\"Não me aja por Erasmo\" - Intercâmbios culturais na figura de D. Francisco Coutinho e nas controvérsias da Contra-Reforma no Estado da Índia (1561-1564) - Seminário Permanente de Estudos sobre Intercâmbios Culturais e Globalização, Fevereiro 2017, FCSH-UNL.

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"Não me aja por Erasmo" – Intercâmbios culturais na figura de D. Francisco Coutinho e nas controvérsias da Contra-Reforma no Estado da Índia (1561-1564)
Nuno Vila-Santa (CHAM-FCSH-UNL/UAÇ)

Bolsa de Pós-Doutoramento da Linha Temática A Europa do Renascimento, os Velhos e os Novos Mundos
Fracasso da política de D. Francisco Coutinho
1562: Coutinho não aplica ordem régia e prende o capitão de Goa acusado de realizar conversões forçadas;

1562: Quebra da aliança com o arcebispo e resistência à aplicação dos baptismos em massa com a sua presença;

Março de 1563: Ordem do cardeal regente D. Henrique para se reunirem com todas as autoridades eclesiásticas e discutirem as políticas a seguir relativamente à expulsão dos brâmanes e aos baptismos;

Novembro de 1563: D. Francisco cede à política exigida pela Coroa mas impõe que sejam autoridades judiciais e não as eclesiásticas a divulgar em Goa a renovada expulsão dos brâmanes e os baptismos;

Importância destes acontecimentos na política seguinte ordenada pela Coroa de destruição sistemática dos pagodes de Goa com o vice-rei D. Antão de Noronha (1564-1568);
Fracasso da política de D. Francisco Coutinho
Similitudes e diferenças com a resistência anterior protagonizada pelo governador Francisco Barreto;

Contemporização: D. Francisco Coutinho cede à política exigida, restaurando os baptismos em massa e sendo também o primeiro vice-rei da Índia a participar oficialmente no primeiro auto-de-fé da Inquisição de Goa (1562);

Motivações da resistência de Coutinho: Maior estatuto político e social que Barreto e convicção pessoal da necessidade de uma política de baptismos "sinceros" e não de baptismos em massa;

Ligação do posicionamento de D. Francisco ao seu mecenato cultural a Garcia de Orta e Luís de Camões;

Difícil afirmação política e militar de Coutinho enquanto vice-rei e necessidade de melhorar a sua imagem na base do seu mecenato;
O mecenas de Orta e Camões
Interesses culturais de D. Francisco herdados do pai D. João Coutinho;

Dedicatória de Duarte Nunes de Leão no Repertorio dos cinquo livros das ordenações com addições das lejs extravagantes (1560);

- Aproximação de Camões, ainda não consagrado, a D. Francisco com troca de sonetos nos quais prometia cantar os seus feitos e dos Coutinhos;

Aceitação de Coutinho de patrocinar Camões e suas motivações político-culturais;

Proximidade de Camões a Garcia de Orta;

Pedido de Camões em ode a Coutinho para patrocinar os Colóquios das Drogas e dos Simples da Índia;
Conclusão
"Não me aja por Erasmo" – Metáfora da política falhada de D. Francisco Coutinho;

Riscos de comparação ao humanista de Roterdão ultrapassados pelo seu elevado estatuto social;

Linha contra-reformista mais suave de D. Francisco próxima da defendida por Franciscanos e Dominicanos na Índia;

Único vice-rei da Índia a opor-se por motivos culturais à implementação de uma linha contra-reformista mais dura;

Insucesso contemporâneo do mecenato a Orta e Camões na melhoria da sua imagem na Índia e na construção da sua memória histórica;

Possibilidade de querer ter ficado para a História retratado como "o último vice-rei renascentista em tempos da Contra-Reforma";
Derrota político-cultural do arcebispo D. Gaspar
Papel dos jesuítas António de Quadros, Belchior Nunes Barreto e Francisco Rodrigues na denúncia a Lisboa e Roma do "esfriamento da Cristandade" causado pela atitude de D. Gaspar;

1562: D. Catarina escreve ao arcebispo relembrando que fora ordenado a D. Constantino a expulsão dos brâmanes, tal como D. João III já ordenara; Missiva a D. Francisco Coutinho e à Câmara de Goa de igual teor;

1563: Intervenção do Papa e Trento junto do cardeal regente D. Henrique para que escrevesse ao arcebispo e a D. Francisco;

Recusa de Roma e Lisboa da crise de liderança do provincial jesuíta António de Quadros;

1562: D. Gaspar reúne todas as autoridades eclesiásticas, confessa-se enganado na sua política anterior e autoriza baptismos em massa;

- Implicações da derrota de D. Gaspar na sua resignação de 1567, na escrita do Desengano dos Perdidos em 1573 e no enfraquecimento da aplicação de Trento na Índia;

O mecenas de Orta e Camões
Garcia de Orta e a protecção dos governadores e vice-reis da Índia desde a década de 1540;

1563: D. Francisco autoriza a publicação dos Colóquios de Orta atendendo ao teor da obra de Orta e seu percurso anterior mas também porque com ela saiu uma Ode de Camões na qual Coutinho era comparado aos Gregos na sabedoria e aos Romanos na guerra;

Singularidade de ser uma das poucas obras não eclesiásticas a serem publicadas na Índia;

Problemática das origens judaicas de Orta, do papel de D. Gaspar nos primeiros anos da Inquisição de Goa e da posterior condenação da irmã de Orta pela Inquisição no apoio decisivo e no tempo certo de D. Francisco a Orta;

Patrocínio de Coutinho a Camões e Orta como afirmação de resistência cultural à derrota que sofreu na polémica dos baptismos em massa e da expulsão dos brâmanes;
D. Gaspar de Leão Pereira e a polémica dos baptismos em massa
Prática institucional dos baptismos em massa, após polémica inicial, consensualizada com o governador Francisco Barreto (1555-1558);

1558-1560: Ordens da regente D. Catarina ao vice-rei D. Constantino de afastamento dos brâmanes dos cargos e sua expulsão de Goa; incentivos vários à conversão;

1560: Nomeação de D. Gaspar como primeiro arcebispo com poderes reforçados e chegada da Inquisição a Goa;

Ligação de D. Gaspar à espiritualidade do círculo de D. Henrique, aos Franciscanos e ao ascetismo de Frei Luís de Granada;

Cedência do "vice-rei missionário" aos jesuítas na sua política de criação de uma "ilha cristã" em Goa;

Choque entre as conversões "sinceras" de D. Gaspar e os baptismos em massa preconizados pelos jesuítas (1560-1561);
Introdução
D. Francisco Coutinho, 3º conde de Redondo (1517?-1564) enquanto uma das figuras destacadas da nobreza portuguesa do seu tempo.

Importância historiográfica de compreender a "oposição" de Coutinho à implementação de uma dinâmica "globalizante" contra-reformista mais dura no momento da chegada do primeiro arcebispo, da instauração da Inquisição a Goa e da sucessão vice-rei D. Constantino de Bragança (1558-1561).

Qual a importância das polémicas do seu tempo na implementação de Trento no Estado da Índia durante o reinado de D. Sebastião?

Qual o contexto político-cultural em que Coutinho escreveu a D. Sebastião que não pretendia ser confundido com Erasmo?

Como enquadrar esta afirmação com o seu mecenato cultural a Garcia de Orta e Luís de Camões?
O vice-rei e a aliança inicial com o arcebispo
Proximidade de D. Francisco Coutinho aos jesuítas através do seu confessor, o padre Francisco de Pina;

Dezembro de 1561: Coutinho revoga a expulsão dos brâmanes de Goa, com apoio de D. Gaspar, pelos receios de despovoamento da cidade;

Defesa por ambos de uma política de catequização prévia ao baptismo e não de baptismos em massa solenes com a presença obrigatória do arcebispo, vice-rei e fidalguia;

Problemática dos cristãos foragidos para território islâmico e da impossibilidade de controlar esse fluxo crescente na base da afirmação de D. Francisco ao rei "não me aja por Erasmo";

Aliança com o arcebispo: Proximidade de D. Francisco e de D. Gaspar aos Franciscanos; Defesa por Coutinho da posição político-religiosa de D. Gaspar junto de D. Sebastião;


Contexto da nomeação vice-real e governo da Índia (1561-1564)
Sem experiência prévia da Ásia;

Sucessão a D. Constantino de Bragança com sangue real no contexto da intenção de alguns oficiais portugueses de autonomizarem o Estado da Índia;

Papel do seu cargo de justiça na "resposta política" de D. Catarina às intervenções de D. Constantino em favor de D. Teodósio e recepção fria ao vice-rei cessante (1561);

Poderes reforçados na área da justiça e missão de reestruturação da administração e fazenda do Estado da Índia;

Sucessos político-militares limitados (status quo de paz com o Império Otomano e situação de Damão) perante fracassos acumulados (Etiópia, Malabar, Ceilão, Achém e China);

Morte súbita e misteriosa em Goa (1564);

Papel da sua governação no caminho da crise político-militar de 1565-75;

Breve introdução à figura de D. Francisco Coutinho
Primogénito de D. João Coutinho, 2º conde de Redondo e capitão de Arzila (1514-1525; 1529-1538), e de D. Isabel Henriques;

Primeiras experiências bélicas em Arzila (1530) e problemática do abandono de Arzila durante a sua capitania (1546-1549);

D. João III e as compensações à Casa de Redondo pela perda de Arzila na génese da carreira cortesã de D. Francisco Coutinho (1550-1560);

Ligação familiar aos Mascarenhas, à Casa de Aveiro e as tentativas de recuperação do património da Casa de Marialva;

Regedor da Casa da Suplicação e a polémica do casamento de D. Teodósio com D. Brites de Lencastre (1559);

Indigitação para vice-rei da Índia (1560-1561);
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