Novas velhas histórias do bode Yoyo, 2005 (Literatura de cordel).pdf

May 26, 2017 | Autor: Alexandre Gomes | Categoria: Literatura de cordel, História Do Ceará, História de Fortaleza, Bode Yôyô
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< ^ Se/o PalavrAndante 'COLEÇÃO "CORDEUZANDO A HISTÓRIA N' 1"' CONTATO COM

Autor: Amanay Parangaba



NOVAS VELHAS HISTÓRIAS V

AUTOR

E-mail: [email protected] Site: www.palavradesordem.siteonline.cm.br Fone: 9971.7807 Leia: 4«

Título: A PELEJA ENTRE O POETA ERUDITO E O POETA POPULAR

Apoio

Cultural: M U S E U

iiiiiiiiiiiii iiiiiiniiiiii Do CEARÁ

Ilustração: Besq

Diálogo^ Intempestivos

Citeratdra de Cordel Selo PalavrAndante Fortaleza, maio de 2005,1' Edição • 500 ex.

J / V

^ ^ - M

Autor: Amanay

Parangaba

INOVAS VELHAS HISTÓAIAS DOBODEIÔIO Todo mundo aqui já sabe Eu só aproveito o mote Do bode que foi gaiato Virando alvo de fricote Mantendo o nobre respeito E não é só no seu lotei No Museu do Ceará Já chamava a atenção Da TV apareceu Para a boca do povão Entrando para a telinha E ganhando esse mundão! Já me disse o dito bode: "-Na TV só passa entulho! A minha fama boémia Ninguém tira por esbulho Dos meus feitos mais notáveis, Deles todos tenho Orgulho!" Na história cearense Ele já tem seu lugar Com um pouco de jeitinho Foi entrando até ficar Personagem consagrado Vamos dele nos lembrar!

Apesar de falecido YÔY6 ainda mantém, • D séy;«rcle-compostura .Nunca negou a ninguém: Pelas ruasxía cidade Sempre se dava de bem!

Todos sabiam que o bode Era chegado a cadiaça Conhecido nos cafés Onde só causava graça Divertindo a boémia Reunida lá na praça.

Na velha praia do peixe Nossa atual Iracema Levava sua vidinha Agindo contra o sistema. Com clérigos e poHcia Ele não queria esquema!

E por onde ia passando lôiõ chamava os olhares Em noites de lua cheia Ir pra perto dos cantares Com seus amigos poetas À luz dos raios.iunares!

lôiõ seguia sempre O seu caminho sagrado Desde que ete aqui chegou Do sertão aflagelado Passando necessidade Por comida foi trocado! Nosso amigo cdeciona Muitas histórias contadas , cortar saias de madames de freiras contar piadas E o povo sempre por perto a cair de gargalhadas!!!

Não foi preciso ninguém De nenhuma autoridade Dizer ao povo que o bode Era a alma da cidade Pois há muito já sabiam E tinham como verdade!

O bode assim virou O tipo mais popular Migrando lá do sertão Pra viver perto do mar Alegrando a capital Com o seu jeito de andar!!

Nosso povo cearense se sentiu representado na ftgura do animal .que já tinham adotado lôiô virou então nosso ilustre mais fatedo!

Nosso povo cearense se sentiu representado ria figura do animal que já tinham adotado lâiõ virou então nosso ilustre mais falado!

Da praça Marquês do Herval à do boticário Ferreira Lá da igreja do Rosário à rua da antiga feira depois ele descansava na sombra de uma palmeira! E o gás iluminava a cidade ainda menina e o bode aproveitava o candeeiro da esquina para ali fazer xixi, sem ninguém fazer c o r t a i Na memória popular essas histórias não morrem são contadas, recontadas nem se sabe se ocottem. Quais caminhos da lembrança? Lugares que eles percorrem?

Oa praça Marquês do Hervai à rinhas mais novilhas Que o dono havia comprauáôl Bode quieto e mansinho Pois vivia satisfeito Tudo o que queria tirtfia E só esse era o seu jeito Pra açaimar o garanhão £ ele fazer bem feitoi A moça se admirou Ao sabar de sua fama Oe sua vida boémia (só num dormia na lama lá na casa dos i n g l ê s ele tinha a sua cama!!)

Não entendia porque o bode havia mudado de m s H ^ n^produtMpara boômio levado se os ares da (Made ou o dono descu^todol

Na hora de sua morte Ninguém estava presente Portanto nós não sabemos Se morreu foi de doente Ou sofreu as duras penas De algum gesto indecente!

Um senhor que me falou Essa história de traição Quando o bode se meteu Com a mulher de quem faz pão O padeiro, que na testa Levou um chifre grandão!

Bem cedinho ele saía Sua sina é trabalhar Amassar e fazer pão Voltava para almoçar E o bode lá por detrás No quartinho a esperar

Mas um dia aconteceu O que o bode não previa A coitada da mulher Satisfeita, já dormia Pois tinha feito com ele Tudo o quanto ela queria!!

Ao aàentrar sua casa O padeiro encorítrou 'O bode ainda ha cama De um pulo levantou! A mulher, branca do susto Disse:"-Bem, cêjn chegou??!" A esposa confessçu por lôiô sua paixão assumiria o amor nem que fosse pro caixão ou presa por adultério pois chifre num tira não!!

Desde esse dia o padeiro Jurou lôiô de morte la con-er atrás dele Para sua pouca sorte Lavar a honra com sangue Depois, fugir para o Norte.

Dizem que foi de velhice. Outros de pneumonia Também fumava charuto E isso lhe consumia Foi perdendo suas forças: Nem de casa mais saía

Assustava-se com caffos Que chegavam à capital ' Uma moda inovadora Pra vida provincial Já não tinha aquele gás Nem mesmo instinto animal Mas pra mim o que importa: É a forma como viveu E como marcou esse povo Que sorriu e que sofreu! Ainda hoje está vivo: Na memória não moaeu!!! Nas visitas ao Museu É o mais requisitado Muita gente vai pra lá Só para lhe dar recado E elè, que não mais bebe "Entra mudo e sai calado!" Ainda temos histórias Elas estão a esperar Que um poeta competente Venha lhes cordelizar Pra memória de lôiô Mais e mais nos encantar!

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SOBRE AUTOR

Amanay Parangaba é o pseudónimo dê Alexandre Oliveira Gomes, licenciado em História pela UFC, ex-monitor do Museu do Ceará, editor do zine PalavraDesordem, pesquisador da história indígena do Ceará e professor de História em escolas de ensino fundamental, médio e superior/Artesão, cordelista e idealizador do projeto comunitário-editorial PalavrAndante; qué visa descobrir e incentivar novos talentos literários em escolas públicas do Ceará através de oficinas de fanzines e cordéis. C o n t a t o s : E - m a i l : [email protected]. Site; www, pala vradesordem. siteonline. com. br , fone: 99717807.

Desenho: Besg Infrogravura: Augusto do Nascimento; Revisão de texto: Guethner Wirtzbiki

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