NIETZSCHE: O DESAFIO DO ATEÍSMO NIILISTA

July 24, 2017 | Autor: Daniel Gonçalves | Categoria: Friedrich Nietzsche, Filosofía, Cosmovisão Cristã, Niilismo
Share Embed


Descrição do Produto


Faculdade teoLóGICA BATISTA DE SÃO PAULO
DOSSIÊ COMENTADO:
NIETZSCHE: O DESAFIO DO ATEÍSMO NIILISTA


CARLOS JONATHAN SANTOS
Daniel Romagnoli Gonçalves














SÃO PAULO
08/04/2013
Carlos Jonathan Santos
Daniel Romagnoli Gonçalves
DOSSIÊ COMENTADO:
NIETZSCHE: O DESAFIO DO ATEÍSMO NIILISTA
Dossiê apresentado ao Dr. Lourenço Stelio Rega, como requisito da disciplina Filosofia da Religião, 3º Ano, Período Noturno, do Curso de Bacharel em Teologia da Faculdade Teológica Batista de São Paulo.









SÃO PAULO
08/04/2013

Resumo

Este dossiê tem como objetivo demonstrar o progresso do pensamento de Nietzsche. Conhecido como o proclamador da "morte de Deus", seu pensamento e filosofias afetam a compreensão da religião e a vida religiosa. Precursor da pós-modernidade, não há pensamentos tão ousadas quanto a existência de Deus em outro pensamento filosófico. Mesmo não sendo ateu mas desejando a inexistência de Deus, seu "ateísmo" ainda é influente no presente século. A negação de Deus está relacionada a Ele sendo inimigo da vida, limitando a existência humana. É necessário ao homem recusar a Deus para ser verdadeiramente livre. Os temas centrais ao pensamento de Nietzsche são: a morte de Deus, o super-homem, a vontade de potência e o eterno retorno. Compreendemos que é importante seu pensamento no contexto religioso por vivermos em uma "crise niilista" nas igrejas contemporâneas no Brasil e afora.
SUMÁRIO

Introdução HistóricO 5
1 Quem foi Friedrich Wilheim Nietzsche? 5
2 Obras 6
PRENSAMENTOS E FILOSOFIAS 7
1 A morte de Deus 7
2 O que significa declarar que Deus está morto? 8
3 A agonia do homem 9
4 A superação do niilismo 10
5 Nietzsche contra o cristianismo 11
6 Crítica à crítica de Nietzsche 11
7 O ateísmo sartreano 12
CONCLUSÃO 13
Referencial bibliogrÁFICO 16






Introdução HistóricO
1 Quem foi Friedrich Wilheim Nietzsche?
Friedrich Wilhelm Nietzsche, que nasceu dia 15 de Outubro de 1844, foi o primogênito do pastor luterano Karl Ludwig Nietzsche. Na sua infância seguia a carreira do pai e do avô em ser pastor porém em 1849 seu pai morreu e mudou-se para Naumburgo onde viveu com sua mãe, avó e suas duas tias. Em 1854 entrou no ginásio de Naumburgo e depois recebeu bolsa para o internato Pforta, e começou a afastar-se do cristianismo.
Nesta época começou a ter interesse pela cultura grega. Em 1864 começou a estudar filosofia clássica em Bonn. Estudou Teologia e Filosofia. Apreciava-se muito seu professor Friedrich Ritschl e quando transferiu para a universidade de Leipzig, Nietzsche o acompanhou. Nietzsche virou professor de Filosofia clássica na Universidade de Basiléia em 1869 por recomendação de Ritschl.
Em Basiléia fez amizade com Richard Wagner, um músico, em Basiléia porém quando aderiu ao cristianismo, Nietzsche afastou-se dele. Em 1879 pediu demissão da Universidade de Basiléia por causa de sua saúde. Em 25 de Agosto de 1900 morreu em Weimar.




2 Obras
Nietzsche produziu uma vasta obra em que é possível ver uma evolução de seu pensamento. Podemos dividir seus pensamentos em três etapas. A primeira corresponde a seus trabalhos estético-filosóficos com as obras Origem da tragédia e Considerações extemporâneas. A segunda corresponde a uma etapa científico onde busca uma expressão pessoal separando-se de Wagner e Schopenhauer com as obras como Humano demasiado humano, Aurora, A gaia ciência. A terceira é seu caminho pessoal que encontramos seus grandes pensamentos como o tema da morte de Deus, o nascimento do super-homem (übermensche), a vontade de potência e o eterno retorno. Nesta época de sua vida escreveu obras como Assim falava Zaratustra, Além do bem e do mal, Geneologia da moral e as obras póstumas Ecce homo, Vontade de poder, O caso Wagner, O crepúsculo dos ídolos e O Anticristo.
Nietzsche não pensa em termos de sistema mas busca as raízes da vida em uma crítica radical de tudo que existe. Para ele, o homem é o animal mais forte pois é o mais astuto, porém o mais débil pois desviou-se de seus instintos.


PRENSAMENTOS E FILOSOFIAS

1 A morte de Deus
Nietzsche fazia uma dura crítica religiosa pois compreendia que a vida é de valor supremo porém a religião era destruidora desta vida em negação e prática a vida. Considera que a religião surgiu por necessidade e se estabeleceu na sociedade em decorrência de erros da razão. Afirma que "o cristianismo nasceu para dar alívio ao coração; mas agora precisa primeiramente magoar o coração, para poder depois aliviá-lo". Entendia o cristianismo como um sistema de niilismo.

A piedade cristã era prejudicial à vida, que leva à depressão e a perda de vitalidade e força. A vida psíquica e a razão tem finalidade ao serviço da vida biológica, porém no cristianismo exista uma luta contra os instintos. A religião, portanto, é destruidora da vida. Acreditava que o único cristão foi Jesus e na sua morte levou consigo o verdadeiro Cristianismo. Portanto Cristianismo de hoje é apenas uma sistematização de ensinamentos de Jesus realizado por Paulo de Tarsos. Criticou o Reino, em que antes era nos corações dos homens, mas agora é no além, e esse além é o nada. "Deus morreu" está no centro de toda a crítica religiosa de Nietzsche. O louco, personagem em A gaia ciência, anunciou a morte de Deus. Esta morte de Deus não representa a morte real do Deus cristão, porém o conceito de Deus no cristianismo Europeu.

Em A gaia ciência, Deus era o centro do conhecimento do homem, do significado e razão da vida. Na época de Nietzsche, na segunda metade do século XIX, a ciência, arte e política ultrapassavam a religião. Isso não somente criou uma crise na fé, mas também uma crise cultura. As ciências, a filosofia e a política tratavam a noção de Deus como irrelevante e com isso o homem tournou-se centro e a medida de todas as coisas (antropocentricidade). Em Assim falava Zaratustra, o tema central é a morte de Deus. Nesta obra Nietzsche retrata o homem como submisso a Deus. No deserto, luta contra Deus e sua moralidade. Com a negação de Deus, encontra a gênese do super-homem. Encontra-se livre de todas as ilusões da alienação idealista de Deus. Podemos compreender que Nietzsche estava analisando o contexto da sua realidade e proclamando a pós-modernidade.

2 O que significa declarar que Deus está morto?
Esta declaração é a base para a evolução do pensamento de Nietzsche. Com a morte de Deus temos por resultado, como veremos pra frente, o início do übermensche, o niilismo, a vontade de potência e o eterno retorno. Para Nietzsche, a morte de Deus representa o fim da escravidão e o início da liberdade. É uma decisão existencial do homem. Como Deus é invenção humano, sua morte representa a superação do homem. É o início do super-homem, o fim de opressão e a ameaça que limitava o homem. Era necessário a morte de Deus para que o homem possa se realizar de forma livre. Com isso, o homem tem que assumir a lacuna deixado pelo Deus morto.
"Deus está morto" não implica que Nietzsche acreditava em um Deus real que existiu e depois morreu em um sentido literal. Devemos considerar a declaração de que a idéia de "Deus" (religião e metafísica) não é mais uma fonte para qualquer código moral ou teleologia. Nietzsche reconhecia a crise que a morte de Deus representa para as preocupações morais. É por isso que para "o louco" o problema é manter qualquer sistema de valores, na ausência de uma ordem divina.
A morte de Deus é uma forma de dizer que o homem não é mais capaz de acreditar em qualquer ordem cósmica, uma vez que já não o reconhecê. A morte de Deus leva não só para a rejeição de uma crença de ordem cósmica ou física, mas também a uma rejeição de valores absolutos em si; a rejeição da crença em uma lei objetiva e moral universal, obrigatório para todos os indivíduos . Deste modo, a perda de uma base absoluta para a moralidade leva ao niilismo. Este niilismo é o que Nietzsche trabalhou para encontrar uma solução para por reavaliar os fundamentos dos valores humanos. Isso significa a procura de valores que são mais profundas do que os valores cristãos. Ele iria encontrar uma base na "vontade de poder", que ele descreveu como "a essência da realidade".
Nietzsche acreditava que a maioria das pessoas não reconhece (ou se recusou a reconhecer) esta morte por medo ou angústia. Portanto, quando a morte começou a ser amplamente reconhecido, as pessoas iriam se desesperar. É por isso que, em parte, Nietzsche viu o cristianismo como niilista. Ele se via como uma figura histórica como Zaratustra, Sócrates ou Jesus, dando uma nova orientação filosófica para as futuras gerações para superar o niilismo iminente.

3 A agonia do homem
A consequência da morte de Deus é o niilismo. A agonia do homem existe em perceber que o nada ocupa o lugar de Deus, e assim, todos os valores se desvalorizam. Como o nada ocupa o lugar de Deus, a moral tradicional e a metafísica são considerados "movimentos niilistas" pois estes proviam de Deus, que era apenas a máscara para o nada. O fim da metafísica, da morte de Deus e do ateísmo é o niilismo. É a desvalorização dos valores tradicionais, como a moral, a metafísica e a religião. Para Nietzsche, estes são invenções do homem, pois são meios para dominar a vida. O niilismo também deixa aparente a decadência de longa tradição. O cristianismo, nesta visão, é uma religião niilista pois venera o nada como Deus. Portanto a moral cristã está em rumo ao destruição pois a autoridade de Deus está sendo substituído pela autoridade da razão. Como os valores tradicionais foram destruídos, é necessário o homem criar novos valores. O homem se torna o Senhor sobre Deus e o nada. A realidade é que cria-se a sensação de que tudo é vazio. Será necessário o homem transcender a si mesmo e fazer nascer o super-homem, o homem que se posiciona diante do nada e superou sua fraquezas. É a força de construir um novo sentindo ou realidade à vida.
O niilismo, que para Nietzsche é a descrença absoluto, gera uma sociedade que não conhece o sentido da vida. Com isso encontramos o niilismo do forte e o do fraco. O do fraco, este sendo passivo, é incapaz de construir um sentido para a vida. Por outro lado o do forte, a força está em seu interior portanto construí um sentido para a vida, a vontade de querer ser.
O conceito de eterno retorno de Nietzsche está relacionado a unidade e existencialismo. Entende-se que a unidade (uma única realidade) é vivida aqui e agora. O divino encontra-se no interior do homem que diz "quero ser Deus". Querendo ser Deus, o homem tem que declarar "Deus está morto". O conceito aborda não somente o super-homem mas o conceito de Tempo. Como não existe Deus, não há criação ou início portanto tempo é infinito. As coisas, porém, são finitos, portanto eventos se repetem de forma infinito. Como no interior do homem brota o "eu quero", Nietzsche está levantando uma questão de existencialismo. Não é uma pergunta do porque da vida, mas "Qual é o propósito da minha vida?" se eu vivesse cada dia de forma infinita? É viver a vida ao máximo aqui e agora.
Nietzsche afirma que Deus foi criado do nada e com a razão foi possível desmascarar este nada. A história de Deus acabou, porém Ele não morreu agora, mas sempre esteve morto. Como Deus é obra do homem, assim a sua morte também é.

4 A superação do niilismo
A superação do niilismo será um feito do homem que está por vir. Para Nietzsche apenas alguns homens se diferem dos animais, os super-homens, eles se diferenciam pela vontade que possuem de superar eles mesmos. Portanto, para que algo novo nasça, é necessário que o velho seja aniquilado e, para que isso ocorra, o niilismo é um processo obrigatório. E a maneira de surgir uma nova ordem é por meio de aceitação profunda da vida e do mundo, e tudo o que é frágil e fraco deve ser descartado em favor de tudo o que é forte e poderoso.
De acordo com Nietzsche a superação do niilismo será dada pela ideia do eterno retorno. Essa ideia supri a necessidade da imortalidade que é intrínseca aos desejos humanos. Contudo, essa ideia de eterno retorno, apresenta um paradoxo, pois é ao mesmo tempo a evidência plena do niilismo, como também é a superação do próprio niilismo.
O conceito de eterno retorno compreende que o tempo é infinito e a energia do mundo é finita, portanto, essa finitude impede que o novo nasça. Logo, tudo o que conhecemos entra num ciclo eterno (o nada eterno). Contudo, quando compreendemos que o niilismo é justamente a perda de todo o sentido, ele é superado pelo fato do eterno retorno dar um sentido para o que acontece.

5 Nietzsche contra o cristianismo
Nietzsche não perdoa nada que é concernente ao cristianismo, pelo contrário, ataca tudo, Deus, a igreja, os cristão e os sacerdotes e, esses últimos ele atribui a criação de dogmas com a intenção de manipular e controlar o povo. Ele afirma que Jesus não passava de um subversivo qualquer, enquanto que o apóstolo Paulo foi o responsável pela "mentira do Jesus ressuscitado". Segundo Nietzsche o cristianismo foi o responsável pelo enfraquecimento do mundo moderno, pois o cristianismo tira o homem do centro e coloca aquilo que é mais além, e esse mais além destrói a vida.

6 Crítica à crítica de Nietzsche
Apesar de ter atacado de maneira ferrenha o cristianismo, Nietzsche afirma numa carta que as melhores experiências que teve em sua vida espiritual veio do próprio cristianismo.
Tenta resolver todos os problemas do mundo a partir de uma cosmovisão ateísta.
A possibilidade de explicar a crença em Deus e a religião por meio de um viés psicológico automaticamente não exclui uma maneira de encontrar uma realidade na experiência religiosa, como Nietzsche acreditou.
Ele tenta fundamentar seu ateísmo historicamente, alegando que a fé em Deus ter enfraquecido, entretanto, isso pode ser somente uma crise.
Ao acreditar no ciclo nos astros, das estações do ano, por exemplo, Nietzsche apenas substitui uma fé cristã por outro tipo de fé no eterno retorno.
Para alguns, Nietzsche apenas repetiu de maneira diferente as ideias de Feuerbach e Freud.
Apesar de não aceitar o conceito de um Deus cristão, apresenta possíveis substitutos para Deus, como por exemplo, o super-homem e a ideia do eterno retorno.
Por vezes Nietzsche parece apenas mais um fanático anticristão.
Ele não possui conhecimentos profundos de teologia, história e ciência.
De maneira simplista e reducionista nega toda a realidade metafísica, para assim poder negar a existência de uma divindade e a existência da alma.
O niilista apesar de aceitar os fatos, desconfia de tudo.

7 O ateísmo sartreano
Para Sartre Deus não tem existência real. Para ele o ser da consciência é nada, logo a paixão do homem é ser nele mesmo, porém, a partir dessa cosmovisão a consciência tem a tendência para um ideal e, o ideal dessa consciência pode ser chamada de Deus. Contudo, não passa de um Deus falido.
Segundo Sartre o homem é aquilo que faz em si mesmo (existencialismo). Ele define o homem pela ação, o fim do homem é o próprio homem, e tudo o que é projetado transcendentalmente pelo próprio homem é assim projetado para que o homem possa existir. Ele nega Deus para afirmar o homem e, depois dessa negação reduz o homem a uma simples paixão sem utilidade alguma.

CONCLUSÃO

A partir dessa leitura compreendemos a religião e a vida religiosa com uma olhar mais crítico e amplo, não podemos descartar a importância do niilismo, no sentido de ser capaz de descontruir uma série de dogmas e preceitos estipulados pela religião. Quando compreendemos o conceito de Nietzsche que, diz que para nascer o novo é necessário que o velho morra, percebemos que para que a vida religiosa tenha progresso é necessário estarmos abertos para o novo. Evidentemente quando Nietzsche faz essa afirmação ele está pensando na eliminação do cristianismo e de qualquer religião existente, entretanto, podemos olhar para o seu pensamento de maneira a aproveitar o seu método de desconstrução de dogmas e, obviamente descartamos suas ideias anticristãs.
Ao pensarmos no conceito de eterno retorno e consequentemente na superação do niilismo, podemos fazer uma inferência entre dialética e religião, pois quando pensamos que toda tese (afirmação) precisa ter uma antítese (negação dessa afirmação) e, que a partir desta antítese surgirá uma síntese (uma nova tese), podemos fazer uma analogia com o eterno retorno de Nietzsche, porém, esse retorno, não é negativo para religião. Pois, por meio desse retorno (processo dialético) teremos uma evolução religiosa.
Acreditamos que é um grande desafio aplicar os conceitos de Nietzsche de uma maneira concreta dentro da igreja local e nas atividades ministeriais, contudo, esse desafio não está longe de ser cumprindo, na medida que primeiros compreendemos que vivemos numa grande "crise niilista", pois muitas vezes olhamos para nossas igrejas e para os cristãos que dela fazem parte e quando os indagamos ou inferimos sobre os seus propósitos, vemos que tais propósitos caem num nada existencialista. Daí é importante compreendermos Nietzsche e, sabermos que essa nada (niilismo) mesmo que inconsciente que é gerado na mente das pessoas, são extremamente prejudiciais, podendo até "matar Deus", não num sentido concreto evidentemente, porém, por conta desse niilismo inconsciente que muitos cristãos vivem, existe a possibilidade de eliminarem o próprio Deus de suas vidas, o mantando para si próprio, mesmo Deus sendo eterno e soberano sobre o mundo.
Quando refletimos no conceito de eterno retorno de Nietzsche, podemos fazer algumas analogias a partir de uma cosmovisão cristã. Pois ao partimos do principio que para Nietzsche o eterno retorno é a eternidade do tempo e a finitude da energia no mundo, conseguimos então entrelaçar tal conceito, com a vida do cristão, pois, compreendemos que o tempo é eterno (não no sentido de não ter um início, pois sabemos que apenas Deus não teve inicio, mas, no sentido do tempo não ter fim) e que os nosso esforços e energia, pelo menos neste mundo físico, são limitados e escassos, sendo assim, como cristão questionamos o que temos feito com essa energia finita e como tais esforços e energias tem sido usadas em favor do cristianismo, já que partimos do princípio que tudo o que fizemos aqui terá consequências na eternidade.
É verdade que Nietzsche faz duras críticas ao cristianismo, contudo, suas críticas não são todas delirantes, muitas tem grande sentido, ou pelo menos servem para que tenhamos como cristão uma visão mais crítica, aberta e dialógica sobre o real cristianismo. Nietzsche afirma que é contra Deus, contra a igreja, contra os sacerdotes que controlam o povo. E sabemos que alguns do conceitos que Nietzsche tinha de Deus eram provenientes da igreja e de seus líderes, dessa maneira, devemos nos questionar como cristão, quais conceitos de Deus estamos expressando para os de fora, quando ligamos nossas Tvs ou mesmo quando escutamos diversos pregadores discursando em nome de Deus em seus púlpitos, vemos homem inflados e manipuladores, tentando a qualquer custo fazer com o que o povo seja induzido a caminhar de acordo com seus próprios interesses, sendo assim, provavelmente se Nietzsche estivesse vivo nos tempos de hoje, tivesse a mesma repulsa pelo cristianismo por causa de seus líderes e seguidores.
Todavia, em nossa concepção, um dos argumentos mais fracos e incoerentes de Nietzsche contra o cristianismo é dizer que o cristianismo foi o responsável pelo enfraquecimento do mundo moderno, pois o cristianismo tira o homem do centro e coloca aquilo que é mais além, e esse mais além destrói a vida.
Devemos partir do principio que o homem é ser frágil, quando pensamos nos animais, percebemos que o homem é um dos animais, se não, o animal mais frágil da natureza e, só conseguiu chegar até aqui, pelo fato de ter reconhecido essa fragilidade e ter sido desde então um homem gregário, ou seja, um homem que compreende suas limitações e percebe que só consegue sobreviver com a ajuda do outro. Além do mais, o pensar no mais além, não menospreza a vida do homem, pelo contrário, é justamente pelo fato de pensar no mais além que o homem consegue ter esperança de algo melhor está por vir e, tal esperança não o coloca numa situação paralisante, pois dá motivação para continuar a lutar pela verdade, pela justiça, por valores éticos e morais, pois afinal de contas, caminhamos para um mundo mais digno.










Referencial bibliogrÁFICO

Encyclopeadia Britannica do Brasil Publicações Ltda, São Paulo: 1997.
MILLER, Ed., L.; GRENZ, Stanley J., Teologias Contemporâneas. São Paulo: Vida Nova, 2011, págs. 99-104
ZILLES, Urbano. Filosofia da Religião. São Paulo: Editora Paulus, 2002.

16










Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.