O Armorial das Conquistas e Descobrimentos e o Armorial da Távola Redonda

July 22, 2017 | Autor: Maria Calvão Borges | Categoria: Literatura, Heráldica Portuguesa, Descobrimentos
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MARIA DE LOURDES CALVAO BORGES E

J. G. CALVAO BORGES

ESTUDOS DE HERALDICA PORTUGUESA



I

o AIIMORIAL hAS CONQUISTAS I IJESCOBRIMENTOS EO

AIIMORIAL BA TAVOJA IIEDONDA

H

LISBOA—1990

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ESTUDOS DB EALD(FCA PORTUGIJESA



I

0 ARMORIAL DAS CONQUISTAS £ DESCOBRIMENTOS E 0 ARMORTAL DA TAVOLA REDONDA (1) Por Maria de Lourdes Ca.lvâo Borges e J. G. Calvão Borges

que esite ‘auva rnuLto de oiwiir e tear livroa d orias, ipeeiaknete mais dieeir a esib6ria de Galaaz, ‘em que e comtha a soma da Thvola Redomda. (2) Fenio Lopes por siua vez, en1ire ouras rerênciiasi desereve o sguinite siaboroeo episoaio: Diz o Crdsta do Cmdestve1 D. Niiai’AN Peii&a

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1 n foy bern ecm’bento Eti R em na. b&md, segumdo pareçe lanidio t daguuns quie e uwn ch’egaaom coino e quiiaera; desy fafl nsa oiasa qu’e se no cxsmbato aqueerom, veeo a dizer eorno em -

EROM OGE ESTE DIA AiQUY GRAIM MJNGUA NOS VOiJA REDONDA; 4 D’A TA tROS OS BOONS CAVALLtEt

Para a elaboraço deate estudo coatriboIram esm sugeatöes preciveas o laidieaço do bibliografia es S1enhes’ss Maauês do Abi’afltJe, Di. Jcé Beleza do Casva e Barao die &. Roçue. Para eke a ma graitido e o teatourunho oaniza do () An6irimo, Grónioa do Coind!estável die Portugal D. Nuino A1vare Perielra, Pág. 12. Academia Portuguesa die Histéria, Liaboa, João I da Boa Miemória, parte II, V. Rel del Fei’n.o, Cróuka Lope, () I. N. C. M., Lis1a, 19TT. Cap. LXXVI, pág. 175/6. (1)

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MARIA DE LOURDES CALVAO BORGES



J. G. CALVAO BORGES

CA OERTAME’NTE SE ELLEIS AQUY FOR:OM; NOS TO MARAMOS E:STE LOaAR. Esiba aiavraa norn pode ouujr corn paiemçia Meem Ro driguez de VaecomçeNos, que hij era corn o’ucIros fidaLgos, que bgo nom iesporndeo e disse. SENHOR, NOM FFZEROM AQUY MYNGUA OS CtVAL LEIROS PA TAVOLLA REDONDA; CA A(UY ESTAA MARTYM VAASQUEZ DA CIJNHA QUE HE TAM BOOM OOv1E DOM GA1JUAAM, ‘B GONALLO VAkSQUtIZ COU TINHO QUE HE TAM BOOM COME DOM ThISTAM, B EX AQUY JOHAM rnRRNANDE’Z PAiOHECO QUE HE TAM BOM COME LkNAROTE —e asr dctro que estar açerea, —E EX-IME U AQUY QUE VA1HO TAMTO C’OMO DOM QUEA; ASSY QTJE NOM FEZEROM AQUY MYN1GUA ESSES OA1VALLE’IROS QUE DZEES. MAS FEZ-NOS A NiOS AQUY (RAM MYNGUOA 0 BOOM RY ARTUR, ‘SEOR DMLES, QUE CON:HE QIA OS BOONS SiEIDORAES, FAZEMDO-LB1ES MUY TAiS MERQEES, PEER QUE AUYAM DE;SEJO PB 0 BEM SERVIR. Efl’-Rfty, vemdio que o auarn por emjua, ±imdeo emtorn e NFJM EU E1SSE NOM TIRAVA AFORA; CA ASSY ERA ‘OOME’ANHBIRO DA TAVOILA REDONDA COME CADA HULJM DOIS OUThOS. Entorn ]iamçando a feito a sa ]aquto e doutras cousas I’eixarorn ta1 razoado, e faflularorn nas detemporadias cafiimae que niaque1 logar faia. Eebas diuas trniscaiiçöea, por si a5, reivelarn a du1gaçAo e impor tâaiicia qua na poca htha em Portugal a emd Aaburi.ana. A continuaço desea 4mportâmcda imemória. st6aa, es’bruItua cuituirafi a aens&billdiaide do po’rtuguês ds see. Xi’? e XVI astá hem doouitu,da corno o o’vasn oa erudiios trali1hos publicadoa aieates 6

ARNORIAL DAS CONQVIYAS E DESCO)UUMENTO B 0 DA TAVOLA REDONDA

ifitknos corn anos por ionaJidad to diverass oomo CaLroiina Michalia Te&filo Braga Rodrigies Lapa, Antonio José Saraiva, Marie MarHns e Maria Leonor Carva1hAo Buescu (4) Nurna sese que tern apenas como obje&ivo conocvar a iaithiên cia do Rcrnanve da Tároia Rethmda na sonsb1idiade e eubtum do parugus dos éc. XV XVI, ou seja o potugu’ês das Couquistas Drnentos, ieeotrdemos a t&ria> da imat&ri da Bretaatha em Poftbu.

1— A A1]R1A DA BRETkNHA EM PORTUGAL A matoria da Bretanha, onjiiabo do nids em qu so 1orevern as venituaiae do Rci Artnr e dos Caai1eties da TávoJa Redonda, deIei toti a Eiuirapa a pai1ia’ do sec. XII site so see. XVI. Aattur, iiffiUi rel hretao, o heró da r,esdsbmeia contra Os sxöes e, onmjparáv’el peAs sua coriagem a Alexan&e e Carlos Magno, exce de-o p1cs ceiltos mrais e maneiras pa inas, teriTando-e a personiagern centrM do enjumto de lendas quo ccmstitnem o Cic1o Br&äo ou Aatua’ian’o, urns das mais beAns n’aastaes da tteratura medieaa (s). t&tutito cedo a Buaopa toma conhecimjensbo do ,senciai da 1nda Aattua1nna através dos iais prinuitivos que se foarn mais tardo em ove1as ou iioances escritos em prosa. Em Portugal, tonidio iad oom o snaa’ca, aibravessado a corfle e chegada ‘a aicbea durante o see. XIV, ‘as fl1ondas brets atisn gem no bI:eio do sOc. XV a diasse media e toirniam-s’e lettura piibThca sitiravés do rnsnuseritos copiados. slYe-se quo as dacçöes franeesas dataim a prieim do 1210-

-1220 o a segunds cle 1230, o que eqlioa ‘a possihiiiidade do Rei Boloithês, quo siñlki so trono de Potugai1 em 1248, se ter afeiçoado as iJitiimas novidades em prosa sabre a matOria do. Bretanlia, predi

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Ver Bibliografia no firn do texto. Bulcu, Mari!a IAeUnbr CarvaUio, in Verbo, Thteiclop&tha Luso BraiLeira do Cuiltura, Lisboa, 196’7, vol. 5, pág. 405-’T. (5)

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MAR.IA DE LO’RDES CALVAO BORGES



J. G. CALVAO BORGES

na ecção que propagamdo-se, devia nais edo ou rnais tarde, lbavez (6). ses franc.e texitos dos o mocidade de D. Di.n1s, oonthizir I traduçã E no é de adn’iirar qu, dad a iossa tdei .n.tura1 ia1ra a uztdia am ncYstagi’a e ‘o mist&rio (7), esta anaitéda dia Bretaia, in to Peninsula tail vez pe corbe yo’rUuguesa, teniha coatheeid uma l1o, ama biblio grand’e difusâo, enoonttamdose a seus itos. por exmip a que pode Pedro, D. i dtáv tecas de D. Duarte, Inante Santo e .Con por também coirno expliiear-e näo so peilo seu valor iitherrio iimbrIneca, defhilrem as naimas anorais pelas quals se devia neger o ‘c,valefro. Säio numer s as referênoias a pers’onagens ideate Cilo,, quer no , Cancio’nero Geral, quer nos Cancioneiros Trovadoreseos de D. DLnis teca BibMo da db chania die D. A1mso V, die ‘Coooei-Brwncu’ti, ihoj’e no Naci’Onal (8), quer em Fernão Loipea am iCr&ia die D. Joo I quer am omonstica titu’lo II ‘do NobiMárk do Conde D. Pedro, quer aiin’da corn os names das baptiza enitão numerosa& pessoas tendo sido desde ail. die Triistâo, Latnçarote e Percev no Nos tempos de Gil Vicente, o name de Perceval tinha caldo já haaao) Caatet doaninlo rüstieo sob as forrnaa de Passivai (Adbo Pa&ari(1 e die Pessival (Maiina Mendes) (9. o Maanaisignffiativoqueudoiata,éetastivadeievar mejo die cançöes. conthecimento deata literatuira as Iasses ietaadas, Conta Cesário de Heisterbach ‘que Gevardo, albade cisterciense, as: vendo o seu awditOrio adormecer, se saiu corn as seguintes pai’avr itar 4Era uania viez ‘urn a,ei de nome Airtur.. , aim ond o dpm . oreihas as tararn imediibo dos piiesentes quo logo espevi Como é Obvio, o abade eondenou d pnIba a fatuiidade dos fiéiis (10), anas a anedota thesternunba adequadamente a paixo difun —

.

1a Entwit1e, William J.,, A Lencla Aiuriiam n ‘literaitu d Penfnu Ifl. Cap. 1942, Liboa, do a1 lb&riiea, Iniprena Nacim (7) Buescu, acia Leomor Oarvalh5o, op. cit. da Ajuda, Edição crItica e (‘) Vasconcelos, C. Miehaëlis de, Caicionciro V i’tanbe Bibliógrafia 1904. yer, Ni’eiu Max A. S. oomentwda, VcvL I e II, Haille obre o mnwtema. Irmie Lisbea, 1965. (‘) Vioenste, Gil, Obra Gompletas, Lello e (10) ura velitiica na Icisde Média Literat A in m, Oitaido pr Rssi, Luciar ua, Lisboa, 19’T9, ?Grtug ’a do Cultua , Intituto Brevie ’beea Biblio PotuguBsa, (6)

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AB.MORJAL DAS CONQUIFAS E DESCOBRIMENTOS E 0 DA TAVOLA REDONDA

dicta n Ocideifte peta’ narmtivas do ‘Cica Aattuliano e é mmo embftemco em re1aço a Poi,bugai, corn a contraposicâo da ortodoxia ctateiiciense a ilgtrea, toda eta mundana, dos irornanoes bretöes. A anedota tern sda o vor de eodirmaLr ter a enda Art’uiriana dfUSaO a todos os iieta so’ciaiis, e nâo aipenas enitre a casse dom!hwlibe. Mas ‘a nator i!nTh1ência d novelIstica bretâ n ff1e no aa recirnnto no see. XIV, do Amadis die Gaiuthta, ajtribuid a Joâo die Ldbeira, o qual origi.nou nuinerosas coitinnaçöes qiie constituem urn vieridadleiro etolo die Ainiadis. sobrimento, o iandö u nova crença no As Conquis e no iniptrovásv1 bern corno a avenltua’oso no ideal, aio estraitho, lieiitoreis s que rtñ!nlhaan sido em iaiveriçAo da nipremsa, canvertendo ecitmento em p1ano s&e. XIVI Yenas ouvies, justiffiicarn ahTda o dia Cr&iiia do Trnperador Clarimumdo die Joao die Bsaos, do Palirneirim aaeisiea die Morais, do Memoris dais Proeas d die Thglaftierra die 2. Táv1a Redonda de Jrge Ferrethzia die Vaacoelos e dos autos cavaiesoos do Gii Vicente, P. Duairdes e a Cornédia de Rubenis. Particulairmenrte significativa também é a organizaçâo do tfaanoso Toiinew do Xthrøgas em 1552, onide fo armado avalerro a Plracipe P. 3o, pat do Ret V. Sebaaitiäo (11). A projecço desta influêmeia nos séeuftos seguiintes é tenbém urn facto, mas eitoa-se fora do rnbito dieste thraibailto. Pai’ia os dets sécutos dais Gonquistas a D brirnemtos, filna]rnenibe, j*arnoa ser die pacIfica aeitaço qixe: a ‘lenda Arburiana (12) consititui urn facto cultural’ prente em todos os extractos da Sociedade Portuguesa; a lenda Airturiaria inapirrou tddo urn siaibeira die vuteras a antaçães, a defiiniiu urn código die leiituaa do ‘soeia& —





(9 Vaseoncelos, Jorge Ferreira de, vtemoriaI das Proezas da 2.’ Távola

Eeidjonida. B. Naciocal die Lisboa secco die Eeaervadoa, Ciep. Xlvii, f. 217 v. 9

MARIA DE LOURDES CALVAO BORGES —3. G. CALVAO BORGES

2 —0 A1MORIAL DOS CAV.AIE1ROS DA TAVOLA REDONDA Tal como sueedeu corn grandes figura históricas anterLores a Herá1dica (os Nove da Fanna no Uvro do A mefro M&r ao wm born exerm1o iportaguês), tarnb&n os cpersogens enc1áTios se virarn atribuldos srnboios hridos na Literatuira dos Sec. XIII e sbretudo, XV XVI. Os Oavaeiaos da Távo’la Redonda não cforaim exoopco. Michel Pasboureau ubijco.u receniternenibe urna obra cujo itItulo ó:
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