Natália Correia e o Feminino Reencontrado

July 4, 2017 | Autor: Vânia Duarte | Categoria: Feminism, Natália Correia
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Natália Correia e o feminino reencontrado A presente comunicação não tem a pretensão de analisar numa perspetiva teóricoliterária a obra de Natália Correia. Tem sim, como objetivo, pensar as estratégias de conceptualização do feminino utilizadas por esta autora, numa dinâmica feminista, e explorar novas hipóteses de análise do percurso individual e coletivo das mulheres portuguesas. A nível exemplificativo selecionei um corpus de análise restrito: o livro de poemas O Dilúvio e a Pomba (1976) e o romance As Núpcias (1992). Apesar de analisar, sucintamente, uma parte específica e reduzida do legado literário de Natália Correia, não poderei evitar referir algumas circunstâncias de âmbito não literário, pois considero que todas as dimensões são uma extensão da escritora e proporcionam uma melhor compreensão das evoluções e ruturas de um percurso, a meu ver, não-linear. Numa primeira parte irei rever alguns aspetos pessoais do percurso biográfico de Natália Correia, que entendo de particular relevância na história dos feminismos em Portugal e, posteriormente, introduzirei as obras supracitadas de modo a complementar e também justificar algumas das posições tomadas. Na nossa memória coletiva permanece, ainda, a imagem de uma mulher eloquente, mordaz e desafiadora do poder vigente, masculino. As ações judiciais que lhe foram interpostas1, pela PIDE/DGS, por altura da publicação da Antologia de Poesia Erótica e Satírica (1966) e de Novas Cartas Portuguesas (1972), contribuíram para a formação dessa imagem, não coincidente com a imagem de mulher portuguesa, mãe exemplar e esposa dedicada, que os governos salazarista e marcelista ensaiaram construir. Para além destas ações judiciais, com visível impacto público, outras obras, como A Pécora (1967) ou O Encoberto (1969), foram impedidas de circular devido à censura, o que permite atestar uma reiterada atitude de contestação ao regime, por parte da autora. O ambiente de tertúlia vivido no bar O Botequim também contribuiu para a manutenção dessa imagem, pelo facto de Natália Correia ter sido não só uma voz ativa e crítica, observadora dos acontecimentos, mas também a confidente de muitas das figuras políticas que por lá passaram. Considerar este espaço como um espaço de resistência não

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Ângela Almeida, Retrato de Natália Correia, Lisboa, Círculo de Leitores, 1994, p. 96.

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me parece desadequado, embora seja necessário ressalvar que as formas de resistência aqui aludidas, em particular, no feminino, não se coadunavam com as convencionais. Um outro detalhe que me parece revelador de uma atitude pouco tradicional e subversiva é a sua deslocação à Guiné-Bissau, a convite de Paradela de Abreu, com o intuito de se encontrar com António de Spínola e trazer o manuscrito de Portugal e o Futuro, a fim de ser publicado pela Editora Arcádia, da qual era diretora. Os exemplos a que me referi anteriormente remetem-nos para uma época anterior à Revolução dos Cravos, pelo que esta atitude combativa pode ser entendida como uma reação natural face a um regime opressivo. Porém, esta postura manter-se-á mesmo após o derrube da ditadura, como podemos verificar, a título exemplificativo, nos célebres discursos no Parlamento, em particular o dirigido a João Morgado, do CDS, por altura do debate sobre a despenalização do aborto2. Portanto, considerar Natália Correia como vetor importante na história dos feminismos em Portugal não me parece desajustado, apesar de a própria não se identificar com o termo “feminista”, criticar abertamente os feminismos3 e advogar uma posição “matrista” ou “femininista”4. Para melhor entendermos esta posição é necessário fazer uma breve referência ao conceito “feminismo” e estabelecer um paralelo com a realidade portuguesa e a de outros países. Este termo surgiu, como nos diz Anne Cova5, associado ao socialista utópico Charles Fourrier, por volta de 1830, devido ao seu apoio à causa feminista. Porém, a sua utilização é anterior pois podemos encontrar o termo na obra L’Hommefemme (1872), de Alexandre Dumas-filho. Enquanto, inicialmente, se utilizava como adjetivo, no singular, para designar uma característica do sexo feminino, a forma plural do substantivo é, nos finais do século XX e início do século XXI, utilizada para incluir as várias correntes feministas, ou seja, visa refletir uma dimensão plural, geograficamente

Filipa Dias Mendes, “Truca-truca volta ao parlamento”, Público, 8 de março de 2013 (versão eletrónica consultada a 15 de novembro de 2014) em http://www.publico.pt/politica/noticia/trucatruca-volta-aoparlamento-1587126. 3 Natália Correia, Breve história da mulher e outros escritos, Lisboa, Parceria A. M. Pereira, 2003, p.119. 4 Fernando Dacosta, “A natalidade de Natália”, Natália Correia, 10 anos depois…, Porto, FLUP, 2004, p. 14 (versão eletrónica consultada a 28 de abril de 2015) em http://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/7039/3/nobracompletanatalia000119637.pdf. 5 Anne Cova, “Feminismo o que é? – Uma abordagem histórica”, comunicação apresentada no seminário organizado pela UMAR, Lisboa, Auditório do Montepio Geral, dezembro de 1998. 2

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diversificada, da problemática das mulheres. Rosi Braidotti 6 define “feminismo” como “uma forma de teoria crítica” e Conceição Nogueira7 como um movimento social. Contrapondo este enquadramento teórico com a realidade portuguesa, gostaria de salientar os seguintes aspetos: em Portugal, durante os primeiros vinte anos do século XX, as mulheres portuguesas, como Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar, em 1911, reivindicaram o direito ao voto e exercício dos direitos das mulheres a todos os níveis, realizando-se, por essa altura, dois congressos feministas. Após a instituição de um novo regime político, que veio a ser liderado por António de Oliveira Salazar, dá-se uma nova organização de espaços de mulheres, o que condicionou o desenvolvimento dos feminismos em Portugal e se traduziu na perda da memória histórica feminista portuguesa. Como agravante, e devido à política isolacionista imposta a todo o país, durante o Estado Novo, os movimentos internacionais feministas tiveram reduzido eco. Em Portugal, as opiniões sobre a existência de movimentos feministas dividemse. A meu ver considero que toda e qualquer coletividade de mulheres, de pequena ou grande dimensão, é politizada, mesmo que instrumentalizada, como foi o caso de algumas organizações afetas ao Estado Novo como a Mocidade Portuguesa ou a OMEN. Portanto, a sua existência implica a manutenção de uma dinâmica feminista, com impacto social e com consciência crítica face ao papel das mulheres numa determinada realidade. É neste contexto que me parece importante a ação de Natália Correia. Embora não tenha sido, obviamente, caso isolado é, para este efeito específico, o meu objeto de estudo. Dada a sua situação central, não periférica, na vida cultural e política portuguesa, tinha acesso privilegiado a obras estrangeiras como, por exemplo, a peça Huis-Clos, de JeanPaul Sartre, peça proibida pela censura que foi, segundo Cristina Marinho 8, traduzida e encenada em casa de Natália Correia, à porta fechada. Esta condição permitia-lhe ter acesso a informação pouco divulgada sobre os avanços, por exemplo, dos feminismos em França, em particular da écriture féminine, ou seja, das possibilidades de uma mulher se escrever no feminino, ensaiando abolir o falogocentrismo.

Rosi Braidotti, “Teorias dos estudos feministas: algumas experiências contemporâneas na Europa”, in Ana Crespo et al. (org.), Variações sobre Sexo e Género, Lisboa, Livros Horizonte, 2008. 7 Conceição Nogueira, Um novo olhar sobre as relações sociais de género. Feminismo e perspetivas críticas na psicologia social. Braga, FCG/FCT, 2001. 8 Cristina Marinho, “Jean-Paul Sartre à porta fechada: uma tradução e representação de Huis-Clos, em Portugal”, Natália Correia, 10 anos depois…, Porto, FLUP, 2004, p. 69 (versão eletrónica consultada a 28 de abril de 2015) em http://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/7039/3/nobracompletanatalia000119637.pdf. 6

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Consequentemente, a informação que dispunha teve eco nas suas próprias ações, influenciando, direta ou indiretamente, as ações de outras mulheres. Tal pode ser verificado na entrevista que Maria Teresa Horta deu à revista LER, em 2013. Referindose à publicação de Novas Cartas Portuguesas afirma:

A Natália Correia estava há pouco tempo na Estúdios Cor, onde substituiu o Saramago. Ela tinha perdido um processo e a pena tinha ficado suspensa, por causa da Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica [1966]. A Natália teve uma grande importância na minha vida pelo que me ensinou de coragem, determinação e coerência. Não é o medo que pode interferir na coerência das pessoas e naquilo que se deve fazer. […] Se não fosse a Natália não tínhamos publicado.9

Para além do mais, Natália Correia tentou revitalizar essa memória respeitante à história das mulheres, como podemos verificar pela produção da série Mátria, exibida em 1986, ou ao ler os artigos coligidos em Breve história da mulher e outros escritos. A própria autora, como já referi anteriormente, não se definia como “feminista”, isto porque considerava que as mulheres deveriam retomar a tradição da Grande Mãe restabelecendo, como consequência, a ligação com as forças da natureza. Ao regressar à matéria, à mãe, à natureza, Natália Correia propunha a afirmação do “matrismo” e não do feminismo.10 Este conceito de “matrismo” encerra ainda em si uma outra dimensão, o estrato ginecocrático da história portuguesa que Natália sempre defendeu e que, mais tarde, foi corroborado por Moisés do Espirito Santo. No posfácio da obra Origens orientais da religião popular portuguesa, Natália expõe o seguinte:

A primacialidade do princípio feminino, que se manifesta na dispensabilidade da participação do homem no acto criador, é aliás penetrantemente observada por Moisés Espírito Santo na supressão do princípio masculino que se manifesta no deus morto nos joelhos da Senhora do Pranto ou da Piedade. Este culto perpetua a dramaturgia da morte de Tamuze, o filho/amante de Ishtar pranteado pela deusa. Tal como os antigos mistérios chamados prantos sírios (o ritual pratica-se em Portugal sob a forma de «círios») que eram realizados 9

Maria Teresa Horta, “Eu sou a minha poesia”, LER, nº 129, novembro 2013, p.38. Fernando Correia, Natália Correia, de Alma Aberta, Lisboa, Sete Caminhos, 2006.

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junto dos rios personificados no deus sacrificado ciclicamente por altura das ceifas, os santuários da Senhora do Pranto ou da Piedade erguem-se cá também à beira dos rios.11

Os cultos a Ishtar assírio-babilónica12 ou a Isis egípcia remetem-nos para a supressão do masculino e para a partenogénese, ato criador feminino que não necessita do princípio masculino e que se impõe como a ordem de todas as coisas. Apesar de parecer que este princípio feminino subalterniza, de certa forma, o princípio masculino, não considero ser esta a ideia terminal da obra de Natália Correia. Ao longo do percurso ideológico da autora julgo ter havido uma rutura e uma evolução em termos de conceção do princípio feminino, nem sempre clara. Se, em 1983, numa entrevista ao DN, Natália Correia defendia a “mátria”, por altura da publicação de As Núpcias defendia a “frátria”, como poderemos constatar ao examinar, parcialmente, a obra. O romance As núpcias, publicado em 1992, tem, como epígrafe, a seguinte inscrição: “Consumada que é a Pátria, falta dizer Mátria para que na pele do Tempo os amantes escrevam o nome da Realidade Unificada: FRÁTRIA”13. Como podemos verificar, a última destas três idades implica a união dos dois princípios, o masculino e o feminino, apesar de ser pela mátria que se pode atingir a frátria. Subjacente a esta teoria não é alheio o ideário de Joaquim de Flora relativo à trindade. No âmbito académico é cada vez mais recorrente a identificação entre Natália Correia e o Espírito Santo feminino, pois a dramaturga advogava que o Culto do Espirito Santo, particularmente no arquipélago dos Açores, tinha sido influenciado não só pela teoria de Joaquim de Flora, mas também por um substrato hebraico, cuja influência da Ruah, o sopro divino feminino, era notória. Para a poeta, D. Isabel não teria sido a fundadora do culto mas teria, isso sim, procedido à cristianização do mesmo14. Continuando a leitura do romance, verificamos que este se divide em XVI livros cujos títulos nos remetem para uma tradição “mistérica”. Consequentemente, o processo de interpretação só pode ser feito por iniciados. É ainda notória uma influência herméticoalquímica na obra da autora e este romance, pelo facto de ter sido publicado em 1992, um

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Moisés Espírito Santo, Origens orientais da religião popular portuguesa, Lisboa, Assírio & Alvim, 1988, p. 394. 12 Maria Lamas, Mitologia Geral, vol. I, Lisboa, Estampa,1991, p. 258. 13 Natália Correia, As núpcias, 2ª ed., Lisboa, Casa das Letras, 2006, p.116. 14 Gravação de conferência proferida por Natália Correia nos Açores, em 1991.

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ano antes da sua morte, revela, de forma evidente, este fio condutor que percorre toda a sua obra. Se analisarmos o capítulo inicial, que precede os livros, deparamo-nos com um extrato de Ennoea – Ou Aplicação do Entendimento sobre a Pedra Philosofal de Anselmo Castello Branco, obra considerada o primeiro tratado de alquimia português, publicado em duas partes, em 1732 e 1733, respetivamente. Para além disso, temos ainda a referência à rebis, o andrógino dos alquimistas. O enredo de As núpcias desenrola-se à volta do relacionamento incestuoso dos irmãos Catarina e André, que termina com a morte de ambos. O incesto, particularmente entre irmão, é um topos recorrente na obra de Natália Correia, isto porque a mesma matéria concentra em si o masculino e o feminino, permitindo a ascese a um plano superior. De forma a corroborar esta afirmação, podemos extrair do Livro II das Ensinanças, o seguinte: A divindade bissexuada de que emana a conjunção do homem e mulher em que, à sua imagem e semelhança, o feminino está no masculino e o masculino no feminino. Tal é a criatura originária que mais vivamente remanescendo na consanguinidade do Irmão e da Irmã, neles se faz carne e sangue. Louvado seja o Amor que tecendo o laço que os reúne põe na sua união a força divina que refaz o ente total! Glória a Ísis e a Osíris que em suas santas núpcias restauram essa alvorada do ser. 15

O mito de Ísis e Osíris é uma constante na produção artística de Natália Correia. Segundo Plutarco16, Tífon, após várias emboscadas, conseguiu matar o irmão Osíris, convencendo-o a entrar numa arca que foi imediatamente atirada ao rio. Ísis, desolada, parte em busca do marido/irmão, o que a leva até Byblos. Aí torna-se ama do filho da rainha e, ao tentar torná-lo imortal, é descoberta e acaba por revelar a sua identidade. Posteriormente pede aos reis a coluna, suporte do teto do palácio, que ocultava o féretro de Osíris e regressa a casa. Na viagem de regresso, Ísis abre a arca e une-se a Osíris. Mais tarde, Tífon descobre o caixão e decide cortar o corpo em catorze pedaços. Depois de longa procura, Ísis encontra treze pedaços, com exceção do membro viril.

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Natália Correia, As núpcias, 2ª ed., Lisboa, Casa das Letras, 2006, pp. 19-20. Plutarco, Ísis e Osíris, Lisboa, Fim de Século, 2001, p.21.

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Este mito egípcio é reiteradamente utilizado na obra da escritora, pois consubstancia o seu pensamento: a partenogénese no feminino, não sendo, para isso, necessário o elemento masculino, o que modifica, substancialmente, a conceção do feminino. De forma conclusiva, parece-me plausível afirmar que Natália Correia é herdeira de uma tradição esotérica, tal como é entendida por António de Macedo em O Cristianismo Iniciático17, pois alguns dos seus escritos são reservados a iniciados e a influência de correntes marginais, fortemente influenciadas pelo platonismo, marcam a sua obra. Antes de continuar a análise do livro de poemas anteriormente referido, gostaria de destacar uma outra alusão que a autora faz à natureza feminina, pois considera que esta tem a “chave do segredo do universo”, através da sabedoria. A sabedoria, ou a Sophia, para os gnósticos, coincide com a Shekinah, o aspeto feminino de Deus, ou com o espírito Santo da Trindade que, segundo Natália, seria, por conseguinte, feminino. No livro de poemas O dilúvio e a pomba, também nos deparamos com a referência velada ao amor incestuoso, sobretudo no poema O beijo de Antikonie, ou seja O beijo de Antígona, dedicado por Natália Correia a Dórdio Guimarães, um seu irmão, como nos diz a escritora, mas que posteriormente será seu marido. Ainda neste do poema destaco a referência ao templo, espaço de grande importância, onde os amantes se reencontrarão e que já tinha sido utilizado em As núpcias. Desta obra só referirei mais dois poemas: Romance da Senhora de Dornes e Romance Português meditado em Patmos. O primeiro alude à lenda de Nossa Senhora do Pranto, em Dornes, Ferreira do Zêzere18, lenda esta que é descrita no poema. Após a breve referência à lenda, Natália escreve: “Bem melhor se chamaria/ Ísis Bela quem no Templo/ realeza tem de rosa”. Para além das semelhanças evidentes entre os nomes Ísis e Isabel, também podemos estar perante uma alusão ao sincretismo patente nas tradições populares portuguesas, que agregam formas cristianizadas de cultos pagãos. Uma outra imagem recorrente, no poema, é a da rosa e a da cruz, que nos remete para a simbologia rosacruz.

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António de Macedo, Cristianismo Iniciático, 1ª ed., Lisboa, Ésquilo, 2011, p. 52. Centro de Estudo Ataíde Oliveira, “Nossa Senhora do Pranto, Dornes”, http://www.lendarium.org/narrative/nossa-senhora-do-pranto-dornes/?tag=38 (consultado a 15 de novembro de 2014). 18

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Em Romance Português meditado em Patmos, Natália Correia faz referência ao nascimento imaculado de Jesus e remete-nos para o nascimento de outra criança, do sexo feminino onde subjaz, indubitavelmente, a influência das três idades de Joaquim de Flora: Não vedes que a Procedência Procede em nova prenhez? Por amor dos confirmados Já vai no sétimo mês A gema da Parúsia. Para a parir faltam três Que é a numerologia da Trindade do Sagez.

E não erra a profecia Se for filha desta vez. Vai portanto em redondilha Já que o assunto é português.

O facto de Natália fazer referência e utilizar a redondilha maior, tradicionalmente portuguesa, permite inferir que a idade que se aproxima, no feminino, se relaciona, de alguma forma, com Portugal. Não me vou alongar mais no que concerne a análise das obras, pois julgo já ter demonstrado que o feminino, para Natália Correia, se reveste de novas formas e conceções teóricas, pouco recorrentes a nível nacional. O que destaco é a androginia enquanto estado que pressupõe a abolição de essencialismos e a criação de uma sociedade superior, talvez utópica. Porém, é incontestável o seu interesse para o estudo da história dos feminismos em Portugal, história que necessita de ser perpetuamente escrita e reescrita.

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