Nova pipeta para inseminação intra-uterina em suínos

May 25, 2017 | Autor: Rafael Kummer | Categoria: Ciência, Artificial insemination, Pregnancy Rate, Litter Size, Reproductive Performance
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Nova pipeta para inseminação intra-uterina em suínos Article in Ciência Rural · February 2006 DOI: 10.1590/S0103-84782006000100027 · Source: DOAJ

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Ciência Rural, Santa Maria, v.36, n.1, Nova p.179-185, pipeta para jan-fev, inseminação 2006 intra - uterina em suínos.

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ISSN 0103-8478

Nova pipeta para inseminação intra–uterina em suínos

New pipette for intrauterine insemination in pigs

Gustavo Nogueira Diehl1 Wald’ma Sobrinho Amaral Filha2 Rafael Kummer2 Felipe Koller2 Mari Lourdes Bernardi3 Ivo Wentz4 Fernando Pandolfo Bortolozzo5

Palavras-chave: inseminação intra-uterina, pipeta, fêmeas primíparas, fêmeas pluríparas, suínos.

RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho reprodutivo de 423 fêmeas suínas de ordem de parto 1 a 9 submetidas à inseminação intra-uterina (IAU), com um novo modelo de pipeta (T1) cuja extremidade não é fixada na cérvix ou uma pipeta de IAU modelo Verona® e que permite a fixação da sua extremidade em espiral na cérvix (T2). Para comparar as duas pipetas, foi considerado o grau de dificuldade para realização das inseminações, o tempo necessário para realizálas, a presença de sangramento após a inseminação, a presença de refluxo no momento da inseminação, as taxas de retorno ao estro (TR), de prenhez (TPR) e de parto ajustada (TPA), além do número de leitões nascidos (NT). As fêmeas de ambos os grupos foram inseminadas com doses de 1 bilhão de espermatozóides, em intervalos de 24 horas. A passagem do cateter de IAU através da cérvix foi possível em 95,9% das fêmeas, sem diferença entre os tratamentos (P>0,05). Em pelo menos uma das inseminações, foi observado sangue no cateter, após a realização da IAU, em 20,6% das fêmeas do T1 e 15,2% das fêmeas do T2 (P=0,14). O tempo médio necessário para realizar a inseminação foi de 2,1 minutos para o T1 e 2,3 minutos para o T2 (P=0,26). O percentual de fêmeas com refluxo de sêmen no momento da inseminação foi maior (P=0,01) no T1 (8,4%) em comparação ao T2 (2,9%). Não houve diferença (P>0,05) nas variáveis TR (8,0 e 4,8%), TPR (93,4 e 96,2%) e NT (12,4 e 12,7 leitões) entre T1 e T2, respectivamente. A TPA do T1 (90,6%) apresentou tendência (P=0,07) de ser inferior à do T2 (95,1%). No T1, as fêmeas primíparas apresentaram maior TR e menor TPA em comparação às pluríparas (P0.05). The presence of blood, in at least one insemination, was observed in 20.6% of T1 and 15.2% of T2 females (P=0.14). The average time to perform the insemination was 2.1 minutes for T1 and 2.3 minutes for T2 females (P=0.26). The percentage of females with semen backflow was significantly higher (P=0.01) in T1 (8.4%) compared to T2 (2.9%) group. There were no differences (P>0.05) in RO (8.0% and 4.8%), PR (93.4% and 96.2%) and TLS (12.4 and 12.7 piglets) between T1 and T2 groups, respectively. AFR of T1 (90.6%) tended (P=0.07) to be lower than that of T2 (95.1%). Primiparous females of T1 showed higher RO and lower AFR in comparison to pluriparous (P1) e de acordo com a presença ou ausência de problemas durante a inseminação, tais como alta dificuldade de inserção do cateter, sangramento ou refluxo de sêmen. Foram comparadas as variáveis TPR, TPA, TR e NT dessas categorias. RESULTADOS E DISCUSSÃO A passagem do cateter através da cérvix foi realizada com sucesso em 95,9% das fêmeas. Em oito fêmeas do T1 (3,5%) e 10 do T2 (4,5%), não foi possível passar o cateter (P>0,05). Essas fêmeas não foram incluídas nas análises por terem sido submetidas à inseminação convencional. Foi observado que a maioria das fêmeas não apresentava reações que Ciência Rural, v.36, n.1, jan-fev, 2006.

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Diehl et al.

pudessem indicar desconforto, mostrando ser um procedimento bem tolerado pelas fêmeas, o que confirma as observações de VAZQUEZ et al. (2000), os quais conseguiram ultrapassar a cérvix em 90% dos animais e alcançar a extremidade do corno uterino, utilizando um endoscópio flexível. MARTINEZ et al. (2002) utilizaram um cateter flexível com quatro mm de diâmetro e 1,8m de comprimento e obtiveram sucesso na passagem do cateter através da cérvix em 95,4% das porcas. ROCA et al. (2003), utilizando uma pipeta de IA e um cateter flexível, obtiveram sucesso durante a passagem através da cérvix, em 94% das fêmeas. Em estudos brasileiros, nos quais foi utilizada uma pipeta comercial especificamente desenvolvida para a prática da IAU, houve 97,4% (DALLANORA et al., 2004a) e 100% (BENNEMANN et al., 2004) de sucesso na passagem do cateter. Uma das limitações da IAU seria a dificuldade de passagem do cateter através da cérvix em fêmeas jovens, não sendo recomendada para nulíparas e primíparas, possivelmente devido ao pequeno desenvolvimento do trato genital em relação às pluríparas (LEVIS et al., 2002). MARTINEZ et al. (2001) utilizaram um cateter flexível para a transferência de embriões, em procedimento semelhante à IAU, e verificaram a impossibilidade de passagem do cateter em 10,3% das leitoas. Além disso, houve dificuldade média a alta em 20,7% das leitoas, comparado com apenas 2,9% nas porcas. No presente estudo, os percentuais de fêmeas de acordo com o grau de dificuldade (alto, médio e baixo) não diferiram entre os tratamentos (Tabela 1; P=0,54). Em ambos os

tratamentos, a inseminação foi realizada com baixo grau de dificuldade, em elevado percentual de fêmeas (72,7% e 69,4% para o T1 e T2, respectivamente). Ao efetuar a inseminação intra-uterina profunda em fêmeas de ordem de parto dois a seis, MARTINEZ et al. (2002) observaram que a dificuldade de passagem do cateter não foi influenciada pela ordem de parto, embora tenham constatado grau médio e alto de dificuldade em 8% das fêmeas pluríparas, provavelmente por características individuais das fêmeas. Os maiores percentuais de fêmeas com grau médio e alto de dificuldade, observados no presente estudo, podem ser devido à inclusão de primíparas ou pelo tipo de cateteres utilizados. De fato, o percentual de fêmeas com grau baixo de dificuldade diferiu entre as categorias de ordem de parto, tendo sido menor que 55% nas primíparas e superior a 70% nas outras ordens de parto, tanto no T1 como no T2 (Tabela 2). O tempo necessário para realizar a IA não diferiu (P=0,26) entre os tratamentos (2,1 e 2,3 minutos para o T1 e T2, respectivamente). Esses resultados mostram que o tempo para a realização da IAU não é maior do que os 3,6 minutos registrados para a inseminação tradicional (FLORES et al., 2004), pois uma eventual demora na inserção do cateter seria compensada pelo menor tempo gasto para a infusão de menor volume da dose inseminante. O percentual de fêmeas com refluxo de sêmen, no momento da inseminação, foi maior (P= 0,01) no T1 (8,4%) quando comparado ao T2 (2,9%). Em outros estudos, nos quais foi utilizada a mesma pipeta de IAU empregada no T2 (BENNEMANN et al., 2004;

Tabela 1 - Características da inseminação intra-uterina (IAU) e desempenho reprodutivo de fêmeas inseminadas com nova pipeta (T1) ou pipeta tradicional de IAU (T2). T1 Número de fêmeas avaliadas Grau de dificuldade alto, %(n) Grau de dificuldade médio, %(n) Grau de dificuldade baixo, %(n) Fêmeas com refluxo de sêmen %(n) Fêmeas com sangramento, %(n) Tempo da inseminação em minutos Taxa de prenhez %(n) Taxa de retorno %(n) Taxa de parto ajustada %(n/n) Número total de leitões nascidos

213 10,8 (23) 16,5 (35) 72,7 (155) 8,4 (18) 20,6 (44) 2,1 ± 1,5 93,4 (199) 8,0 (17) 90,6 (184/203) 12,4 ± 3,0

T2 210 10,0 (21) 20,6 (43) 69,4 (145) 2,9 (6) 15,2 (32) 2,3 ± 1,2 96,2 (202) 4,8 (10) 95,1 (196/206) 12,7 ± 2,9

P 0,54 0,54 0,54 0,01 0,14 0,26 0,20 0,17 0,07 0,29

P = nível de probabilidade; grau de dificuldade alto = mais de 3 tentativas de passagem do cateter; grau de dificuldade médio = 2 a 3 tentativas de passagem do cateter; grau de dificuldade baixo = passagem do cateter na primeira tentativa. Os dados referentes ao tempo de inseminação, número de inseminações e número total de leitões nascidos correspondem a médias ajustadas ± desvio-padrão.

Ciência Rural, v.36, n.1, jan-fev, 2006.

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Nova pipeta para inseminação intra - uterina em suínos.

Tabela 2 - Desempenho reprodutivo de fêmeas inseminadas com nova pipeta (T1) ou pipeta tradicional de IAU (T2) de acordo com a ordem de parto (OP). T1 OP (n)

OP 1(40)

OP > 1(173)

Grau de dificuldade alto, %(n) Grau de dificuldade médio, %(n) Grau de dificuldade baixo, %(n) Fêmeas com sangramento %(n) Fêmeas com refluxo %(n) Taxa de prenhez %(n) Taxa de retorno % (n) Taxa de parto ajustada %(n/n) Número total de nascidos

25,0 (10) 22,5 (9) 52,5 (21) 32,5 (13) 12,5 (5) 87,5 (35) 17,5 (7) 81,6 (31/38) 11,5 ± 3,2

7,5 (13) 15,0 (26) 77,5 (134) 17,9 (31) 7,5 (13) 94,8 (164) 5,8 (10) 92,7(153/165) 12,5 ± 3,0

T2 P 0,001 0,25 0,001 0,04 0,34 0,09 0,01 0,03 0,11

OP 1(39)

OP > 1(171)

17,9 (7) 33,3 (13) 48,7 (19) 12,8 (5) 7,7 (3) 89,7 (35) 10,3 (4) 92,1 (35/38) 12,7 ± 2,9

8,2 (14) 17,6 (30) 74,1 (126) 15,8 (27) 1,75 (3) 97,7 (167) 3,5 (6) 95,8(161/168) 12,7 ± 3,2

P 0,07 0,03 0,002 0,64 0,04 0,02 0,07 0,33 0,97

OP1= primíparas; OP>1= fêmeas de OP superior a 1. Grau de dificuldade alto= mais de 3 tentativas de passagem do cateter, grau de dificuldade médio= 2 a 3 tentativas de passagem do cateter; grau de dificuldade baixo= passagem do cateter na primeira tentativa. Os dados referentes ao número total de leitões nascidos correspondem à média ajustada ± desvio-padrão. Letras minúsculas diferentes, na mesma linha, dentro do mesmo tratamento, indicam valores diferentes (P
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