NATAÇÃO E O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO PARA CRIANÇAS

June 21, 2017 | Autor: J. Santos | Categoria: Educação Física, Educação, Crianças, Natação, Alfabetização
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ARTIGO NATAÇÃO E O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO PARA CRIANÇAS Danielle Lopes Pereira* Fernanda Barroso Beltrão** Nilza Magalhães Macário*** José Henrique dos Santos**** Maria de Nazaré Dias Portal*****

RESUMO Este estudo teve como objetivo analisar de que forma a prática da natação pode ser utilizada como coadjuvante no processo de alfabetização em crianças de 5 e 6 anos de idade. O grupo pesquisado foi composto por 120 alunos, de ambos os sexos, da Escola Municipal Clóvis Beviláqua, zona norte do Rio de Janeiro, sendo as aulas de natação realizadas na Vila Olímpica Carlos Castilho, no bairro de Ramos. Os alunos foram divididos em dois grupos: 60 alunos realizaram aulas de natação específica e os outros 60 continuaram com o programa normal nas aulas de natação durante a pesquisa. Foram avaliados os seguintes pré-requisitos para elaboração das aulas: a coordenação motora fina e global, o conhecimento das letras e da escrita, dos números e das contas primárias, da noção de conjunto e de cores, além da influência na socialização entre os alunos, valências fundamentais para essa faixa etária em idade escolar. As aulas foram realizadas duas vezes por semana, por 50 minutos, durante 10 semanas. Foi aplicado um pré-teste antes do início das aulas, para avaliação do nível de conhecimento, e reaplicado com o mesmo conteúdo após a aplicação das aulas específicas, podendo-se observar melhora no rendimento e na realização do teste no grupo de 60 alunos que realizaram as aulas específicas de natação. Já o grupo de 60 alunos que não participaram destas aulas apresentou dificuldade em realizar Recebido para publicação em 16/03/2006 e aprovado em 21/06/2007. *Universidade Castelo Branco – UCB/ RJ - Laboratório Pedagógico da Motricidade Humana. **Universidade Castelo Branco – UCB/ RJ. ***Universidade Castelo Branco – Laboratório Pedagógico da Motricidade Humana - UCB/RJ. ****Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ. *****Universidade Castelo Branco – UCB/ RJ - Secretaria Executiva de Esporte e Lazer / Bolsista do Governo do Estado do Pará - Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (LABIMH – UCB/ RJ).

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as questões propostas no teste. Pode-se observar que as atividades específicas aplicadas nas aulas de natação facilitaram que o grupo de 60 alunos, participante destas, obtivessem resultado melhor que o grupo que não participou das aulas, concluindo-se, assim, que tais atividades foram importantes por complementarem o conteúdo utilizado em sala de aula. Palavras-chave: coordenação motora, natação, alfabetização, ensino, lúdico.

INTRODUÇÃO De algumas décadas até os dias de hoje, houve evolução do interesse do brasileiro pela natação, a qual pode ser utilizada com finalidades como: lazer, profissional, terapêutica e desportiva. Segundo Walkie (1982), a adaptação do homem a um novo meio põe em jogo o seu potencial e o faz enfrentar os seus limites mais severos, nas áreas afetivas e de confiança em sua própria ação. A natação infantil é o primeiro e mais eficaz instrumento de aplicação da Educação Física no ser humano, assim como excelente elemento para iniciar a criança na aprendizagem. Similarmente, é possível afirmar – no que diz respeito, por exemplo, ao desenvolvimento psicomotor – sua decisiva participação na construção do esquema corporal e seu papel integrador no processo de maturação, como assinalam Franco (1985) e Damasceno (1992-c). Os recursos que a natação oferece enquanto atividade física objetivam, nesta pesquisa, principalmente a prática para o desenvolvimento motor e cognitivo do aluno, e não especificamente o aprendizado das técnicas da natação. Dessa forma, procura-se criar um paralelo entre a natação e o trabalho desenvolvido pelas outras matérias que fazem parte do currículo escolar. Segundo a nova LDB 9394/96, que é totalmente voltada para a liberdade acadêmica, a escola tem a opção de escolher os caminhos dentro dos princípios educacionais básicos inseridos na Constituição Federal: a liberdade de ensinar e a liberdade de aprender. Segundo o PCN, no eixo dos esportes, jogos, lutas e variações de ginásticas, o professor deve transmitir informações históricas sobre

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as origens e características de cada uma dessas práticas e a importância de valorizar a prática pedagógica dos docentes, que deve ter como preocupação a implementação dos temas transversais com base nos PCNs. Especificamente, na área de conhecimento relativo à educação física, é necessário que haja diversificação das atividades que permitam ao aluno maior vocabulário de informações sobre os temas propostos. A natação começou, timidamente, a ser introduzida em instituições educacionais, públicas e privadas, como parte integrante do processo educativo. Referindo-se à aprendizagem, Delors (2003) afirma “que a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens assim especificadas: aprender a conhecer, aprender a jogar, aprender a viver e a aprender a ser”. A aprendizagem da natação apresenta forma de processo de aquisição que leva a modificações comportamentais. O desenvolvimento da personalidade da criança, compreendendo as mudanças ocorridas no organismo durante o processo de crescimento e desenvolvimento (comportamento motor, percepção, construção da inteligência, afetividade, aprendizagem), tem merecido ultimamente uma atenção cada vez maior por parte dos investigadores, como assinala Cirigliano (1981). Para Damasceno (1992), na água a integração sensorial tem de ser aprendida, o que vai obviamente pressupor que tal integração se processe no cérebro do bebê ou da criança nadadora, uma vez que ele é o órgão diretor de toda a atividade que ocorre no corpo e na mente. Cabe ressaltar que essa integração é estruturada em termos neuronais e proporciona uma carta cognitiva, a qual está associada a um repertório psicossociomotor. Equilibrar, voltar, virar, baixar, levantar, saltar, correr, apoiar, agarrar, apanhar, prender etc. na água implica uma expansão e uma ampliação do repertório psicomotor da criança nadadora. A aprendizagem da natação, em bebês ou crianças, não pode orientar-se como uma simples iniciação desportiva. Ela deve-se basear científica e pedagogicamente no desenvolvimento psicomotor de um ser evolutivo, único e unitário, em que os fatores emocionais, motores e cognitivos devem ser respeitados criteriosamente, pois só assim “tal aprendizagem pode contribuir para uma maturação holística da sua totalidade dinâmica” (DAMASCENO, 1992).

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Dessa forma, o fim que persegue um método de natação não deve ser unicamente que o aluno chegue a converter-se em um bom nadador. Como salienta Navarro (1978), “o aluno deve também receber um número de experiências que, através das suas vivências, lhe enriqueçam e contribuam à sua melhor educação integral”. O tempo de infância, como alerta Perrotti (1990), é o tempo do lúdico no qual a atividade determina o tempo, e não o tempo determina a atividade. Assim, a educação física organizada como a “hora de...”, assim como as disciplinas escolares, não tem sentido para as crianças que pensam, agem e sentem em sua totalidade. As divergências em torno do jogo educativo estão relacionadas à presença concomitante de duas funções: a Função Lúdica e a Função Educativa, em que o equilíbrio entre elas é o objetivo do jogo educativo. Entretanto, o desequilíbrio provoca duas situações: não há mais ensino, há apenas jogo, quando a função lúdica predomina; ou o contrário: quando a função educativa eliminar todo hedonismo, resta apenas o ensino. Segundo Liselott Diem (1986), “para que a criança possa testar sua capacidade criadora, ela precisa dispor de um conjunto de habilidades motoras, que são adquiridas em passos sistemáticos da aprendizagem”. A educação infantil e, mais concretamente, as instituições a ela ligadas oferecem condições excelentes em face da amplitude dos efeitos que pode ter e da direção que pode imprimir no processo educativo. Os anos da educação infantil e primária têm sido caracterizados como o período em que se adquirem e afinam novas habilidades. No âmbito específico da motricidade infantil, sabe-se bem que os anos críticos para a aprendizagem das habilidades motoras se situam entre os 3 e os 9 anos de idade (PANGRAZI; MASSONEY, 1981). De acordo com o psicólogo Vygotsky (1987), “é na brincadeira que a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário”. Concordamos com Wallon (1968), segundo o qual a atividade do jogo é o principal canal de relação da criança com o mundo. Ela reproduz aquilo que consegue captar do mundo em sua volta através da imitação. É por meio de imitações das ações dos outros que ela toma consciência de suas ações corporais com o mundo concreto. Farthmann (1986) afirma que brincadeira e esporte são elementos relevantes da pedagogia do jardim da infância e têm como

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objetivo transmitir à criança confiança em si mesma, compreensão do seu meio ambiente e disposição à comunicação. Na área pedagógica, e também no esporte, entendemos a aprendizagem como uma atividade especial, que é direcionada para a aquisição e aperfeiçoamento de conhecimento e saber. Aprender é um processo básico do homem, sendo entendido por isso como uma nova aquisição ou a continuidade de desenvolvimento de formas de comportamento e trabalho (MEINEL,1987). Essa natação a que se faz alusão deve proporcionar o interrelacionamento entre o prazer e a técnica, por meio de procedimentos pedagógicos criativos, principalmente na forma de jogos, que facultem comportamentos inteligentes de interação entre o indivíduo e o meio líquido, visando o seu desenvolvimento. É necessário e urgente sugerir um conceito mais amplo sobre as atividades aquáticas, a partir, por exemplo, das relações de reciprocidade e pertinência entre a natação e a psicomotricidade. Poucos são os professores de educação física que utilizam a natação e os recursos que ela oferece enquanto atividade física, objetivando a prática para o desenvolvimento motor e cognitivo do aluno, valorizando, assim, menos o aprendizado das técnicas da natação e proporcionando maior ênfase aos benefícios que suas propriedades podem oferecer. Este trabalho não pretende que as atividades propostas substituam as aulas convencionais, mas que sirvam de recurso para facilitar o aprendizado, tornando mais eficaz o resultado final obtido pelo aluno dentro do ambiente escolar.

OBJETIVO Investigar se as atividades lúdicas, desenvolvidas nas aulas de natação, de forma orientada, podem contribuir para o desenvolvimento da escrita e da capacidade de raciocínio de crianças, visando a facilitação do trabalho de alfabetização de crianças entre 5 e 6 anos de idade.

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MÉTODOS A amostra foi selecionada de forma intencional e constituída de 120 infantes dos sexos masculino e feminino, voluntários (COSTA NETO, 2002), na faixa etária 5 e 6 anos, de mesmo nível socioeconômico, matriculados na Escola Municipal Clóvis Beviláqua. Os escolares, alvo de nossa pesquisa, residem no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, sendo as aulas de natação realizadas na Vila Olímpica Carlos Castilho, no mesmo bairro; são crianças de nível social mais baixo e que apresentam grande dificuldade nas turmas de alfabetização. A presente pesquisa é de cunho descritivo, de acordo com a proposta de Thomas e Nelson (2002), em que os métodos de pesquisa descritiva são baseados em estudos de status, amplamente utilizados em educação, os quais procuram obter informações acerca de condições existentes, com respeito a variáveis ou condições, numa determinada amostra. O presente estudo atende às normas para a realização de pesquisas com seres humanos, conforme a orientação do Conselho Nacional de Saúde, respeitando-se as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo seres humanos, vigentes a partir de 10 de outubro de 1996, Resolução nº251, e aprovadas no Comitê de Ética em Pesquisa da UCB/ RJ. Os dois grupos experimentais realizaram as aulas de natação durante 10 semanas, duas vezes por semana, com a duração de 50 minutos por sessão de aula, totalizando 20 aulas de intervenção. Os alunos foram divididos em dois grupos de 60: um grupo, denominado de A1, foi formado pelos alunos que realizaram as aulas específicas de natação; e o grupo A2, pelos que não realizaram as aulas específicas de natação. As aulas de natação foram realizadas através de atividades lúdicas que abordavam temas ou conteúdos que fizeram parte do planejamento utilizado dentro da sala de aula, objetivando, assim, atender aos princípios de interdisciplinaridade. Elaborou-se um programa de aprendizado em que as valências básicas da natação – como deslize, respiração e deslocamento com pernada – e outras habilidades fossem desenvolvidas, uma vez que a amostra era composta de crianças iniciantes.

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Os materiais usados foram bolas coloridas, letras e números de cores primárias e figuras ilustrativas que afundavam e flutuavam, bastões pesados, bambolês e qualquer outro tipo de material que pudesse estimular na criança um aprendizado sadio e prazeroso, proporcionando a realização de movimentos que suprissem as necessidades básicas dos alunos durante uma aula de natação. Para avaliar o nível do conteúdo cognitivo específico da criança em fase de alfabetização, foi criado um Protocolo de Avaliação do Conhecimento Cognitivo, validado por duas pedagogas, o qual apresentava sete questões referentes ao conhecimento das letras, das cores primárias, da formação de palavras simples, noções de conjunto e a realização de operações matemáticas (soma e subtração), bem como da coordenação motora fina; os critérios específicos foram classificados da seguinte forma: C.M.F. – coordenação motora fina; D.F. – dificuldade de atenção; E.Q. – entendimento do enunciado das questões; e S.A. – realização do teste sem auxílio do professor. O protocolo foi aplicado em dois momentos: no início da intervenção e ao final desta. A pontuação para obtenção dos resultados foi determinada e diretamente relacionada ao grau de dificuldade das questões, variando a pontuação de 1,0, 1,5 e 2,0, totalizando ao final 10,0 pontos em relação à parte cognitiva do aluno; algumas questões para a parte motora foram avaliadas, observando o grau de dificuldade em relação aos traços na escrita, a atenção do aluno e também o entendimento dos enunciados das questões, pontuando como certo ou errado, possibilitando a comparação ao final da pesquisa.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Após a aplicação do Protocolo de Avaliação Cognitiva em relação às variáveis psicossensoriomotoras (coordenação das ações de motricidade global e as de motricidade fina), verificamos os seguintes resultados quando comparados os dois grupos:

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Comparativo de rendimento final entre os grupos A1 e A2, em relação ao número de acertos 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

grupo A1-fizeram as aulas específicas grupo A2-não fizeram as aulas específicas

1ªq. 2ªq. 3ªq. 4ªq. 5ªq. 6ªq. 7ªq.

O gráfico anterior corresponde à comparação dos resultados finais em acertos obtidos entre os 60 alunos do grupo A1 (fizeram as aulas específicas) e os 60 alunos do grupo A2 (não fizeram as aulas específicas), comparando os resultados finais de cada grupo. Podemos observar que os alunos do grupo A2 obtiveram rendimento inferior ao apresentado pelos do grupo A1; ambos realizaram o teste final em iguais condições, tendo como única diferença a participação ou não nas aulas específicas de natação durante a educação física escolar no período em que foi realizada a pesquisa. Observou-se que nas questões 2 e 3, que abordam o conhecimento das letras e figuras, bem como a formação de palavras, os alunos do grupo A1 apresentaram rendimento bem superior em relação ao grupo A2, confirmando assim a importância das aulas específicas para a melhora do rendimento final dos alunos. Comparativo de rendimento entre os resultados iniciais e finais do grupo A1 e finais do grupo A2 80 70

pré-teste A1-que fizeram as aulas específicas pós-teste A1-que fizeram as aulas específicas

60 50 40 30 20

pós-teste A2-não fizeram as aulas específicas

10 0 C.M.F.

D.F.

E.Q.

S.A.

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O gráfico anterior faz uma comparação das aplicações do préteste, do pós-teste (grupo A1) e do pós-teste (grupo A2), em que foram avaliadas as dificuldades e o aproveitamento apresentados pelos alunos nos seguintes critérios específicos citados na metodologia. Podemos observar uma diferença no que se refere ao aproveitamento final dos alunos do grupo A1, em relação aos do grupo A2, percebendo melhora significativa nos itens avaliados nesta pesquisa, fazendo-nos, assim, acreditar nos benefícios diretos da aplicação das aulas específicas durante a natação na educação física escolar. Pode-se observar diferença no tocante ao aproveitamento final dos alunos do grupo A1, em relação aos do grupo A2, percebendo-se melhora significativa nos itens avaliados nesta pesquisa; isso nos faz acreditar nos benefícios diretos da aplicação das aulas específicas durante a natação na educação física escolar.

CONCLUSÃO O objetivo deste estudo foi mostrar que através de exercícios específicos aplicados durante a educação física escolar pode-se obter resultado positivo, unindo-se as disciplinas e buscando aplicar os conhecimentos de forma lúdica e prazerosa, proporcionando ao aluno aprendizado saudável e completo, tornando mais eficaz o objetivo final do aprendizado infantil. Deve-se lembrar sempre que o primordial para o resultado final foi a integração da Pedagogia e da Educação Física, que fizeram parte da estrutura curricular da escola utilizada nesta pesquisa. A valorização da interdisciplinaridade foi fundamental na obtenção dos resultados e pautada na nova LDB, propondo, assim, atividades centradas nas necessidades dos alunos desta determinada escola, valorizando o conteúdo programático aplicado. Não podemos esquecer que esse resultado aplica-se exclusivamente aos alunos da escola usada nesta pesquisa, sendo recomendável uma elaboração de atividades específicas para utilização da metodologia apresentada nesta pesquisa em outras escolas. Cabe ressaltar que os alunos que não fizeram as aulas específicas continuaram tendo aulas regulares de natação, pois esta

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constava no programa acadêmico. Talvez se possa pressupor que, se tivesse havido um grupo de controle que não fosse submetido a nenhuma aula de natação, a diferença em relação ao aproveitamento final fosse mais acentuada. ABSTRACT SWIMMING AND THE PROCESS OF LEARNING TO READ AND WRITE FOR CHILDREN This study had as objective to analyze how the practice of swimming can be used as a help in the process of learning to read and write for children of 5 and 6 years old. The searched group was composed for 120 pupils, of both genders, on the Municipal School Clóvis Beviláqua, north zone of Rio de Janeiro, being the swimming lessons carried through in Vila Olímpica Carlos Castilho, in the quarter of Branches. The pupils had been divided in two groups: 60 pupils had carried through lessons of specific swimming and the others 60 had continued with the normal program in the swimming lessons during the research. The elaboration prerequisite of the lessons had been evaluated as follows: the fine and global motor coordination, the knowledge of the letters and the writing, the numbers and the primary accounts, the notion of set and colors, beyond the influence in the socialization between the basic pupils, valences for this age band in pertaining to school age. The lessons had been carried through two times per week, for 50 minutes, during 10 weeks. A daily pay-test before the beginning of the lessons was applied for the pupils, to evaluate the knowledge level, and reapplied with the same content after the application of the specific lessons, being possible to observe an improvement in the test accomplishment in the group of 60 pupils who had carried through the specific lessons of swimming. Already the group of 60 pupils who had not participated of these lessons presented difficulty in carrying through the proposals questions in the test. It can be observed that the specific applied activities in swimming lessons had facilitated the group of 60 pupils, participant of these, to got better results than the group that did not participate of the lessons, concluding, thus, that such activities had been important for complementing the content used in classroom. Keywods: motor coordination, swimming, learning to read and write, education, playful.

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Danielle Lopes Pereira Rua Dr. Furquin nº35 – Centro Duque de Caxias – Rio de Janeiro CEP:25.030-170

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