Novos mercados turísticos: o caso de Moçambique

June 8, 2017 | Autor: Roberto Vico | Categoria: Moçambique, Mercados turísticos
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Trabalho no âmbito da disciplina de Mercados Turísticos leccionada pelo Dr. João Reis Formação Avançada em Turismo: Especialização em Gestão Estratégica de Destinos Turísticos Conducente ao Mestrado em Turismo da ESHTE Ano lectivo de 2013 Autor: Roberto Paolo Vico

Introdução

O trabalho que agora se apresenta está estruturado em três partes, embora tal separação não seja absoluta e definida rigorosamente por que os três grandes blocos: dos principais conceitos turísticos, do turismo internacional e da sustentabilidade do turismo, cruzam-se e misturam-se em diversos modos tornando-se as vezes complementares no discurso geral. Na primeira parte do texto são explicados alguns conceitos básicos e fundamentais do turismo como por exemplo a sua importância na sociedade moderna segundo os vários níveis económico, social, territorial e cultural entre outros; a necessidade da existência do fenómeno turístico e as diversas motivações que induzem uma pessoa em viajar portanto em “fazer turismo” ou em fazer parte do mundo do turismo como agente envolvido em tal processo (stakeholder). A seguir, algumas dinâmicas essenciais nos mecanismos dos mercados turísticos como a procura, a oferta e o equilíbrio do mercado, bem como alguma consideração sobre o turismo interno, turismo receptor e emissor. Na segunda parte do trabalho entra-se mais em concreto no universo do turismo internacional e da sua evolução durante as ultimas décadas desde os famosos “trinta anos de ouro” até a chegada do novo milénio e a actual crise económica internacional. Começa-se com algumas considerações a nível global, depois, segundo uma escala decrescente, analisam-se as diferentes situações por área geográfica portanto: a situação especifica por cada continente, a situação na área mediterrânea no sul da Europa, o caso de Portugal, da Itália, as relações no sector do turismo entre Itália e Moçambique e em fim aprofundando mais concretamente o caso de Moçambique. Pelo que concerne estes últimos três países ou seja Portugal, Itália e Moçambique descreve-se inicialmente o quadro socioeconómico das ultimas décadas para depois passar ao actual, analisamse as varias tipologias de turismo que existem em cada pais, faz-se uma analise dos mercados turísticos, dos fluxos turísticos outgoing e incoming evidenciando também os principais destinos turísticos e enfim quais foram as politicas de promoção do turismo adoptadas e quais seriam as possíveis vias de desenvolvimento do turismo em cada pais considerando as diferentes oportunidades, dificuldades, bem como os pontos fracos e os pontos de força. Na ultima parte do texto apresenta-se uma reflexão acerca de um grande tema que tem sido muito discutido e falado durante os últimos anos, e que é o tema da sustentabilidade do turismo; portanto da conciliação dos vários interesses dos diferentes actores envolvidos no processo turístico,

tentando compreender qual é a melhor maneira de falar de turismo sustentável e em que consiste concretamente tal aspecto.

TEXTO A necessidade de turismo A necessidade de turismo representa a importância da exigência de evasão, de viagem e de lazer. Portanto é muito importante segundo o aspecto psicológico (comportamento humano) e também no âmbito socioeconómico. Respeito ao primeiro ponto, evidencia-se a necessidade humana de relacionar-se com o próximo. Através da viagem, do lazer, e do turismo no geral, tentam-se desenvolver tais relações. Um aspecto muito importante para quem se ocupa de turismo, é considerar as motivações psicológicas que induzem o turista em escolher um tipo de viagem em lugar de outra. A análise deste aspecto consente de prever, portanto organizar e programar diversas actividades turísticas em uma determinada área ou produzir serviços turísticos de boa qualidade. Por isso é necessário formar um verdadeiro perfil do consumidor, por que o impulso em fazer turismo pode ser determinado de várias motivações: necessidade de crescimento pessoal, de relax, de autorrealização, de evasão, de prestígio, de sucesso, de autoafirmação, de relacionamento. Outros factores que contribuem para o desenvolvimento do turismo são de natureza socioeconómica. De facto nos últimos vinte anos, por exemplo na Europa, mudaram diversos aspectos sociais como: o teor de vida, a organização do trabalho, a cultura e os consumos culturais, o conceito de tempo livre. Portanto, podendo afirmar com certeza que o turismo é a primeira indústria do mundo (se consideram-se também as actividades ligadas com as relações de negócios, dos transportes, das lojas etc.), o turismo pode ser considerado uma forma ou um bem de consumo de massa específico da sociedade industrial (contemporânea).

A procura turística É a quantidade de bens e serviços turísticos procurada em um dado momento por parte de um ou de mais indivíduos. Entender e desenvolver a procura de turismo significa analisar a deslocação de pessoas desde a própria zona de residência para uma outra. Neste quadro é preciso estudar: a tipologia do consumidor, as suas motivações, as modalidades, as localidades, o período e sobretudo o preço. Analisar estes aspectos relacionados com o consumidor significa conhecer os indivíduos operando distinções entre eles (sexo, idade, instrução etc.) e tentar de compreender as tendências comportamentais (ex: tem turistas que gastam muito e pretendem uma alta qualidade dos serviços, outros que mesmo para não renunciar à viagem se conformam de menos serviços por um custo menor). Outros elementos que condicionam a procura de turismo são: o preço, o rendimento, o câmbio, as características e os recursos das localidades, o clima, o tempo livre, as condições político-económicas das localidades, a moda.

Obviamente quanto mais o preço é baixo, mais pessoas estão disponíveis em comprar este tipo de bem, gerando então um aumento da procura. Com o aumento dos preços a procura diminui seguindo uma conseguinte tendência à diminuição da procura. Portanto existe uma regra: a procura do turismo é variável, no sentido em que pode aumentar ou diminuir em um dado momento, em um determinado pais e por determinados bens/serviços. Naturalmente é preciso sempre ter em conta os efeitos precedentemente considerados (de natureza social e económica) que incidem ulteriormente sobre o argumento: características da localidade, efeito imitação, vontade de exclusividade, rendimento, câmbio favorável, etc.. Outra característica da procura de turismo é a sua concentração no tempo e no espaço, no sentido que é concentrada em alguns períodos do ano, e é destinada para determinadas zonas, localidades, áreas geográficas. De facto a procura turística é sazonal (se a procura è ligada as estações: neve ou sol e mar etc., ou cultural: carnaval, natal etc.) ou cíclica (quando se repete periodicamente como as ferias de varão ligadas as ferias gerais do trabalho). O turismo interno, emissor e receptor. Os que viajam no país onde residem praticam o turismo interno (procura interna); os que se deslocam fora das fronteiras nacionais desenvolvem o turismo emissor (procura externa); os que não são residentes mas viajam dentro do país em consideração praticam o turismo receptor. A procura interna cresceu muito nos últimos anos, criando efeitos positivos sobre a economia nacional: equilibrada distribuição geográfica do rendimento nacional; maior usos das infraestruturas que requerem elevados custos colectivos; maior ocupação das estruturas receptivas. A procura do turismo externo ou emissor è uma importante fonte de rendimento, por que os turistas pagam os serviços com a moeda do próprio pais (dólar, yen, libra etc.) e isto favorece o aumento das reservas de moeda estrangeira para o país receptor. A oferta turística É a quantidade de bens e serviços oferecidos ao consumidor em um dado momento. Ao aumentar do preço aumenta a quantidade de bens oferecidos. Ao contrário, ao diminuir do preço diminui a quantidade oferecida. A oferta turística é rígida (por que no período breve não consegue adequar-se aos níveis da procura) e intransferível (por que as estruturas turísticas são fixas, ou seja não podem ser deslocadas em outras zonas onde se regista uma maior procura turística). O equilíbrio do mercado Os produtores sem os consumidores não poderiam exercitar a própria actividade, vice-versa os consumidores sem os produtores não podem satisfazer as próprias necessidades. O mercado é o mecanismo graças ao qual compradores e vendedores de um bem interagem para determinar o preço e a quantidade produzida. O preço de um bem/serviço é o elemento base da contratação. Existe uma situação de equilíbrio entre a procura e a oferta se os dois sujeitos económicos que atuam no sistema económico se balançam. Em caso contrario gera-se uma situação de desequilíbrio, quando:

- a procura é > que a oferta (consumidores não satisfeitos das empresas que aumentam preços obtendo mais lucros); - a procura é < que a oferta (produtores obrigados em diminuir os preços para poder vender).

O TURISMO INTERNACIONAL O crescimento do turismo internacional O turismo internacional está atravessando uma tendência de crescimento acentuado, constante e de longo período. Esta situação está em acto já desde 1980 e espera-se que o crescimento será notável para os próximos vinte anos também. Considerando os fluxos que realizaram-se, desde os ~280 milhões de passageiros do 1980, passou-se aos ~900 do 2010, e para 2030 espera-se que os passageiros dupliquem até chegar aos 1,8 bilhões cada ano (OMT 2011). Isto implica um taxo de crescimento esperado médio nos 50 anos (1980-2030) de ~4% anual. Além disso, é bom observar que o crescimento interessou todas as diferentes áreas do globo, como turismo inbound e outbound também. Focalizando a atenção no turismo outbound, é possível constatar os níveis diferenciados de crescimento entre as diversas áreas. Em concreto, relativamente as duas áreas mais relevantes por dimensões, ou seja Europa e a área Ásia-Pacífico, nota-se que a taxa de crescimento médio esperado dos viajantes outbound na região asiática com referencia ao período 1980-2030 seja mais ou menos o duplo de quanto observado na área europeia (6% anual vs 3%). Segundo os recentes dados da UNWTO, durante o 2011 as chegadas turísticas cresceram cerca do 4% alcançando os 980 milhões e no 2012 continuaram a aumentar, embora a um ritmo mais lento, chegando mais ou menos a 1 bilhão (a nível global). Concretamente o aumento durante o 2011 foi do +4,4% (980 milhões no 2011 comparado aos 939 milhões do 2010). O dado é muito positivo sobretudo se considera-se o contexto onde aconteceu tal aumento. De facto o 2011 foi caracterizado por uma fase estática na dinâmica da economia global, por uma serie de eventos que comportaram instabilidades políticas como nos países do OrienteMédio e do Norte da África além também dos desastres naturais bastante relevantes como o terramoto no Japão. Entre os “Best Performer” em termos de chegadas posiciona-se a Europa com um +6%, mas os melhores resultados foram registados pela África do Sul com um +10%. Outro dado interessante é que, contrariamente a quanto aconteceu nos anos anteriores, o crescimento foi maior nos países economicamente avançados (+5% no total) do que nos países emergentes (+3,8%), dado provavelmente devido as problemáticas acontecidas no Oriente-Médio e no Norte da África que travou as chegadas internacionais.

Situação específica por continentes: Na Europa as chegadas alcançaram 503 milhões durante o ano 2011, não obstante a crise económica, ou seja 28 milhões dos 41 milhões no total das chegadas internacionais registadas a nível mundial. A Europa Oriental, Central e a parte do Mediterrâneo registaram um 8% a mais e, embora uma parte das chegadas no Mediterrâneo tem como motivo uma mudança dos destinos do Oriente Médio ou Norte da África (por causa dos problemas explicados anteriormente) e portanto a uma deslocação dos fluxos em favor do Mediterrâneo, registaram-se também aumentos, nesta área, de fluxos de saída provenientes da Alemanha, da Escandinávia e da Rússia.

Na Ásia e no Pacifico o resultado foi de +6% das chegadas, ou seja um incremento de 11 milhões respeito ao 2010 que equivale a um total de 216 milhões de turistas internacionais. Em particular o Sudeste asiático beneficiou de uma forte procura inter-regional com um +9%, em quanto o norte da Ásia e a Oceânia registaram aumentos mais modestos (repetitivamente 4% e 3%) em parte devido também a uma diminuição dos fluxos turísticos provenientes do Japão. Sempre segundo os dados da UNWTO pelas Américas as chegadas turísticas durante o 2011 foram de 156 milhões, ou seja um aumento de 6 milhões. Os melhores resultados foram da América do Sul com um aumento (pelo segundo ano seguido) do 10%. Mais parados os aumentos na zona central e no Caribe (+4%). No Norte América as chegadas aumentaram do 3%. Em África registaram-se 50 milhões de chegadas caracterizadas por um aumento do 7% na área Subsaariana (2 milhões a mais) e por uma diminuição na área Norte-Africana (-12%). No Oriente Médio também registou-se uma diminuição (-8%), ou seja uma perdida de 5 milhões das chegadas turísticas internacionais. Não obstante isto, alguns destinos como a Arábia Saudita, o Omã e os Emirados Árabes, registaram valores em aumento. Dos dados disponíveis, resultam evidentes os aumentos das chegadas também pelos relevamentos acerca das entradas turísticas e da despesa durante o ano 2011: Entre os primeiros 10 destinos por aumentos importantes de recibos emitidos no sector turístico encontramos os Estados Unidos (+12%), a Espanha (+9%), Hong Kong (+25%) e Reino Unido (+7%). Entre os “Top Spenders” situam-se os viajantes provenientes de mercados emergentes (os famosos BRICS) como a China (+38%), a Rússia (+21%), o Brasil (+32%) e a Índia (+32%), seguidos dos mercados tradicionais, com um crescimento dos gastos dos viajantes da Alemanha (+4%) e Estados Unidos (+5%) superiores aos níveis dos anos anteriores. Segundo as estimativas da UNWTO, o crescimento continuará, mas de maneira mais modesta, no 2013. A previsão está entre o 3% e o 4%, e portanto se alcançará um bilhão de chegadas turísticas. Os países emergentes voltarão a guiar o sector; os aumentos maiores estão previstos em Ásia, Pacifico e África (com valores do 4% ao 6%) seguidos pelas Américas e a Europa (do 2% ao 4%). Prevê-se também que neste ano o Oriente Médio começará em recuperar uma parte das perdidas registadas no 2011. No período 2000-2009, segundo os dados da Organização Mundial do Turismo, o maior crescimento em termos de percentagem do número de viajantes internacionais foi registada pelos países emergentes (+58,3%), em quanto pelas economias avançadas foi mais modesto (+11,1%). Esta diferença influenciou, consequentemente, também as entradas. África, Ásia e Pacifico e Oriente Médio, principalmente, cresceram mais comparados com a Europa e as Américas. A UNWTO exortou os vários governos em facilitar as viagens por que ainda muita coisa pode-se e deve-se fazer. Em particular a UNWTO aconselha aos vários países de aproveitar mais das tecnologias informáticas e comunicativas (TICs) existentes ao fim de facilitar e melhorar a procura de vistos por exemplo, portanto uma menor formalidade na elaboração e com tempos mais rápidos

A situação no sul da Europa Os efeitos da crise na Grécia, que são eco dos medias internacionais, levou a uma forte queda das chegadas turísticas. A diferença da Espanha, Itália e Portugal, graças aos mercados emergentes, o

pais helénico perde peso no mapa turístico. O deteriorar-se da imagem da Grécia por causa da forte crise económica e politica que atravessa, reflecte nos dados turísticos. Segundo o World Travel Monitor, produzido pela ITB Berlin e IPK International, entre os países da União Europeia em graves dificuldades, a nação helénica é a vitima principal. Entre Janeiro e Agosto deste ano, a Grécia recebeu o 12% a menos de turistas internacionais. O declino experimentado até agora neste ano foi guiado essencialmente pelas fortes diminuições em dois dos seus principais mercados, o Reino Unido e a Alemanha, com o 30% e o 20% de turistas a menos respeito ao 2011. A diferença da Grécia, em Espanha, Itália e Portugal, o turismo receptivo está a crescer não obstante o impacto da crise económica. Segundo o relatório, a Espanha é um dos países que teve uma grande vantagem da situação politica nos países árabes pelo aumento percentual de oito pontos na chegada de viajantes em 2011, enquanto nos primeiros nove meses do 2012 cresceu quase do 4%. Além disso, o destino é um dos mais valorizados pelos novos mercados geradores de turismo, em particular a Rússia e os países nórdicos. Muito similar é a situação em Portugal. Após a primavera árabe, o destino recebeu o 9% a mais de turistas internacionais no 2011, em quanto no 2012 os dados falam de 3 / 4 %. Rússia e países do Norte Europa tem uma clara influencia nestes resultados, em quanto as chegadas de turistas espanhóis e italianos mostram uma clara diminuição. A Itália, que teve uma melhoria nas reservas e nos tours operators do 4% no 2011, registou no 2012 um incremento do 2%. Contribuem para tal crescimento os mercados emergentes, em particular a Rússia e a Polónia, cuja evolução compensou a diminuição tradicional como é o caso da Alemanha e do Reino Unido.

O CASO DE PORTUGAL O Turismo na economia portuguesa O turismo tem uma relevância fundamental na economia portuguesa, absorvendo cerca do 10% da ocupação e contribuindo à formação do 10% do PIB nacional. O incremento do número de turistas e a importância estratégica do sector pelo desenvolvimento económico do país, nos últimos anos induziram o Governo em adoptar um conjunto de medidas para favorecer a modernização da oferta turística e render o país mais competitivo. Factores chave de atracão do país como destino turístico são: o clima temperado e a beleza da costa que estende-se por 1.792 km., as paisagens internas, a cultura, os lugares históricos, as estruturas para a prática do golf e dos desportos náuticos, os circuitos ligados ao enoturismo e ao turismo religioso. Segundo os dados divulgados pela OMT, Portugal no 2007 ocupava a vigésima posição no ranking internacional por numero de presenças de turistas estrangeiros (12,5 milhões), mantendo a própria conectividade na escala global, embora o importante crescimento dos mercados emergentes que nos últimos anos está devorando as cotas dos mercados turísticos tradicionais. A evolução dos fluxos turísticos da ultima década evidencia uma perdida de competitividade respeito à outros países como a Turquia, a Hungria, a Tailândia ou a Malásia. Em Portugal a partir dos anos ’60 assiste-se a um crescimento constante da oferta e dos fluxos turísticos internacionais, com a excepção da flexão registada na metade dos anos ’70, a causa da instabilidade politica vivida do pais. A organização, nos últimos vinte anos, de eventos de grande visibilidade a nível internacional, representou uma grande oportunidade de promoção e de consolidação do sector turístico. Ao mesmo tempo é preciso sublinhar como, respeito aos outros

países da zona do Mediterrâneo, o desenvolvimento do turismo foi realizado com uma maior atenção aos equilíbrios e a sustentabilidade ambiental, especialmente ao longo das áreas costeiras. No 2008 a balança turística portuguesa registou um saldo positivo de 4.501 milhões de euros. Calcula-se que o investimento privado no sector turístico foi, no período 2000-2006, cerca de 2,2 bilhões de euros; o investimento publico com incidência no sector foi de 1 bilhão. Os investimentos privados foram efectuados principalmente em regiões com um menor desenvolvimento do sector, como o Oeste e o Alentejo, incrementando a ocupação em algumas áreas tradicionalmente mais deprimidas do pais. A difícil conjuntura económica do 2009 não podia não reflectir-se também no sector do turismo português: após um ano de crescimento acentuado no 2007 (+13%) e um de crescimento moderado (+1,2%), no ano seguinte, o valor adicional bruto gerado pelo turismo foi de 16,5 bilhões de euros no 2009, evidenciando uma redução do 4,8% respeito ao 2008 e resultando um dos sectores mais expostos aos efeitos da crise internacional até hoje. A região sul-mediterrânea do Algarve, resta a mais importante em termos turísticos, representando o 38,8% das entradas com uma cota do 40% do total das dormidas registadas no pais, seguida da capital Lisboa (22,6%) e da Madeira (20,7%). Também os residentes em Portugal escolheram o Algarve como principal destino turístico nacional (26,9%), seguida de Lisboa (19,3%), a Região Centro (19%) e o Norte (18,6%). Tipologias de turismo Portugal possui uma grande e diferenciada oferta turística, graças a qual qualificou-se como o 17° país mais competitivo neste sector. Os 10 produtos estratégicos do pais individuados pelo PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo) são: - gastronomia e vinho - touring cultural e paisagístico - saúde e bem estar - turismo de natureza - turismo residencial - golf - turismo náutico - sol e mar - city breaks - turismo de negócios A procura turística de Portugal concentra-se em duas regiões determinantes: Lisboa e Algarve. A Ilha da Madeira encontra neste sector o maior suporte para a própria economia, graças a uma imagem já consolidada de qualidade, ao seu clima temperado durante o ano inteiro e a excelência paisagística. O turismo balnear é certamente o mais antigo e o mais procurado entre os produtos turísticos portugueses, graças a sua linha costeira onde estão presente mais de 500 praias. A importância dada à este recurso se traduz no número de investimentos feitos ano após ano, que demonstram não somente uma exigência em termos de qualidade mas também uma atenção particular aos aspectos ligados à educação ambiental e à sustentabilidade. O turismo do “sol e mar” encontra no Algarve a sua maior expressão por que a região oferece mais de 200 km de litoral e 59 praias “bandeira azul”. Portugal também possui duas cidades como Lisboa e Porto, em condições de competir com as outras cidades europeias. As duas apresentam uma oferta histórica, cultural e monumental com um grande potencial de atracão turística, além de um calendário de eventos concentrados sobretudo na estação do verão, assim como numerosos festivais de música, teatro e cinema. A maioria dos turistas que efectuam breves visitas (ou seja aquelas que são definidas pelo PENT “City Breaks”) nestas duas localidades, são originários dos seguintes países: Reino Unido, Rússia, Alemanha, Benelux, Espanha e França.

A região da capital ganhou uma grande notoriedade à traves da organização de reuniões, congressos, competições desportivas e outros eventos internacionais de relevo, como no caso de “Lisboa capital europeia da cultura no 1994, a Exposição Mundial (Expo) no 1998 e do papel preeminente durante a Euro Copa de futebol de 2004. O património histórico e cultural da cidade e a sua posição geográfica privilegiada, contribuíram também para o atraco sempre maior de muitos cruzeiros no porto lusitano. Ulteriores benefícios para o incremento da atracão dos fluxos turísticos internacionais deveriam derivar do completamento dos grandes projectos infra-estruturais (linhas de AV ferroviária e novo aeroporto intercontinental de Lisboa) previstos até o 2017. O turismo cultural em Portugal è alimentado também da presença dos seguintes 13 sítios histórico-culturais ou naturais, considerados Património Mundial da Humanidade pela UNESCO: - Centro histórico de Angra do Heroísmo (desde 1983), Angra do Heroísmo, Açores - Mosteiro de São Jerónimo e Torre de Belém (1983), Lisboa - Mosteiro de Batalha (1983), Batalha - Convento do Cristo (1983), Tomar - Centro histórico de Évora (1986), Évora - Mosteiro de Alcobaça (1989), Alcobaça - Paisagem cultural de Sintra (1995), Sintra - Centro histórico de Porto (1996), Porto - Arte rupestre do Vale de Côa (1998) - Floresta Laurissilva da ilha da Madeira (1999), Madeira - Centro histórico de Guimarães (2001), Guimarães - Região vitivinícola do Alto Douro (2001) - Paisagem da cultura vitivinícola da Ilha de Pico (2004), Pico, Açores

Nos últimos anos a procura de novos produtos turísticos, como o golf e o turismo naturalístico, tornou-se uma das principais medidas para diminuir a excessiva dependência do turismo balnear e para permitir um nível de ocupação nos estabelecimentos mais constante. Recentemente de facto cresceu sensivelmente o mercado do turismo desportivo, em particular modo do turismo ligado à prática do golf, tornando-se em pouco tempo de importância estratégica. A oferta concentra-se nas regiões do Algarve e de Lisboa, e consiste anualmente em cerca de 300 mil jogadores e 1.3 milhões de partidas de golf. O plano estratégico nacional do turismo indica o golf como um dos sectores estratégicos para reforçar a posição de Portugal como destino turístico internacional. Tal objectivo foi perseguido através da promoção dos circuitos nacionais, da organização de grandes eventos internacionais e da realização de novas estruturas receitavas de padrões elevados. Segundo os dados difusos pela entidade “Turismo de Portugal”, os turistas que ocupam este segmento do turismo são prevalentemente norte-europeus, e ficaram no país exclusivamente para jogar a golf. Uma repartição das presenças turísticas em base aos Estados de proveniência, vê o Reino Unido no primeiro lugar com uma cota próxima ao 52%, seguido a distancia pela Alemanha, Irlanda, pelos países da Escandinávia e pela Holanda. O pais actualmente dispõe de 75 campos de golf, difusos entre as ilhas e o território continental, alguns dos quais entre os mais prestigiosos da Europa. O Algarve em concreto, possui 10 campos que entram na Top 100 europeia. Os principais factores de diferenciação da oferta portuguesa respeito aos concorrentes são a variedade dos campos e a paisagem que rodeia-lhes. Nos últimos anos o número de campos existentes duplicou-se, adquirindo competitividade sobretudo pelos jogadores estrangeiros, uma vez que o número de praticantes nacionais é ainda limitado. Graças as peculiares condições climáticas, o sector é particularmente desenvolvido na área de Lisboa e do Algarve; nesta última região o golf gera cerca de 10.000 lugares de trabalho, graças à presença de 31 dos 75 campos de golf activos no território português, dotados de padrões qualitativos muito elevados, como testemunha a circunstancia que no 2005 a região foi a sede dos

Campeonatos Mundiais de Golf, e que no 2006 a International Association of Golf Tours Operators atribuiu ao Algarve o reconhecimento de melhor destino pelo Golf. Um dos produtos estratégicos da oferta turística do país é o turismo enogastronomico. Em particular, Portugal possui uma herança rica e diversificada ligada à cultura vitivinícola a as tradições gastronómicas. Actualmente foram identificadas 31 (DOC) e 10 regiões vitivinícolas de denominação controlada, como à do Alto Douro, onde se produz o vinho do Porto e o Douro, e que representa a região controlada mais antiga do mundo (desde 1756). Foi também identificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade. No sector dos vinhos assim como no sector gastronómico, os clientes são principalmente nacionais, e contribuem ao 64% dos lucros. Os principais turistas internacionais provem do Reino Unido, da França, da Alemanha e da Espanha. Em Portugal, o turismo religioso envolve cerca de 7 milhões de pessoas por ano, gerando entradas por 700 milhões de euros e correspondendo ao 10% do movimento turístico total. Fátima é o destino principal neste sector, com cerca de 5 milhões de peregrinos anuais, distanciando outras metas, quase todas na região portuguesa do Norte. Os santuários de Bom Jesus e de Nossa Senhora do Samerio, os dois em Braga, e de São Bento da Porta Aberta, seguem na lista, com cerca de 1 milhão de visitas anuais. A falta de estatísticas oficiais neste sector é devida ao facto que no PENT, o turismo religioso seja integrado com o cultural, opção bastante criticada pelos operadores do sector, tendo em conta que quase o 75% do património cultural português é de origem religiosa. Um sinal de crescente importância e desenvolvimento deste sector foi o inserir-se de Fátima no circuito dos centros religiosos alcançados por uma companhia de voos charter propriamente requerida da Cidade do Vaticano e que compreende também Roma, Lourdes, Santiago de Compostela e Czestochowa. Políticas de Promoção do Turismo: O “Plano Estratégico Nacional do Turismo” (PENT) 2006-2015 foi instituído pelo Governo Sócrates, concretamente pelo Ministério da Economia e da Inovação, para servir como base à concretização de acções definidas por um crescimento sustentável do turismo em Portugal e para orientar as várias actividades do sector. Os 11 projectos de implementação são: - estruturar e desenvolver propostas de consumo na óptica do cliente (melhorar a oferta) - intervir para melhorar a qualidade urbana, ambiental e paisagística do território - desenvolver os conteúdos tradicionais do pais, associados à historia, à cultura, à literatura e à musica - promover um calendário de iniciativas de animação cultural, desportiva ou lúdica - reforçar o acesso aéreo para aproximar Portugal aos grandes centros emissores de fluxos turísticos - promover uma comunicação diferenciada por uma acção de marketing para segmentos mirados - dotar o pais de recursos humanos com uma formação, especialização e qualificação adequadas ao sector - implementar um sistema de qualidade turística em linha com os padrões de qualidade internacionais - incorporar o conhecimento e a inovação nas actividades produtivas - promover uma cultura de apoio para o investidor e o investimento - reforçar a capacidade competitiva das empresas Através destas estratégias se perseguem três objectivos principais: - contribuir maioritariamente para o PIB nacional - aumentar a ocupação qualificada

- acelerar o crescimento do turismo interno Na óptica de diferenciação da oferta e portanto do desenvolvimento de novos pólos turísticos, além daqueles já consolidados como a região de Lisboa e do Algarve, foi promovida uma valorização do litoral Alentejano, das zonas de Alqueva, Douro, Serra da Estrela, Porto Santo e das Açores. Em particular pelo litoral Alentejano foram implementados dois projectos, com investimentos por mais de 670 milhões de euros, dos quais o 75% é representado por capital estrangeiro. Estes, junto com um importante investimento para modernizar a península de Tróia, levariam à criação de 4.000 novos empregos. Na zona de Alqueva, onde encontra-se o maior lago artificial da Europa, promoveu-se a afirmação de um turismo de excelência, com estruturas de luxo para a prática de desportos náuticos, centros de bem-estar, resorts e campos de golf. Também a região Oeste, em parte graças ao novo aeroporto de Ota, possui as características necessárias para tornar-se um destino de golf e de turismo residencial. Os mercados considerados prioritários são: Portugal (mercado interno), Espanha, Reino Unido, Alemanha, e França. Descrição da situação socioeconómica actual Condicionado pela sensível contracção dos consumos internos e da estagnação económica dos principais parceiros comerciais, no 2011 Portugal registou uma contracção do PIB real igual ao 1,5%. Em Maio de 2011, a grave crise de liquidez que pegou o pais, induziu Lisboa a requerer a ajuda financeira da troika FMI-UE-BCE, quantificada em 78 bilhões de euros. As actuais prioridades da política económica do Governo elegido em Junho de 2011 são consequentemente representadas pela necessidade de uma pronta e eficaz consolidação das finanças públicas e por um amplo programa de reformas estruturais, segundo um calendário concordado com as questões internacionais. O objectivo de ajuste dos desequilíbrios económicos internos que o país está perseguindo com extrema dedicação, como unanimemente reconhecido pelas instituições financeiras internacionais, tem imposto a necessidade de um aumento da pressão fiscal e um corte da despesa e dos investimentos públicos. Trata-se, evidentemente, de medidas as quais está associada uma clara flexão do rendimento disponível e dos consumos internos. Enfim, um dos reflexos mais evidentes é constituído pela sistemática falta de emprego registada nos últimos meses, com um nível de desemprego que supera o 14%. Análise do mercado turístico Turismo outgoing – Fluxos turísticos e principais destinos Na base dos últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, relativos ao 2010, as viagens para o estrangeiro, com duração pelo menos de uma noite, realizados por cidadãos residentes em Portugal, foram no total 1.608.500, com uma redução do 14,9% respeito ao 2009 (1.890.100). O inquérito realizado pelo INE revela que no 2010, as viagens para o estrangeiro, tem tido como principais destinos os países da União Europeia, entre os quais emerge a Espanha, seguida pela França, o Reino Unido, a Alemanha e enfim pela Itália. Pelo que concerne os gastos dos turistas portugueses no estrangeiro, não obstante o agravar-se da crise económica internacional, as saídas turísticas continuam em fazer registar números record: 2.973 milhões de euros no 2011, ou seja +0,7% comparado aos 2.953 milhões do 2010, uns gastos nunca realizados antes pelos portugueses no estrangeiro. A previsão futura é de um crescimento moderado, em vista também da prevista revisão legislativa da disciplina que regulamenta a actividade das agências de viagem e dos operadores turísticos.

A ITÁLIA E O TURISMO

Nos últimos dez anos, um dos sectores económicos que teve o maior crescimento à nível mundial é o turismo. De facto, a despesa dos turistas para viagens no exterior duplicou, e a previsão é que para os próximos dez anos aumente de um ulterior 50%. No 2011, mais de um bilhão de pessoas efectuou uma viajem para o estrangeiro por turismo. A Itália ainda tem um papel relevante no turismo internacional, mas fatiga em ter o passo do crescimento do sector e tende em perder cotas de mercado respeito aos seus tradicionais concorrentes europeus, evidenciando uma notável perdida de competitividade. De todas formas, o turismo representa para a Itália um sector relevante, com um peso significativo para a economia nacional, gerando maiores oportunidades de emprego em comparação com outros sectores industriais considerados prioritários. A contribuição do turismo para o PIB da Itália equivale a mais de 130 bilhões de euros (o 9% da produção nacional) e as pessoas empenhadas neste sector são cerca de 2,2 milhões (um trabalhador sobre dez). O turismo exprime também um grande potencial pelo que concerne a comunicação e a integração intercultural, dois elementos relevantes em um mundo que tornou-se multi-polar. O turismo oferece grandes oportunidades na valorização do extraordinário património histórico e artístico italiano, no âmbito da comunicação das identidades dos territórios, mas sobretudo em termos de atracão de novos recursos e pela sua conservação e revalidação. As análises metem claramente em luz as partes criticas da indústria turística italiana: problemas de “governance” no sector, promoção para o estrangeiro extremamente fragmentada e gradual marginalização da ENIT (Entidade Nacional Italiana do Turismo), nanismo das empresas, limites na capacidade de construir produtos turísticos competitivos, infra-estruturas insuficientes, formação do pessoal inadequada ao mercado global, dificuldade de atrair investimentos internacionais. Diante a estes aspectos críticos, o plano estratégico propõe algumas linhas-guia e individua um número relevante de acções concretas que poderiam rapidamente melhorar a competitividade do sector turístico italiano. Condição indispensável é uma mudança radical na aproximação aos problemas do turismo, que nenhum governo nunca colocou ao centro da própria agenda. O turismo nunca foi considerado como um investimento no qual apostar para o desenvolvimento do país. É preciso portanto iniciar uma mudança cultural, começando a considerar o turismo como uma grande oportunidade para o país e coordenar os esforços necessários para valorizar o seu potencial. A enorme riqueza de recursos turísticos da Itália não deve conduzir à ingénua convicção que os turistas internacionais continuarão a chegar espontaneamente; de facto, como muitas pesquisas explicam, os viajantes internacionais procuram hoje em dia uma oferta organizada e, embora a Itália represente por mais de uma razão o destino mais desejável, muitas vezes a escolha final premia outros destinos por que geralmente mais convenientes ou mais “fáceis”. Para competir com sucesso no mercado turístico internacional, é necessário portanto compreender a fundo a procura e pôr-se em condição de oferecer produtos modernos, conscientes do facto que a experiencia do consumo turístico começa bem antes do acto da reserva e termina bem depois do regresso para casa. O turismo pode dar uma concreta contribuição para um novo crescimento da economia italiana, mas com a condição de dedicar a este sector os recursos necessários com um envolvimento de todos os operadores públicos e privados interessados. Itália e a sua situação na Europa O turismo constitui um sector fundamental para a economia italiana por dois motivos: tem um forte peso em termos de PIB (cerca do 9%) e de ocupação (cerca do 10%); e é um sector, talvez o único,

onde a Itália tem uma vantagem competitiva forte e que dura no tempo. Mas, em outros países (como por exemplo na França e na Espanha) a contribuição do turismo para a economia é maior em termos relativos e também absolutos. Além disso, nos últimos anos o sector turístico italiano perdeu cotas de mercado a nível mundial: desde a primeira posição ocupada a nível europeu no início dos anos Oitenta e também na metade dos Noventa, hoje é somente terceiro (depois de França e Espanha). Uma certa diminuição da cota de mercado é para considerar-se fisiológica, especialmente em relação ao crescimento dos mercados extra-europeus, mas no caso da Itália, esta queda foi superior aos próprios competidores directos. É de fundamental importância recordar que a tendência do turismo internacional continuará a ser positiva por que suportada pela procura das economias de alto crescimento, cujo papel será sempre mais significativo. Portanto o papel da Europa no sector está destinado em redimensionar-se e hoje em dia é muito importante para a Itália defender a própria cota de mercado e conquistar cotas de viajantes internacionais provenientes de países em rápida expansão que, se nesta altura ainda não representam valores significativos, estão destinadas em alcançá-los em tempos muitos breves, crescendo junto com a economia dos seus países. As medidas úteis para resolver esta situação tem que ser adoptadas em primeiro lugar pelo Governo que deve pôr ao centro da própria agenda uma serie de escolhas estratégicas para o desenvolvimento do turismo, reconhecendo-lhe um papel de primaria importância para o crescimento do país. Itália tem um enorme potencial turístico não explorado, sobretudo ao sul. Por exemplo, confrontando o desenvolvimento turístico das Ilhas Baleares com aquilo da Sicília, emergem dados preocupantes. As duas realidades territoriais têm uma quilometragem de costas muito parecida mas as Ilhas Baleares geram um número de presenças internacionais europeia cerca onze vezes superior à Sicília, dado ainda mais desconcertante se considera-se o património histórico, artístico, cultural e gastronómico da Sicília, comparado com as ilhas espanholas. Considerando também as ligações aéreas em uma “semana tipo” durante o verão europeu, os voos low-cost desde a Alemanha (o país europeu mais relevante pelo turismo outbound) directos para as Baleares, são cerca 13 vezes superiores aos voos directos para a Sicília. Os viajantes internacionais são fundamentais para o sector turístico italiano por que representam o motor de crescimento, em quanto a procura interna está destinada no melhor das hipóteses em ficar em variada ou no máximo em crescer de maneira muito baixa. Trata-se de uma tendência que já verifica-se há bastante tempo: considerando o número de dormidas em hotel como um indicador da procura, durante o período 2005-2010 as dormidas efectuadas na Itália por viajantes italianos cresceu só do 0,3% anual, em quanto as dormidas dos viajantes internacionais cresceram do 2,2% anual. Isto é só um exemplo, mas é útil para perceber as ocasiões perdidas para a Itália e a necessidade de recuperar competitividade internacional. O CASO MOÇAMBICANO

Análise do quadro socioeconómico A partir do fim da guerra civil em 1992, Moçambique tem experimentado um período praticamente ininterrupto de crescimento económico e uma progressiva consolidação das instituições democráticas. Tal crescimento foi favorecido graças à estabilidade macroeconómica, ao processo de desregulamentação e de privatização e à actuação de reformas de mercado que consentiram ao país de criar um ambiente favorável aos investimentos directos estrangeiros. Entre o 1996 e o 2008, o país fez registar níveis de crescimento entre os mais elevados do continente africano, por uma média anual cerca do 8%. O robusto ritmo da actividade económica foi sustenido, em particular,

pela agricultura, pelos transportes, pelas manufacturas, pelo sector bancário, e também pelo turismo. Um papel determinante foi jogado pelos consistentes fluxos de ajudas do exterior e por uma serie de investimentos industriais de larga escala em sectores de elevada intensidade de capital. Mesmo assim, o país fica entre os mais pobres do mundo, embora os próprios indicadores de desenvolvimento estejam progressivamente melhorando para alcançar os “Millennium Development Goals”. A estrutura económica de Moçambique é relativamente diversificada comparada aos padrões regionais. Os sectores que contribuem maioritariamente para à economia são: a agricultura (que representa cerca do 25% do PIB), a pesca, o turismo, os transportes, a energia e as manufacturas. Os serviços, que representam cerca do 45% do PIB, estão segurando a expansão da economia, graças ao incremento da procura interna e ao crescimento das empresas locais, concretamente nos sectores dos transportes e das telecomunicações, favorecidos dos investimentos em infra-estruturas. Nos últimos anos tem tido uma mudança na estrutura económica de Moçambique, graças a implementação de uma serie de reformas estruturais que criaram um clima económico favorável para os investimentos directos estrangeiros. Entre outros, a entrada em funcionamento, no ano 2000, da Mozal (com capitais australianos, japoneses e sul-africanos), até agora o maior investimento directo estrangeiro no país, o gasoduto da Província de Inhambane até África do Sul, e a exploração de minas de carvão de Moatize na província de Tete (no centro do país) por parte da brasileira “Vale do Rio Doce” e da britânica “Rio Tinto”. Além disso, deveria entrar em breve tempo na fase operativa o projecto de extracção de titânio de Moma (na costa norte do país) operado da companhia irlandesa Kenmare Resources, juntamente à construção de um gasoduto adicional para África do Sul. Actualmente está operativa a exploração dos jazigos de gás situados no vale do Rovuma (norte do país) descobertos recentemente pela ENI e Anadarko. Mesmo com a difícil situação da crise internacional, a economia moçambicana tem registado uma óptima performance. Segundo os dados difusos pelo Instituto Nacional de Estatísticas, no primeiro semestre de 2011 a produção nacional cresceu do 7,1% graças ao óptimo andamento do sector financeiro (+20,5% comparado com o mesmo período do 2010), dos transportes (+15,6%), da indústria extractiva (+11,6%) e da pesca (+10,6%). Relativamente fraco o crescimento da agricultura que fez registar um +5,9% (contra as previsões governativas do 8%). No mesmo período, diminuiu a inflação (do 12,7% do 2010 ao 10,8% do 2011), em quanto a moeda nacional fez registar uma apreciação no Dólar cerca do 22% (Banco Central de Moçambique) na primeira metade de 2011 comparado com 2010. Uma tendência, esta, fruto da acção do Banco Central no mercado dos câmbios e na massa monetária, travando o crescimento constante do preço de muitos bens importados (in primis os alimentares), que foi à base da “revolta do pão” de Setembro 2010.

Análise do mercado turístico e do turismo emissor A indústria do turismo é um ramo da economia moçambicana em expansão mas tem que enfrentar uma concorrência regional e internacional muito forte, sobretudo por parte da vizinha África do Sul. Nos últimos anos, Moçambique foi tributário de um consistente fluxo de investimentos directos destinado para uma vasta serie de sectores entre os quais o turismo, levando para um aumento da percentagem dos visitantes no país. O principal cliente de Moçambique no sector turístico é a vizinha África do Sul (primeiro país investidor no sector) com cerca de 26% de turistas presentes em Maputo. No segundo lugar, com o 13%, está Portugal, embora neste caso trata-se provavelmente de pessoas qualificadas a procura de novas oportunidades económicas por causa da crise que atingiu a Europa. No terceiro lugar, com o 10%, o grupo de “outros países africanos”, que compreende Botswana e Zimbabwe, em quanto

Angola e Brasil estão presentes com o 7%. Os grupos “países europeus” e “países asiáticos” estão no último lugar com o 5%. Em termos estruturais, a proporção das presenças estrangeiras pode-se resumir como segue: lazer no primeiro lugar com o 47%, comercial com o 41%, por ferias com o 32%, visitas à parentes e amigos com o 25%. Pelo que concerne os fluxos do turismo emissor ou “outgoing”, sempre considerando que Moçambique é um dos países mais pobres do mundo e que portanto tais fluxos são extremamente limitados, podem-se indicar os dados relativos ao turismo para Itália, provenientes do sector consular. A percentagem da população local que pode permitir-se de viajar no geral, e sobre longas distâncias em particular, é muito baixa e restringida somente à faixa social médio/alta, representada essencialmente por empresários e políticos. Comparando com outros países europeus, excepto Portugal, a Itália é com certeza entre os mais visitados, resultado devido também as tradicionais relações de amizade entre Moçambique e Itália.

Perfil do turista moçambicano que viajou para Itália durante o ano 2011 (em n° de pessoas): 1) 2) 3) 4)

Turismo = 202 Convite = 197 Estudo = 156 Religiosos = 98

Fonte: Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (Novembro 2011) Target turista moçambicano -

Segmento socioeconómico: Alto Nível cultural : Licenciatura Faixa de idade: 25/45 anos Propensão à viagem: Sim Principais motivações de viagem param o estrengeiro: negócios ou estudo Meios de transportes preferidos para Europa: somente aéreo Produtos turísticos preferidos e emergentes: Cidade de arte Factores determinantes na escolha do destino: Preços – Cidades que oferecem Bolsas de estudo Tipos de alojamento preferido: Económico Meses preferidos param as viagens: Não relevante Fontes de informação preferidas: Não relevante Canais de compra utilizados: Agências de viagem

Análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) do destino “Italia”

Pontos de força: - Propensão positiva respeito à Itália graças as tradicionais relações de amizade entre os dois países (foram assinados em Roma em 1992 – graças a mediação do Governo Italiano e à Comunidade de Sant’Egidio – os Acordes de Paz que puseram fim à guerra civil em Moçambique).

- Progressiva melhoria das condições socioeconómicas no país, que em futuro poderiam permitir à uma faixa mais ampla de cidadãos moçambicanos de ir de férias para Itália. - Está em vigor entre Moçambique e Itália um Acorde Bilateral sobre a promoção e a protecção recíproca dos investimentos e um Acorde para evitar a dupla imposição. Pontos fracos: - Actual diminuição dos utentes dos pacotes turísticos para Itália, constituído por um grupo limitado de empresários e políticos. - A abertura aos investimentos promovida pelo governo deve fazer as contas com uma burocracia lenta e ineficiente, uma difusa corrupção, um sistema legal obsoleto, procedimentos alfandegários onerosos, leis sobre a ocupação não actuais, infra-estruturas pouco desenvolvidas em algumas zonas do país. Oportunidades: Moçambique, graças à sua posição geográfica estratégica, enquadra-se no contexto regional: proximidade à África do Sul, comunicações com os países enclave do interior que estão privados de acesso ao mar, ligações com circuitos já existentes (por exemplo no sector turístico – Tanzânia, Madagáscar, Maurícias), porta de acesso para o inteiro mercado da SADC. Riscos / Dificuldades potenciais: Potenciais tensões sociais. Em Setembro 2010 o aumento do custo da vida levou à manifestações de protesta na periferia de Maputo (“revolta do pão”), que provocou 13 mortos e mais de 300 feridos. O governo respondeu as preocupações da população adoptando uma serie de medidas para reduzir, através de subsídios públicos, o custo de alguns bens de primeira necessidade como pão, arroz, água e electricidade. Além disso, a constante apreciação da moeda local (Metical) no 2011 contribuiu em segurar o custo dos principais bens de consumo importados. Tais medidas contribuíram em garantir estabilidade, mas as tensões sociais não desapareceram completamente. Análise da procura organizada Nos últimos anos, graças também à maior visibilidade de Moçambique na Itália ligada ao desenvolvimento das relações económico-comerciais, alguns operadores turísticos italianos, intencionados em investir no sector turístico em Moçambique, entraram em contacto com algumas agências de viagem locais. Entre estas, à considerar a “Muhimbi África – turismo e aventura”. Embora os altos custos de um pacote turístico de Itália para Moçambique, a procura está em aumento. Como já dito anteriormente, o fluxo de turismo para Itália, é muito baixo e principalmente ligado à classe social médio/alta. Ligações aéreas A única ligação possível para Itália é por via aérea. Não existe um voo directo para Itália. Podem-se escolher varias soluções – via Joanesburgo – mas com tempos de viagem longos e duas escalas mínimas. Os voos mais directos, com uma troca só, são operados pela portuguesa TAP (via Lisboa) e pela Ethiopian Airlines (via Addis Abeba), que liga Roma e/ou Milão. Brand Italia

O Brand Itália é com certeza percebido favoravelmente graças as tradicionais relações de amizade entre Itália e Moçambique. Novas tecnologias e turismo Em Moçambique está muito desenvolvido o uso da telefonia celular, em quanto está despegando o uso de Internet, actualmente restringido à capital e as grandes cidades. A maior parte da população não possui um computador em casa e utiliza os instrumentos informáticos nos centros internet ou no lugar de trabalho. Internet é utilizado principalmente para fazer pesquisas ou por motivos de estudo, muito pouco para efectuar compras que pressupõem o possesso de um cartão de credito.

Objectivos O objectivo principal para Moçambique é a luta contra a pobreza absoluta e é nesta visão que se coloca a “Estratégia e política nacional do Turismo”, que representa um instrumento importante para conseguir, através dos recursos turísticos, o desenvolvimento socioeconómico. Resultado de um estudo concreto e de uma análise do produto turístico, a política nacional do turismo define o Ministério do Turismo como entidade responsável, facilitadora e catalisadora pelo desenvolvimento do turismo em Moçambique. O turismo é considerado motor de crescimento graças aos muitos benefícios directos que podem derivar do seu desenvolvimento, como: geração de rendimento para a economia nacional, ocupação dos cidadãos, conservação ecológica e ambiental, investimentos públicos e privados, expansão das infra-estruturas, melhoria do ambiente para os negócios.

Conclusões Quando Moçambique terá alcançado um nível socioeconómico “mais equilibrado”, seria oportuno promover Itália publicitando a nível local os pacotes turísticos diversificados economicamente, dando a possibilidade à um maior número de pessoas de viajar e não só à um número reduzido como acontece hoje em dia. Com a situação socioeconómica actual, um factor que limita substancialmente o fluxo de turismo para Itália é o custo do transporte aéreo. Além disso, deveriam ser tomados em consideração: 1) ligações aéreas directas; 2) presença de mais companhias aéreas com conseguinte queda dos custos; 3) simplificação do procedimento de pedido de vistos e diminuição dos custos.

SUSTENTABILIDADE DO TURISMO Com a chegada do terceiro milénio o turismo evoluiu-se consideravelmente das suas origens históricas no século XIX° e, hoje em dia, é considerado um dos fenómenos mundiais sociais e económicos mais potenciais. Muitas mudanças quantitativas e qualitativas caracterizaram a evolução histórica do turismo, em paralelo com as profundas transformações conhecidas das nossas sociedades, que estão progressivamente aproximando-se a novas categorias de valores, como o ambiente natural e a cultura, consideradas agora como património comum da humanidade e baseadas nos conceitos dos direitos humanos e da qualidade da vida.

A expansão da indústria turística é obviamente ligada às muitas contradições. O ambiente, as paisagens, assim como as identidades e as tradições culturais, pagaram muitas vezes um preço muito alto às “sereias tentadoras” do desenvolvimento turístico, que tem oferecido vantagens exclusivamente económicas. É o sabor amargo que deixaram anos e anos de desenvolvimento turístico de massa, com pouca atenção para a qualidade do desenvolvimento, que nos encoraja em unir as nossas forças e a nossa imaginação construindo para o terceiro milénio um turismo a medida do homem e sustentável. O turismo é um fenómeno mundial e um elemento importante para o desenvolvimento socioeconómico de muitos países, e que toca as mais altas e profundas aspirações das pessoas. O turismo pode oferecer a possibilidade de viajar e de conhecer outras culturas, e o desenvolvimento turístico pode contribuir em criar relações sempre mais próximas e paz entre os vários povos, sensibilizando ao respeito das diversidades culturais e dos modos de vida. Mas este fenómeno é também ambivalente por que pode potencialmente contribuir para alcançar objectivos socioeconómicos e culturais mas pode também, ao mesmo tempo, ser causa de degradação ambiental e da perca de identidades locais. Além disso, os recursos sobre os quais baseia-se o turismo são limitados e tem um pedido crescente de melhoramento da qualidade do meio ambiente. Portanto deve ser enfrentado com uma aproximação global. O ideal é desenvolver um tipo de turismo que satisfaça as expectativas económicas e as exigências ambientais e que respeite não somente a estrutura física e social do país mas também as questões das populações locais. O desenvolvimento do turismo então tem que basear-se no critério da sustentabilidade, isso significa que deve ser ecologicamente sustentável a longo período, economicamente conveniente, eticamente e socialmente “equilibrado” com as comunidades locais. O desenvolvimento sustentável é um processo guiado que prevê uma gestão global dos recursos, consentindo a salvaguarda do capital natural e cultural. O turismo, como potente instrumento de desenvolvimento, pode e deveria participar activamente na estratégia de desenvolvimento sustentável. A característica de uma correcta gestão do turismo é que seja garantida a sustentabilidade dos recursos dos quais ele mesmo depende. O princípio da sustentabilidade requer que o turismo integre o ambiente natural, cultural e humano; que respeite o frágil equilíbrio que caracteriza muitas localidades turísticas, principalmente as pequenas ilhas e as áreas ambientais a risco. O turismo deveria assegurar uma evolução aceitável pelo que concerne a influencia das actividades sobre os recursos naturais, sobre a biodiversidade e sobre a capacidade de absorvimento do impacto e dos resíduos produzidos. O turismo deve avaliar os próprios efeitos no património cultural, nas actividades e nas dinâmicas tradicionais de cada comunidade local. Deve reconhecer os elementos e as actividades tradicionais de cada comunidade local, e respeitar as identidades culturais e os interesses, tornando tudo isso um papel central na formulação das estratégias turísticas, particularmente nos países em desenvolvimento (como Moçambique). Para ser compatível com o desenvolvimento sustentável, o turismo deveria basear-se na diversidade das oportunidades oferecidas para as economias locais. Deveria estar então completamente integrado com o desenvolvimento económico local e contribuir positivamente ao mesmo. Todas as opções para o desenvolvimento turístico devem servir efectivamente para melhorar a qualidade da vida das pessoas e devem produzir efeitos e interrelações positivas com a identidade sociocultural. Portanto a contribuição activa do turismo para um desenvolvimento sustentável pressupõe necessariamente solidariedade, respeito recíproco e participação por parte de todos os actores envolvidos no processo (stakeholders), e principalmente dos próprios nativos dos países envolvidos. Solidariedade, respeito recíproco e participação devem basear-se em mecanismos eficientes de cooperação em cada nível: local, nacional, regional e internacional.

Fonte de dados e Bibliografia:

- UNESCO – United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization, 2012. “World Heritage List”, - UNWTO - World Tourism Organization, 2012. World Tourism Barometer, - UNWTO – World Tourism Organization, 2012. Demographic Change and Tourism, - Economist Intelligence Unit, - IMF, - PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo) de Portugal e de Moçambique, - International Financial Statistics, - INE Moçambique, - Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (Novembro 2011), - Organização Mundial do Turismo, - Instituto Nacional de Estatística (2008), - Conta Satélite do Turismo (2005 - 2007), Lisboa - Banca d’Italia, 2012. “15 Anni di Turismo Internazionale dell’Italia”. - Economist Intelligence Unit. Data-base usado para as projecções até 2020 dos indicadores macroeconómicos - Dados ISTAT sobre chegadas e presenças, ano 2010: http://www.istat.it/it/archivio/48501 [online available] 29/04/2013 14:00h - Estatisticas Banca d’Italia sobre o turismo internacional em Itália (gastos, número de viajantes e número de dormidas): http://www.bancaditalia.it/statistiche/rapp_estero/altre_stat/turismo-int [online available] 29/04/2013 14:00h - Estatisticas INE (Instituto Nacional de Estatistica) sobre o turismo, ano 2010: http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_bo Ui=122844488&PUBLICACOEStema=00&PUBLICACOESmodo=2 - Dados estatisticos Banco de Portugal, concernentes a balança comercial: http://www.bportugal.pt/PAS/sem/src/%28S%28rbu31n55vobpwf45qoyaak45%29%29/wiza rd.aspx?book={B4FA82F9-0F51-44DE-A057-AE2A658F5837}&Token=AF75CB58-F91B4111-853B-1B579B0554C9 - Publicação: “I portoghesi e le reti sociali 2011”: http://www.new4media.net/pt/?id=2434&det=12672 http://www.ionline.pt/financas-pessoais/negocios-online-combater-crise-sem-sair-casa - Articulos do jornal “i” e do canal televisivo “RTP”, respeito ao uso do web para a compra de viagens: http://www.ionline.pt/financas-pessoais/negocios-online-combater-crise-sem-sair-casa http://ww1.rtp.pt/noticias/?article=94745&visual=3&layout=10 - Noticias acerca dos investimentos e dos principais competitors: http://www.briefing.pt/content/view/5445/9/ http://www.hoteliernews.com.br/hoteliernews/hn.site.4/NoticiasConteudo.aspx?Noticia=637 29&Midia=1 http://www.presstur.com/site/news.asp?news=28497 http://www.publituris.pt/2011/05/05/roadshow-i-need-spain-tem-estreantes www.portugal.gov.pt www.visitportugal.com www.turismodeportugal.pt www.ine.pt www.maisturismo.pt

www.btl.fil.pt [online available] 05/05/2013 10:00h

Instituições contactadas: Antena ENIT de Lisboa Embaixada da Itália em Lisboa Embaixada da Itália em Maputo

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