NEUROCIÊNCIA, CONSCIÊNCIA E MEDITAÇÃO: PRÁTICA NO COTIDIANO DE UMA ESCOLA PRIVADA DE SALVADOR

June 5, 2017 | Autor: Professora Ana Cruz | Categoria: Cognitive Neuroscience, Psicologia Cognitiva, Psicopedagogia Clinica, Neuroeducação, Neurosciences
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NEUROCIÊNCIA, CONSCIÊNCIA E MEDITAÇÃO: PRÁTICA NO COTIDIANO DE UMA ESCOLA PRIVADA DE SALVADOR Ana Lúcia Oliveira da Cruz

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Ananda – Escola e Centro de Estudos – [email protected]

As diversas pesquisas acerca dos benefícios que os exercícios de meditação e outras atividades de conectividade trazem para o desenvolvimento humano ganham novos contornos e visibilidade após comprovação da Neurociência das mudanças cerebrais e comportamentais de seus praticantes. Na área das Neurociências aplicadas à Educação, cresce em todo o mundo o número de pesquisas que demonstram resultados positivos dentro e fora da sala de aula, como por exemplo, a redução da ansiedade e da violência, assim como mudanças cognitivas em crianças com idade escolar. Tais evidências nos guiam rumo ao acompanhamento, a observação e a análise mais aprofundada de um grupo de estudantes de uma escola privada, na cidade de Salvador, na Bahia, que desenvolve um projeto de aplicação de exercícios de conectividade, Projeto Conectar, desde 1996, dentre eles, exercícios de Reflexão, Concentração, Meditação, Vibração, Percepção, Contemplação e Exaltação, exercícios estes, que possibilitam uma conexão do ser humano com o seu centro, a sua essência, facultando o despertar da Consciência. A presente pesquisa parte do estudo desenvolvido pelo Centro de Neuroeducação – centro de atendimento e estudos avançados, e tem como motivação uma experiência pessoal, de quase 20 anos trabalhando como educadora e pesquisadora na Ananda – Escola e Centro de Estudos, uma escola privada situada no bairro de Itapuã, na cidade de Salvador e, pretende estabelecer relações entre a realização dos exercícios de conectividade, o despertar da Consciência, e as “Prontidões para a Aprendizagem” dos educandos desta Escola, pois, verificamos que, além dos benefícios emocionais e comportamentais, tais exercícios contribuem efetivamente para o desenvolvimento neural e, consequentemente, para a melhoria do rendimento cognitivo. Segundo os estudos da Neuroeducação a dinâmica sistêmica da “Prontidão para a Aprendizagem”, é o resultado da interação funcional entre seis tipos de prontidões, a saber: Prontidão Neural, Sensorial, Motora, Emocional, Cognitiva e Moral, substratos da capacidade de aprender, que, segundo nossos estudos, podem ser facilitadas com a utilização de exercícios de Meditação e de outras práticas de conectividade. As pesquisas desenvolvidas pelo Centro de Neuroeducação têm como objetivos, dentre outros, expandir conhecimentos específicos da área, trazendo subsídios aos educadores na elaboração de estratégias para o trabalho de despertamento, desenvolvimento, moralização e socialização do potencial humano do educando, contribuindo assim para as “Prontidões para a Aprendizagem”. PALAVRAS-CHAVE: Neurociência. Meditação. Consciência.

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Neuroeducadora, Pedagoga, Coordenadora do Centro de Neuroeducação da Ananda – Escola e Centro de Estudos, docente do Instituto de Pesquisas em Neuroeducação de São Paulo, Coordenadora do Centro de Investigações e Estudos Neofilosóficos de Ciências Avançadas e do Núcleo de Geniologia. Consultora Pedagógica na elaboração das Orientações Curriculares e Subsídios Didáticos para a Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Fundamental de Nove Anos da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Docente do Ensino básico e Superior.

INTRODUÇÃO

Há 19 anos, na Bahia, uma família verificando o estado de confusão social local, onde era notório o fato da inversão de valores morais, éticos e estéticos elevados buscou empreender esforços no processo oficial local de educar, e para tanto, investiu em arte, ciência e espiritualidade; tempo em que criou um núcleo de educação específico: a Ananda – Escola e Centro de Estudos, pois para tal família, já é mais do que clara a teoria de que educar o ser humano é buscar tirar o que há de melhor nele. Nesta aventura, a de educar genuinamente, está convicta e certa de que não é possível construir uma nova sociedade se não houver um novo ser humano; de que não pode haver um novo ser humano se não houver uma nova base de humanidade; e que não é possível haver uma nova humanidade se não se investir significativa e concomitantemente em arte, ciência e espiritualidade. Desde então, este “Núcleo de Educação”, que se caracteriza como um núcleo de trabalho que objetiva, pertinentemente, a formação continuada de seus profissionais, bem como a reflexão constante da prática desenvolvida na Escola, para que estes, cônscios de suas funções, cumpram com o seu papel o menos imperfeitamente possível, para que seja, indubitavelmente, alcançada a finalidade da Escola como um todo. Tal "Centro de Estudos" busca, também, capacitar, sensibilizar e/ou atualizar a Escola como um todo, em razão do seu papel perante o homem e a sociedade, em seus aspectos específicos e amplos, contando com as atividades mensais de dez núcleos, a saber, Núcleo de Artes, Núcleo de Alfabetização, Núcleo de Conscienciologia, Núcleo de Criatividade, Núcleo de Geniologia, Núcleo de Inteligenciologia, Núcleo de Língua Portuguesa, Núcleo de Ludologia, Núcleo de Educação Inclusiva e o Núcleo de Psicomotricidade. O maior diferencial desta Escola é a disciplina Iniciação à Consciência, que é uma das atividades que compõe o Programa Conscientizar, este que faz parte da estratégia para o trabalho de despertamento, desenvolvimento, moralização e socialização

do

potencial

humano

do

educando,

pautando

sua

estrutura

teórica/prática em todo conhecimento disponível não só pela ciência, mas também, pela filosofia e religião.

A disciplina objetiva, dentre outros, auxiliar aos pais/educadores no que se refere à construção do caráter dos filhos/educandos na medida em que desperta seus sentimentos e organiza seus pensamentos a fim de que seus atos reflitam o todo dessa construção de forma significativa; além de oferecer uma base sólida para a construção do pensamento do filho/educando segundo a noção de virtude e tudo que equivalha. Dentre as “estratégias para o trabalho de despertamento, desenvolvimento, moralização e socialização do potencial humano do educando”, realiza o Projeto Conectar, durante quase 20 anos de existência. As atividades do Projeto Conectar são desenvolvidas durante 30 minutos, das 8:00 às 8:30, todos os dias letivos, com todos os educadores e educandos da Escola, desde o Grupo 2 (com crianças de 1 e 2 anos) até o 9º ano (14-15 anos), sendo que, os educandos do Ensino Fundamental II (6º ao 9º anos), realizam os exercícios, semanalmente, nas sextas-feiras, durante as aulas da disciplina Iniciação à Consciência. A metodologia utilizada na realização da pesquisa tem por base um levantamento bibliográfico, objetivando ampliar o conhecimento da pesquisadora acerca do tema abordado, possibilitando-a, analisar de maneira mais precisa e imparcial, os dados levantados no universo pesquisado. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros, teses e monografias, artigos científicos e periódicos. A segunda fase da pesquisa parte da observação in loco dos estudantes no ambiente escolar durante dois anos letivos. Durante este período realizou-se entrevistas com educandos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, bem como com estudantes egressos, sendo que todos eles aprenderam a meditar na escola. As entrevistas foram gravadas em vídeo e as atividades do Projeto Conectar foram fotografadas. Foram utilizados também, os bancos de dados do Núcleo de Geniologia, um Núcleo de pesquisas avançadas sobre a Genialidade do gênero humano, que faz parte do Centro de Estudos da Escola pesquisada e coordenado pela pesquisadora, realizadora deste estudo. A terceira fase do estudo diz respeito à análise e discussão dos resultados realizando um levantamento dos dados tabulados pelo Núcleo de Geniologia e dos dados obtidos atualmente pelo Centro de Neuroeducação.

A última fase está afeita à divulgação do trabalho com o intuito de servir de base para outras pesquisas e, principalmente, incentivar a que outras instituições escolares desenvolvam trabalhos semelhantes com os seus educandos.

DESENVOLVIMENTO

A meditação ainda é idealizada como uma prática mística e espiritual, eficaz na redução do estresse, da ansiedade, da depressão, da impaciência, dentre outros fatores que dificultam a boa qualidade de vida. No entanto, pesquisadores das diversas áreas das Neurociências, do mundo inteiro, desenvolvem estudos na busca de uma melhor compreensão dos seus benefícios, inclusive, para o desenvolvimento cerebral. Existem variadas técnicas de meditação e de outros exercícios de conectividade, ou seja, exercícios contemplativos, que, segundos pesquisas atuais, trazem muitos benefícios, inclusive, no processo de aprendizagem. Atualmente a meditação vem saindo do escopo místico e adentrando os muros da academia através do interesse científico por esta temática. Os resultados relatados há tantos séculos, bem como os experientes monges que praticam meditação há muito tempo são alvo de pesquisas que visam, sobretudo, estabelecer os reais efeitos destas técnicas no corpo humano. A pesquisa tem avançado e muitos efeitos podem ser hoje avaliados por metodologias mais precisas, notadamente no campo médico e na neurociência que tem contribuído muito para as novas descobertas sobre as relações entre a mente, emoções e pensamentos e o corpo de modo que a meditação pode trilhar os caminhos terapêuticos e de saúde complementar com maior segurança e resultados confiáveis assim como tem acontecido com a acupuntura e o Yoga (DENARDO, 2013).

Esta técnica milenar, além de todos os benefícios já conhecidos, permite ao ser humano uma conexão mais profunda com a sua interioridade, possibilitando-o conhecer melhor e lidar de maneira mais adequada consigo mesmo, seus anseios, suas limitações, seus vícios, suas emoções. Algumas pesquisas apontam mudanças na estrutura e funcionamento cerebral, ocasionando maior foco de atenção e concentração, melhora na retenção de informações e, consequentemente na memória. O médico cardiologista Dr. Herbert Benson é pioneiro nos estudos científicos da meditação desde 1970, lançando em 1975 o livro The Relaxation Response, que

virou Best-seller, conforme indica Benson (2000), no qual aborda os benefícios da meditação no tratamento e recuperação de seus pacientes. A pesquisa confirma os aspectos benéficos da medita- ção, pois quem medita regularmente, além de ter melhor foco em suas emoções e poder controlá-las melhor, reduz seu nível de estresse e estimula o funcionamento do sistema imunológico (SANTOS, 2010, p.22).

Os dados coletados pelo Núcleo de Geniologia da Ananda – Escola e Centro de Estudos apontam que as crianças e adolescentes que têm melhor desenvolvimento emocional, motor, comportamental, cognitivo e moral são aquelas que realizam os exercícios de meditação e demais exercícios de conectividade, com frequência e tempo estabelecido. A mesma pesquisa indica que aqueles educandos que realizam as atividades propostas pela disciplina Iniciação à Consciência com as suas famílias, têm um salto qualitativo em suas notas nas avaliações. A pesquisa foi realizada no período de fevereiro de 2005 a julho de 2010. Dentre outros benefícios dos exercícios de meditação e de outros exercícios de conectividade, destacamos aqueles relacionados à aprendizagem. A ativação do córtex pré-frontal, responsável pelo controle das emoções e noção de causalidade (freio inibitório), por exemplo, possibilitando ao indivíduo frear ações que considera inadequadas ou indesejadas, auxilia na aprendizagem de um novo modelo de ação. As pesquisas na área da Consciência apontam que “A consciência é aquela faculdade humana que serve de base, também, para comparar, julgar e/ou apreciar o todo como um todo”(BARRETO, 2005). Assim, a ativação do córtex pré-frontal e das

áreas

relacionadas

ao

sistema

límbico,

trazem

a

possibilidade

do

despertamento ou desenvolvimento da Consciência.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Educanda A, 4 anos, já conhece os benefícios da meditação. “Eu sinto o meu coração bater”. Isso me acalma. “Feche os olhos e respire”. Orienta a Educanda B, 6 anos. “Cheire a florzinha e apague a velinha”. Esse é o comando dado pela Educanda C, 6 anos, ensinando a fazer o exercício de respiração que a educadora do 1º ano do ensino fundamental, solicita durante a meditação.

Luciano Barreto Caldas, 19 anos, estudante egresso da Escola Ananda (de 11 meses aos 14 anos), conta que faz meditação desde os 11 meses de idade, quando chegou a esta escola, e continua fazendo, todos os dias, durante, no mínimo 20 minutos. “Isto me ajudou bastante, tanto na produção durante a aula, de ficar mais concentrado, mais atento, quanto também para a minha vida lá fora. Durante as pressões, tentações e provocações que nós sofremos todos os dias. Sem a prática da meditação eu não sei como seria, pois ela me ajuda a manter a calma, a ficar atento, até mesmo para perceber os sinais que recebemos para podermos agir da maneira correta nas relações”, afirma. Gabriel França Silvério, 20 anos, estudante egresso da mesma escola (dos 2 aos 14 anos), conta a sua experiência com os exercícios aprendidos na escola, desde a mais tenra idade. “A prática da meditação e a disciplina Iniciação à Consciência me ajudaram bastante ao longo desses anos por conta de toda a minha formação. O que eu sou hoje é, totalmente, por conta da formação que eu tive aqui na Escola Ananda e dos meus pais. A meditação me ajudou muito, ela tem um valor imensurável. Todos os problemas, as pressões, as tentações que eu passei e passo, elas foram e são superadas utilizando esse aprendizado que eu tive, e que eu tenho ainda. A meditação se tornou uma prática que passou a ser prazerosa, que eu levo para o meu dia a dia”, afirma. O tálamo é um ‘relê’ sensorial, que deixa passar ou bloqueia as informações enviadas pelos sentidos. Uma das habilidades desenvolvidas no processo de meditação é aprender a direcionar a atenção para um foco mais específico, em vez de receber de forma automática os dados sensoriais e responder a eles do mesmo modo. [...] Ao contrário do que parece, ficar sentado mantendo um foco de atenção não é um processo 2 passivo, é ativo e exige aprendizado (KOZASA, 2015) .

João Kléber, um médico recém-formado, egresso da Escola Ananda (dos 10 aos 14 anos), diz que a meditação acalma, diminui a ansiedade e favorece a concentração durante as aulas. “Ela nos distancia de problemas e divergências que podem ter ocorrido em casa; Favorece desenvolver uma mente flexível, com uma visão ampliada das possibilidades. Sensibiliza para uma busca espiritual, qualquer que seja; Cria a capacidade de autorreflexão; Exercita, e com isso aprimora o 2

A bióloga Elisa Kozasa e o neurocientista Luiz Eugênio Mello apresentam seus resultados de pesquisa sobre a ação do estado meditativo no cérebro e falam sobre a aplicação dessa prática no sistema público de saúde. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2014/314/a-cienciada-meditacao.

autoconhecimento; Com o autoconhecimento minimiza o número de conflitos na escola”. Os resultados desta prática denunciam, além dos efeitos positivos no que diz respeito ao desenvolvimento humano, como a melhora na concentração, no foco de atenção, na diminuição do estresse, no controle do uso de substâncias medicamentosas, na diminuição dos sintomas da ansiedade e da depressão, no controle da pressão arterial, na sensação de bem estar físico, psíquico e moral, há um ganho significativo na aprendizagem, pois, ativa o lobo frontal, melhorando a memória, o lobo parietal, o tálamo e a formação reticular, causando modificações nas ondas cerebrais. Lara Athayde, 19 anos, estudante de Fisioterapia, egressa da Escola Ananda (dos 2 aos 14 anos), afirma que a meditação “melhora a disposição na hora do aprendizado. Saiu uma pesquisa sobre a necessidade de o adolescente estudar à tarde, pois, como nesta fase ele necessita de mais horas de sono, pela manhã não tem bom rendimento. No caso de quem faz meditação pela manhã, antes das aulas, o rendimento é bem melhor. Ela descansa e direciona a mente, permite foco sem exaustão. Na vida adulta permite lidar com resignação, tolerância, paciência, aprender a lidar com as decepções, conseguir enxergar o real significado das relações sem se vitimizar”. Lara continua fazendo a meditação e outros exercícios de conectividade todos os dias durante aproximadamente 30 minutos. O Educando D, 7 anos, estudante do 1º ano do ensino fundamental, diz que gosta de meditar porque “fazer meditação é importante!” Ao questionar por que é importante a resposta foi: “É importante pra gente achar a luzinha que tem dentro da gente!” Ele descreve os exercícios que faz: “A gente faz uma roda. Quem faz o alongamento fica no centro e as outras pessoas vão imitando. Depois de alongar a gente medita. Um dia sentado, no outro deitado. A professora ensina a respirar e a dar atenção ao corpo. Ela diz – Cheira a florzinha e apaga a velinha. Depois disso cada um faz a sua prece individual, na mente, e a aula começa”. A Educanda E, 9 anos, estudante do 3º ano, diz que “a meditação ajuda com as coisas que a gente tem problemas. Se estou com dor de cabeça, por exemplo, e medito, a dor passa. A meditação ajuda a me relacionar melhor com os meus amigos, a me comunicar”.

Educanda F, 8 anos, estudante do 3º ano, é novata na escola, mas já percebe algumas mudanças: “Quando saio da meditação sinto o corpo levezinho! A gente fica menos estressada!” A capacidade de atenção não nasce pronta, vai se desenvolvendo naturalmente. Se a aula for interessantíssima, essa população de adultos jovens ficará imóvel por manter atenção completa na aula. Mas, à medida que o tempo passa, mesmo que a atenção seja completa, as pessoas começarão a se mexer e a se distrair. Isso acontece porque, quando ficamos imóveis em cima do corpo, ocorre o que chamamos de escara de decúbito. Qualquer paciente que ficar deitado no hospital tem que ser virado, senão surgem escaras. Assim também é conosco: quando sentados ou deitados nos mexemos porque os receptores do nosso corpo começam a enviar sinais ao tálamo avisando que a circulação sanguínea não está adequada. Mesmo inconscientemente, o nosso tálamo filtra a informação e a envia para o córtex, que toma a decisão de se mover. O tálamo é esse filtro que controla a informação que chega ao sistema nervoso. A única informação que não passa pelo crivo do tálamo para chegar ao córtex é a olfativa. Todas as outras informações sensoriais passam por ele (MELLO, 2015).

Percebe-se que os educandos, depois de um período na escola, assumem uma postura diferenciada diante dos estudos e diante da vida. Desenvolvem o senso de responsabilidade e a noção de causalidade muito mais cedo. Há um ganho significativo no rendimento escolar, melhorando consequentemente as notas e o desempenho dos mesmos.

CONCLUSÃO O alarmante crescimento dos casos de déficit de atenção e hiperatividade, aumento da ansiedade e do estresse alimentam problemas diversos no âmbito escolar. Além de neutralizar tais problemas, o Projeto Conectar, desenvolvido desde 1996 pela Escola Ananda com práticas de meditação e outros exercícios de conectividade, tem refletido em um melhor desempenho escolar e em um comportamento mais tranquilo deixando os educandos mais calmos, mais concentrados e menos hiperativos. Assim, concluímos que tais atividades corroboram o “aprontamento” para a aprendizagem. Aquietar a mente, manter o foco de atenção, diminuir o estresse, a ansiedade, o uso de medicamentos, melhorar a tomada de decisões, a criatividade, manter a calma e a tranquilidade, aprender a lidar melhor com frustrações, ou seja, ter mais qualidade de vida são os principais benefícios da meditação e de outros exercícios de

conectividade,

que

consequentemente

trarão

resultados

positivos

na

aprendizagem e em todos os aspectos relacionados ao desenvolvimento neural, sensorial, motor, emocional, cognitivo, e moral.

REFERÊNCIAS

COSENZA RM, GUERRA LB. Neurociência e Educação: Como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011. DENARDO, Thierry Alexandre Guerra Bacciotti. Análise da prática de meditação em duas escolas do município de Rio Claro - SP. 2013. 81 f. Trabalho de conclusão de curso (bacharelado - Ciências Biológicas) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, 2013. Disponível em: . Acesso em: 12 jul. 2015. GOLEMAN, Daniel. A Mente Meditativa. 4. ed. São Paulo: Editora Ática, 1997. HANSON R, MENDIUS R. O cérebro de Buda: Neurociência prática para a felicidade. São Paulo: Alaúde Editorial, 2012. LEIBIG SZ. (Org.). Mentes que aprendem: um ensaio sobre a Prontidão para a Aprendizagem. São Paulo: All Print Editora, 2011. LENT R, BOTARO D, GUIMARÃES MZ. Hora de Conectar. In: Revista Neuroeducação. n. 4. São Paulo: Segmento, 2015, p. 20-24. MAIA H. (Org.). Neurociências e desenvolvimento cognitivo. Rio de Janeiro: Wak, 2011. RELVAS MP. (Org.). Que cérebro é esse que chegou à escola: Bases Neurocientíficas da aprendizagem. Rio de Janeiro: Wak, 2012. RICARD M, LUTZ A, DAVIDSON RJ. Meditação para transformar o cérebro. In: Revista Mente e Cérebro. A Ciência da Meditação. n. 270. São Paulo: Duetto, 2015. SANTOS, Jair de Oliveira. Meditação: fundamentos científicos. Salvador: Faculdade Castro Alves, 2010.

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