Nas aprendizagens das Letras, (outros) saberes gêneros e sexualidades - por uma pedagogia/linguística queer

June 14, 2017 | Autor: I. Santos Filho | Categoria: Queer Theory, Teoría Queer, Queer Linguistics, Linguística Queer
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CONFERÊNCIA – XXVI FALE

NAS APRENDIZAGENS DAS LETRAS, (OUTROS) SABERES SOBRE GÊNEROS E SEXUALIDADES – POR UMA PEDAGOGIA/LINGUÍSTICA QUEER Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho Letras-UFAL/Campus do Sertão; GELASAL Resumo: Num curso de graduação em Letras é comum (ainda) que o projeto educativo não contemple estudos acerca de questões identitárias de gênero e de sexualidade, não dialogando, portanto, com o atual contexto de superdiversidade identitária, negligenciando uma formação que possibilite lidar com a diferença, afastando-se, do mesmo modo, de documentos oficiais que prezam pela educação em direitos humanos, a exemplo das “Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos”. Dessa maneira, preocupado com esse contexto, nefasto à formação educacional e à vida em sociedade, encontrei em via alternativa a possibilidade de promover tal educação, a partir da prática de leitura acadêmica em redes de enunciação, postura leitora em que cada enunciação é um elo de uma cadeia discursiva, sendo as enunciações posicionamentos sobre seus objetos de discurso, sentido no qual as práticas de leitura nas aulas se dão a partir do agenciamento de diversos textos, incluindo aqueles que estabelecem com os acadêmicos fios é nós, permitindo construir saberes, em perspectiva de descolonização. Por essa compreensão, enunciações públicas são tomadas como espaços de tessituras de saberes, e chegam às aulas de Linguística Aplicada e Morfologia, participando das costuras de conhecimentos de cada área do saber mencionada. Assim, i) um filme comercial que “vende” um desodorante a partir da construção de um “homem homem”, ii) um post que informa sobre rapazes paulistas, denominados de “os menines”, iii) um cartaz que divulga a lista docente de um curso, tratando-os por “professorxs” e iv) um filme comercial que aborda diversos formatos de mãe, incluindo a “mãemãe”, “dois colos de mãe numa só família”, por exemplo, são necessários e vitais em aulas em que estudamos sobre conceitos e processos de formação de palavras e sua dimensão discursiva. Na mesma direção, são agenciados para aulas de Linguística Aplicada i) uma capa de revista que informa e publiciza resumos de novela, estampando na manchete de capa o amor entre homens, ii) outdoors que objetivam homenagear as mulheres, mas que apenas realizam um apagamento dessas, a partir de referenciação e interpelação que as veem apenas de modo singular, e iii) uma atividade em livro didático de língua portuguesa em que os gêneros linguísticos são diretamente relacionados aos gêneros sociais masculino e feminino, postulando que existe um mundo linguístico masculino e um mundo linguístico feminino que não podem se embaralhar, textos que necessitam se fazer presentes em aulas em que pensamos a língua como performance, visando analisar as práticas discursivas em suas implicações sociais, fundamentando, então, a pesquisa em linguística aplicada. Nessa proposta, (outros) saberes sobre gêneros e sexualidades são construídos em perspectiva indisciplinar e transversal, em dimensão sociodiscursiva, no mesmo momento em que as aprendizagens específicas das letras são garantidas, em consonância, portanto, com os falantes de língua portuguesa e suas vidas. Este estudo muito mais do que um relato é a tematização de uma prática pedagógica (em linguística) queer. Palavras-chave: Aprendizagens nas Letras; Redes de Enunciação; Gêneros e Sexualidades; Descolonização; Pedagogia/Linguística Queer

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