAB-FAAP, em São Paulo. Segundo a curadora da exposição, a artista e pesquisadora Anna Barros, o trabalho dos dois trazem instalações que “abordam, de maneira experimental, o impacto da nanociência na cultura e na consciência” (BARROS, 2008). Sobre a sua relação com o universo nano, Victoria Vesna diz que: Minha inspiração vem da beleza em ver como a natureza funciona de baixo para cima e como a complexidade evolui. Fico excitada com o fato de como a ciência na escala nano tem o potencial de nos aproximar e cooperar com a natureza na construção e na transformação do mundo. Em última análise, nós somos os mais surpreendentes nano-seres, todos nós começamos como uma semente e, em seguida, nos tornamos seres complexos relacionados com tudo e todos ao nosso redor. Meu objetivo é trazer essa realização e a mudança da percepção de nossos corpos e de que nós somos capazes de possibilitar uma grande mudança de paradigmas. (VESNA, 2006) 5

Em 2006, o projeto ARTNANO, da rede de comunicações NISE (Nanoescale Informal Science Educaton), convidou vários artistas e cientistas a participar de instalações e residências que explorassem diferentes abordagens para visualizar a escala nanométrica. Estes trabalhos identificavam novas técnicas, abordagens e desafios da investigação da escala nano. Ao documentar esses projetos, a intenção de Jennifer Frazier, diretor do projeto, era a de que eles pudessem influenciar e inspirar o trabalho de outras pessoas 3

Tradução livre da autora. Disponível em: Acesso em: maio de 2010. 4 Informação disponível em: LACMALab - Los Angeles County Museum of Art: Acesso em: maio de 2010. 5 Tradução livre da autora. Disponível em: Acesso em: maio de 2010.

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que enfrentam o desafio de retratar essa paisagem remota. 6 Há ainda a chamada nanomedicine art, que também se relaciona com a nanoarte, porém utilizando conceitos específicos da medicina. O Foresight Institute (EUA), fundado em 1986 com o intuito de divulgar a nanotecnologia, vem promovendo concursos e prêmios de arte nanomédica, como o Visions of Science Award (2002). Seus participantes são dezenas de pessoas de diferentes áreas que de alguma maneira trabalham com a medicina em escala nano, sob um olhar artístico. Em sua galeria de arte virtual7, a artista que mais se destaca é Natasha Vita-More (EUA), fundadora do “Movimento Transumanista” (1983) e autora do “Manifesto da Arte Extrópica” (1997). O transumanismo é uma corrente filosófica e artística, que, entre outras coisas, incentiva o uso da biotecnologia, da neurotecnologia e da nanotecnologia, para entender e melhorar a condição humana.

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Vemos que mesmo em um ambiente composto por artistas, a nanoarte possui diferentes enfoques. Os propósitos da arte nanotecnológica de viés transumanista, são bem diferentes daqueles que produzem a nanoarte sob o olhar anímico, pela busca da consciência e dos mistérios da vida – sugeridos por Roy Ascott e Victoria Vesna, como veremos a seguir. CONSCIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE NA NANOARTE O mistério do universo nano está em ser invisível a nossos olhos, demandando uma interpretação imaginativa que necessita do auxílio da arte. (...) para adentrar e compreender essa escala, necessitamos de metáforas poéticas que nos levem a perceber comportamentos só existentes na física quântica. Anna Barros, 2008

A poética do invisível parte do pressuposto de que a escala nano jamais será obtida pela luz visível. Victoria Vesna e James Gimzewski explicam que o microscópio de tunelamento representa uma mudança de paradigma na ciência ao trabalhar com o sentido tátil, ao invés da visão. Como vimos, o STM consiste em sentir tatilmente uma superfície, enquanto o microscópio óptico 6

Os convidados eram: Eric Heller, Stephanie Maxwell, Santiago Ortiz, Ruth Jarman, Joseph Gerhardt, Scott Snibbe e Victoria Vesna. Informação disponível em: 7 Informações disponíveis em: 8 Segundo a Wikipédia. Verbete: “Transumanismo”.

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ainda trabalha com a luz. Neste sentido, percebemos como somos enganados quando acreditamos ver uma cor, que, em última instância, não existiria sem a interferência das ondas de luz. A partir disso, estabelece-se uma relação entre nanociencia e arte: Ambas, a nanotecnologia e as artes midiáticas, por suas próprias naturezas, têm um terreno comum na abordagem das questões de manipulação, particularmente a percepção sensorial, questionando nossa reação e mudando a maneira como pensamos. Elas são complementares, e as perguntas que são levantadas começam a vazar para problemas fundamentais, nos limites da psicologia, da antropologia, da biologia, etc. É como se as portas da percepção tivessem sido subitamente abertas, e a imperfeição do microscópio ao representar formas e objetos reais nos obrigasse a questionar valores da nossa realidade (ociedentais). (VESNA; GIMZEWSKI, 2008)

Esses “valores da nossa realidade” indicam certo conflito epistemológico que a nanoarte poderia ajudar a resolver. Hegel, em “Fenomenologia do Espírito” (2008, p.27), ao defender que a filosofia deva ter o mesmo status da ciência, afirma que a necessidade “interior” é idêntica a necessidade “exterior”. Ou seja, o “interior”, que representa o pensamento, ou o espírito, é tão importante quanto o “exterior”, que são as questões pré-estabelecidas pela ciência. Ele diz que o “absoluto” que o espírito atinge, não deve necessariamente ser conceitualizado, mas sim, “sentido” e “intuído”, para que possa mover a expressão intelectual e efetiva. A nanoarte pode nos fazer “sentir” e “intuir” aquilo que ainda não foi comprovado buscando um paralelo com a ciência. É nessa esfera que se encontram as idéias de espírito e consciência, presentes na arte desde os primórdios do homem, que agora, por meio dos avanços da nanociência, podem ser melhor compreendidos. Roy Ascott, em seu artigo “A arte do espírito” (2007), avalia que a falta de espiritualidade pode acentuar o excesso de materialismo de nossa época. E considera que a o nanocampo inserido na arte é capaz de fazer emergir valores místicos que sustentam questões intuitivas e poéticas. A partir das reflexões geradas pela poética nano, o Ascott reafirma a idéia de Hawking, quando diz que: “Em nosso novo entendimento do mundo e de nós mesmos, o que nós vimos de uma maneira clássica como coerente, agora é visto como uma ilusão” (ASCOTT, 2007)

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Ascott ainda sugere que a união estética entre consciência e tecnologia, presentes na arte das mídias úmidas, pode oferecer à nossa consciência o papel simultâneo de sujeito e de objeto da arte. Ele diz que técnica (techne) e consciência (noetikos) se unem formando o que ele chama de “tecnoética”, que existiria desde as culturas ancestrais fazendo da arte um exercício espiritual. Ao falar do nanocampo na arte, ele observa que: À medida que a nanociência se aprofunda na matéria movendo, montando e coordenando átomos e moléculas, a fronteira entre o orgânico e o tecnológico ficará cada vez mais tênue. (...) O nanocampo transita entre matéria pura e consciência pura, no sentido de que transita entre a densidade material de nosso mundo cotidiano e os espaços misteriosos da imaterialidade subatômica. O significado do nanocampo como interface entre dois níveis de realidade deve ser enfatizado. (ASCOTT, 2007)

O fato é que a própria consciência humana, agora é vista pela ciência sob um novo ponto de vista. Se a consciência existe por meio da atividade das redes neurais do nosso cérebro, seria lógico inferir que a consciência de um indivíduo parasse de funcionar quando a fisiologia cerebral fosse interrompida pela morte. Contudo, a teoria da continuidade da consciência, desafia a essa lógica. Trata-se de uma constatação feita por médicos que estudaram pacientes que sofreram paradas cardíacas. Após o momento da morte clínica (enquanto o cérebro não possuía oxigenação) os pacientes puderam relatar memórias e lembranças, o que demonstrava a existência de uma consciência independente da atividade fisiológica. Segundo o que o neurocirurgião Raul Marino Jr. (“A religião do cérebro”, 2005), nos explica sobre essa teoria, podemos comparar a nossa consciência ao funcionamento dos campos eletromagnéticos dos aparelhos sem fio, como celulares ou computadores. Nós apenas nos damos conta dos campos que atravessam nossos corpos a todo o momento, quando os detectamos sob a forma de imagem ou som. Quando essas causas invisíveis se tornam observáveis pelos nossos sentidos sua percepção atinge nossa consciência. E assim como a imagem, o som ou a internet não estão dentro das máquinas, a nossa consciência poderia não estar dentro do cérebro, pois quando desligamos os aparelhos, a recepção cessa, mas a transmissão continua nos campos eletromagnéticos. E apesar de a ciência não comprovar que a vida humana continue existindo após a morte, ela já nos permite supor, por meio de suas incessantes

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descobertas, que a morte represente apenas a passagem de um estado de consciência para outro. É nesse sentido que a consciência passa a ser entendida como um atributo espiritual. Para Kandisnsky, a única forma de revolucionar a arte e mudar nossas profundas concepções de mundo, se daria por meio da negação do materialismo puro.

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Kandisnky (1996, p.274) diz que: “Na arte o espírito é a

fonte, a matéria (forma) é a expressão”. A partir desse raciocínio, infere-se que toda arte contém algo do espírito de quem a cria. E como vimos, o significado de espírito que a que esse texto se refere, é o de uma consciência que independe da matéria para existir. Conclui-se que o papel da nanoarte pode ser o de aproximar homem, ciência, e espírito, encurtando o caminho do autoconhecimento e da sua visão de mundo. Além disso, ao divulgar poeticamente as descobertas da ciência, a nanoarte pode oferecer a todos a oportunidade de participar das mudanças de paradigmas as quais a humanidade passa.

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CHAVES, Alaor. Nanociência e Nanotecnologia. Com Ciência – Revista Eletrônica de Jornalismo Científico. SBPC/Labjor. 2002. Disponível em: Acesso em: 20-02-10. 9

É preciso deixar claro apenas, que quando Kandisnsky se referia a discussão do espiritual versus material, esta girava em torno das diferenças entre a arte figurativa e concreta presentes em sua época. As correntes artísticas carregavam consigo valores culturais e políticos, por isso, a mudança na arte, acarretaria em mudanças sociais e éticas. A arte concreta, ou abstrata, possibilitaria um contato profundo com a natureza do ser humano, por meio da espiritualidade e da intuição. Enquanto a arte figurativa, ou naturalista, representava um materialismo cético, ateu, positivista.

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In BARROS, Anna (Org.). Nano: poética de um mundo novo. Arte, ciência e tecnologia. São Paulo: FAAP, 2008. SOBRE A AUTORA Renata Homem é licenciada em Artes Plásticas pela UnB. Após escrever sobre o tema “primitivo na arte” em sua monografia de final de curso, continuou buscando a poética da essência humana em diversas linguagens, até chegar à arte tecnológica, linha de pesquisa na qual desenvolve seu mestrado na UnB. Nesta linha, estuda a nanoarte e produz obras que utilizam o material nanotecnológico conhecido com o ferrofluido ou fluido magnético.

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