O artesanato local como base para o desenvolvimento do turismo sustentável no município de Itaquiraí - Mato Grosso do Sul / Local crafts as a basis for the development of sustainable tourism in the municipality of Itaquiraí - Mato Grosso do Sul

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Revista Global Tourism ISSN: 1808-558X

Vol.5 nº1 – Maio/2009

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O artesanato local como base para o desenvolvimento do turismo sustentável no município de Itaquiraí – Mato Grosso do Sul. Sul Cinthia Rolim de Albuquerque Meneguel * Margareth Pinto de Menezes ** José Candido Stevaux ***

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Resumo: Itaquiraí – Mato Grosso do Sul, integra por seu potencial natural e vocação o turismo sustentável. O governo do estado criou o PDTUR (Plano de Desenvolvimento Turístico Sustentável), que foi desenvolvido pelo SEBRAE/MS, que deu todo suporte para as atividades do Grupo de Artesãs Milagre da Fibra, que busca a sua matéria prima na folha da bananeira. É neste contexto, de um novo olhar para o ambiente local e o que se pode extrair dele sem devastá-lo, lo, que surge um novo modelo econômico, um fator que fortalece fo o turismo sustentável local. A mulher artesã revelou-se revelou se como principal produtora do ramo, contribuindo assim para a suplementação da renda familiar. Considerando o objetivo que fundamenta esse trabalho, o artesanato como fator do desenvolvimento socioeconômico socioeconômico sustentável que agrega valores ao turismo, que esta aliada à preservação da geodiversidade, pois esta é a fonte primária para a produção e a realização do turismo sustentável.

Palavras--chave: Artesanato; Turismo; Sustentabilidade; Itaquiraí.

*Mestranda em Geociências, curso Análise Geoambiental pela Universidade de Guarulhos (UNG), São Paulo. Graduada pelo curso Turismo e Hospitalidade pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo (IFSP). [email protected] **Mestranda em Geociências, curso de Análise Geoambiental pela Universidade Guarulhos (UNG), Guarulhos Licenciada em Geografia pela Universidade Tiradentes (UNIT) Aracaju. [email protected] *** Geológo pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), com Mestrado e Doutorado em Geociências pela Universidade de São Paulo (USP), Pósdoutorado pela Universidade de Krasnoyarsk (Rússia) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFERGS). Universidade de Guarulhos, Lab. Geociências, Pr. Tereza 1, 07023070, Guarulhos, SP, Brasil. [email protected]

Abstract: The Itaquiraí municipal district – Mato Grosso do Sul state, have a natural potential pot and vocation for the sustainable sustainab tourism. The state government created the PDTUR (Plan of sustainability tourism development), that was development with SEBRAE/MS, that helped with all necessary support for the artisan Milagre da Fibra group, that find her raw material in banana plant. In this context, have a new vision for the local environment and what you can extract without devastate, so emerge a new economic model, one factor that increase the sustainability local tourism. The women artisan shows us as the principal producers, contribute contr for the family revenue. This paper base is the artesanate as sustainabily economic development that increase the valor tourism, that is together with geodiversity preservation, that is the raw material for the produce and the sustainabily tourism in Itaquiraí city.

Keywords: Craftworks; Tourism; Sustainabily; Itaquiraí

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Introdução

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O Brasil é um país que possui um grande potencial em diversos segmentos do turismo. Muitos destes ainda são pouco explorados. O turismo representa 8% do PIB (produto interno bruto) que corresponde a 6% da população economicamente ativa (Beni 2003). 200 Trata-se de uma atividade em plena expansão. O turismo é uma atividade que tem crescido exponencialmente nas últimas décadas. E acompanhando esta tendência, existe a necessidade crescente de ordenamento desta atividade, a partir da compreensão do valor que determinados atributos ecoturísticos (recursos do meio físico e biótico), bem como da avaliação do contexto social, econômico e político. A vocação turística vive das especificidades dos lugares, e o artesanato neste contexto se caracteriza como um dos do atrativos. A atividade artesã se desenvolve no município de Itaquiraí (MS), que segundo orientação do SEBRAE (Serviço de apoio às Micros e Pequenas Empresas), organizou a distribuição da produção local no sistema de cadeias produtivas, conceito estabelecido estabelec como a junção da produção local para ser comercializada em regiões diferenciadas, exposição, desfiles, feiras e eventos, valorizando toda a produção local. Sendo o objetivo deste sistema é promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável local e regional, egional, demonstrando através da produção do artesanato as especialidades do artesão local. Considerando a dificuldade deste profissional na distribuição e valoração de sua arte, torna-se torna viável este modelo de desenvolvimento econômico. Ressaltando que o aumento umento da demanda turística sugere uma maior necessidade de uma gestão sustentável, preservando assim a característica e a relação da produção do artesanato, a atração pela paisagem local e o desenvolvimento sustentável. Desenvolver produtos artesanais é utilizar elementos que caracterizam a origem do produto, assim como as características do próprio artesão, que é a pessoa que faz a mão objetos de uso freqüente na comunidade. Seu aparecimento foi resultado da pressão da necessidade sobre a inteligência aliada al ao poder de inovar, possibilitando também ligar o passado ao presente, mediante a linguagem. O SEBRAE/AM (2009) estabelece que o trabalho artesanal seja uma atividade manual por excelência, na qual fatores como saber, arte, criatividade e habilidade falam f mais alto do que a matéria prima em si, e onde os insumos de produção são secundários e o ser humano é prioridade.

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O artesanato desenvolvido em Itaquiraí possui a fibra da bananeira como matéria-prima matéria de seus produtos, a geologia da área contribui para a que a matéria prima esteja à disposição do artesão local em abundância, e este necessariamente, precisa conhecer os fatores que permitirão uso sustentável deste bem.

O artesanato O artesanato é uma forma de se expressar a criatividade, a cultura e as necessidades nec de uma comunidade. O mesmo vem sendo manifestado de acordo com a evolução da história humana, onde desde os primórdios as primeiras peças produzidas partiram da transformação dos elementos da natureza em objetos de uso do cotidiano, tais como polimento imento de pedras para a fabricação de objetos de caça, cerâmica, além de objetos ornamentais e decorativos através de trançado de fibras vegetais e animais, além de pedras minerais e plumária. Uma das primeiras manifestações de uma sociedade artesã organizada organiz se deu na época medieval, onde existiam regras para o exercício da profissão, benefícios, e não se comercializava mercadorias similares provindas de outras cidades. Na América o desenvolvimento desta atividade ocorreu através das diversas tribos indígenas indíge que produziam cestarias, cerâmica, arte plumária e pintura de pigmentos naturais. Com o processo de colonização o artesanato no Brasil foi sofrendo influências de outras culturas, novos conhecimentos e técnicas. Neste período colonial os artesãos eram responsáveis por uma parte da economia e eram reconhecidos pela sociedade. Com o crescimento industrial onde produtos mais baratos e em larga escala eram produzidos, a produção artesã foi perdendo sua utilidade e passou a atender uma nova necessidade humana na e social: a de preservar a identidade e memória cultural.

Estruturação governamental para o desenvolvimento da atividade artesã no Brasil O governo brasileiro identificando que o artesanato contribuía com a economia local e preservava a identidade cultural cultu do país, na década de 50 realizou um estudo quantitativo de artesãos no nordeste brasileiro. Este estudo foi de suma importância, visto que na década seguinte se constatou que os estados do Ceará e Bahia tinham uma demanda maior do que a própria oferta.

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Na década de 70 ocorreu a criação do PNDA (Plano Nacional de Desenvolvimento do Artesanato), onde surgiram as diretrizes do fomento do setor artesanal. Na década de 80 ocorreu a valorização dos aspectos culturais e foram impl implantados programas de cooperativas, qualificação e comercialização dos produtos. Com o objetivo de potencializar a produção artesanal de acordo com as vocações regionais valorizando assim o artesão brasileiro, preservar as culturas locais e estimular o desenvolvimento dese econômico, o governo criou na década de 90 o PAB (Plano do Artesanato Brasileiro), que está vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, conforme Decreto nº 1.508, de 31 de maio de 1995. O PAB é representado em cada a um dos 27 estados brasileiros por meio das Coordenações Estaduais do Artesanato [MDIC, 2009, on-line]. on As ações deste plano são diversas, tais como: capacitação profissional, organização de feiras e eventos, estruturação de núcleos produtivos, gestão e administração de micro programas, dentre outros. O PAB possui dois grandes projetos em andamento. Um deles dele é a base conceitual do artesanato no Brasil e no MERCOSUL. Esta base começou a ser elaborada em 2006 e servirá de referência para a instituição de legislação regulamentar do setor, definição de políticas públicas, criação de parâmetros como conceitos básicos, bás tipologias, classificação, técnicas, dentre outros. O outro programa trata-se trata do sistema de informações do artesanato, que consiste em uma base de dados com informações de todos os estados, criada para o setor. Atualmente se encontra em fase de teste entre quatro estados.

Município de Itaquiraí – Mato Grosso do Sul O município de Itaquiraí localiza-se localiza no estado do Mato Grosso do Sul. Este estado ocupa uma área de 358.158,7 km². Limita-se Limita ao norte com o estado do Mato Grosso, a nordeste com Goiás e Minas Gerais, a leste com São Paulo, a sudeste com o Paraná, ao sul e sudoeste com o Paraguai, e a oeste com a Bolívia. O município de Itaquiraí abrange uma área de 2.063,876 km². Dentre as principais atividades econômicas mais importantes estão à agropecuária, agrope a extração de minério, a produção de cimento e indústria alimentícia. A atividade turística também vem sendo desenvolvida com bastante êxito no estado,

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que possui um grande potencial a ser explorado. Podemos conceituar turismo como: O turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem do seu local de residência hatibual para outro, no qual não exercem nenhu nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas interinter relações de importância social, econômica e cultural. [De La Torre, 1992 apud Barreto, 2001, p. 130]. Dentre os segmentos mais praticados, temos o turismo rural e o ecológico, dando destaque para ra a região do Pantanal e a cidade de Bonito, que atualmente já se caracterizam com um dos principais destinos brasileiros e recebem turistas nacionais e internacionais interessados na prática ecoturística. Itaquiraí é um dos municípios que está desenvolvendo desenvolve ações voltadas às práticas sustentáveis do turismo. Para que a proposta contenha os princípios de sustentabilidade é necessário que a mesma apresente o comprometimento de satisfazer as nossas necessidades hoje, sem comprometer a capacidade das pessoas satisfazerem as suas no futuro (SWARBROOKE, 2000). O governo do estado do Mato Grosso do Sul criou o PDTUR (Plano de Desenvolvimento Turístico Sustentável), que foi desenvolvido pelo SEBRAE/MS e diversas entidades parceiras que visam não só profissionalizar profissionaliza o turismo em todo o estado, mas também desenvolvê de forma sustentável. Em 2001 o desenvolvê-lo PDTUR entregou aos municípios o plano de desenvolvimento turístico. O processo de ocupação da região se deu através dos bandeirantes, sertanistas e monçoeiros que buscavam busca ouro, caçavam índios (Terenas e Kaiowás) e utilizavam a região como ponto de apoio entre um lugar e outro, que depois se tornaram pontos fixos para alguns homens da região. No início do século XX a exploração da ervaerva mate trouxe importantes mudanças na região. Por volta de 1960 chegam às primeiras famílias à região denominada Itaquiraí (Ita = pedra e quiraí = redonda). Itaquiraí foi elevada a Distrito de Ponta Porã, posteriormente a ser Distrito de Amambaí e Iguatemi. Em 12 de maio de 1980, desmembrado o município de Iguatemi, ocorreu a sua emancipação políticopolítico administrativa que foi assinada um dia depois. depois

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A cidade enfrentou uma mudança de seu perfil socioeconômico e cultural em 1989 através do processo de reforma agrária. Atualmente a população está estimada em torno de 22 mil pessoas, sendo que cerca de 65% está no campo como agricultores familiares.. O clima da região é caracterizado como tropical chuvoso de Savana, onde a temperatura de todos os meses é maior que 18ºC e a precipitação precipi de mês mais seco são inferiores a 60mm. Este clima interfere diretamente no tipo do plantio que tem que ser adaptado a cada estação do ano. ano O município está inserido na bacia hidrográfica do rio Paraná e sub-bacia sub do rio Amambaí. A disponibilidade deste de grande potencial hídrico vem contribuindo com a atividade da pesca natural, gerando empregos e ao mesmo tempo promovendo a preservação ambiental.

Projeto “MILAGRE DA FIBRA” e parceria com o SEBRAE Os moradores do município de Itaquiraí em sua grande maioria vivem no campo, nos assentamentos do movimento Sem Terra, e sobrevivem da agricultura familiar, quase de subsistência, oque não gera grandes recursos financeiros por serem pequenos agricultores. Outra parcela da população sobrevive da pesca natural, natural onde atualmente começa a se organizar através de cooperativas e colônia de pescadores. Estes pescadores por ainda não se organizarem quanto sociedade, enfrenta problemas financeiros no período da Piracema, onde a pesca é reduzida ou até mesmo proibida. A outra menor parcela da população exerce suas atividades na cidade, tais como bancários, comerciantes, professores e funcionários públicos. E uma minoria presta serviços a outros municípios. Elaboração do projeto O projeto “Milagre das Fibras” está consagrado por ter obtido e conquistado todos os resultados esperados desde sua implantação no ano de 2006. O projeto é um exemplo de gestão participativa que visa o desenvolvimento econômico sustentável do município. Através da atual administração, despertou-se despe o interesse no talento deste grupo de mulheres dos assentamentos rurais que poderiam contribuir efetivamente para o desenvolvimento de uma nova economia e geração de renda ao município, além de se tornar um atrativo turístico regional sustentável. O artesanato é uma forma de expressão cultural e é difundido em todas as regiões do

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Brasil, cada uma com suas matérias-primas matérias regionais. Para este grupo de artesãs foi escolhida como matéria prima a fibra da bananeira, produto abundante, cultivado nas próprias óprias residências das artesãs. A valorização das fibras naturais é de suma importância, visto agregar valor a um produto da terra, seja para qual lugar forem às peças do artesanato. A banana é uma fruta popular no Brasil e conhecida internacionalmente. O artesanato de suas fibras resultam em peças únicas e diferenciadas. Resultam-se Resultam oito qualidades de fibras diferentes no processo de extração, algumas aceitam o processo de coloração, outras são mais resistentes para o processo de costura, e para cada uma delas foi desenvolvido um tipo de produto: acessórios (bolsas, carteiras, cestos, tapetes, jogos americanos, bijuterias, dentre outros), peças (pratos, caixas, tigelas, dentre outros) e papéis ornamentais (para capas de cadernos, agendas, bloco de rascunhos, rascunho dentre outros). O processo produtivo se compõem das seguinte etapas: produção da palha, a partir do pseudocaule; produção do fio, que é feita em duas etapas: extração das fibras ou desfibragem, e fiação. Em seguida, faz-se faz a maceração, ou amaciamento do d fio produzido, e o tingimento (SEBRAE, 2009). A prefeitura ministrou primeiramente o curso de capacitação da matéria-prima matéria (fibra de bananeira) ao grupo de mulheres da agricultura familiar, que possuem a matéria prima dentro de seus próprios lotes. E paralelo pa a essa ação o município foi convidado a participar do projeto de Desenvolvimento do Turismo e Artesanato para Dourados e Região através do SEBRAE/MS. Portanto foi elaborado um planejamento estratégico do artesanato e implantado através desta parceria. parceri Em setembro de 2006 foi denifido no orçamento participativo a destinação de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) para investimentos em 2007 no grupo de artesãs Milagre da Fibra. Objetivo do projeto O objetivo principal do projeto é de que o mesmo seja desenvolvido desen sustentavelmente e com a participação efetiva da comunidade. Tornando-se se um projeto socialmente justo, com um produto ambientalmente correto economicamente viável (princípios da sustentabilidade). Objetivos específicos: O projeto Milagres da Fibra tem como objetivo específico: → Promover a geração de renda para mulheres assentadas rurais, a partir do

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artesanato com matéria-prima matéria de produtos retirados nas localidades onde as mesmas residem;

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→ Oportunizar a autonomia econômica, econômic principalmente nos períodos sazonais da economia; → Assumir um papel de destaque no desenvolvimento sustentável do turismo local; Aumentar a → artesanato local.

comercialização

do

Reconhecimento do projeto “Milagres da Fibra” Levando-se se em consideração o período compreendido entre o ano de 2006 e 2008, os resultados deste projeto foram satisfatórios atendendo as expectativas do grupo de artesãs e dos envolvidos de forma geral com o projeto. De acordo com os registros no ano de 2006 nenhuma peça p havia sido comercializada, já no ano seguinte no mês de novembro já haviam sido comercializadas 796 peças, e desde então este número vem crescendo consideravelmente, sendo que atualmente são realizadas exportações para outros países. O aumento da produ produção se deu principalmente pela qualificação das artesãs e do empreendedorismo, buscando sempre diversificar as peças, relacioná-las relacioná às tendências do mercado, e buscando inovação nas cores e modelos. Desenvolvimento do projeto O projeto começou a ser desenvolvido no ano de 2006, onde foi realizado um curso para a capacitação da extração da fibra, limpeza e conservação da mesma, além da elaboração de peças no tear. Em março de 2007, foi ministrado o curso “Juntos somos fortes”. Em setembro do mesmo ano foi realizada a oficina de melhoramento do produto e definição de duas coleções sendo uma linha de mesa e outra de bolsas; além da escolha do nome do grupo: “Milagre da Fibra.” Em agosto de 2007 foi ministrada a palestra: desenvolvimento interpessoal e associativismo, ass e no mês seguinte ocorreu uma assessoria do SEBRAE para o controle financeiro para preços de venda de produtos. A partir de então os próximos passos foram à locação de uma casa para a produção, confecção da ficha técnica dos produtos, aquisição o de novos teares, confecção da logomarca do grupo, confecção de

etiquetas, confecção de sacolas personalizadas, criação e confecção de folders do grupo, registro da marca Milagre da Fibra. É perceptível a profissionalização das artesãs e a qualidade dos produtos p confeccionados pelas mesmas. O SEBRAE já realizou uma avaliação dos produtos e não detectou nenhum tipo de restrição. As peças já foram expostas no Salão Estadual de Turismo (MS), já foram utilizadas como acessórios em desfiles regionais e no final do ano toda a decoração natalina da cidade, guirlandas, presépios e árvores de natal são confeccionadas da própria fibra da bananeira e produzidas pelo grupo de artesão, o que já se tornou um atrativo turístico no município.

Considerações Finais O desenvolvimento volvimento turístico na cidade de Itaquiraí, com base na sustentabilidade da sua geodiversidade, permite concretizar a relação entre turismo, sustentabilidade e produção artesanal, ressaltando que este artesanato é a caracterização do lugar, pois busca sua matéria prima na vegetação (a bananeira). Este projeto teve o seu desenvolvimento reconhecido, visto que o mesmo conta com a participação efetiva da comunidade e dos setores da administração pública, com o intuito de desenvolver ações no âmbito nacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da atividade, gerando novos trabalhos e fonte de renda, apoiando as vocações regionais. Esta nova abordagem entre outras coisas, promove o desenvolvimento econômico em parceria com o poder público e setores como o SEBRAE, que contribui com a qualificação do artesão, que valoriza seu produto dando credibilidade ao turista que escolheu aquele destino para desfrutar de seu lazer. O turismo se faz agregando valores, histórico-cultural, histórico geodiversidade, a educação ambiental entre a comunidade local e o visitante, informando o valor da produção dos atrativos, atrati sugere para este público que o valor está em conhecer o produto.

Referências Bibliográficas BARRETO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do turismo. 11º Edição. Campinas: Papirus, 2001. BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. 8º Edição. São Paulo: Editora SENAC, 2003.

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MATO GROSSO DO SUL. Disponível em: Acesso em: 12 de Abr. 2009.

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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC. Comércio e Serviços. Serviços Disponível em: Acesso em: 03 abr. 2009. MUNICÍPIO DE ITAQUIRAÍ. ITAQUIRAÍ Disponível em: Acesso em: 23 Abr. 2009. SEBRAE/AM. Artesanato: passo a passo para a exportação exportação. Manaus/AM. Disponível em: Acesso em: 11 maio 2009. SEBRAE. Casos de sucesso. Disponível em: Acesso em: 27 abr. 2009. SWARBROOKE, John. Turismo sustentável: Conceitos e impacto ambiental. ambiental 3º Edição. São Paulo: Aleph, 2000.

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