Niemeyer, Praetorius e Giffenig, três oficiais de artilharia indicados pelo conde de Schaumburg-Lippe

May 30, 2017 | Autor: R. Charters-d'Aze... | Categoria: History, Military History, Military and Politics, Historia, Lippe
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CONGRESSO INTERNACIONAL REINALDO OUDINOT E O SEU TEMPO 1766-1807 No âmbito das Comemorações dos 250 Anos da sua vinda para Portugal

Titulo da Comunicação: Niemeyer, Praetorius e Giffenig, três oficiais de artilharia indicados pelo conde de Schaumburg-Lippe Autor: Ricardo Charters d’Azevedo (Eng.) Resumo/Abstract: O conde de Schaumburg-Lippe, Friedrich Wilhelm Ernst zu Schaumburg-Lippe chegou a Lisboa a 3 de julho de 1762 quando Portugal já tinha sido invadido pelas tropas espanholas e já se preparava a Corte para partir para o Brasil. Tinha apenas 38 anos, mas era um militar notabilíssimo formado pela escola de Frederico II, junto de quem lutara na Guerra dos Sete Anos e de quem recebera a Ordem da Águia Negra. No próprio dia do desembarque em Lisboa foi nomeado chefe supremo do Exército português. Veio acompanhado de alguns oficiais alemães de sua escolha, como o príncipe Karl Ludwig Friedrich, duque de Mecklenburg-Strelitz, marechal de campo dos exércitos britânicos e irmão da Rainha de Inglaterra, o coronel von Böhm, ajudante general do conde de Lippe, o major engenheiro Roemer, os capitães Rieppe, Tielmann, Colson, Ruxleben e Ferdinand Von LippeBiesterfield, os tenentes Westernach, Albach e Houpe (ou Hupe, ou Houp ou Hop). Este, em 1776, já capitão voltou a Portugal, coordenando uma equipa de engenheiros e geógrafos como Praetorius, Niemeyer e Giffening. Estes três jovens oficiais vêm para Portugal em finais 1776 e casaram-se com 3 irmãs portuguesas. Nesta comunicação, aborda-se o seu percurso militar e atividade que desenvolveram em Portugal no quadro da cartografia topográfica e geodésica ou na modernização do fabrico da pólvora.

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Introdução O conde de Schaumburg-Lippe, Friedrich Wilhelm Ernst zu Schaumburg-Lippe (Londres, 9 de janeiro de 1724 — Wölpinghausen, 10 de setembro de 1777), chegou a Lisboa a 3 de julho de 1762 quando Portugal já tinha sido invadido pelas tropas espanholas e já se preparava a Corte para partir para o Brasil. O conde de Lippe tinha apenas 38 anos, mas era um militar notabilíssimo formado pela escola de Frederico II, junto de quem lutara na Guerra dos Sete Anos e de quem recebera a Ordem da Águia Negra. No próprio dia do desembarque em Lisboa foi nomeado chefe supremo do Exército português. Veio acompanhado1 de alguns oficiais alemães de sua escolha, como o príncipe Karl Ludwig Friedrich, duque de Mecklenburg-Strelitz, marechal de campo dos exércitos britânicos e irmão da Rainha de Inglaterra, o coronel von Böhm, ajudante general do conde de Lippe, o major engenheiro Roemer, os capitães Rieppe, Tielmann, Colson, Ruxleben e Ferdinand Von Lippe-Biesterfield, os tenentes Westernach, Albach e Houpe (ou Hupe, ou Houp ou Hop), que em 1776, já capitão voltou a Portugal, os engenheiros e geógrafos Soestmann e Praetorius e ainda oficiais subalternos, artilheiros, artífices, etc. Praetorius voltou igualmente, em 1776, como capitão, e em 1787 parece que era diretor da Fábrica de Pólvora de Alcântara. Não perdeu tempo o conde de Lippe, pois 19 dias depois estava em Abrantes, no seu quartel-general. Sebastião José de Carvalho escolhera um homem de sua confiança de grande mérito, integridade e compreensão, mas que não era mais que o eco dele2 e que escrevia e falava corretamente francês, para secretário do conde. Tratava-se de Miguel de Arriaga3 (tio-bisavô do Presidente da República Dr. Manuel de Arriaga). Em carta para Lisboa, Miguel de Arriaga, afirmava que o conde era incansável e “que todos juntos não podem o que ele pode”. O Dr. Manuel de Arriaga morre em 1773 de uma forma estranha se atentarmos ás ordens dadas pelo marquês de Pombal em carta de 25 de fevereiro de 1773 4, que a 2 de junho de 2012 a vimos ser leiloada pelo livreiro Luís Burnay.

Esta comunicação atualiza um capítulo do livro publicado pelo autor em 2011 e editado pela Textiverso de Leiria, com o título- “A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791”. 1 BRITO, Pedro de – “A família do conde de Lippe – as dos seus parentes e dos seus inimigos – redes de poder” - in Revista Lusófona de Genealogia e Heráldica, nº 6, Porto, Dez 2011, pag 198, nota nº 77 2 DUMOURIEZ, Charles François du Périer – “ An account of Portugal, as it apperead in 1766 to Dunouriez”. London: printed for C. Law; J. Debrett; and Elph. Balfour, Edinburgh, 1797, pag 121 3 Miguel de Arriaga Brum da Silveira (Faial 27.7.1716 – 25.2.1775), filho de José de Arriaga Brum da Silveira e de Catarina Naudin de Peyrelongue, de naturalidade francesa, formado em leis por Coimbra, juiz de fora no Funchal, corregedor na ilha da Madeira em 1750, conservador na U. Coimbra em 1758, desembargador da Casa da Suplicação no Porto em 1764 e mais tarde em Lisboa, provedor e tesoureiro da Casa da Moeda, falando e escrevendo perfeitamente francês. Casou-se, em 1769, com Maria Joaquina Apolónia de Vilhena Pereira Coutinho (16.8.1748 – 18.10.1820), açafata na corte da Rainha, esposa de D. José I, e depois na de D. Maria I, “erudita por cultura, afável pelo trato e prestante para todos a quem os poetas alcunhavam de Armânia e os cortesãos de Sereia dos olhos verdes”. (SERPA, António Ferreira de – “Por bem procurar e por mal dizer”. Lisboa: liv. J. Rodrigues, sd.) 4 Numa carta do marquês de Pombal, dirigida ao Juiz do Crime do Bairro do Mocambo em Lisboa, ordenava-lhe para proceder de imediato a investigações sobre a morte ocorrida nesse dia de Miguel de Arriaga Brum da Silveira do Conselho da Rainha que era casado com Dona Mariana Joaquina de Vilhena Pereira Coutinho afilhada e dama da Rainha e amiga muito chegada da mulher de Pombal: "… . logo que receber este Avizo passando à Caza em que faleceo Miguel de Arriaga Brum da Sylveira, proceda a formar Corpo de delicto com o exame do Cadaver, feito em assistencia dos Cirurgiões que asistiram á Junta, que se fez do Defunto, quaes foram; Theotonio dos Santos; o Cirurgião do Regimento de Meckleburgo chamado [?]; e Marçalino de Souza: e fazendo tambem logo prender nas Cadeyas do Limoeiro ao Cirurgião do Regimento de Artilharia de Lagos chamado Rochart. E da execução de tudo o referido dará Vme conta por esta Secretaria de Estado dos Negócios do Reino para ser prezente a Sua Magestade. " Assinatura autografa. Datada do Paço em 25 de fevereiro de 1773.

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Em dezembro de 1762, acabou a campanha, tendo sido derrotadas as forças hispano-francesas ficando Portugal com um exército disciplinado e coeso. Com os seus conhecimentos e o apoio dos oficiais que o acompanhavam, conde deu à artilharia o carácter de arma científica, desenvolveu a engenharia e promoveu os levantamentos topográficos. Com os conhecimentos assim obtidos os oficiais com exercício de engenharia vieram a destacar-se na reconstrução de Lisboa depois do terramoto, e no lançamento de novas estradas 5. “O essencial está feito. Existe um exército. Há leis e artigos de guerra” escrevia o conde de Lippe ao conde de Oeiras, a 5 de setembro de 1764, regressando à Alemanha a 20, embarcando num “Paquebot”. “O Senhor Rei D. José lhe fez presente de seis peças de artilharia de ouro maciço de hum trabalho precioso; as armas do Conde de Lippe estavão gravadas sobre cada huma das peças que estavam montadas sobre carreta de pão do Brasil guarnecidas de chapas de prata com rodas da mesma prata”, pois ele não quis receber “o que estava acordado”. No entanto, continuou a ser o comandante supremo das forças portuguesas, recusando sempre a remuneração contratada. Voltou a Portugal, ainda uma última vez, 3 anos depois, em finais de 1767, para verificar a sua instrução e disciplina, e para assistir a manobras em que participavam 20 regimentos, voltando para a Alemanha em fevereiro de 1768. Todas as nomeações e promoções de oficiais no exército, e já no reinado de D. Maria I, até 20 de outubro de 1777 (data em que foi conhecida na Corte a notícia da morte do Marechal-General), mencionavam o seu nome, fazendo-se da seguinte forma: “… pelo que ordeno ao Conde Reinante de Schaumburg-Lippe, meu muito amado e prezado primo e Marechal dos meus exércitos, ou enquanto durar a sua ausência ao...[seguia-se o nome e patente do governador de armas da Província em que era colocado, ou promovido, o oficial]…” 6. Casou-se, a 12 de novembro de 1765, com sua prima Maria Barbara Eleanore (1744 -1776), condessa de Lippe-Biesterfeld. A sua filha Emilie, nascida a 30 de junho de 1771 morre 3 anos mais tarde, a 18 de junho de 1774. Têm ainda um nado morto em finais de 1772. A seguir à morte da sua esposa a 16 de julho de 1776, morre a 10 de setembro de 1777, ainda novo, com 53 anos. Deve dizer-se que Lippe deixou descendência em Portugal “por amores a uma freira”, que foi batizada a 24 de julho de 1764, na Igreja Matriz de Campo Maior com o nome de Olímpia, filha de pais incógnitos, mas mais tarde reconhecida7. Teve descendência.

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CHARTERS-D’AZEVEDO, Ricardo - “A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791”. Leiria, Textiverso, 2011. SALES, Pe Ernesto Augusto Pereira Sales - «Conde de Lippe em Portugal». VN de Famalicão: Minerva, 1936 7 BRITO, Pedro de – “A família do conde de Lippe – as dos seus parentes e dos seus inimigos – redes de poder” - in Revista Lusófona de Genealogia e Heráldica, nº 6, Porto, Dez 2011, pag 183 a 223. 6

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Oficiais indicados pelo conde de Schaumbourg-Lippe O marquês de Pombal prestou muito pouca atenção (se alguma, segundo alguns autores), ao exército, depois das vitórias e nomeadamente desde 1768. Dada a desorganização do exército uma dezena de anos após a segunda e última deslocação de Lippe a Portugal, e a falta de novos recrutamentos de oficiais que não fossem filhos de nobres, muitas vezes sem qualquer formação militar, o marquês de Pombal viu-se obrigado e recorrer a oficiais ingleses contratados e aqueles que da Alemanha pudessem vir. Neste intuito escreveu ao conde Schaumburg-Lippe, solicitando-lhe que escolhesse das tropas dos seus estados alguns oficiais para virem servir no exército português e nele pudessem pôr em prática os ensinamentos militares mais atuais. O conde responde a 15 de setembro de 1776: “Je prendrais incessamment les mesures pour faire passer en Portugal quelques officiers, ingénieurs et bas-officiers de mon corps d’Artillerie et de Génie, afin de faire connaître en pratique plusieurs nouveautés en divers parties de l’art militaire, dont, je crois, on pourra faire bon usage. On daignera regarder ces militaires avec quelque indulgence, la plupart étant des jeunes gens qui sortent d’une Ecole établie nouvellement, et encore fort éloignée du dégrée de maturité nécessaire ; par des progrès qu’ils ont fait jusqu’à présent, et leur conduite et bonne volonté je crois pouvoir espérer qu’ils ne seront pas inutiles au service de Sa Majesté. J’ai l’honneur d’être avec très grand respect de Votre Excellence, le très humble et très obéissant serviteur. – Le Comte régnant de Schaumburg-Lippe, Hagenbourg, ce 15 7bre 1776“8. Assim, foi negociada, em Londres, a vinda de 18 oficiais propostos pelo conde de Schaumburg-Lippe, como vemos no anexo 1, de forma a apoiar e melhorar os aspetos técnicos e logísticos do exército português. Entre eles estão, Conrad Heinrich von Niemeyer, Jacob Chrysostomos Praetorius e Johann Caspar Heinrich Giffenig, que biografamos á frente. O Conselho de Guerra9 admitiu ao serviço de Portugal, 16 alemães como capitães, tenentes e sargentos, todos fazendo parte do documento negociado em Londres. Podemos ver, no anexo 1, a lista elaborada em Inglaterra pelo “Chevalier Pinto” que era, nem mais nem menos que Luís Pinto de Sousa Coutinho, ministro Plenipotenciário junto da Corte de Londres, onde se manteve até 1788, e futuro visconde de Balsemão. O texto, se bem que elaborado em Inglaterra, era em francês, a língua usada nas relações diplomáticas. O marquês de Pombal dava-se conta que ameaças rondavam Portugal e resolve expor as suas preocupações em relação à defesa de Portugal ao conde de Schaumburg-Lippe. São interessantíssimas as respostas do conde à carta do marquês de Pombal10. A partir dessas respostas apercebemo-nos que o conde de Lippe não tencionava voltar a Portugal (morre no ano seguinte); critica, ainda que

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SALES, Pe Ernesto Augusto Pereira Sales - «Conde de Lippe em Portugal ». VN de Famalicão : Minerva, 1936. SANTOS, Horácio Madureira - “Catalogo dos Decretos do Extinto Conselho de Guerra”. Lisboa: [s.n.], 8 volumes, 1957-1969. 10 CHARTERS-D’AZEVEDO, Ricardo - “A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791”. Leiria, Textiverso, 2011, anexo 2 9

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diplomaticamente, a falta de apoio do marquês de Pombal ao Exército nos últimos anos; sugere o convite a um bom oficial português para o comando do Exército. Foram várias e variadas as vicissitudes das nomeações para o comando o exército português durante os vinte anos que se seguiram à morte do conde. Resumidamente podemos afirmar que se procurava encontrar alguém que mantivesse o Exército português no estado em que o conde de SchaumburgLippe o deixou, mas as nomeações tinham mais em conta a importância do nomeado e o seu peso na corte, que a competência. Depois desta introdução debrucemo-nos sobre três dos oficiais que foram indicados pelo conde de Schaumburg-Lippe e que foram admitidos no exército português e que tem entre eles um ponto comum: casaram-se com 3 filhas de um responsável pela fabrica de pólvora de Alcântara e prestaram a Portugal valiosíssimo apoio técnico. 1 - Conrad Heinrich von Niemeyer Niemeyer, a 28 de março de 1791, tem, por determinação real, a responsabilidade do levantamento do mapa topográfico desde a serra de Rio Maior até Coimbra, para servir ao delineamento da Estrada Real. Não o faz naturalmente sozinho pois tem a companhia do tenente-coronel Luís Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado, do sargento-mor Joaquim de Oliveira, dos capitães Inácio José Leão e Manuel de Sousa Ramos e dos ajudantes João Manuel e Carlos Luís Ferreira da Cruz Amarante. Procede igualmente aos cálculos de três possíveis delineamentos da estrada de Rio Maior a Leiria11, que propôs a despacho ao desembargador superintendente Geral das Estradas, e calcula pontes viárias sobre o rio Lis e o rio Lena, a Porto Moniz, de que existem plantas e cálculos no Instituto Geográfico Português (IGP) 12. Mais tarde, Henrique Niemeyer, elabora os projetos das estradas da Aldeia Galega a Montemor-oNovo, e de Évora a Vila Viçosa. Faz igualmente o levantamento corográfico da província da Beira Baixa, participando, no inverno de 1796, numa brigada chefiada pelo então já coronel, Luís Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado do Real Corpo de Engenheiros. No início de 1797, encontramos Niemeyer a trabalhar no mapa topográfico militar entre o Tejo e Elvas, junto á fronteira. Durante os trabalhos de levantamento do mapa topográfico entre a serra de Rio Maior e Leiria, a 16 de junho de 1791, Conrad Heinrich von Niemeyer é promovido a Sargento-Mor. Niemeyer, que já se encontrava em Portugal desde 1778, aproveita a chegada do príncipe von Waldeck para expor duas pretensões13. Encontramos no seu processo no Arquivo Histórico Militar cópia dessa exposição. O príncipe Christian Augusto von Waldeck (1744-1798) chega a 10 de março de 1797, quatro anos antes da Guerra das Laranjas. General de cavalaria dos exércitos alemães, serviu a Áustria contra os turcos, depois contra a França, tendo perdido um braço no cerco de Thionville, em

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CHARTERS-D’AZEVEDO, Ricardo - “A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791”. Leiria, Textiverso, 2011. CHARTERS-D’AZEVEDO, Ricardo - “A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791”. Leiria, Textiverso, 2011 13 MENDES, H. Gabriel – “A abertura e exploração da mina de azougue de Coina, no final do século XVIII, em duas plantas da mapoteca do Instituto Geográfico e Cadastral”. Coimbra: Revista da Universidade de Coimbra, Vol. XXVI, 1978 12

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1792, é contratado como marechal do exército português “encarregado do governo das armas de todas as tropas em qualquer parte destes reinos”14. Pouco pode fazer, pois faleceu em Sintra a 24 de setembro de 179715. Uma das pretensões apresentadas por Niemeyer era que fosse corrigido o seu nome, pois quando foi integrado no exército português lhe tinham retirado o nome de Conrad; a outra era para que “pudesse cobrar cavalgaduras consignadas na Tesouraria da Corte, desde o tempo que deixou de as receber e continuasse a recebê-las na forma do estilo”. Enfim, pretendia que lhe fossem pagos os cavalos que utilizava nos levantamentos topográficos16 . Por Decreto de 19 de outubro de 1798, D. Maria I nomeou-o para membro da Sociedade Real Marítima Militar e Geográfica conjuntamente com os tenentes- generais Bartolomeu da Costa, João Ordaz e Queirós e Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, os brigadeiros do Real Corpo de Engenheiros Luís Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado e José de Sande Vasconcelos, os coronéis do mesmo Real Corpo Reinaldo Oudinot, conde de Robin e Francisco Alincourt, os tenentes-coronéis do mesmo Real Corpo José António Raposo, Ricardo Luiz António Raposo, José Champalimaud de Nussane e José Carlos Mardel, os sargentos-mores do mesmo Real Corpo Joaquim de Oliveira e José Auffdiener, os capitães do mesmo Real Corpo Francisco António Raposo, Carlos Frederico Bernardo de Caula, Pedro Folque, Luís Gomes de Carvalho e João Manuel da Silva. Foram ainda nomeados o primeiro-tenente do Real Corpo de Engenheiros Custódio José Gomes de Villasboas, o coronel d’artilharia António Teixeira Rebelo, o tenente-coronel de cavalaria marquês de Marialva, D. Pedro e o capitão de artilharia Aires Pinto de Sousa. A 25 de julho de 1797, Niemeyer já tenente-coronel pede para ser graduado coronel, e não só lista todos os trabalhos efetuados desde 1796, como numa outra exposição refere que é pai de família, com três filhos e quatro filhas, tendo-se encontrado sempre longe de sua casa, devido às comissões de que tinha sido encarregado até aí. Levou uma vida a “trepar montes, procurar serras e vadiar rios e pântanos, exposto a todos os rigores das diversas estações, sem que a meu ver, não se podem adquirir as noções completas e adequadas e indispensáveis para configurar um mapa topográfico, o verdadeiro estudo do país, nem é possível projetar alguma obra com própria e intima convicção”. Mencionava naquela exposição17, que tinha sofrido, por diversas vezes, ataques de reumatismo e gota, embora tivesse somente 41 anos. Tinha igualmente escapado de ser assassinado e de morrer afogado.

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. Com outros que visitaram Olivença em finais do século XVIII, como Charles R. Rainsford, Guilherme Vallaré e o Conde de Miremont, foi unânime em recomendar o abandono da praça de Olivença, principalmente por três razões: 1. Necessidade de muita artilharia, munições, homens e equipamentos para garantir à manutenção, em prontidão de defesa, de uma praça-forte dotada de nove baluartes: a de Badajoz tinha apenas oito; 2. A possibilidade do corte da Ponte da Ajuda, pelo inimigo, cortando os suprimentos à praça-forte; 3. A situação crítica em que se veria um exército que pretendesse auxiliar a defesa da praça, caso a sua única linha de retirada fosse cortada pela corrente do rio Guadiana. 15 O médico que o acompanhava era o Barão Georg Heinrich Von Langsdorf (1774 – 1852), russo, diplomado em medicina pela Universidade de Göttingen, que foi responsável pela introdução da vacina em Portugal, onde esteve até 1802. 16 Arquivo Histórico Militar, Cx. 422 17 Arquivo Histórico Militar, Cx. 422

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Conrad Heinrich von Niemeyer, nasceu em Hanôver, a 4 de maio de 176118. Era filho de um oficial general alemão, o tenente-general Jacob Conrad Von Niemeyer (1.10.1730 – 19.7.1807), chefe do 8º Regimento de Cavalaria Hanoveriana e que tinha a alcunha de “casco de prata” por ser com este metal que se lhe substituíram uma parte do crânio perdida no ardor de um combate durante a Guerra dos Sete Anos, e que ocultava sob um barrete de veludo verde. Conrad Heinrich von Niemeyer falava francês e inglês, frequentou durante 8 anos a Escola Militar (a Aula Militar, como se chamava) estabelecida no Condado de Lippe de Sternberg pelo conde reinante Wilhelm Graf von SchaumburgLippe, estudando artilharia e engenharia, e por influência deste tinha sido convidado para servir em Portugal. Parece que só no início de 1778 chegou a Portugal, portanto com 17 anos, e a 15 de maio desse ano é ajudante de infantaria com exercício de engenheiro, com soldo dobrado. Chegou a coronel de artilharia. Casou-se com uma filha de Manuel Dantas Correia, diretor19 da Fabrica de Pólvora de Alcântara20, Firmina Angélica de Santo Agostinho a 23 de julho de 1778 21, tendo tido 7 filhos, cuja descendência se dispersou pelo Brasil 22, Alemanha e Portugal, morrendo em Lisboa, a 13 de fevereiro de 1806, com quase 50 anos tendo sido sepultado na Igreja de S. Domingos, em Lisboa. Outros seus compatriotas, que vieram igualmente para Portugal23, como Jacob Chrysostomos Praetorius e Johann Caspar Heinrich Giffenig, tornaram-se seus cunhados, como veremos à frente. Como eram muito jovens o conde de Lippe recomendou que, pelo menos ao princípio, trabalhassem juntos pelo que se mantiveram, durante algum tempo, sob as ordens de um mesmo capitão, o capitão de artilharia João Haupe, chefe do destacamento dos oficiais e militares selecionados pelo conde de Lippe, o que levou a que participassem em atividades conexas. Niemeyer acusava Haupe de ser o culpado da adulteração do seu nome, pois procurou sempre aportuguesá-lo e simplifica-lo. Encontramos no Arquivo Histórico Militar, nas capas dos processos a ele referentes, por exemplo, Conrad traduzido por Carlos, e Heinrich por Henrique, ou ainda Niemeyer por Nimaia: o que ele deve ter “sofrido”! Numa publicação24 do autor, apresenta-se a ligação familiar entre Conrad Heinrich von Niemeyer e Óscar Niemeyer Filho, o arquiteto de Brasília, bem como, com algum detalhe, a descendência conhecida do pai de Conrad Heinrich von Niemeyer, nomeadamente o seu ramo no Brasil.

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Arquivo Histórico Militar, Cx. 424 MENDES, H. Gabriel – “A abertura e exploração da mina de azougue de Coina, no final do século XVIII, em duas plantas da mapoteca do Instituto Geográfico e Cadastral”. Coimbra: Revista da Universidade de Coimbra, Vol. XXVI, 1978 20 Não conseguimos confirmar a existência de um diretor com este nome, na Fabrica de Pólvora de Alcântara. 21 ADLisboa, Alcântara, Lisboa, casamentos liv. 1763 - 1781, fl. 161 22 É tetravô do Arquiteto Óscar Niemeyer que desenhou edifícios públicos para a cidade de Brasília. 23 Os documentos da época apontam estes estrangeiros que vieram com o Conde de Lippe como “bombeiros”, pois traduzem mal o termo de “bombardeiro” especialista em bombas. Eles eram “bombardeiros” e artilheiros, especialistas nos “artifícios de fogos marciais, novo uso de bombas, granadas e prática de artilharia e mosquete, etc.” Numa carta do conde de Schaumburg-Lippe ao marquês de Pombal, datada de 11 de outubro de 1776, ele explicava que os “bombardiers” pertencem a um ramo da Artilharia. 24 CHARTERS-D’AZEVEDO, Ricardo - “A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791”. Leiria, Textiverso, 2011 19

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2 - Jacob Chrysostomos Praetorius Jacob Chrysostomos Praetorius, nasceu a 9 de janeiro de 1730 em Uckermark (Brandenburg, Alemanha) e faleceu em Portugal circa 1797. Filho de Joaquim Chrysostomos Praetorius, um pastor de Uckermark, entrou em 1759 como engenheiro-geógrafo ao serviço do conde Schaumburg-Lippe. Esteve em Portugal com o conde em 1762 e 1763 na campanha contra a Espanha, como tenente do Corpo de Artilharia, com o seu camarada de armas Haupe. Foi “informante” na escola militar escola militar Wilhelmstein em Steinhude. Apresentou ao Conde Wilhelm Graf zu Schaumburg-Lippe, em 1761, em dois desenhos a ideia de construir um submarino para que ele mesmo propôs o nome “Steinhuder Hecht” (literalmente, o Lúcio do lago de Steinhude). Este curioso submersível consistia numa embarcação dotada de um casco alongado de 23 metros, com morfologia de peixe, equipado com bombas de água e tanques de lastro. A sua propulsão dependeria de uma longa cauda articulada movida por um sistema de cabos e roldanas acionado pela tripulação de 40 homens e de velas num conjunto de 6 mastros rebatíveis que formavam, quando hasteados, o perfil de uma enorme barbatana dorsal. O propósito concreto da embarcação seria garantir uma conexão rápida e furtiva às tropas de Schaumburg-Lippe nos seus domínios, assumindo-se como apenas como portador de mensagens em caso de cerco. No entanto, a sua vela pouco discreta no pequeno lago não se coadunaria na prática com esta missão. Outra explicação pressupõe que o conde de Lippe poderia ter testado aqui um futuro veículo oceânico para partilhar mensagens secretas com Portugal em apenas 6 dias por via marítima. Projetou igualmente “Hippopotame”25 , veículo militar anfíbio. Praetorius, mais do que engenheiro foi um bom cartógrafo. São dele inúmeras cartas que se distinguem no seu tempo por uma precisão dimensional excecional. As cartas referem-se à região de Steinhude de 1768, 1769 e 1770. Estas cartas foram recentemente descobertas (1995), por acidente no Tribunal da Câmara em Bückeburg. Jacob Chrysostomos Praetorius, igualmente constando da lista incluída no Anexo 1 com os oficiais que vieram para Portugal a partir de 1776, foi sargento-mor de engenharia. Era mais velho que Niemeyer e Giffenig. O próprio conde, quando os indicou para Lisboa, referiu que ainda era ainda capitão por os postos superiores estarem ocupados por gente nova, pelo que tinham as promoções bloqueadas. Foi admitido como sócio efetivo na Academia, na classe de Ciências Exatas, em janeiro de 1791, quando ainda capitão, e colocado na Fábrica de Pólvora de Alcântara. Publicou observações astronómicas nos almanaques de Lisboa26, e desempenhando mais tarde o cargo de diretor27 da fábrica de pólvora de Alcântara, podendo ter sucedido a seu sogro, Manuel Dantas Correia (se efetivamente este foi diretor da fabrica). Casou, a 8 de fevereiro de 178228, com uma outra sua filha, Maria Marcelina, de quem teve dois filhos. Morreu em 1798, possivelmente na Fabrica da Pólvora em 25

WESKI, Timm - Hippopotame and Schaumburger or Steinhuder Hecht. An Amphibious Craft and a Submarine from the 18th century. The Mariner’s Mirror 88, 2002, 271 – 284 26 Almanaque de Lisboa, 1782, 1783, 1785 e 1786. 27 Encontramos uma referencia a que ele terá vivido na casa de função existente na Fabrica de Pólvora de Alcântara. 28 ADLisboa, Alcântara, Lisboa, Casamentos, liv. 1781 – 1787, fl. 62v

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Alcântara, pois encontrámos uma referência aos aposentos que, ele e a sua família, ocupavam na Fabrica de Pólvora de Alcântara, em finais do século XVIII. Foi nomeado, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, Luís Pinto de Sousa Coutinho, o “Chevalier Pinto” que negociou a sua vinda para Portugal, para dirigir o levantamento da carta Geográfica da Comarca de Setúbal, levantamento de que a Real Academia das Ciências de Lisboa estava interessada. Niemeyer fez parte da equipa de oficiais nomeados encarregando-se sobretudo da triangulação. No entanto a Academia encarregou o professor Doutor Francisco António Ciera para examinar as causas da lentidão do levantamento e as razões dos desentendimentos de Praetorius com os outros oficias que participavam no levantamento. Guarda-se, por exemplo, no Gabinete de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar (Lisboa) uma Vista da Cidade de Elvas a partir de Badajoz em 1763, da autoria de Praetorius. O trabalho científico de Praetorius estendeu-se ao Brasil. Aproveitando a viagem do naturalista Simão Pires Sardinha de Lisboa ao Rio de Janeiro em 1781-1782, Praetorius disponibilizou-lhe um “termómetro náutico”, previamente apresentado à Academia de Ciências de Lisboa, que foi utilizado para realizar uma série de medidas. Os resultados foram descritos na memória “Experiencias feitas com hum termómetro n´huma viagem para o Brasil, pelo Senhor Simão Pires Sardinha sócio da Academia das Sciencias de Lisboa, juntamente com as resultas, que dellas se podem tirar (1782), uma análise sobre o clima dos trópicos”. Entre outros manuscritos de Praetorius conservados na Biblioteca da Academia de Ciências de Lisboa contam-se memorias sobre a melhor forma dos “Canaes e Alveos dos Rios” (1782) e a “Hydrorganica aplicada cuja primeira Parte que trata dos Moinhos” (1783)29. É igualmente de Praetorius o manuscrito de 1783 sobre “as duas auroras boreales rayantes de 5 de maio e de 8 de outubro não foram as maiores”. Por “rayantes”, entendem-se as auroras que os especialistas hoje classificam como “descontínuas”, fortes, mas relativamente raras. O militar, porém, não descrevia um fenómeno avistado no Norte da Europa. Na verdade, Praetorius descrevia avistamentos em Lisboa. Praetorius e Schulze (outro dos oficiais que vieram para Portugal) tomaram a cargo a observação de variáveis climáticas, como a temperatura, a precipitação, a pressão atmosférica, a humidade e a nebulosidade dos céus. Metódico, compilou todos os fenómenos meteorológicos que observou e foi publicando as suas anotações no “Almanaque de Lisboa”. Foi graças a este par de oficiais que os investigadores José Vaquero (da Universidade da Extremadura) e Ricardo Trigo (da Universidade de Lisboa) conseguiram recuperar um fragmento importante da história da meteorologia em Portugal30. Ao estudarem as observações dos dois alemães, descobriram que houve pelo menos 18 auroras boreais na região de Lisboa confirmadas entre 1781 e 1785, em 1789 e 1793.

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MIRANDA, Jorge Augusto - Os moinhos de vento e as suas possibilidades nos manuscritos de Jacob Pratorius – Academia Real das Ciências de Lisboa, final do Séc. XVIII. Molinologia Portuguesa, vol. 1º, 2007, p. 45-62 30 VAQUERO, José M., TRIGO, Ricardo M. – Auroras observed in Portugal in late 18th century obtained from printed and manuscript meteorological observations”. Springer, 2005, Solar Physics 231: p. 157-166

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3 - Johann Caspar Heinrich Giffenig O Tenente de Artilharia Johann Caspar Heinrich Giffenig, filho de Johann Caspar Giffenig (ou Giffenicht, ou Giffenigt como está indicado no seu registo de casamento e no de alguns dos seus filhos), referido como sendo Chanceler-mor do Império Alemão31 e de Helena Jacobea Marten (casados a 1 de dezembro de 1746 em Sankt Petri Evangelisch, Minden Stadt, Westfalen, Prússia), natural de Bremen. Neto paterno de Hendrick Giffenig e de Christina Beekman. Nasceu a 5 de outubro de 1751, em Minden, na Prússia. Veio para Portugal com a patente de sargento de artilharia, constando igualmente da lista mencionada no anexo 1. Deverá ter prestado serviço na fábrica de Pólvora de Alcântara pois casa-se, no mesmo dia que o seu camarada de armas Niemeyer a 23 de julho de 1778, com uma outra filha de Manuel Dantas Correia, a Fausta Teresa, de quem tem 6 filhos. Por morte dela casa -se pela segunda vez, por volta de 1795, com Francisca Rosa Borges de quem teve duas filhas, tendo: (i) (ii)

uma casado com o futuro marechal de campo José Justino Teixeira, dando origem a uma plêiade de oficiais superiores, e a outra, com um sobrinho do 7º Cardeal Patriarca de Lisboa, Doutor D. Frei Patrício da Silva32, o tenente António Luís Ribeiro da Silva, natural do Arrabal da Ponte (Leiria), levando a o autor desta comunicação seja seu 6º neto.33

Os filhos do primeiro casamento de Giffenig dispersaram-se pelo Brasil, Alemanha e Portugal. Na árvore genealógica34 dos descendentes conhecidos encontramos, gente ilustre como aquela que mencionamos acima bem como, por exemplo, a mulher do general Humberto Delgado. Verificámos que os descendentes de Johann Caspar Heinrich Giffenig e de Konrad Heinrich von Niemeyer, irão cruzar-se várias vezes, nomeadamente os ramos que foram para o Brasil, quando a Corte para lá se deslocou em 1807. A atividade dos Niemeyer e dos Giffenig no Brasil é muito importante e relevante. Por exemplo, encontramos uma proposta feita ao Imperador do Brasil, a 10 de Abril de 1865, para que o neto do Cor. Konrad Heinrich von Niemeyer e bisneto do Ten. Johann Caspar Heinrich Giffenig, Bacharel Olympio Giffenig Niemeyer (1841 – 1912), promotor público da Comarca do Rio de Janeiro possa reger a cadeira de História e Gramática, estabelecida na mesma cidade, com acumulação de vencimentos porque “há falta de pessoal habilitado para os cargos públicos e os vencimentos de ambos os lugares são tão exíguos que é impossível viver decentemente com qualquer deles”.

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Arquivo Histórico Militar, cx 577 CHARTERS-D’AZEVEDO - “D. Frei Patrício da Silva, O. S. A., um Cardeal leiriense, Patriarca de Lisboa (1756 -1840)”. Leiria: Textiverso, 2009. 33 CHARTERS-D’AZEVEDO, Ricardo, PORTELA, Ana Margarida, QUEIROZ, Francisco – “Os Charters d’Azevedo em Leiria e as suas relações familiares (séc XIX)”. Lisboa: Gradiva, 2007. 34 CHARTERS-D’AZEVEDO, Ricardo - “A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791”. Leiria, Textiverso, 2011 32

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No Arquivo Histórico Militar35 Johann Caspar Heinrich Giffenig aparece num processo com o nome de João Guifini!

Conclusão Os oficiais que acompanharam o conde Friedrich Wilhelm Ernst zu Schaumburg-Lippe, quando da sua vinda em 1762, eram de alta craveira, e permitiram que o exército português ganhasse uma guerra. Mas, não foram menos importantes e úteis para o país, aqueles que ele indicou em 1776, a pedido do marquês de Pombal, para virem servir no exército português e nele pudessem por em prática os acuais ensinamentos militares. Provinham da sua Escola Militar, eram filhos gente notabilíssima e prestaram um enorme apoio técnico ao exército, no campo da artilharia, na fabricação da pólvora, no levantamento topográfico para a construção de vias de comunicação e na definição de linhas de fronteiras. Fixaram-se em Portugal, casando-se e deram origem a notabilíssimas descendências36.

35 36

Arquivo Histórico Militar, cx 577 Ver a genealogia na página: www.familiasdeleiria.com

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Anexo 1

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(in SALES, Pe Ernesto Augusto Pereira – “Conde de Lippe em Portugal”. V N de Famalicão: 1936, Anexo C)

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