NIÓBIO: UMA IDENTIDADE DE JOIA BRASILEIRA

July 15, 2017 | Autor: Ispic Fatea | Categoria: Design, Ciência e Engenharia de Materiais
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CLARA CASTRO NUNES

NIÓBIO: UMA IDENTIDADE DE JOIA BRASILEIRA

Monografia apresentada ao Curso

de

Design das Faculdades Integradas Teresa D’Avila como trabalho de Conclusão de Curso.

Orientador: Prof. Dr. Ribeiro

Rosinei

Batista

LORENA, 2013

N972n

Nunes, Clara Castro

Nióbio: uma identidade de joia brasileira. – Lorena: Clara Castro. – 2013. Monografia (Graduação em Design) – Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, 2013. Orientador: Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro. 1.

Nióbio. 2. Design de joias. 3. Anodização. 4. Eletroerosão. 5. Brasil. 671.18 Figura 1 - Ficha catalográfica

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CLARA CASTRO NUNES

NIÓBIO: UMA IDENTIDADE DE JOIA BRASILEIRA

Monografia apresentada ao Curso de Design das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila como Trabalho de conclusão de curso. Orientador: Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro

BANCA EXAMINADORA _________________________________________ Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro Faculdades Integradas Teresa D’Ávila _________________________________________ Prof. Dr. Nelson Matias Faculdades Integradas Teresa D’Ávila _________________________________________ Prof. Deise Carelli Faculdades Integradas Teresa D’Ávila

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Lorena, 03 de dezembro de 2013.

A minha querida mãe, Fátima, pelo apoio incansável de todas as minhas atividades desde o início de minha vida. A minhas avós Joana e Marly, que incentivaram minha cultura. 4

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro, por me apresentar o nióbio, me ajudar nos processos do trabalho, me encaminhando da melhor forma possível na área. Ao Prof. Dr. Nelson Matias, que me auxiliou na metodologia. A todos os professores que contribuíram para meu conhecimento. A minha mãe, que me acompanhou com imenso apoio. Ao Prof. Dr. Carlos Nunes, e toda a equipe de funcionários do Demar na USP que me ajudaram. A minha avó Joana, pela ternura. A minha avó Marly, pelo meu constante aprendizado que recebo. A minha prima Ana, pelo carinho e preocupação. A minha querida amiga Hanna, por estar ao meu lado em todos momentos que precisei, e continuarei recebendo esse mesmo apoio. Ao meu querido Lucas, que mesmo em pouco tempo, aparenta ser muito, pela intensidade de apoio e carinho, em aspectos acadêmicos e emocionais. Ao meu pai, por me ajudar em vários momentos. Ao Prof. Dr. Jorge Rosa, que me auxiliou em alguns processos. A equipe de funcionários do laboratório CAD/CAM na FEG que disponibilizaram a ferramenta de corte para o nióbio. As pessoas que me ajudaram a responder as enquetes de pesquisa. As minhas irmãs: Joana, Iva e Jéssica, pelo companheirismo. A minha madrinha Tânia e tio Carlos, pela empolgação na escolha do tema do trabalho. A todos que me ajudaram de alguma forma nesses anos de graduação.

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“Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça”. Leonardo da Vinci 6

RESUMO

NUNES, Clara Castro. Joias nióbio identidade brasileira. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Design) – Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, Lorena, São Paulo, 2013. [Orientador Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro]

As joias brasileiras são reconhecidas internacionalmente por sua imagem alegre, colorida e criativa. O nióbio é um metal brasileiro de alta resistência a corrosão com propriedade de ser anodizado como nenhum outro metal, assim colorindo a sua superfície com diversas possibilidades de cores. Essas características do nióbio fazem com que seja o metal ideal para ser aplicado em joia de identidade brasileira. As joias são desenvolvidas através de uma lâmina de nióbio, com cortes a eletroerosão a fio. Esse projeto desenvolve uma coleção de joias de nióbio utilizando o Brasil como tema, assim explorando sua diversidade de flora, fauna, fenômenos físicos e naturais. Desenvolve-se a coleção “Orvalho do Brasil”, explora as formas desse fenômeno comum no Brasil, formado pelas belas noites claras. Palavras-chave: Nióbio – Joias – Cores – Anodização – Eletroerosão

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ABSTRACT NUNES, Clara Castro. Jewelry niobium Brasilian. 2013. Monograph (Graduation) – Faculdade de Design - Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, Lorena,2013. [Supervisor: Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro]

The Brasilian jewels are internationally recognized for its cheerful, colorful and creative image. The niobium is a Brasilian metal, with a high resistance to corrosion and property to be anodized as no other metal, like this coloring his surface, with many possibilities of colors. These characteristics of niobium make the metal ideal for application in jewelry of Brazilian identify. The jewels are develops through a sheet, with withs by WireEDM (Electrical Discharge Machining).

This Project develops a niobium jewelry

collection, using the Brazil for theme, exploring its diversity in flora, fauna, natural and physical phenomena. Develops the collection “Brazil’s Develop”, explore the forms of this phenomena usual in Brazil, forming by pretty light nights.

Keywords: Niobium – Jewelry Design – Colors – Anodization – WireEDM (Electrical Discharge Machining)

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 16 TEMA E PROBLEMA............................................................................................................. 17 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................... 18 OBJETIVO ............................................................................................................................... 18 Objetivo geral ........................................................................................................................... 19 Objetivo específico ................................................................................................................... 19 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................. 19 DESIGN DE JOIA ................................................................................................................... 20 Design de joia no Brasil ........................................................................................................... 22 Concurso do Design brasileiro de joias .................................................................................... 26 O conceito de joalheria e o uso dos materiais ......................................................................... 28 NIÓBIO ................................................................................................................................... 33 Propriedades ............................................................................................................................. 33 Aplicações ............................................................................................................................... 34 Ligas de nióbio ........................................................................................................................ 35 Anodização .............................................................................................................................. 36 Nióbio no Brasil ...................................................................................................................... 37 BIÔNICA ................................................................................................................................. 38 Aplicações de características e sistemas naturais .................................................................... 39 Texturas .................................................................................................................................... 40 Criação de texturas .................................................................................................................. 41 METODOLOGIA .................................................................................................................... 43 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 43 9

LEVANTAMENTO DE DADOS ............................................................................................ 43 Levantamento de similares ....................................................................................................... 43 Levantamento de materiais e processos.................................................................................... 43 TÉCNICAS DE CRIATIVIDADE ........................................................................................... 43 Brainstorming ........................................................................................................................... 43 Painel semântico ...................................................................................................................... 44 ANÁLISE DE SIMILARES ..................................................................................................... 45 ENQUETE COM O PÚBLICO ALVO .................................................................................. 45 SÍNTESE ................................................................................................................................. 46 DESENHO .............................................................................................................................. 46 MODELO VOLUMÉTRICO .................................................................................................. 46 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................................... 47 PROBLEMATIZAÇÃO .......................................................................................................... 47 Reconhecimento do problema ................................................................................................. 47 Delimitação do problema ......................................................................................................... 47 Formulação do problema ......................................................................................................... 47 LEVANTAMENTO DE DADOS ........................................................................................... 47 Similares .................................................................................................................................. 47 Mapa tributação ....................................................................................................................... 51 Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) ....................................................................... 53 Perfil do Usuário ...................................................................................................................... 58 Enquete .................................................................................................................................... 58 10

Tabulação dos Resultados ....................................................................................................... 69 Análise de semântica e da forma ............................................................................................. 70 Análises ................................................................................................................................... 72 SÍNTESE ................................................................................................................................. 73 Usabilidade .............................................................................................................................. 73 Materiais .................................................................................................................................. 73 Processos de fabricação ........................................................................................................... 73 Processo criativo ...................................................................................................................... 74 Forma ....................................................................................................................................... 74 Cores ........................................................................................................................................ 74 Diferencial do produto ............................................................................................................. 74 FORMA ................................................................................................................................... 75 Tema ........................................................................................................................................ 75 Tipos de joias ........................................................................................................................... 77 GEOMETRIA........................................................................................................................... 77 Orvalho .................................................................................................................................... 77 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO .......................................................................................... 80 Fornecimento das chapas de nióbio ......................................................................................... 80 Eletroerosão a fio ..................................................................................................................... 80 Furos ........................................................................................................................................ 84 Anodização .............................................................................................................................. 85 MODELO FINAL .................................................................................................................... 87 11

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 91

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1.

INTRODUÇÃO

Este trabalho consiste na aplicação do nióbio para o design de joias. O segmento joalheiro desenvolve estilo e design próprios, explorando símbolos da cultura, fauna e flora nacionais. O design brasileiro é reconhecido internacionalmente por sua imagem alegre, colorida e criativa, com movimento e sensualidade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM, 2012) a joalharia é o resultado de milhares de anos de história e investigação e os seus criadores continuam a utilizar metais e pedras preciosos como essência, sem deixar de renovar, reinventar e experimentar outros materiais, técnicas e conceitos. O nióbio é definido como um metal cinza brilhante, dúctil e de alta resistência a corrosão, de acordo com o Massachusetts Institute of Technology (MIT, 2012). O nióbio apresenta numerosas aplicações. É usado em alguns aços inoxidáveis e em outras ligas de metais não ferrosos. Estas ligas devido à resistência são geralmente usadas para a fabricação de tubos transportadores de água e petróleo a longas distâncias. • Usado em indústrias nucleares devido a sua baixa captura de nêutrons termais; • Usado em soldas elétricas; • Devido a sua coloração é utilizado, geralmente na forma de liga metálica, para a produção de joias; • Quantidades apreciáveis de nióbio são utilizadas em superligas para fabricação de componentes de motores de jatos, subconjuntos de foguetes, ou seja, equipamentos que necessitem altas resistências a combustão. Pesquisas avançadas com este metal foram utilizadas no programa Gemini, o segundo projeto de exploração

espacial

realizado

pela

National

Aeronautics

and

Space

Administration (Nasa) em 1962.

O nióbio é avaliado como uma alternativa ao tântalo para a utilização em capacitores. Segundo Gray, (2011, p. 240): Nióbio também é usado em joias e moedas porque pode ser anodizado gerando um arco-íris de cores por causa da interferência de luz difratada pelas finas camadas transparentes de óxido na sua superfície. Resistência a corrosão, lindas cores e um

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nome evocativo se somam para tornar o Nióbio o metal ideal para fazer os piercings usados em várias partes do corpo.

1.1.

TEMA E PROBLEMA

Esse trabalho consiste na aplicação do nióbio para o desenvolvimento de joias. E em como utilizar o metal agregando ao consumidor a concepção de joia, com valor comercial. De acordo com Nathan Arroyo, 2002, Nióbio está caracterizado como joia, portanto então, a utilização do material mais abundante em solo brasileiro seja desenvolvido sob esta nova perspectiva com o design típico.

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1.2. JUSTIFICATIVA

Nos últimos 10 anos, a indústria joalheira tradicional passou a sofrer forte e crescente concorrência dos ateliês de design, ourives e das lojas de varejo. Tem estilo próprio, além da utilização da variedade das pedras preciosas e matérias-primas existentes no país, o design brasileiro é, hoje, reconhecido internacionalmente por sua imagem alegre, colorida e criativa, com movimento e sensualidade. O objetivo é explorar a matéria prima, o nióbio. Pois 97,4% das reservas de nióbio estão no Brasil, sendo 100% brasileiro o minério utilizado por todo o mundo. (Adriano Benayon, 2011). É um metal dúctil, de alta resistência a corrosão e pode ser anodizado como nenhum outro metal, assim alterando a cor da sua superfície, é capaz de formar até mesmo um arco-íris de cores, são propriedades exclusivas nas quais o torna o material ideal para aplicação em joias, além de ter um baixo custo.

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1.3.

OBJETIVO

1.3.1. Objetivo geral

Desenvolver um projeto de design de joias em uma lâmina de nióbio de 0,3 mm e 1,2 mm de espessura, fornecida pelo Demar/USP (Departamento de Materiais).

1.3.2. Objetivo específico

Desenvolver joias de nióbio inspiradas na flora, ou fauna, ou fenômenos brasileiros. Fabricar a joia utilizando a eletroerosão como ferramenta de corte e a anodização como tratamento de superfície.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.

DESIGN DE JOIA Do francês “joie”, oriunda do baixo latim “iocus” significando “jogo” ou “gracejo”. A joia é estreitamente ligada a aspectos positivo da existência – afetividade, beleza,

comemoração, eternidade – os artigos de joalheria sempre fascinaram homens e mulheres, que nutrem pelas joias um desejo atávico, latente, como que geneticamente herdado através de gerações. A origem dos adornos se confunde com a própria origem do ser humano, sendo o estudo da história da joalheira um importante instrumento que revela e documenta a própria história da humanidade, em todos os seus aspectos: espiritual – como amuletos e símbolos de conhecimentos esotéricos, mágicos, curativos, sagrados; social - denotando distinção social, nobreza e fortuna; emocional - marcando os ritos de passagem: nascimento, casamento, debutantes e bodas. Por sua forte carga simbólica e pela vocação de perenidade de suas matérias-primas, as joias transcendem a existência de quem as possui, testemunhando a história de uma família ou clã. São transmitidas de geração em geração, as joias são elos entre gerações passadas, presentes e futuras. Para os seus criadores, a chamada joalheria de arte expressa de caráter estético, materializa nas diferentes possibilidades plásticas dos metais e pedras preciosas. (Henriques, 2013). Segundo Zugliani, et al. os mais de sete mil anos da joalheria acompanham o progresso e as transformações sociais, culturais e religiosas da história do homem, que sempre buscou produzir objetos para se enfeitar e seduzir; satisfazer desejos, construir uma arte e significados dentro de seu tempo. É experimentando esses possíveis adornos que a joia foi sendo desenvolvida, cada uma com suas características, mas sempre inovando e fazendo a diferença. Até o século XX os grandes nomes joalheiros eram Cartier e Boucheron que criaram peças figurativas cuja única função era ornar e satisfazer a vaidade. Nesse mesmo momento, o Art Nouveau, e artistas joalheiros como René Lalique e Georges Fouquet, priorizaram em suas joias qualidades estéticas inspiradas na natureza; formas abstratas, leveza e assimetria

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porém não muito confortáveis. “Seus objetos tinham vivacidade, delicadeza e discrição, ressaltavam e homenageavam a instabilidade e fragilidade femininas” (Gola, 2008, p.100). Em uma exposição realizada em Paris em 1900, Lalique e outros joalheiros causaram furor com suas peças trabalhadas em marfim e chifres de animais, que foram selecionados de maneira estética e não pelo seu valor comercial.(Figura 2). Figura 2 - Colar da coleção "Caresse d’Orchidées Par” da Cartier, fabricado em ouro branco e diamantes

Fonte: CARTIER, 2013

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Tabela 1 - Países selecionados no total da produção mundial de joias

Países selecionados no total da produção mundial de joias – em porcentagem Países

2002

2008

2011

Índia

19,31

27,04

33,81

China

7,14

14,32

25,14

Itália

15,48

7,51

4,76

Turquia

5,48

7,94

3,90

EUA

5,78

3,34

3,04

Rússia

1,01

2,30

2,28

Brasil

0,72

0,83

0,99

Tailândia

2,55

1,63

0,81

México

1,46

0,80

0,58

Alemanha

0,86

0,82

0,78

França

0,86

0,50

0,40

Espanha

1,20

0,76

0,31

Fonte: GFMS (2011).

2.1.1. Design de joias no Brasil

O Brasil é internacionalmente conhecido pela diversidade e pela grande ocorrência de

pedras preciosas em seu solo. Está entre os principais produtores de esmeraldas e o único de topázio imperial e, até recentemente, de turmalina Paraíba. Produz, em larga escala, citrino, ágata, ametista, turmalina, água-marinha, topázio e cristal de quartzo. Atualmente, estima-se que o país seja responsável pela produção de cerca de 1/3 do volume das gemas do mundo, excetuados o diamante, o rubi e a safira, sendo que, para essas duas últimas, o Brasil não possui produção e, em diamantes, sua produção é hoje bastante reduzida, embora apresente bom potencial. (IBGM, 2011). É considerado, também, um importante produtor de ouro, tendo alcançado em 2012 uma produção de 67,3 toneladas, o que lhe assegurou o 12º lugar no ranking mundial, segundo o GFMS (GOLD SURVEY, 2013). Sua produção é feita crescentemente por minas, 19

com alta tecnologia e preservação ambiental, embora ainda persistam diversos garimpos, cuja produção estimada de 22 toneladas, representa um terço do total. A sua extração está espalhada por praticamente todo o território nacional, embora concentrada no Pará, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Goiás e Tocantins. A produção de pedras preciosas é realizada, em sua grande maioria, por garimpeiros e pequenas empresas de mineração, com ocorrências, também, em quase todo o Brasil. A forte produção se localiza nos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás, Pará e Tocantins. Estima-se que, pouco menos de 80% das pedras brasileiras, em volume, tenham como destino final as exportações, tanto em bruto, incluindo espécimes de coleção, como lapidadas. As exportações de pedras lapidadas têm crescido significativamente, estimando-se que, em 2013, alcance 75% do total. O parque industrial é bastante diversificado. Embora os dados sejam imprecisos, estima-se que existam, atualmente, aproximadamente 3.900 empresas de lapidação, de joalheria, de artefatos de pedras, de folheados e de bijuterias. Elas estão localizadas, principalmente, em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia. No entanto, novos polos industriais, como Paraná, Pará, Amazonas, Ceará e Goiás estão despontando. Da mesma forma, estão sendo apoiados mais de 10 Arranjos Produtivos Locais (APL) de Gemas e Joias no Brasil. A indústria de joalheria de ouro, folheados e bijuterias tem como característica básica ser de pequeno porte, com gerência familiar, sendo sua imensa maioria enquadrada no Sistema Simples de tributação, já que a carga tributária no Brasil continua sendo uma das maiores do mundo. De uma forma geral, apresenta crescente competitividade, com produtos de melhor qualidade e preços competitivos, principalmente para produtos de design, incorporando a diversidade das pedras brasileiras. Para peças menos elaboradas ou com diamantes e para bijuterias a concorrência com países asiáticos é crescente e bastante impactante. Notadamente nos últimos 10 anos, a indústria joalheira tradicional passou a sofrer forte e crescente concorrência dos ateliês de design/ourives e das lojas de varejo, que passaram a produzir internamente grande parte dos produtos por elas vendidos. A lapidação, assim como a fabricação de obras e artefatos de pedras, é feita por pequenas indústrias, muitas de “fundo de quintal”. A terceirização tem se acentuado nos últimos anos e, para pedras de menor valor, a lapidação no exterior é o destino predominante. 20

Existem, ainda, poucas indústrias integradas, principalmente, para garantir qualidade, prazos e tipos diferenciados de lapidação. O Brasil possui capacidade e competitividade para lapidar pedras de média e boa qualidade, incluindo as chamadas lapidações diferenciadas ou contemporâneas. Quanto à lapidação de pedras de baixo valor, normalmente calibradas, salvo poucas exceções, não temos escala e preços competitivos. Estima-se que a informalidade tenha decrescido nos últimos anos, e esteja atualmente num patamar de cerca de 30% do mercado, tanto na produção quanto na comercialização, com a forte participação dos vendedores autônomos ou sacoleiras, inclusive distribuindo produtos importados/contrabandeados; A informalidade e o descaminho ainda são grandes devido à alta carga tributária incidente sobre o setor, a grande concentração de empresas no SIMPLES, com tetos de faturamento limitados, e às suas características diferenciadas. Entre elas, pode-se destacar: produtos de pequenos volumes e altos valores; produção de matérias-primas, industrialização e distribuição feitas de forma pulverizada, por pequenos estabelecimentos e indivíduos, nas mais diversas regiões do país, com fiscalização difícil e onerosa. Os diversos segmentos da cadeia não têm contado, de uma maneira geral, com suporte de crédito adequado. Dadas às suas características, que necessitam substancialmente mais capital de giro do que fixo, e de sua alta informalidade, o que acarreta balanços contábeis que não retratam a realidade das empresas, elas têm tido acesso reduzido às linhas existentes e, normalmente, se auto financiam. No atual estágio, para alcançar novos patamares, com a permanente atualização tecnológica, principalmente para atender ao mercado externo e à concorrência internacional no Brasil, será necessário dispor de mecanismos inovadores de financiamento bancário, particularmente no que se refere a procedimentos de acesso, tanto para as necessidades de capital fixo quanto para giro. Na última década, em que pese as dificuldades de mercado, a indústria joalheira e de folheados tem promovido expressivas melhorias em seus padrões de qualidade e competitividade, inclusive com importação de máquinas, equipamentos, ferramentaria e insumos e também no desenvolvimento do design. Com estilo próprio, explorando símbolos da cultura, fauna e flora nacionais, além da utilização da variedade das pedras preciosas e matérias-primas

existentes

no

país,

o

design

brasileiro

é,

hoje,

reconhecido 21

internacionalmente por sua imagem alegre, colorida e criativa, com movimento e sensualidade. Além do produto importado, frequentemente com subfaturamento e, mesmo, contrabandeado, o mercado interno apresenta forte concorrência dos chamados produtos tecnológicos (celular, notebooks, etc), hoje considerado o principal concorrente das joias, principalmente por seus impactos na renda dos consumidores; Embora o setor se apresente historicamente como um grande gerador de divisas, com exportações de US$3,3 bilhões em 2012, principalmente de ouro e gemas, somente nos últimos dez anos passou a promover, sistematicamente, e com estratégias definidas, produtos de mais alto valor agregado. Isso só foi possível a partir da implementação do Programa Setorial de Apoio às Exportações de Gemas, Joias e Bijuterias, desenvolvido pelo IBGM em conjunto com a APEX - Brasil. O potencial de crescimento das exportações da indústria joalheira de produtos industrializados, como gemas lapidadas, joias e folheados continua alta, apesar das crescentes dificuldades de mercado. Das chamadas pedras coradas que o Brasil produz (exceção de rubi e safira), sua participação no mercado internacional é estimada em cerca de 25% e na de folheados é de 10%. As vendas externas de joias de ouro brasileiras representam pouco mais de 1% das exportações mundiais. As importações do setor, historicamente, se concentram nos metais preciosos de que não dispomos, como platina, prata, paládio e ródio, responsáveis por 80% do valor total importado (US$649 milhões em 2012) e voltados basicamente para o uso de outros setores, a exemplo do químico, catalisadores automotivo e eletrônicos, exceção da prata, onde o consumo em joias é significativo. Nos últimos 5 anos, o país passou crescentemente a importar diamantes lapidados, estimulado pela sensível redução da alíquota de importação, de bijuterias e, mais recentemente, de joias de ouro e prata, principalmente com a chegada de grandes marcas joalheiras internacionais ao Brasil. No que se refere à participação do Brasil no mercado internacional, temos a seguinte posição, segundo o GFMS, para o ano de 2012:

12º produtor mundial de ouro em bruto, com 67,3 toneladas; Produtor insignificante de prata em bruto; 22

19º fabricante mundial de joias de ouro, com utilização de 23 toneladas; 16º fabricante mundial de joias de prata, com consumo de 61 toneladas; 11º país consumidor de joias de ouro, com 27 toneladas.

2.1.2. Concurso do design brasileiro de joias

O Prêmio IBGM de Design visa ao incremento do design brasileiro de joias e tornouse, nos últimos anos, um poderoso instrumento de incentivo e avaliação de novos talentos, promovendo trabalhos dos expoentes do design de joias no Brasil. A intenção do prêmio é promover o desenvolvimento de uma marca Brasil, um ponto de diferenciação no mercado internacional. Desde que foi criado, em 1990, o prêmio tem proporcionado maior reconhecimento da indústria joalheira pelo desenho industrial e uma maior conscientização a respeito do design como um grande fator de diferenciação do produto, abrindo oportunidades para a valorização do designer profissional, com a consequente ampliação do seu mercado de trabalho e a melhoria da joia brasileira. Dentre os principais objetivos do Prêmio estão: 

Valorizar as pedras brasileiras e outros materiais regionais que podem ser utilizados para compor as joias;



Propiciar a abertura do campo de trabalho para os designers; buscar a melhoria da imagem da joia nacional;



Identificar tendências de moda e de mercado;



Incentivar o consumo de gemas coradas e metais preciosos do Brasil e fomentar a modernização e o desenvolvimento tecnológico da indústria, em busca da qualidade e competitividade da joia brasileira.

Atualmente, o Prêmio ocorre de dois em dois anos e é aberto à participação de todos os profissionais e estudantes de design, artes plásticas, arquitetura, áreas afins e artesãos, residentes no Brasil. Para garantir a qualidade e o aprimoramento contínuo, ele passou por várias modificações na sua estrutura durante esses 20 anos. Essas mudanças buscam atender as necessidades das indústrias, designers e do mercado.

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Figura 3 – Colar Beija-Flor do Pantanal, confeccionado pela designer Larissa Lamassa, vencedor do "Prêmio IBGM de Design 2012", na categoria "joias com gemas de cor e pérola"

Fonte: IBGM, 2013

Figura 4 – Bracelete Ortila, confeccionado pela designer Caroline Galvão, vencedor do "Prêmio IBGM de Design 2012", na categoria "poéticas contemporâneas"

Fonte: IBGM, 2013

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Figura 5 – Anel, confeccionado pela designer Carla Abras, vencedor do "Prêmio IBGM de Design 2012", na categoria "lapidação diferenciada"

Fonte: IBGM, 2013

2.1.3. O conceito de joalheria e o uso dos materiais

Santos (2003) descreve a joia como um adorno ligado à moda, podendo ser produzido através de processos artesanais ou semi industriais de fabricação. Gola (2008) ressalta, porém, que o conceito de joalheria é extremante amplo, já que a confecção de joias se desenvolve continuamente de acordo com novas técnicas e desenhos que vão surgindo com o tempo. Conforme a CIBJO (2013), existem duas categorias de materiais aplicados na joalheria:  Naturais: possuem sua formação na natureza e são alterados apenas por lapidação e polimento, sendo estes as gemas;  Artificiais: criados em parte/todo pelo homem. 25

As gemas naturais são muito utilizadas no design de joias e seu valor está ligado a fatores como tipo de pedra, cor, fenômeno ótico exclusivo, brilho, dureza, inclusões exclusivas, pureza e lapidação. O Brasil, segundo extrativista no mundo, tem como principais pedras: diamante, opala, água marinha, esmeralda, alexandrita, ametista, ágata, citrino, topázio e turmalina (SEBRAE, 2008). Porém outros materiais não naturais são hoje em dia utilizados na joalheria (CIBJO 2013). Eles são entendidos como materiais artificiais, como apresentado a seguir:  Pedras reconstruídas: fabricadas por dissolução e fusão ou a aglomeração de materiais naturais;  Pedras compostas: materiais artificiais compostos por duas ou mais partes ligadas por cimentação ou outro processo artificial.  Pedras sintéticas: são cristalinas e feitas da mesma composição química, propriedades físicas e estrutura que os naturais.  Pedras artificiais: são pedras cristalinas que não correspondem com as naturais.  Imitações: não são cristalinas e imitam as pedras preciosas e não possuem sua composição química. Além desses, outros materiais muito usados na joalheria são as substâncias orgânicas, originados de animais/vegetais como as pérolas, âmbar e coral CIBJO (2013), que juntam-se aos metais mais conhecidos o ouro, a prata e a platina (IBRAM, 2012). No entanto, hoje, o design de joias atravessa uma fase em que a utilização de materiais não-tradicionais na joalheira está se tornando cada vez mais frequente. “(...) os conceitos e características do luxo, e consequentemente da joalheria, se ampliaram a tal ponto, que a fronteira entre joia e bijuteria é muito tênue” (FAGIANNI, 2006, p. 2). Segundo (YOUNG, 2008; SEECHARRAN, 2009) os materiais não-tradicionais mais utilizados na joalheria atualmente são: madeira, ossos, plumas, plástico, acrílico, cimento, vidro, papel, tecidos e componentes eletrônicos. Dessa forma, para caracterizar uma definição de materiais não tradicionais a classificação de Gomes Filho (2006), utilizada para o design de produto, que pode contribuir para a compreensão do objeto de estudo:

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 Naturais: materiais de origem mineral, vegetal e animal na sua forma bruta;  Naturais transformados: matérias naturais que sofrem alteração por processo de fabricação;  Polímeros naturais: materiais de ocorrência natural como o chifre a queratina;  Polímeros sintéticos: materiais artificiais de origem orgânica sintética, como o plástico;  Materiais compostos: são compostos por dois ou mais materiais para maximizar suas propriedades como fibras de vidro. Mas, não apenas o design mudou. Conforme Faggiani (2006), a percepção do consumidor pela joia contemporânea também se modificou. “Atualmente outros materiais que antes eram pertencentes à classe da bijuteria, são acrescentados à joalheria, como a madeira, o plástico, vidro, resina e até peças feitas com papel, borracha, micro chip. Hoje, o que especifica uma joia não é mais o conjunto de materiais intrínsecos, mas a capacidade criativa do seu autor na concepção e resolução de uma ideia, enfatizando outros valores além do monetário. Os anos noventa destruíram a ideia de luxo como conceito ligado somente à riqueza. Agora se entende o luxo como um prazer para a alma, então temos novos valores a decifrar.”

(FAGGIANI: 2006, p.2)

Os materiais não tradicionais, dentre outros aspectos, propiciam um enfoque ecológico, atendendo à consciência em relação a um consumo mais sustentável. Assim, alguns materiais utilizados na produção joalheira com baixo custo ambiental, passa a ser uma temática atual (CONSUMO SUSTENTÁVEL, 2005). Assim, para o IBGM (2013) as joias brasileiras andam em busca de materiais únicos, sendo cada vez mais vistos nas coleções brasileiras, apresentando uma linguagem mais contemporânea, que encontra a identificação das peças com o desejo do consumidor moderno seja ele brasileiro, americano, europeu ou asiático, associado ao conceito ecológico (IBGM, 2013). O designer Lisboa (2006), por exemplo, apresenta novas formas, cores, materiais, representativos e significativos para o cliente e, assim como ele, alguns designers de joias destacam a sustentabilidade como um conceito primordial em suas coleções. Segundo WOLFFENBÜTTEL (2004), dentre as grifes internacionais que aderiram ao planeta ecologicamente correto está a joalheria Tiffany. 27

Além disso, segundo Codina (2000), a joalharia contemporânea trabalha com valores como a expressividade, relação simbólica com o objeto, que pode também se associar ao conceito ecológico.

Figura 6 - Colar Cur Irregular 1, 2008. Titânio anodizado. Confeccionado por Marta Boan

Fonte: BOAM, 2008

28

Figura 7 - Pendente. Fogo controlado, prata 925, bronze e cobre. Confeccionado por 2212

Fonte: 2212, 2002

Figura 8 - Anel. Prata 925 e cristais de bórax. Confeccionado por 2212

Fonte: 2212, 2002

29

Figura 9 - Colar de Granadas, 2006. Esferas de cristal, esferas de cristal de urânio com pedras de granada checa, aço e titânio. Contas de cristal fabricadas por Ludmila Dorstová

Fonte: DORSTOVÁ, 2006

2.2.

NIÓBIO

2.3.1. Propriedades

Nióbio, do símbolo químico Nb, número atômico 41, peso atômico 92,90638. O nome é derivado de Niobe que na mitologia Grega é filha de Tantulus, por ser muito semelhante ao Tântalo. O nióbio tem uma densidade moderada: 8,570, é um metal refratário, seu ponto de fusão é de 2.468ºC. É obtido pela redução do Nb2O5 com alumínio. Suas propriedades químicas são muito similares ao Tântalo e sua separação deste só é possível com a utilização de solventes orgânicos como a metilisobutilcetona. O nióbio é um metal dúctil, cinza brilhante, que passa a adquirir uma coloração azulada quando em contato com o ar em temperatura ambiente após um longo período. Suas propriedades químicas são muito semelhantes às do tântalo (elemento químico), que está situado

no

mesmo

grupo.

O metal começa a oxidar-se com o ar a 200°C e seus estados de oxidação mais comuns são +2, +3 e +5. (Cardarelli, 2011, p.343) 30

2.2.1. Aplicações

De acordo com o Departamento de Física - Universidade de Coimbra (2011), também são utilizados em superligas para fabricação de componentes de motores de jatos, subconjuntos de foguetes, ou seja, equipamentos que necessitem altas resistências a combustão. Pesquisas avançadas com este metal foram utilizados no programa Gemini (projeto NASA). O nióbio se converte num supercondutor quando reduzido a temperaturas criogênicas. O nióbio é um minério essencial para as indústrias aeronáutica e aeroespacial, para a indústria nuclear, inclusive armas e seus mísseis. A atual tecnologia faz o nióbio substituir metais, como molibdênio, vanádio, níquel, cromo, cobre e titânio, em diversas outros setores industriais.

Figura 10 - Moeda de Nióbio de 1957, com pureza acima de 99%

Fonte: GRAY, 2012

31

2.2.2. Ligas de nióbio Tabela 2 - propriedades dos nióbios selecionados e ligas de nióbio.

Propriedades de nióbio selecionados e ligas de nióbio Resistência a tração

Coef. Linear térmico de expansão Capacidade de calor específico

Resistividade elétrica

Condutividade térmica

Produção de força

Ponto de fusão (ºC)

Módulo de Young

Força Vikers

Densidade Kg/m³)

Enlongação

Composição Química (%)

UNS Unified Numbering System)

Nomes comuns e comerciais Nb de alta pureza

99,97 (derretido em feixe de elétrons, estampado, e recristalizado a 1100 º C)

8570

103

170

240

50

65

2467

54,1

268

7.20

16.0

Nb (flexível)

99,9 (derretido em arco, forjado a frio, recristalizado por 4 horas a 1200 ºC)

8570

99

240

330

50

115

2467

54,1

268

7,20

n.a

Nb (rígido)

99,9 (laminado a frio)

8570

n.a.

550

585

5

160

2467

54,1

268

7,20

n.a.

Nb (RG)

R0420 0

Nióbio puro de nível reator

8570

103

207

275585

5-30

80120

2468

52,30

270

7,31

12,5

Nb (CG)

R0421 0

Nióbio puro de nível comercial

8570

103

207

275585

5-30

80120

2468

52,30

270

7,31

12,5

Nb (CG)

R0421 1

Nióbio puro de nível comercial

8570

103

103

275585

5-30

80120

2468

52,30

270

7,31

12,5

C-103, WC 103

R4295

Nb-10Hf-1Ti0,5Ta

8570

8790

296670

405725

4,526

n.a

2350

41,9

340

8,10

n.a.

WC-3009

n.a.

Nb-3oHf-9W

10,1 00

123

752

862

24

n.a.

n.a.

n.a.

n.a.

7,5

n.a.

C-129Y

n.a.

Nb-10W-10Hf0,15Y

9500

112

515

620

25

220

2400

69,6

268

6,88

n.a.

Cb-752, WC-752, SCb-291

n.a.

Nb-10W-2,5Zr

9030

110

400

540

20

180

2425

48,7

281

7,4

n.a

FS-85

n.a.

Nb-28Ta-10W1Zr

10,6 10

140

462730

570830

1123

n.a.

2590

52,8

255

7,19,0

n.a.

Nb-Mo-VZr

n.a.

Nb-5Mo-5V1Zr

Nb-Zr (CG), WC1Zr

R0426 1

Nb-1 (Zr+HF) nível comercial

8590

68,980

138255

241345

15

n.a

2407

59

270

7,54

14,7

Nb-Zr (RG), KBI®1

R0425 1

Nb-1Zr nível reator

8570

101, 3

73125

125195

3040

n.a.

2410

43,9

270

7,54

12,6

Nb-10Ta-10W

Fonte: CARDARELLI, 2011

32

2.2.2. Anodização

Anodização é o processo de criar um filme de óxido sobre certos metais por meio da imersão em um banho eletrolítico no qual o metal a anodizar é ligado ao polo positivo de uma fonte de eletricidade, transformando-se no anodo da cuba eletrolítica. Certos metais – alumínio, nióbio, tântalo, titânio, tungstênio, zircônio – têm resultados característicos de formação de camada de óxido. Outros metais podem ser usados como anodo em banhos eletrolíticos para se obter tratamentos superficiais específicos, mas o crescimento de uma camada de óxido conforme descrito aqui é característico dos metais citados. A anodização de ligas metálicas depende muito da sua composição, por exemplo, ligas de alumínio para fundição têm bastante silício, que dá fluidez para o bom preenchimento dos moldes mas deixa a peça quase impossível de anodizar.

Figura 11 - Exemplo de cores do processo de anodização. Mr. Figura adaptada pelo autor

Fonte: TITANIUM FORUM, 2012.

33

2.2.3. Nióbio no Brasil O Brasil possui 97,4% do nióbio, sendo 100% brasileiro o minério utilizado pela população mundial, segundo BENAYON (2011). O nióbio de consumo mundial é importado das terras do Brasil. Embora a maioria das pessoas não saibam o que é nióbio ou não haja conhecimento de sua utilidade, esse mineral mostra emblematicamente, como o país, extremamente rico em recursos naturais, permanece pobre, além de perder, sem volta, esses recursos, e de se estar desindustrializando, sobre tudo nos setores de maior conteúdo tecnológico. A privatização da economia brasileira é fato confirmado até nas estatísticas oficiais. O Brasil está cada vez mais importando produtos de elevado valor agregado e exportando, com pouco ou nenhum valor agregado, seus valiosos recursos naturais. Isso acarreta baixos níveis salariais no país e também a gestação de crises nas contas externas, cujo equilíbrio sempre dependeu de grandes no balanço das mercadorias Fontes dignas de atenção indicam que o minério de nióbio bruto era comprado no garimpo a 400 reais/quilo, cerca de U$ 255,00/quilo. Se o Brasil exportasse o minério de nióbio a esse preço, o valor anual seria US$ 15.300.000 (quinze bilhões e trezentos milhões de dólares). Se confrontar essa cifra com a estatística oficial, consta o total de US$ 16,3 milhões (0,1% daquele valor), e o peso de 515 toneladas (menos de 1% do consumo mundial). Observadores respeitáveis consideram que o prejuízo pode chegar a US$ 100 bilhões anuais. Na Campanha Nacional, as discrepâncias e absurdos são enormes e têm de ser elucidados e corrigidos. Para isso, há que expô-los em grande campanha nacional, que leve a acabar não só com o saqueio do nióbio, mas também com a extração descontrolada de metais estratégicos e preciosos, sem qualquer proveito para o País, o qual, ainda por cima, fica com as dívidas aumentadas. 34

2.3. BIÔNICA

A Biônica é uma ciência que tem por fim o estado de certos processos biológicos com vista a ampliar os processos análogos para produção industrial, ela utiliza uma metodologia eficaz passando da observação microscópica de elementos da natureza para projetos de design de acordo com SCUR, A. (2009). Título do artigo de biônica. Biônica, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) – Canoas/RS, 21 out. 2009. Uma das maiores fontes de inspiração de designers é a natureza. A biônica trata o estudo morfológico, é focada no estudo de soluções orgânicas e estruturais utilizados como base pela natureza para o seu desenvolvimento, estes estudos contribuem para geração de novos conceitos como pesquisas para geração de novos materiais, formas, estruturas mais resistentes e mais leves, a adaptação de tais processos em sistemas industriais, que tem trazido extraordinárias soluções, principalmente para o design de novos produtos. O princípio básico é compreender as ideias da natureza e soluções de problemas, que tem resistido ao teste do tempo ao longo de milhões de anos de evolução para adotá-las para uso humano. Estruturas existentes na natureza são copiadas e aplicadas em diversos tipos de objetos.

Figura 12 - Exemplo de aplicação da biônica em desenvolvimento de produto no carro Mercedes-Benz Bionic

35

Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC, 2005.

2.3.1.

Aplicações de características e sistemas naturais As funções a seguir são alguns exemplos utilizados para aplicação da biônica em

determinados produtos. Tabela 3 - Aplicação da função de "aderir" no produto Função: Aderir Sistema Natural Lagartixa

Características Aplicação Patas em forma de pás flexíveis  Solas de sapatos; que permitem grande aderência em  Dispositivos para melhorar a superfícies lisas. aderência entre superfícies. Fonte: RAMOS, 1993

Tabela 4 - Aplicação da função de "deslizar" no produto Função: Deslizar Sistema Natural Serpentes

Características A forma das escamas facilita o deslocamento para a frente e dificulta o deslocamento para trás.

Aplicação Essa solução é aplicável em dispositivos, tais como: esquis, trenós, solas, correias, entre outros. Fonte: RAMOS, 1993

Tabela 5 - Aplicação da função de "fixar" no produto Função: Fixar

36

Sistema Natural Abelha (colmeia)

Características A forma hexagonal do favo de mel da colmeia das abelhas contém a maior quantidade de mel utilizando a menor quantidade de cera e combinam leveza e energia para ser construída.

Aranha (teia)

A aranha constrói sua teia, combinando estruturas em tração com estruturas em compressão.

Coluna vertebral

Esponja

Carrapicho

Aplicação A forma da colmeia é aplicável em estruturas do tipo sanduíche, compostas por células hexagonais, que combinam leveza e resistência mecânica.

Construção de estruturas tênseis. Esse tipo de construção apresenta resistência, leveza e flexibilidade. A coluna dos animais vertebrados Construção de estruturas tênseis apresenta uma combinação de e articuladas, tais como: pilares elementos em tração (os músculos flexíveis e braços robotizados e os ligamentos), com elementos capazes de atingir qualquer em compressão (as vértebras). posição. Poros, canais e cavidades que Construção de estruturas leves, permitem a passagem de água. capazes de resistir a cargas perpendiculares à sua superfície. Ganchos que se fixam nos pelos  Dispositivos de fixação de dos mamíferos ou na roupa de peças que devam ser unidas humanos, que carregam a semente e separadas várias vezes para um outro local, contribuindo com facilidade; para dispersá-la.  Velcro: fechamento de roupas, calçados e união de objetos. Fonte: RAMOS, 1993

Tabela 6 - Aplicação da função de "movimentar" no produto Função: Movimentar Sistema Natural Características Aplicação Medusa A medusa desloca-se por meio de Dispositivos para propulsão e propulsão a jatos de água. direção de veículos aquáticos. Pernas (insetos) Os insetos possuem três pares de Robôs que caminham de modo patas que permitem o análogo aos insetos. deslocamento, sem problemas de equilíbrio. Fonte: RAMOS, 1993

Tabela 7 - Aplicação da função de "texturizar" no produto Função: Texturizar Sistema Natural Características Serpentes O morango possui uma superfície externa coberta por sementes de forma esferoidal.

Aplicação Superfícies de interface tátil (homem/objeto técnico).

37

Fonte: RAMOS, 1993

2.3.2.

Texturas

Com um mercado tão competitivo o designer precisa estar amparado por soluções que consigam surpreender e assim cativar os clientes. O uso de texturas é uma opção diferenciada quando se quer tratar a superfície do produto. (Kindlein, 2001). Com o advento da globalização e a crescente disponibilidade de tecnologias que acompanhem com qualidade a produção massiva de um mercado sem fronteiras, a indústria se depara com o desafio da concorrência pela preferência de clientes a cada dia mais exigentes. Certamente os fabricantes estão mais interessados do que nunca em distinguir seus produtos ao mercado (McDonagh, 2002, p. 231-240) e estão consequentemente explorando novas e inovadoras aproximações aos produtos. O design é atualmente a ferramenta que responde a tal demanda de forma mais completa. Na busca de produtos diferenciados o designer explora todos os recursos disponíveis com o objetivo de ser percebido pelo seu público encontrando assim o ambiente propício para a utilização de texturas como elemento individualizante. Dos cinco sentidos que nos vinculam a realidade, a visão é o mais explorado pelo mercado. O uso do estímulo tátil complementa a percepção e agrega mais valor ao produto. “A primeira experiência porque passa uma criança em seu processo de aprendizagem ocorre através da consciência tátil. Além desse conhecimento "manual" o reconhecimento inclui o olfato, a audição e o paladar, num intenso e fecundo contato com o meio ambiente. Esses sentidos são rapidamente intensificados e superados pelo plano iônico - a capacidade de ver, reconhecer e compreender, em termos visuais, as forças ambientais e emocionais.”

(Dondis, 1997).

2.3.3.

Criação de texturas

A textura é vista como um fator diferencial, uma variável durante a concepção formal, nunca como um alvo em si mesma, é consequência das características intrínsecas do projeto e sua tecnologia. Em cada material há uma variedade notável de recursos de texturização, 38

depende do designer detectá-los, para capturá-los e pô-los ao serviço da expressão visual e tátil. Segundo Munari (1968) "Cada textura é formada por muitos elementos iguais ou similares, dispostos a igual distância entre si sobre uma superfície a duas dimensões ou com baixo relevo". Para Ruiz (1994) a textura pode ser apreciada mediante o sentido do tato e ou da visão, ou através de ambos de uma vez. Cada material possui uma textura diferente segundo sua natureza - orgânica ou inorgânica - e segundo sua composição física. A textura pode ter vista como algo bidimensional ou tridimensional, ela cria um interesse visual na superfície, apresentando a ideia de uniformidade, e é apreendida por nosso olho como uma área contínua. Consideraremos nesse trabalho as texturas táteis, representadas pela agregação de formas e elementos na superfície, que apresentam um relevo tridimensional. A textura tátil pode tanto ser sentida pelo tato quanto percebida pela visão.

3.

METODOLOGIA

3.1. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Foi realizado um levantamento de bibliográfico sobre os temas pertinentes a concepção do nióbio, suas ligas e aplicações, metais semelhantes, coleções de joias brasileiras e mundiais, os fenômenos, a flora e a fauna do Brasil.

3.1.1.

LEVANTAMENTO DE DADOS

3.1.2. Levantamento de similares

Foi realizado um levantamento de similares de joias fabricadas em metais.

3.1.3. Levantamento de Materiais e Processos 39

Foi feito um levantamento de dados do nióbio, suas ligas e processos de fabricação feito com o nióbio, desde seu processo de extração até seu tratamento de superfície, utilizando referências bibliográficas e visitas técnicas onde o nióbio é fornecido e fabricado.

3.2. TÉCNICAS DE CRIATIVIDADE

3.2.1. Brainstorming

(Baxter, 1998). É uma técnica muito utilizada como ferramenta de concepção de ideias. Baseia-se no princípio de "quanto mais ideias, melhor". Valoriza a transferência para o papel de todas as ideias que se apresentam nos pensamentos.

3.2.2. Painel semântico

Utilizou a ferramenta Wordle, é um site que o usuário preenche um campo de texto, e através desse texto, o site realiza de forma automática um painel das palavras mais encontradas do conteúdo escrito. Após esse processo, foi realizado uma painel de imagens com as palavras mais utilizadas com a ferramenta Adobe PhotoShop CS6. O painel é uma técnica metodológica que auxiliou no processo de visualização conceitual do projeto.

Figura 13 - Geração das palavras mais utilizadas no desenvolvimento do projeto

40

Fonte: WORDLE, 2013

Figura 14 – Painel de imagens desenvolvidas através das palavras geradas pelo “Wordle”

Fonte: Figura elaborada pelo autor.

3.3.ANÁLISE DE SIMILARES

41

A definição de conceito relacionada a análise de similares no desenvolvimento do produto é referente ao estudo da biônica no Brasil, para que seja valorizado o nióbio brasileiro. Será considerado diferentes análises, sendo analisados as formas, cores e materiais.

3.4.ENQUETE COM O PÚBLICO ALVO

Foram elaborados três diferentes questionários, tendo como público usuárias de joias, pesquisadores de projetos científicos e profissionais que atuam no setor joalheiro. Os documentos foram preparados na ferramenta Google Drive, onde as questões foram enviadas e respondidas em rede na internet, divulgadas em redes sociais e via e-mail. As respostas foram automaticamente enviadas para uma planilha. Após esses processos, foi feita a tabulação dos resultados.

3.5.SÍNTESE Foi definido na Síntese: usabilidade, material, processos de fabricação, forma, cores, processo criativo e diferenciais do produto.

3.6. DESENHO

Desenvolveu-se um esboço das joias em papéis sulfites a lápis, após esse processo, a coleção de joias foram ilustradas com a ferramenta Adobe Illustrator.

3.7. MODELO VOLUMÉTRICO

O modelo volumétrico será realizado em escala real com o material original. Serão fabricados os brincos da coleção criada.

42

4.

DESENVOLVIMENTO

4.1. PROBLEMATIZAÇÃO

4.1.1. Reconhecimento do problema

O problema encontrado foi o tipo de fabricação do nióbio.

4.1.2. Delimitação do problema

a) Limitação nas formas das joias; b) Corte das chapas. c) Tempo de espera de produção.

4.1.3. Formulação do problema

43

a) O ponto de fusão do material aplicado é muito alto e se oxida facilmente com o ar, dificultando em seu processo de fabricação. Não houve viabilidade de fundir o material para que assim pudesse fabricar uma joia com o molde desejado, como um anel, as joias serão confeccionadas em lâminas de nióbio. b) Devido as propriedades do nióbio, são poucos equipamentos que cortam a chapa. c) De acordo com a pequena quantidade de equipamentos, o tempo de espera da produção é maior, pois há muitos outros metais a serem cortados no mesmo.

4.2. LEVANTAMENTO DE DADOS

4.2.1. Similares Modelo 1 – Colar Nest. Designers: Ulla e Matin Kauffman. Material utilizado: ouro amarelo 750.

Figura 15 - Colar Nest

44

Fonte: H. P. HOFFMAN, 2012

Modelo 2 – Colar Crystal. Designer: Oscar Abba. Materiais utilizados: prata e resina.

Figura 16 - Colar Crystal

45

Fonte: ABBA, 2012

Modelo 3 – Brincos Dancing Square. Designer: Marijke de Goey. Material utilizado: Ouro de 14 quilates.

Figura 17 - Brincos Dancing Square

46

Fonte: GOEY, 2005

Modelo 4 – Colar Mass & Illusion. Designer: Marijke de Goey. Material utilizado: ouro de 14 quilates.

Figura 18 - Colar Mass & Illusion

47

Fonte: GOEY, 2004

Modelo 5 – anéis da série Urbana. Designer: Irina Fiszelew. Materiais utilizados: prata 925 e cimento.

Figura 19 - Anéis da série Urbana

48

Fonte: WEIKUP, 2011

Modelo 6 – Brincos Orientais. Designer: Fernanda Semino. Materiais utilizados: prata e tecido japonês.

Figura 20 - Brincos Orientais

Fonte: INGRASIA, 2009

4.2.2. Mapa tributação

49

Foi realizado uma análise com os impostos de importação de materiais utilizados para aplicação em joias. As informações abaixo visa, um quadro geral da situação tributária de toda a cadeia produtiva do setor, por princípio, impostos.

Tabela 8 - Impostos por importação de materiais utilizados para aplicação em joias NCM

Descrição

TEC

BK (Bens de Capital) ou

(Nomenclatura

(Tarifa

BIT (Bens de

Comum do

Externa

Informática e

MERCOSUL)

Comum)

Telecomunicações)

(%) 7101.10.00

Pérolas naturais

10

7101.21.00

Em bruto

10

7101.22.00

Trabalhadas

10

7102.10.00

Não selecionados

10

7102.21.00

Em bruto ou simplesmente serrados, clivados

2

ou desbastados 7102.29.00

Outros

2

7102.31.00

Em bruto ou simplesmente serrados, clivados

8

ou desbastados 7102.39.00

Outros

10

7103.10.00

Em bruto ou simplesmente serradas ou

8

#

desbastadas 7103.91.00

Rubis, safiras e esmeraldas

10

7103.99.00

Outras

10

7104.10.00

Quartzo piezelétrico

10

7104.20.10

Diamantes

2

7104.20.90

Outras

10

7104.90.00

Outras

10

7105.10.00

De diamantes

6

7105.90.00

Outros

6

7106.10.00

Pós

6

7106.91.00

Em formas brutas

6

7106.92.10

Barras, fios e perfis de seção maciça

12

7106.92.20

Chapas, lâminas, folhas e tiras

12

7106.92.90

Outras

12

7107.00.00

Metais comuns folheados ou chapeados

12

(plaquê) de prata, em formas brutas ou

50

semimanufaturadas. 7108.11.00

Pós

0

7108.12.10

Bulhão dourado ("bullion doré")

0

7108.12.90

Outras

0

7108.13.10

Barras, fios e perfis de seção maciça

12

7108.13.90

Outros

12

7108.13.90

Outros

12

7108.20.00

Para uso monetário

0

7109.00.00

Metais comuns ou prata, folheados ou

12

chapeados (plaquê) de ouro, em formas brutas ou semimanufaturadas. 7110.11.00

Em formas brutas ou em pó

2

7110.19.10

Barras, fios e perfis de seção maciça

12

7110.19.90

Outras

12

7110.21.00

Em formas brutas ou em pó

2

7110.29.00

Outras

12

7110.31.00

Em formas brutas ou em pó

2

7110.39.00

Outras

12

7110.41.00

Em formas brutas ou em pó

2

7110.49.00

Outras

12

7111.00.00

Metais comuns, prata ou ouro, folheados ou

12

chapeados (plaquê) de platina, em formas brutas ou semimanufaturadas. 7112.30.10

Contendo ouro, mas não contendo outros

2

metais preciosos 7112.30.20

Contendo platina, mas não contendo outros

2

metais preciosos 7112.30.90

Outros

6

7112.91.00

De ouro ou de metais folheados ou chapeados

2

(plaquê) de ouro, exceto os resíduos que contenham outros metais preciosos 7112.92.00

De platina ou de metais folheados ou

2

chapeados (plaquê) de platina, exceto os resíduos que contenham outros metais preciosos 7112.99.00

Outros

6

7113.11.00

De prata, mesmo revestida, folheada ou

18

chapeada de outros metais preciosos (plaquê)

51

7113.19.00

De outros metais preciosos, mesmo

18

revestidos, folheados ou chapeados de metais preciosos (plaquê) 7113.20.00

De metais comuns folheados ou chapeados de

18

metais preciosos (plaquê) 7114.11.00

De prata, mesmo revestida, folheada ou

18

chapeada de outros metais preciosos (plaquê) 7114.19.00

De outros metais preciosos, mesmo

18

revestidos, folheados ou chapeados de metais preciosos (plaquê) 7114.20.00

De metais comuns folheados ou chapeados de

18

metais preciosos (plaquê) 7115.10.00

Telas ou grades catalisadoras, de platina

18

7115.90.00

Outras

18

7116.10.00

De pérolas naturais ou cultivadas:

18

7116.20.10

De diamantes sintéticos

18

7116.20.20

Guias de agulhas, de rubi, para cabeças de

0

BIT

impressão 7116.20.90

Outras

18

7117.11.00

Abotoaduras e artefatos semelhantes

18

7117.11.00

Abotoaduras e artefatos semelhantes

18

7117.90.00

Outras

18

7118.10.10

Destinadas a ter curso legal no país

16

importador 7118.10.90

Outras

0

7118.90.00

Outras

18 IBGM, 2011

4.2.3. Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI)

O IPI tem alíquotas variáveis incidentes nos segmentos da cadeia produtiva, a serem aplicadas depois de ter incidido o ICMS e o PIS/COFINS, além do Imposto de Importação, quando for o caso, da seguinte forma: Tabela 9 - Impostos sobre Produtos Industrializados aplicados NCM

Descrição

Alíquota (%)

52

I - Pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas ou semipreciosas e semelhantes Pérolas naturais ou cultivadas, mesmo trabalhadas ou combinadas, mas não

71.01

enfiadas, nem montadas, nem engastadas; pérolas naturais ou cultivadas, enfiadas temporariamente para facilidade de transporte. 7101.10.00

Pérolas naturais

30

7101.2

Pérolas cultivadas

7101.21.00

Em bruto

30

7101.22.0030

Trabalhadas

30

71.02

Diamantes, mesmo trabalhados, mas não montados nem engastados.

7102.10.00

Não selecionados

7102.2

Industriais

7102.21.00

Em bruto ou simplesmente serrados, clivados ou desbastados

0

7102.29.00

Outros

0

7102.3

Não industriais:

7102.31.00

Em bruto ou simplesmente serrados, clivados ou desbastados

0

7102.39.00

Outros

0

71.03

Pedras preciosas (exceto diamantes) ou semipreciosas, mesmo trabalhadas ou

0

combinadas, mas não enfiadas, nem montadas, nem engastadas; pedras preciosas (exceto diamantes) ou semipreciosas, não combinadas, enfiadas temporariamente para facilidade de transporte. 7103.10.00

Em bruto ou simplesmente serradas ou desbastadas

NT

7103.9

Trabalhadas de outro modo:

7103.91.00

Rubis, safiras e esmeraldas

0

7103.99.00

Outras

0

71.04

Pedras sintéticas ou reconstituídas, mesmo trabalhadas ou combinadas, mas não enfiadas, nem montadas, nem engastadas; pedras sintéticas ou reconstituídas, não combinadas, enfiadas temporariamente para facilidade de transporte.

7104.10.00

Quartzo piezelétrico

12

7104.20

Outras, em bruto ou simplesmente serradas ou desbastadas

7104.20.10

Diamantes

12

7104.20.90

Outras

12

7104.90.00

Outras

12

71.05

Pó de diamantes, de pedras preciosas ou semipreciosas ou de pedras sintéticas.

7105.10.00

De diamantes

0

7105.90.00

Outros

0

II - Metais preciosos, metais folheados ou chapeados de metais preciosos (plaquê) 71.06

Prata (incluída a prata dourada ou platinada), em formas brutas ou semimanufaturadas, ou em pó.

53

7106.10.00

Pós

0

7106.9

Outras:

7106.91.00

Em formas brutas

7106.92

Em formas semimanufaturadas

7106.92.10

Barras, fios e perfis de seção maciça

0

7106.92.20

Chapas, lâminas, folhas e tiras

0

7106.92.90

Outras

0

7107.00.00

Metais comuns folheados ou chapeados (plaquê) de prata, em formas brutas ou

10

0

semimanufaturadas. 71.08

Ouro (incluído o ouro platinado), em formas brutas ou semimanufaturadas, ou em pó.

7108.1

Para usos não monetários:

7108.11.00

Pós

7108.12

Em outras formas brutas

7108.12.10

Bulhão dourado ("bullion doré")

0

7108.12.90

Outras

0

7108.13

Em outras formas semimanufaturadas

7108.13.10

Barras, fios e perfis de seção maciça

0

7108.13.90

Outros

0

7108.20.00

Para uso monetário

0

7109.00.00

Metais comuns ou prata, folheados ou chapeados (plaquê) de ouro, em formas

10

0

brutas ou semimanufaturadas. 71.10

Platina, em formas brutas ou semimanufaturadas, ou em pó.

7110.1

Platina:

7110.11.00

Em formas brutas ou em pó

7110.19

Outras

7110.19.10

Barras, fios e perfis de seção maciça

0

7110.19.90

Outras

0

7110.2

Paládio:

7110.21.00

Em formas brutas ou em pó

0

7110.29.00

Outras

0

7110.3

Ródio

7110.31.00

Em formas brutas ou em pó

0

7110.39.00

Outras

0

7110.4

Irídio, ósmio e rutênio:

7110.41.00

Em formas brutas ou em pó

0

7110.49.00

Outras

0

7111.00.00

Metais comuns, prata ou ouro, folheados ou chapeados (plaquê) de platina, em

10

0

54

formas brutas ou semimanufaturadas. 71.12

Desperdícios e resíduos de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos (plaquê); outros desperdícios e resíduos contendo metais preciosos ou compostos de metais preciosos, do tipo dos utilizados principalmente para a recuperação de metais preciosos.

7112.30

Cinzas contendo metais preciosos ou compostos de metais preciosos

7112.30.10

Contendo ouro, mas não contendo outros metais preciosos

0

Ex. 01 - Do tipo dos utilizados principalmente para recuperação de metal precioso,

NT

exceto cinzas ou lixo de ourivessaria 7112.30.20

Contendo platina, mas não contendo outros metais preciosos

0

Ex. 01 - Do tipo dos utilizados principalmente para recuperação de metal precioso,

NT

exceto cinzas ou lixo de ourivessaria 7112.30.90

Outros

0

Ex. 01 - Do tipo dos utilizados principalmente para recuperação de metal precioso,

NT

exceto cinzas ou lixo de ourivessaria 7112.9

Outros:

7112.91.00

De ouro ou de metais folheados ou chapeados (plaquê) de ouro, exceto os resíduos

0

que contenham outros metais preciosos

7112.92.00

Ex. 01 - Resíduos do tipo dos utilizados para recuperação desse metal

NT

De platina ou de metais folheados ou chapeados (plaquê) de platina, exceto os

0

resíduos que contenham outros metais preciosos

7112.99.00

Ex. 01 - Resíduos do tipo dos utilizados para recuperação desse metal

NT

Outros

0

Ex. 01 - Resíduos do tipo dos utilizados para recuperação de metal precioso

NT

III - Artefatos de joalheria, de ourivesaria e outras obras 71.13

Artefatos de joalheria e suas partes, de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos (plaquê).

7113.1

De metais preciosos, mesmo revestidos, folheados ou chapeados de metais preciosos (plaquê):

7113.11.00

De prata, mesmo revestida, folheada ou chapeada de outros metais preciosos

12

(plaquê) 7113.19.00

De outros metais preciosos, mesmo revestidos, folheados ou chapeados de metais

12

preciosos (plaquê) 7113.20.00

De metais comuns folheados ou chapeados de metais preciosos (plaquê)

71.14

Artefatos de ourivesaria e suas partes, de metais preciosos ou de metais folheados

12

ou chapeados de metais preciosos (plaquê). 7114.1

De metais preciosos, mesmo revestidos, folheados ou chapeados de metais preciosos (plaquê):

55

7114.11.00

De prata, mesmo revestida, folheada ou chapeada de outros metais preciosos

12

(plaquê) 7114.19.00

De outros metais preciosos, mesmo revestidos, folheados ou chapeados de metais

12

preciosos (plaquê) 7114.20.00

De metais comuns folheados ou chapeados de metais preciosos (plaquê)

71.15

Outras obras de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais

12

preciosos (plaquê). 7115.10.00

Telas ou grades catalisadoras, de platina

10

7115.90.00

Outras

10

71.16

Obras de pérolas naturais ou cultivadas, de pedras preciosas ou semipreciosas ou de pedras sintéticas ou reconstituídas.

7116.10.00

De pérolas naturais ou cultivadas:

12

7116.20

De pedras preciosas ou semipreciosas, ou de pedras sintéticas ou reconstituídas

7116.20.10

De diamantes sintéticos

12

7116.20.20

Guias de agulhas, de rubi, para cabeças de impressão

12

7116.20.90

Outras

12

71.17

Bijuterias.

7117.1

De metais comuns, mesmo prateados, dourados ou platinados:

7117.11.00

Abotoaduras e artefatos semelhantes

12

7117.11.00

Abotoaduras e artefatos semelhantes

12

7117.11.00

Abotoaduras e artefatos semelhantes

12

7117.90.00

Outras

12

71.18

Moedas

7118.10

Moedas sem curso legal, exceto de ouro

7118.10.10

Destinadas a ter curso legal no país importador

NT

7118.10.90

Outras

NT

7118.90.00

Outras

NT IBGM, 2012

4.2.4. Perfil do Usuário  Usuário de joias 56

 Idade: a partir de 16 anos  Sexo: feminino  Características especiais: destinada a utilização em momentos de lazer e eventos que requerem mais formalidade.

4.2.5. Enquete

Foram elaboradas três enquetes diferentes, sendo direcionada ao público feminino com idade superior a 16 anos, pesquisadores de projetos científicos e profissionais que atuam no setor joalheiro.

Público feminino com idade superior a 16 anos: 

Qual é a sua idade?

Gráfico 1 - Idade das usuárias

15%

19%

1%

Entre 16 e 21 anos Entre 22 e 30 anos Entre 31 e 40 anos

19%

Entre 41 e 50 anos 46%

A partir de 51 anos

.



Com qual frequência é habituada a sair de casa por motivo de lazer? 57

Gráfico 2 - Frequência de saída por motivo de lazer por semana

1 vez por semana 22% 2 vezes por semana

38%

3 vezes ou mais

13%

Menor frequência que as citadas

27%



Se considera uma pessoa alegre?

Gráfico 3 - Auto consideração de alegria ente as usuárias de joias

15% 3%

Sim Não Um pouco 82%



É uma mulher que gosta de inovar?

Gráfico 4 - Gosto em inovar

58

31%

Sim, sempre procuro algo diferente e novo. Não, sou uma pessoa mais tradicional.

69%



Cite duas cores de sua preferência:

Gráfico 5 - Preferência de cores entre as usuárias

Roxo 6%

Azul

2%

Amarelo

10%

Branco

6%

23%

10%

Verde Rosa

3%

7%

13%

6% 14%

Cinza Vermelho Laranja Preto Marrom



Que tipo de joia mais lhe agrada? Ex.: pulseira.

Gráfico 6 - Preferência de tipo de joia

59

Colar 9% 10% 2%

Anel

8% 4%

Brincos

22%

Todas Bracelete Pulseira

44%



Gargantilha

Se preocupa com a própria aparência ao sair de casa? Gráfico 7 – Usuárias vaidosas

Sim, é fundamental a beleza estética em qualquer ocasião.

26%

Não, me preocupo pouco, é uma rotina que não merece atenção máxima para esses cuidados.

74%

Pesquisadores de projetos científicos: 

Qual é a sua idade? Gráfico 8 - Idade

60

10%

16%

Entre 16 e 21 anos

5%

Entre 22 e 30 anos Entre 31 e 40 anos 32%



Entre 41 e 50 anos

37%

Mais de 50 anos

Qual o seu grau de ensino?

Gráfico 9 - Grau de ensino

17%

5% Ensino médio Graduação

6% 39%

Pós Graduação Doutorado

33%



Pós Doutorado

Sua profissão está relacionada ao seu projeto?

61

21% Sim Não 79%

Gráfico 10 - Profissão relacionada ao projeto que aplica



Qual é o tipo de seu projeto de pesquisa?

Gráfico 11 - Tipo de projeto de pesquisa

22% 33% Ciências humanas Ciências exatas Ciências biológicas

45%



Qual é o estado atual do seu projeto? 62

Gráfico 12 - Estado de aplicação do projeto

32%

Está em processo de desenvolvimento

68%



É aplicado

Seu projeto recebe algum investimento?

Gráfico 13 - Projetos que recebem investimentos do governo ou empresa

Sim, do setor público 47%

53%

Sim, do setor privado Não recebe auxílio

0%

Profissionais que trabalham no setor joalheiro: 63



Qual é a sua profissão?

Gráfico 14 - Profissão

8% 31% Designer Vendedor Ourives 61%



Há quanto tempo trabalha no ramo joalheiro?

Gráfico 15 - Tempo em que trabalha na área

9%

18% Menos de 2 anos Entre 2 e 4 anos Entre 5 e 9 anos

46%



27%

Há mais de 10 anos

Que tipo de joia é a mais procurada pelos clientes?

64

Gráfico 16 - Tipo de joia com a maior busca

10%

11% Colar

8%

Anel 24%

Brincos Pulseira Gargantilha

47%



Com qual frequência o cliente solicita a confecção de uma nova joia, criada especialmente para ele?

Gráfico 17 - Frequência de pedido por confecção de joia em especial

9% 27% Raramente Ocasionalmente Alta frequência 64%



Em caso de joias coloridas (aplicação de pedras ou relógios), qual é a cor mais desejada entre os clientes?

Gráfico 18 - Preferência de cores em joias pelos clientes

65

Roxo

11%

6%5%

Azul Amarelo

11%

Branco

24%

Verde

15%

Rosa Vermelho

7%

15%

6%

Laranja Preto



Qual o metal mais procurado entre os clientes? (Sendo 1 a menos procurada, e 5 a mais procurada).

Gráfico 19 - Metais mais comprados pelos clientes

5

36

18

1

21

2

18 4

29

9

42

9

27 3

18 20

13 2

46 25

9 9 9 0

5

30 40

10 Titânio



18

12

1

37 30

15

20

Aço

Prata

25

30

Ouro de outras cores

35

40

45

50

Ouro amarelo

Qual é o maior público dos clientes?

Gráfico 20 - Faixa etária dos clientes

66

9%

18% Jovens e adolescentes Adultos até 59 anos de idade A partir de 60 anos de idade

73%



A busca do cliente pela compra de joias para presentear alguém é grande?

Gráfico 21 - Opção por presentear entre os consumidores

27% Sim Pouco 73%



Ao comprar a joia para presentear, a opinião do vendedor referente ao produto é solicitada?

67

Gráfico 22 - Solicitação de opinião do vendedor pelo cliente

27%

18% Raramente ou nunca Ocasionalmente Alta frequência

55%

4.2.4. Tabulação dos Resultados De acordo com a enquete do público de usuárias de joias, verifica-se que: 

46% das usuárias de joias tem entre 22 e 30 anos de idade;



38% sai de casa por motivo de lazer uma vez por semana;



82% se consideram mulheres alegres;



69% das mulheres gostam de inovar;



23% da preferência de cor é azul;



44% da preferência de joias é o brinco;



74% das mulheres são vaidosas.

De acordo com a enquete do público de pesquisadores de projetos científicos, verifica-se que: 

37% dos pesquisadores tem entre 22 e 30 anos de idade;



39% possuem graduação;



79% não tem a profissão relacionada ao projeto de pesquisa;



45% dos projetos são na área de ciências exatas; 68



68% dos projetos estão em processo de desenvolvimento;



53% dos projetos não recebem investimento do setor público ou privado.

4.2.5. Análise de semântica e da forma Essa análise traz o objeto da joia, o signo que seria o que esse objeto representaria para o público alvo e a interpretante que são as mulheres. Essa análise traça um perfil do produto e usuário. Figura 21 - análise de semântica e da forma

Objeto (joia)

Signo Joia de nióbio, preferencialmente brincos, com cores alegres, com prioridade na cor azul. Adequados a momentos de lazer e formais

Interpretante Mulheres alegres, vaidosas, que gostam de inovar.

Fonte: Elaborada pelo autor

Através das imagens abaixo e palavras-chave, identifica-se o estilo de vida da mulher para qual as joias serão desenvolvidas e as características de forma baseada nos fenômenos, fauna e flora brasileiros identificadas na composição abaixo e palavras-chave identificam os conceitos criativos de forma. 

Público-alvo: informações visuais.



Palavras-chave: vaidade – alegria – comemoração – inovação - momento.

69

Figura 22 - Mulheres em diversos momentos de lazer

Fonte: Elaborada pelo autor



Brasil: fenômenos, flora e fauna - informações visuais.



Palavras-chave: tempo – natureza - animais silvestres – diversidade - árvores – plantas - flores - água – sol – chuva – dia – noite – calor – estações.

70

Figura 23 - Fenômenos, flora e fauna do Brasil

Fonte: Elaborada pelo autor

4.2.6. Análises 

As pessoas que utilizam joias são do sexo feminino, adultas, vaidosas, alegres e que gostam de inovar;



A preferência de cor é azul entre as usuárias de joias;



As peças de joias que mais gosta são os brincos;



As joias são utilizadas em momentos de lazer, comemorações e momentos formais;



São comumente empregadas para presentear alguém;



Há um alto custo nos metais utilizados para joias;



Há casos de dúvidas entre a escolha da joia pela cliente, solicitando uma opinião de terceiros;



Raramente um modelo é confeccionado pela escolha do cliente.



O metal mais procurado entre os clientes é o ouro amarelo, em seguida a prata. 71



Os preços variam conforme o material utilizado na confecção;



O custo impostos por importação dos materiais para joias é alto.

4.3. SÍNTESE

4.3.1. Usabilidade 

O produto deverá ser utilizado em lugares informais, preferencialmente formais;



Será desenvolvido uma coleção para as joias, ficando a critério do usuário utilizar a linha completa de joias;



Serão confeccionadas na coleção: pulseira, brincos, colar e pingente;



Os sistemas de fechos, argolas e ganchos (brincos) serão feitos em aço inoxidável, pelo baixo custo e resistência a corrosão.

4.3.2. Materiais O material utilizado será o nióbio, devido há: 

Alta resistência a corrosão;



Metal brasileiro, assim valorizando o material brasileiro;



Capacidade em ser anodizado, alterando a cor da superfície do metal, de caráter estético;



Baixo custo;

4.3.3. Processos de fabricação O processo de fabricação será através de duas chapas, sendo de espessuras de 0,3 mm e outra de 1,2 mm. 

O corte será feito em eletroerosão a fio;



As peças serão furadas por uma broca de aço rápido;



Após esses processos, as chapas serão lixadas;

72



Terão um banho eletrolítico de anodização, colorindo superficialmente o metal da cor desejada;



Serão inseridas argolas, fechos e ganchos, no caso de brincos, fabricadas em aço inoxidável para juntar as peças e formar as joias desejadas.

4.3.4. Processo criativo 

Será utilizado como processo criativo o Brainstorming, para obtenção de ideias.



Geração de um painel de texto com auxílio da ferramenta Wordle, aplicou-se as palavras mais utilizadas durante o início do processo;



Desenvolvimento de um painel ilustrativo de imagens, de acordo com as palavras geradas na ferramenta Wordle;



Desenvolvimento de dois painéis semânticos, sendo um dos usuários de joias e outro dos fenômenos, fauna e flora do Brasil.

4.3.5. Forma 

As formas serão planejadas para o máximo de aproveitamento do material, assim diminuir as sobras do mesmo;



O Brasil é a inspiração das formas utilizadas para a confecção das joias, em consideração a flora, fauna, fenômenos naturais e físicos do país.

4.3.6. Cores 

Assim como a forma, as cores foram inspiradas nas cores do Brasil, sua flora, fauna, fenômenos e povo;



O país é conhecido por seu povo alegre e grande diversidade natural, a coleção terá uma grande diversidade de cores;



As combinações de cores variam por coleção.

4.3.7. Diferencial do produto O principal diferencial do produto é o metal escolhido para aplicação na joia, o nióbio, por: 

Ser altamente resistente a corrosão 73



Propriedade com resultado exclusivo em anodização, colorindo a superfície do metal como nenhum outro, obtendo uma grande variedade de cores, podendo se repetir o processo, assim se desejado, alterando novamente a cor superficial do metal;



Baixo custo, o metal é brasileiro;



Valorização da matéria prima do Brasil, sem necessidade de importação do material para fabricação do produto.

4.4. FORMA

4.4.1. Tema A inspiração para as formas foram os fenômenos naturais e físicos, flora e fauna. Será desenvolvida uma coleção de joias de acordo com um tema específico, relacionado ao Brasil. Escolheu-se o fenômeno “orvalho”, pois é comumente formado pelas noites claras do Brasil, assim, o nome da coleção será “Orvalho do Brasil”, todas as coleções terão o “Brasil” em seu nome. O orvalho é um fenômeno físico no qual a umidade do ar precipita por condensação na forma de gotas, é formado nas noites claras, quando as superfícies descobertas irradiam calor para a atmosfera. Foram analisados três diferentes momentos das gotas formadas pelo orvalho: 

Em momentos de sua queda da superfície de onde está em um ângulo de aproximadamente 135º;



Analisada em um ângulo de 180º, em forma vertical;



Em um momento estático, sobre a superfície plana de uma folha de planta.

74

Figura 24 – Análise de movimentos e período estático de gotas de orvalho

Fonte: Elaborada pelo autor

75

Figura 25 - Formas inspiradas pelas gotas para a confecção das peças das joias

Fonte: Elaborada pelo autor

4.4.2. Tipos de joias Serão fabricadas as joias brincos, pulseira, colar e pingente para a coleção.

4.5. GEOMETRIA

4.5.1. Orvalho De acordo com a temática escolhida, os desenhos serão baseados no fenômeno orvalho para que seja elaborada a coleção de joias. A geometria aplicada será de máximo aproveitamento das chapas de nióbio, visando figura e fundo das chapas.

76

Figura 26 - Tipo de corte na chapa de nióbio

Fonte: Elaborada pelo autor

4.5.2. Desenhos das alternativas de peças, mostrando as propostas corte.

Alternativa 1

Figura 27 - Alternativa 1

Fonte: Elaborada pelo autor

77

Alternativa 2 Figura 28 - Alternativa 2

Fonte: Elaborada pelo autor

Modelo selecionado:

Figura 29 - Alternativa 2: modelo selecionado

Fonte: Elaborada pelo autor

78

A alternativa 2 foi selecionada por viabilidade de fabricação em corte a eletroerosão a fio, a alternativa 1 foi possibilitada pelo seu alto nível de dificuldade durante o processo, tempo e material gasto.

4.6. MARCA A marca “Orvalho do Brasil” foi feita com aplicação nas cores amarela, azul e roxa, sendo o amarelo e o azul inspiradas nas cores do Brasil e a roxa é uma das cores que a superfície do nióbio obtém no processo de anodização. Os formatos retos e os contornos das bases são pelo processo de corte utilizado, a eletroerosão, fazendo o contorno do corte através de fios de arame. A fonte pertence à família “Elisia”, havendo mais sofisticação em sua aplicação, substituindo por uma gota onde houver a letra “O”.

Figura 30 - Identidade Visual da Coleção "Orvalho do Brasil"

Fonte: Elaborada pelo autor

79

Para cada peça, foi feita uma escrita diferente de acordo com o nome, conforme as identidades a seguir:

Figura 31 - Identidades visuais para peças de joias, de caráter avulso

Fonte: Elaborada pelo autor

4.7. Peças “Orvalho do Brasil” A coleção de joias “Orvalho do Brasil” será composta por quatro peças: brincos, colar, pulseira e pingente.

80

Figura 32 - Joias da coleção "Orvalho do Brasil" em ilustração digital

Fonte: Elaborada pelo autor

4.8. Folder

Foi desenvolvido m catálogo em formato de folder, para que simulasse as peças de joias disponíveis na coleção.

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Figura 33 – Parte externa do folder da coleção "Orvalho do Brasil"

Fonte: Elaborada pelo autor

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Figura 34 – Parte interna do folder da coleção "Orvalho do Brasil"

Fonte: Elaborada pelo autor

4.9. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

4.9.1. Fornecimento das chapas de nióbio

Primeiramente foram realizadas visitas técnicas ao Demar (Departamento de Engenharia de Materiais) da USP (Universidade de São Paulo) em Lorena/SP para pesquisa de campo. A universidade forneceu duas chapas de 0,3 milímetros e 1,2 milímetros de nióbio para realização de testes de cortes para o desenvolvimento do projeto.

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Figura 35 – Chapas de nióbio

4.9.2. Eletroerosão a fio

A eletroerosão é um processo indicado na usinagem de formas complexas em materiais de alta dureza. O processo remove as partículas metálicas, produzindo uma série rápida de repetitivas descargas elétricas. Estas descargas elétricas são passadas entre um eletrodo e a peça de metal que está sendo usinada (BOFF, 2012). O material foi enviado para a indústria Rosa e Costa Manutenção Industrial LTDA em Jundiaí/MG para teste de corte. Os cortes foram feitos em círculos de 30 milímetros de diâmetro por eletroerosão a fio. Foi realizada com um processo de submersão em um líquido fluido isolante, chamado de dielétrico, ou seja, não condutor de eletricidade. O líquido tem como finalidades: liberar material; refrigerante para minimizar a zona afetada pelo calor, evitando potenciar danos a peça e agir como um condutor para a corrente passar entre o eletrodo e a peça. Um fio de espessura fina serviu como eletrodo, no qual foi lentamente alimentado com as descargas 84

elétricas. Aplicou-se uma diferença de potencial em corrente contínua entre duas placas condutoras de eletricidade separadas por uma distância de 0,050 milímetros, onde ocorreu descargas elétricas entre elas. Nesse espaço entre a peça e o eletrodo circulou o fluido dielétrico que se tornou eletrolítico na forma gasosa. Ao observar o processo com o uso de fio eletrodo sob um microscópio, verificou-se que o fio não tocou o metal ao ser cortado. As descargas elétricas removeu pequenas quantidades de material e permitiu que o fio foi removido através da peça. A pequena quantidade do material removido da peça foi lavada para retirar o fluido que passou continuamente. As descargas repetitivas criaram um conjunto de crateras sucessivamente mais profundas na peça de trabalho até que a forma final foi produzida.

Figura 36 - Chapa de nióbio de 0,3 milímetros fornecida pelo Demar/USP com corte a eletroerosão a fio

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Figura 37 - Chapa de nióbio de 0,6 milímetros fornecida pelo Demar/USP com corte a eletroerosão a fio

Após os testes, as lâminas foram levadas ao laboratório CAD/CAM na Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (FEG), onde serão cortadas de acordo com os desenhos. Os desenhos impressos em papel sulfite com vista frontal foram apresentados e analisados pelos técnicos do laboratório CAD/CAM. Figura 38 - Desenho técnico das peças a serem cortadas

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Foram fabricadas peças de brincos da alternativa 2. Os desenhos foram realizados no software “MetalCam”, para que houvesse uma leitura do equipamento de eletroerosão a fio, através desse desenho, um fio de arame delimita as áreas a serem cortadas, encaminhando um fluxo de descargas elétricas na peça de metal.

Figura 39 - Elaboração de desenho no software “MetalCam”

Fonte: Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2013

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Figura 40 - Corte em eletroerosão a fio

Fonte: Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2013

4.9.3. Furos

Os furos nas peças foram feitos em broca de aço rápido no laboratório CAD/CAM na Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (FEG) e posteriormente nas Faculdades Integradas Teresa D’Ávila.

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Figura 41 - Furo em broca de aço rápido

Fonte: Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2013

4.9.4. Tratamento de superfície As peças foram lixadas para retirar as rebarbas dos furos e arredondar as beiradas pontiagudas.

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Figura 42 - Lixamento das peças

Fonte: Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, 2013

Após esse processo, se retirou o óxido da superfície das chapas obtidos durante o corte da eletroerosão, as chapas receberam lixamento em toda sua superfície.

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Figura 43 - Peça de nióbio com após lixamento para retirar a camada de óxido em sua superfície

Fonte: Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2013

4.9.5. Anodização

O nióbio, como citado nos capítulos anteriores, tem propriedade de ser anodizado, colorindo a superfície do metal. O processo de anodização foi realizado no Departamento de Materiais (Demar) na USP. Criou um filme de óxido por meio de imersão em um banho eletrolítico ligado ao polo positivo de uma fonte de eletricidade, transformando em anodo da cuba eletrolítica.

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Figura 44 - Lâmina de nióbio imersa ao banho eletrolítico no processo de anodização.

As cores obtidas no processo de anodização variam de acordo com a voltagem do aparelho. No equipamento no qual foi realizado é possível realizar dez cores diferentes pelas suas configurações de voltagem. Figura 45 - Lâmina de nióbio anodizada

Fonte: Departamento de Materiais - USP, 2012

As chapas foram imersas uma a uma em uma solução de 1% de ácido fosfórico e 99% de água. Obteve-se seis cores diferentes, assim alterando a voltagem do aparelho em seis 92

voltagens diferentes. Foram aplicadas tensões de 50, 60, 70, 80, 90 e 100 volts para obtenção das cores. Verifica-se que não há uma padronização exata de cor, tal como seguir uma paleta padrão. As cores e os tons podem sofrer pequenas variações, de acordo com o grau de pureza do nióbio, suas condições físicas e as condições do aparelho de voltagem para a anodização. Figura 46 - Peças de nióbio anodizadas

Fonte: Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2013

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5.

MODELO FINAL

Foram feitos brincos e pingentes de acordo com as chapas fornecidas pela USP e fabricação realizada no desenvolvimento do trabalho. Foram inseridas argolas e ganchos de aço inoxidável para fazer o ligamento das peças e tornar o produto final joia.

Figura 47 - Joias como produto final

Fonte: Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2013

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6.

CONCLUSÃO

As joias são utilizadas por grande parte das mulheres. O uso pode estar relacionado a momentos de comemorações, trabalho e lazer. Estas consumidoras buscam beleza ao produto adquirido. A joia é estreitamente ligada a aspectos positivo da existência – afetividade, beleza, comemoração, eternidade – os artigos de joalheria sempre fascinaram homens e mulheres, que nutrem pelas joias um desejo atávico, latente, como que geneticamente herdado através de gerações, tendo um longo tempo de vida. O conceito do produto desenvolvido neste trabalho foi a aplicação do nióbio em joias, por seu um elemento brasileiras, de vastas propriedades de aspectos positivos, porém ainda desconhecido pela própria população brasileira. A escolha do metal é para assim valoriza-lo em nosso país, sem que tenha que importar algum material para fabricação da joia. Averígua-se que seja necessário a população brasileira conhecer o nióbio, material tão vasto no país, de ricas propriedades e muito utilizado no exterior, assim desvalorizando o uso em seu próprio país. As joias foram fabricadas lâminas fornecidas pela Universidade de São Paulo (USP), por motivo de maior facilidade de fabricação. As peças para fundição foram inviabilizadas pela USP para produção, por restrição de desenvolvimento do molde. Os cortes das chapas foram feitas em eletroerosão a fio, sendo a escolha mais viável para produção em baixa escala do produto. Verifica-se a necessidade de mais ferramentas para fabricação do nióbio. Após o estudo de seleção de tipo de corte, desenvolveu-se uma coleção de joias, sob o tema “Orvalho do Brasil”, as linhas produzidas terão sempre o Brasil como tema. A alternativa B foi selecionada por atender aos aspectos de viabilidade de fabricação para corte das lâminas, utilizando menos material durante o processo da eletroerosão a fio, menor tempo e complexidade em sua produção. As peças foram desenhadas em poucas formas, aproveitando o uso da mesma para fabricação de diferentes joias, como a mesma peça do brinco poderá ser aplicada em pingente. As peças foram furadas em broca de aço rápido para que fossem inseridas argolas, ganchos (em caso de brincos) e fechos de aço inoxidável, metal resistente a corrosão e de baixo custo. Lixou-se os produtos após serem furados. 95

Após esse processo, os metais foram levados ao Departamento de Materiais (Demar), pertencente a USP para que recebesse a anodização, banho eletrolítico que coloriu superficialmente as lâminas, com as cores desejadas. As argolas, fechos e ganchos foram inseridas nos furos das chapas para que assim conclui-se o desenvolvimento do produto final. O modelo final foi fabricado para testes, pois o produto apresenta inovação em seu desenvolvimento, em caráter da aplicação de nióbio em joias, assim, havendo viabilidade em sua fabricação, as cores e formas serão confeccionados posteriormente de acordo com a enquete do público feminino.

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REFERÊNCIAS Coleção

“Caresse

d’Orchidées

Par”.

Cartier,

c2013.

Disponível

em

. Acesso em: 27 mar. 2013. ARROYO, N. Atlas de joias contemporâneas. 1ª ed. Rio de Janeiro: Paisagem Distribuidora de Livros Ltda, 2012. 9 p. O Setor de Gemas e Joias no Brasil. IBGM – Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos. Disponível em Acesso em: 24 jun. 2013. GUILGEN, CAROLINA DE ARAÚJO; KISTMANN, V. B. Materiais e processos não tradicionais utilizados no design de joias contemporâneo. Universidade Federal do Paraná - Brasil, p. 2, 2012. “Niobium” Chemicool Periodic Table. MIT - Massachusetts Institute of Technology, c2012. Disponível em . Acesso em: 27 mar. 2013. GRAY, T. Os elementos: uma exploração dos átomos conhecidos no universo. 1ª ed. São Paulo: Editora Edgar Blucher Ltda, 2011. 240 p. Departamento de Física - Universidade de Coimbra. Coimbra, c2011. Disponível em http://nautilus.fis.uc.pt/st2.5/scenes-p/elem/e04130.html Acesso em: 01 abr. 2013. BENAYON, A. Nióbio a preço de banana. A Nova Democracia, Rio de Janeiro, 15 fev. 2011. Disponível em Acesso em 31 de mar. 2013. ZUGLIANI, Giovana Mara; BENUTTI, Maria Antonia. Uma análise entre a joia de arte e a arte contemporânea. Campus de Bauru – Faculdade de Artes, Arquitetura e Comunicação – Educação Artística, 6981, 2009. CARDARELLI, F. Materials Handbook: a conscise desktop reference. 2ª ed. Tucson: Springer-Verlag London Limited, 2011, p. 343. Wordle. Beautiful Word Clouds. Disponível em
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