Núcleo de Criação de Conteúdos Audiovisuais da TV UFG (Nucca): experiência e práxis

June 6, 2017 | Autor: P. da Veiga Borges | Categoria: Comunicação, Audiovisual, Televisão
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Mídia, Imagem e Imaginário 12 a 15 de outubro Universidade Federal de Goiás Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia

Núcleo de Criação de Conteúdos Audiovisuais da TV UFG (Nucca): experiência e práxis1 Lucas Soares Mariano2 Adérito Schneider Alencar e Távora3 Gabriela Marques Gonçalves4 Maiara Dourado5 Michael Alessandro Figueira Valim6 Patrícia da Veiga Borges7 Vanessa Bandeira Moreira8 Universidade Federal de Goiás (UFG)

Resumo Este artigo apresenta o Núcleo de Criação de Conteúdos Audiovisuais da TV UFG (Nucca), projeto de extensão que visa integrar atores sociais para desenvolver um contínuo debate sobre o fazer televisivo. Palavras-chave: Conteúdo; NUCCA; Práxis; Televisão; TV UFG. 1. INTRODUÇÃO

1 Trabalho apresentado ao GT 5 – Comunicação Audiovisual da VI FEICOM: Mídia, Imagem e imaginário. De 12 a 15 de outubro de 2011, em Goiânia – GO. 2 Graduando em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda pela UFG, bolsista do projeto de extensão Núcleo de Criação de Conteúdos Audiovisuais da TV UFG. e-mail: [email protected] 3 Graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela UFMT, pós-graduando (especialização) em História Cultural pela UFG. e-mail: [email protected] 4

Graduada em Comunicação Social – Jornalismo e especialista em Produção e Gestão de Projetos Culturais pela UFG. email: [email protected] 5

Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela UFG. e-mail: [email protected]

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Graduado em Comunicação Social – Rádio e TV pela UFG, especialista em Filosofia e Arte pelo IFITEG. e-mail: [email protected] 7

Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela UFG, especialista em Comunicação Criativa/Jornalismo Literário pela Metrocamp e mestre em Comunicação pela UFG. e-mail: [email protected]

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Graduada em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda pela UCG, coordenadora do projeto de extensão Núcleo de Criação de Conteúdos Audiovisuais da TV UFG. e-mail: [email protected]

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Mídia, Imagem e Imaginário 12 a 15 de outubro Universidade Federal de Goiás Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia Este trabalho apresenta o Núcleo de Criação de Conteúdos Audiovisuais da TV UFG (Nucca), projeto de extensão que visa integrar atores sociais para desenvolver um contínuo debate sobre o fazer televisivo. Escrito por muitas mãos e considerando múltiplas perspectivas teóricas e práticas, o artigo traça um breve histórico do Nucca, aponta premissas que culminaram em tal iniciativa e anuncia as experiências realizadas no âmbito do projeto. Os autores do texto entendem que o audiovisual está entranhado nas relações sociais da contemporaneidade e, portanto, é uma linguagem, híbrida por natureza, capaz de relacionar-se com todas as áreas do conhecimento e da cultura. Assim, o trabalho dedicado à produção audiovisual, uma vez reconhecido, torna-se importante via de síntese e de difusão de conceitos, de visões de mundo e modos de vida. Tendo isso em conta, o texto inicia uma discussão (ainda em desenvolvimento pelo grupo) sobre como os trabalhadores da TV (que compõem a maioria dos integrantes do Nucca), os servidores técnico-administrativos da UFG e os estudantes de Comunicação, inseridos em suas rotinas produtivas, podem reconhecer sua produção, avaliando-a, reformulando-a e tomando-a para si, sem “estranhamentos”. Outra premissa seguida pelo Nucca, mas que não será desenvolvida neste trabalho, é a de que as novas tecnologias proporcionam facilidades inéditas de distribuição e de manipulação de imagens em movimento. Trata-se de uma possibilidade semântica sem precedentes, capaz de significar, em pouco tempo, diversas ideias a diferentes camadas da sociedade. Assim, o artigo apresentará não uma conclusão acerca de como produzir conteúdos audiovisuais para televisão, mas uma reflexão sobre os processos que estão sendo desenvolvidos na construção coletiva desse fazer televisivo, nunca esquecendo os limites existentes entre criação e realização. A metodologia de trabalho do grupo, para a confecção deste texto, consistiu em realização de leituras e debates. Após uma jornada de reuniões, foram definidas as abordagens e as tarefas de cada integrante do Nucca que desejasse escrever. A revisão final foi realizada de forma coletiva, de modo que todos pudessem colaborar com as variadas reflexões que aqui incidem. 2

Mídia, Imagem e Imaginário 12 a 15 de outubro Universidade Federal de Goiás Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia 2. BREVE HISTÓRICO O Núcleo de Criação de Conteúdos Audiovisuais da TV UFG (Nucca) foi implantado oficialmente no dia 19 de março de 2010, com a finalidade de criar e produzir, de maneira colaborativa, conteúdos audiovisuais de caráter artístico, educativo, cultural e científico a serem veiculados na TV UFG e disponibilizados virtualmente. A TV UFG é o primeiro canal aberto educativo e cultural do estado de Goiás, inaugurado dia 14 de dezembro de 2009. A emissora é administrada pela Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural (RTVE), entidade criada em 1996 com o objetivo de apoiar ações da Universidade Federal de Goiás na área de radiodifusão. A TV UFG é associada da TV Brasil, retransmitindo parte de sua programação, e conta também com produções próprias, produções de convênios com órgãos públicos e entidades goianas e das demais TVs Universitárias, que são compartilhadas entre as Instituições Federais de Ensino Superior por meio da RedeIFES. Sua grade de programação está sendo composta gradativamente, a fim de garantir a qualidade das produções e o caráter público da televisão. A emissora é um espaço privilegiado de diálogo da universidade com a sociedade, apresentando condições para o debate, a discussão e a abordagem de temas relevantes do cotidiano, de maneira lúdica e eficaz. Faz-se necessário, portanto, pensar e propor os conteúdos e formatos para serem veiculados nessa recém-nascida emissora, que objetiva inscrever-se definitivamente na história da radiodifusão do Estado de Goiás. O Nucca nasceu, então, da necessidade de criação e produção de conteúdos audiovisuais televisivos próprios da TV UFG. Produtos que representem a produção da UFG; sempre com a preocupação de refletir a própria cidade de Goiânia e a cultura goiana; propondo um diálogo com as pessoas, seus cotidianos, bem como com os temas que são incomuns nas emissoras comerciais. O Nucca é composto por trabalhadores da Fundação RTVE, alunos da UFG e por membros da comunidade externa. Tem como público alvo os telespectadores da TV UFG, cujo sinal abrange a região metropolitana de Goiânia e alcança uma população estimada em 2,5 milhões de habitantes.

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Mídia, Imagem e Imaginário 12 a 15 de outubro Universidade Federal de Goiás Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia O objetivo do projeto é propor e produzir vinhetas, chamadas e pílulas que abordem temas artísticos, científicos, educativos, culturais e de interesse social; bem como propor interprogramas e programas que abordem temas artísticos, científicos, educativos, culturais e de interesse social; além de pesquisar, propor e produzir novos formatos televisivos de conteúdos artísticos, científicos, educativos e culturais, que explorem as possibilidades lúdicas e semânticas da linguagem audiovisual. Ao longo desses quase dois anos de existência, o NUCCA trabalha de forma bem dinâmica e totalmente colaborativa utilizando como ferramenta reuniões presenciais quinzenais e fóruns de discussão virtuais. As abordagens de trabalho utilizadas são a pesquisa e o debate sobre os formatos televisivos e os conteúdos audiovisuais da TV UFG, visando descobrir novas formas de expressão artística, educativa, cultural e científica; além de estabelecer uma rede de contatos com a comunidade e com organizações sociais, educativas, artísticas e culturais trazendo as temáticas de interesse social para as produções da TV UFG.

3. SOBRE PRÁXIS E CRIAÇÃO

Por que criar um projeto de extensão na televisão? Por que realizar debates e estudos a partir da rotina produtiva? É possível gerar produtos reflexivos no âmbito da TV? Como ser criativo? De que modo se produz para uma emissora pública, educativa e cultural cuja premissa deve ser a emancipação? Como o contexto do trabalho reflete na criação de conteúdo audiovisual? Seria possível retirar das práticas de trabalho e consumo programas a serem veiculados pela emissora? Tais questionamentos brotam quando se pensa no estabelecimento de um projeto de extensão executado nas instalações da TV UFG, por trabalhadores da emissora, servidores técnico-administrativos da UFG, estudantes e demais membros da comunidade universitária, se fazendo necessária uma reflexão a partir do conceito de trabalho estranhado (MARX, 2004) e da proposta de relação do ser humano “no mundo e com o mundo” (FREIRE, 2011) como condição de autonomia.

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Mídia, Imagem e Imaginário 12 a 15 de outubro Universidade Federal de Goiás Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia As relações de trabalho estabelecidas no chão da fábrica, no campo, na construção civil, no setor de bens e serviços, nas instituições burocráticas, nos estúdios, nas redações etc. são diferenciadas, complexas, modificadas constantemente, contudo, têm em comum uma essência de conflito, contradição e estranhamento. Isso porque o resultado do trabalho, material ou imaterial, voltado geralmente para alcançar valor de uso e valor de troca, confunde-se ou sobrepõe-se à própria força empenhada pelo trabalhador. Tal consideração, feita por Karl Marx nos Manuscritos Econômico-filosóficos quando dispõe sobre a alienação no processo de trabalho (MARX, 2004, p.p. 79-90), tem em conta a questão social estabelecida entre forças produtivas antagônicas. Em segundo momento, diz respeito à relação de “objetificação” e “desefetivação” entre os trabalhadores e os produtos que realizam. Ou seja, a transformação do empenho em objeto, coisa, produto e a valorização dessa mercadoria em detrimento da ação realizada pelo trabalhador. As consequências de expropriação acarretadas pela rotina produtiva e pela estrutura societal do capital são anunciadas por Marx, na tese da “exteriorização”, que consiste em reconhecer que a força de trabalho em si mesma, quando acumulada, movimenta o capital, a propriedade e a miséria do trabalhador: Em que consiste, então, a exteriorização do trabalho? Primeiro, que o trabalho é externo ao trabalhador, isto é, não pertence ao se ser, que ele não se afirma, portanto, em seu trabalho, mas nega-se nele, que não se sente bem, mas infeliz, que não desenvolve nenhuma energia física e espiritual livre, mas mortifica sua physis e arruína o seu espírito. (...) O trabalho não é, por isso, a satisfação de uma carência, mas somente um meio para satisfazer necessidades fora dele (MARX, 2004, p.p. 82 e 83)9.

Assim, “a externalidade do trabalho aparece para o trabalhador como se [o trabalho] não fosse seu próprio, mas de um outro, como se [o trabalho] não lhe pertencesse a si mesmo, mas a um outro” (MARX, 2004, p. 83). As palavras do autor podem ser úteis para explicar o trabalho realizado pelas indústrias dos bens simbólicos e culturais, tais como gravadoras, produtoras, agências, estúdios, redações etc. e sua relação com a censura. O resultado de um jornal, um

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Grifos e palavras em colchetes dispostos nesta citação são elaborados no texto pelo tradutor dos manuscritos originais para o português, Jesus Ranieri.

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Mídia, Imagem e Imaginário 12 a 15 de outubro Universidade Federal de Goiás Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia documentário ou uma vinheta nas emissoras de televisão, por exemplo, quase nunca está vinculado ao pensamento, à reflexão e à energia vital de quem o produziu, mas às exigências dos clientes, da audiência, dos patrocinadores ou até mesmo do dono da empresa. A exteriorização e a mortificação, ainda que com os conquistados direitos trabalhistas do século XX e com o espírito de “colaboração” da economia criativa do século XXI, podem ser empiricamente notadas, sobretudo no trabalho da Comunicação Social, quando os padrões de conteúdo e formato são seguidos sem indagações: qual é a consciência de sua relação objetiva e prática com o trabalho e com os resultados do trabalho que um repórter, um cinegrafista, um produtor, um diretor de imagem, um editor adquirem, ao longo de sua experiência? E em que momento essa consciência é manifestada? Tais questões foram importantes para que se enxergasse a proposta do Nucca como necessária para que a prática fosse avaliada, transformada em teoria, reformulada, reelaborada e devolvida ao seu status de ação. A tríade “ação – reflexão – ação”, para Paulo Freire, quando realizada, conduz os seres humanos à práxis “verdadeira”, sem desmembramentos ou “estranhamentos”, tendo em vista que trata-se de ação humana voltada para a descoberta do sujeito e de suas construções histórica e cultural. “Estar com o mundo resulta de sua abertura à realidade, que o faz ser o ente de relações que é” (FREIRE, 2011, p. 55). Para os integrantes do Nucca tal proposição tem sido refletida, primeiramente, na instalação do grupo de estudos em meio à rotina produtiva e, em segundo momento, na criação de conteúdos. Esta, por sua vez, não pode ser desvinculada da prática social, da observação da relação do ser humano com o mundo. Seja este mundo natural ou social. Portanto, quando o Nucca propõe criar conteúdo, considera as ações desenvolvidas no interior da TV, as reflexões retiradas de textos, as situações de dúvida e problemas enfrentadas nos momentos dos debates e, por fim, as proposições que surgem de todos esses momentos e de uma renovação-reinvenção cotidiana. “Faço cultura. Sei fazer isto” (FREIRE, 2011, p. 174).

4. AÇÕES DESENVOLVIDAS

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Mídia, Imagem e Imaginário 12 a 15 de outubro Universidade Federal de Goiás Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia Desde sua criação e implantação o Nucca desenvolveu diversas ações, tais como projetos, oficinas e produtos audiovisuais. Vale ressaltar que esses projetos e atividades foram elaborados tanto por meio de reuniões presenciais – que costumam ser realizadas quinzenalmente – quanto por atividades não-presenciais, visto que o Núcleo conta com grupo de email e outras formas de comunicação pela internet, como seu blog10. As principais atividades realizadas ou em realização foram/são: a) Criação de um grupo de estudos que – a partir da leitura comum de textos – busca refletir e debater sobre áreas de interesse do Nucca, como televisão pública, audiovisual, cinema, comunicação, pós-modernidade/contemporaneidade etc. O grupo de estudos se dedica também à confecção de artigos. b) Realização de oficina no Circo Lahetô, em Goiânia, em 2010. Durante um dia (em dois períodos), desenvolveu-se oficina de artes (corte, modelagem com massinha e pintura com tinta) com crianças. As atividades foram gravadas e resultaram em três vinhetas institucionais11, veiculadas na TV UFG. c) Oficina de Produção de Vídeo para Televisão durante o 7º Conpeex – Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão, realizado na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, em 2010 (durante uma semana). A oficina resultou também em três vinhetas institucionais12, veiculadas do mesmo modo pela TV UFG. d) Oficina Cinema e Multimídia com estudantes de Ensino Médio do Colégio Estadual Cultura e Cooperativismo, em Goiânia, em 2010 (durante seis meses). A oficina resultou em três vinhetas institucionais veiculadas na TV UFG13. 10

Vide: http://www.nuccatv-ufg.blogspot.com

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Vide: http://www.youtube.com/watch?v=oZhXJAf44UA http://www.youtube.com/watch?v=rXv4giVc7DI

http://www.youtube.com/watch?v=O4yJPG8oJnw 12

Vide: http://www.youtube.com/watch?v=lQOIEMnXHcw

http://www.youtube.com/watch?v=E3yEHlvk8p4 http://www.youtube.com/watch?v=tvX4mtk5H_c 13

Vide: http://www.youtube.com/watch?v=3qHyYpoqMO0&

http://www.youtube.com/watch?v=liK0k4nC7gQ& http://www.youtube.com/watch?v=xkAK8fmA-Vk&NR=1

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Mídia, Imagem e Imaginário 12 a 15 de outubro Universidade Federal de Goiás Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia e) Realização de oficinas de produção audiovisual e telejornalismo com Pontos de Cultura, em Goiás. Este projeto foi elaborado pelo Nucca, em 2011, e está em fase de execução e ampliação. Foi realizada uma oficina de edição de vídeo em software livre com representantes de Pontos de Cultura, em Goiânia. O Nucca e a Fundação RTVE / TV UFG estão em fase de planejamento para execução de novas oficinas no interior de Goiás. f) Idealização e desenvolvimento do projeto “Dia da Poesia”, em 2011. A partir do projeto, a TV UFG convidou seu público para participar de gravações de recitações de poesias (de autoria própria ou não). Assim, foram elaborados 26 interprogramas14 da série “Dia da Poesia”, veiculados na TV UFG. g) Projeto “Uma Maneira Diferente de Fazer Televisão”, destinado à produção de uma série de vinhetas institucionais da TV UFG, valorizando sua forma colaborativa de trabalho. A partir do projeto, a equipe de produção de conteúdo da TV UFG elaborou (até o momento) 41 roteiros de vinhetas, dos quais cinco foram produzidos e finalizados. Esse projeto está sendo executado em 2011 e ainda não houve veiculação do material produzido na TV UFG. h) Discussão sobre telejornalismo e confecção de um projeto de programa telejornalístico para a TV UFG, em 2011. Até o momento, a TV UFG não implantou seu telejornal, no entanto, está em processo de implantação do programa jornalístico “Conexões” – uma releitura da proposta original, oriunda do Nucca. i) Arquitetura, planejamento e preparação do “Metaprograma”, um programa televisivo semanal voltado para a discussão da relação entre televisão, mídias digitais, internet, redes sociais e demais áreas afins. Atualmente, a TV UFG busca financiamento para a implantação desta iniciativa. j) Realização do projeto de curta-metragem de ficção “A Patrulha do Xixi no Banho”, a partir do edital “Idéias para Sustentar o Mundo”, do portal Tela Brasil. O projeto foi contemplado e teve execução realizada pelo Nucca, em co-produção com a Fundação RTVE / TV UFG, além de outras colaborações e parcerias.

5. CONCLUSÃO 14

http://www.youtube.com/user/TVUFGcanal14#p/c/536DD510D4D8BA28/0/1U1nPOfXBcM

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Mídia, Imagem e Imaginário 12 a 15 de outubro Universidade Federal de Goiás Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia A conclusão deste trabalho não se reduzirá a uma reflexão sobre os resultados obtidos ao longo desse pouco, mas significativo, tempo de trabalho e discussão. Mesmo porque, ao esboçar os traços de uma produção colaborativa e compartilhada, o valor maior nesse projeto se vê depositado sobre o processo, e não apenas sobre os produtos. A incipiente experiência do grupo, em discussão e realização da “verdadeira” práxis, nos apresenta o desafio de criação de novos mecanismos de sustentabilidade que envolvam a livre produção e circulação de conteúdos audiovisuais realizados por múltiplos atores sociais. Surgem aí novas perguntas. Como se estabelecer, de fato, enquanto parte da TV UFG? Como incitar e inserir novos atores nessa discussão que vai além dos muros da universidade, que é pública, é popular? Muitas são as manifestações de participação popular no meio audiovisual e que podem variar entre graus mínimos e máximos. É o caso de algumas TVs públicas e educativas, como TV Brasil e TV Futura, que vem desencadeando uma série de renovações de conteúdos e narrativas em suas grades de programação, a partir da parceria com movimentos sociais. No entanto, muitas dessas televisões, ao implementarem uma dinâmica de trabalho, na qual a gestão de conteúdos se mantém centralizada, rompem com o modelo de comunicação de muitos-para-muitos operado em rede, na qual a solução tradicional de gestão de conteúdos torna-se inviável (Alegria, 2008). João Alegria entende essa iniciativa de permanente interlocução com os indivíduos e grupos da sociedade civil, como fenômeno comum a um contexto de franca expansão das novas tecnologias da informação e da comunicação. “Mais que um desejo, é uma condição de existência colocada hoje aos canais de televisão” (Alegria, 2008, p.10). O Nucca ousa experimentar não somente na produção de conteúdos, mas na sua forma de propor, de interagir e de construir. Isso requer uma reflexão diária sobre os limites entre a criação e a realização dentro da rotina do fazer televisivo, bem como a construção conjunta de alternativas para esse ritmo de produção. Encontrar uma forma que possa agregar várias realidades, sujeitos, bem como contribuir na capacitação de comunidades antes distantes da realização audiovisual, mas que podem se tornar parte da consolidação de uma televisão mais plural tanto em seu conteúdo quanto em seus formatos. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9

Mídia, Imagem e Imaginário 12 a 15 de outubro Universidade Federal de Goiás Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia ALEGRIA, João. Dinâmica da produção colaborativa de conteúdos audiovisuais. In: CARRARA, Ana Regina; GARCIA, Mariana (Org.).Cultura, educação e Comunidade. São Paulo: CENPEC, 2008. p. 62-73. FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra: 2011. 14ª. Ed. MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo Editorial, 2004. Tradução de Jesus Ranieri.

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