O ateísmo de Philipp Mainländer: efeitos colaterais do conceito de deus

Share Embed


Descrição do Produto

NIETZSCHE - SCHOPENHAUER ‡–ƒˆÀ•‹…ƒ ‡ •‹‰‹Ƥ…ƒ­ ‘ ‘”ƒŽ †‘ —†‘ PARTE II

UēĎěĊėĘĎĉĆĉĊ EĘęĆĉĚĆđ ĉĔ CĊĆėġ RĊĎęĔė JACKSON COELHO SAMPAIO ĎĈĊ-RĊĎęĔė HIDELBRANDO DOS SANTOS SOARES CĊēęėĔ ĉĊ HĚĒĆēĎĉĆĉĊĘ LETÍCIA ADRIANA PIRES (DIRETORA) EĉĎęĔėĆ ĉĆ UECE - EĉUECE ERASMO MIESSA RUIZ (DIRETOR) ĊĘęėĆĉĔ AĈĆĉĵĒĎĈĔ ĊĒ ĎđĔĘĔċĎĆ RUY DE CARVALHO RODRIGUES JR (COORDENADOR)

EDITORES

EDITOR

EMANUEL ANGELO DA ROCHA FRAGOSO JOÃO EMILIANO FORTALEZA DE AQUINO

ERASMO MIESSA RUIZ

CONSELHO EDITORIAL

CONSELHO EDITORIAL

AYLTON BARBIERI DURÃO EDUARDO JORGE O. TRIANDOPOLIS EMANUEL ANGELO DA ROCHA FRAGOSO ENÉIAS FORLIN FRANCISCO EVARISTO MARCOS MANFREDO RAMOS JAN GERARD JOSEPH TER REEGEN JOÃO EMILIANO FORTALEZA DE AQUINO JOSÉ LUIS VILLACAÑAS LOURENÇO LEITE MARIA LUISA RIBEIRO FERREIRA MARIA TERESINHA DE CASTRO CALLADO MARLY CARVALHO SOARES REGENALDO RODRIGUES DA COSTA SYLVIA PEIXOTO LEÃO ALMEIDA XESÚS BLANCO-ECHAURI

ANTÔNIO LUCIANO PONTES EDUARDO DIATAHY BEZERRA DE MENEZES EMANUEL ÂNGELO DA ROCHA FRAGOSO FRANCISCO HORÁCIO DA SILVA FROTA FRANCISCO JOSÊNIO CAMELO PARENTE GISAFRAN NAZARENO MOTA JUCÁ JOSÉ FERREIRA NUNES LIDUINA FARIAS ALMEIDA DA COSTA LUCILI GRANGEIRO CORTEZ LUIZ CRUZ LIMA MANFREDO RAMOS MARCELO GURGEL CARLOS DA SILVA MARCONY SILVA CUNHA MARIA DO SOCORRO FERREIRA OSTERNE MARIA SALETE BESSA JORGE SILVIA MARIA NÓBREGA-THERRIEN

CONSELHO CONSULTIO DA E†UECE ANTÔNIO TORRES MONTENEGRO (UFPE) HOMERO SANTIAGO (USP) IEDA MARIA ALVES (USP) MANUEL DOMINGOS NETO (UFF) MARIA DO SOCORRO SILVA ARAGÃO (UFC)

MARIA LÍRIDA C. DE ARAÚJO E MENDONÇA (UNIFOR) PIERRE SALAMA (UNIVERSIDADE DE PARIS VIII) TÚLIO BATISTA FRANCO (UFF) ELIANE P. ZAMITH BRITO (FGV) ROMEU GOMES (FIOCRUZ)

NIETZSCHE - SCHOPENHAUER ‡–ƒˆÀ•‹…ƒ ‡ •‹‰‹Ƥ…ƒ­ ‘ ‘”ƒŽ †‘ —†‘ RĚĞ ĉĊ CĆėěĆđčĔ

ĚĘęĆěĔ CĔĘęĆ TčĎĆČĔ ĔęĆ ȋ‘”‰ƒ‹œƒ†‘”‡•Ȍ

1a Edição Fortaleza - CE 2015

© EDUECE/CMAF ISBN: 978-85-0000-000-0 1ª EDIÇÃO: NOVEMBRO DE 2014 PĚćđĎĈĆİģĔȀPĚćđĎĘčĊĉ ćĞ EDITORA DA UECE EM CO-EDIÇÃO COM O MESTRADO ACADÊMICO EM FILOSOFIA DA UECE PėĔďĊęĔ ėġċĎĈĔ Ċ CĆĕĆ GUSTAVO B. DO N. COSTA PėĔďĊęĔ EĉĎęĔėĎĆđ GRUPO DE ESTUDOS SCHOPENHAUER-NIETZSCHE EĉĎęĔėĆİģĔ ȀDĊĘĐęĔĕ PĚćđĎĘčĎēČ NARCÉLIO LOPES IđĚĘęėĆİģĔ ĉĆ CĆĕĆ AYRTON PESSOA (TEMA: LOGOMARCA PARA OS ENCONTROS NIETZSCHE-SCHOPENHAUER) RĊěĎĘģĔ TĴĈēĎĈĆ ENOE CRISTINA AMORIM B. GOMES; JOSÉ ADRIANO SILVA E OLIVEIRA TėĆĉĚİģĔ ȋĉĆ đŃēČĚĆ ĆđĊĒĆ Ċ ċėĆēĈĊĘĆȌ JAIR BARBOZA, DANIEL F. CARVALHO, LUIS CARLOS SILVA, FABIEN PASCAL LINS. REVISÃO DE TRADUÇÃO: RUY DE CARVALHO, THIAGO MOTA. IĒĕėĊĘĘģĔȀPėĎēęĎēČ IMPRENSA UNIVERSITÁRIA DA UECE TĎėĆČĊĒȀCĎėĈĚđĆęĎĔē 400 EXEMPLARES/COPIES Cƒ–ƒŽ‘‰ƒ­ ‘ ƒ ’—„Ž‹…ƒ­ ‘ ‡Žƒ„‘”ƒ†ƒ ’‡Žƒ ‹„Ž‹‘–‡…ž”‹ƒ Francisco Leandro Castro Lopes CRB 3/1103

ISBN: 978-85-7826-255-6

CMAF

EdUECE

Av. Luciano Carneiro, n. 345 Bairro de Fátima CEP 60.410-690 - Fortaleza - CE Tel./Fax.: (85) 3101 2033

Av. Paranjana, n. 1700 Campus do Itaperi CEP: 60740-000 - Fortaleza - CE Tel./Fax.: (85) 3101 9893

[email protected]

[email protected]

SĚĒġėĎĔ ĕėĊĘĊēęĆİģĔ .............................................................

7

PĆėęĊ ͚ǣ DĊĘĉĔćėĆĒĊēęĔĘ ...........................................

9

DOMENICO FAZIO: A escola de Schopenhauer .....................

11

FABIO CIRACI: O ateísmo de Philipp Mainländer: efeitos colaterais do conceito de deus ...................................................

37

ROBERTO BARROS: O desdobramento do princípio de imanência em Schopenhauer e Nietzsche .................................

61

THELMA LESSA DA FONSECA: Nietzsche, Schopenhauer e o tempo .....................................................................................

87

JOSÉ THOMAZ BRUM: A santidade em Schopenhauer, Nietzsche e Cioran.................................................................

101

EDUARDO BRANDÃO: Física, moral e metafísica em Schopenhauer e Nietzsche.......................................................

107

KLEVERTON BACELAR: O plano da Genealogia da Moral reconsiderado: Schopenhauer como ponto de fuga do escrito polêmico .................................................................................

121

FLAMARION CALDEIRA RAMOS: Ética, dialética e pessimismo. Sobre o signiÀcado moral do sofrimento em Schopenhauer e Adorno .........................................................

163

THIAGO MOTA: Nietzsche: niilismo e ÀlosoÀa e[perimental .... ATILA BRANDÃO MONTEIRO: Nietzsche e a vontade de verdade...................................................................................

185

MIGUEL ANGEL DE BARRENECHEA: Guerras culturais, grande política e transvaloração de todos os valores na perspectiva nietzscheana ..........................................................

211

GUSTAVO COSTA E RUY DE CARVALHO: Moral, moralidade e individuo em Nietzsche ........................................................

257

5

6

 ĆęĊŃĘĒĔ ĉĊ čĎđĎĕĕ ĆĎēđĤēĉĊėǣ ĊċĊĎęĔĘ ĈĔđĆęĊėĆĎĘ ĉĔ ĈĔēĈĊĎęĔ ĉĊ ĉĊĚĘ Fabio Ciraci1 ra†—­ oǣ aria —‰‡ia ‡r†a‰—‡r

ćĘęėĆĈę Nos últimos anos, a vida e a obra de Philipp Batz, conhecido como Mainländer (1841-1876), têm sido objeto de estudos especializados2 no âmbito das pesquisas sobre a Escola de Schopenhauer. No interior do que se considera a escola lato sensu, e ao lado de Julius Bahnsen e de Eduard von Hartmann, as atuais pesquisas incluem Mainländer entre os chamados pensadores metafísicos, ou seja, “os que, a partir de premissas schopenhauerianas, construíram metafísicas diferentes daquelas do mestre”.3 No presente ensaio, apys delinearmos brevemente um perÀl biogriÀco do autor, descreveremos a metafísica da entropia mainländeriana, demonstrando que ela é uma forma de teofania negativa na qual a introdução do conceito de deus4 só é possível 1 Fabio Ciraci é professor da Universidade de Salento, Lecce, Itália. 2 (ntre os principais trabalKos sobre 0ainllnder, sXJeriPos L. LtNeKaXs, Nichts. Abschied vom Sein – Ende der Angst, +affPans, =ricK, 1981, .ap. 6, p. 243 e ss. :. +. 0llerSe\fartK, Metaphysik der Entropie. Philipp Mainländers transzendentale Analyse und ihre ethischmetaphysische Relevanz, Van Bremen, Berlim 2000; F. Volpi, Dizionario delle opere ÀlosoÀche, 0ilmo 2000, p. 709 e ss. 3or Àm, indicamos F. Ciracu, Verso l’assoluto nulla. La FilosoÀa della reden]ione di Philipp Mainländer, Pensa MultiMedia, Lecce, 2006. 3 (m relaomo j cateJoria KistorioJráÀca e j Kistyria do conceito, cf. 'omenico M. Fa]io, I Contesti, in La scuola di Schopenhauer. Testi e contesti, Pensa MultiMedia, Lecce 2009, pp. 13212. A citação encontra-se na página 72. 4 Utilizaremos deus com letra minúscula, dado que Mainländer não se refere a um Deus pessoal, como o Mudaico-cristão, mas a uma essrncia impessoal j qual não se pode atribuir nenhum nome próprio.

37

‡–aˆÀ•ica ‡ •i‰iƤca­ o oraŽ †o —†o

em função da reabilitação das provas tradicionais da sua e[istência. Por Àm, analisaremos os “efeitos colaterais” gerados por tal introdução, a qual leva obrigatoriamente a uma forma de “niilismo místico” e a uma “ÀlosoÀa da história”. ĎĉĆ Ċ ĕĊēĘĆĒĊēęĔ Philipp Batz nasce em Offenbach am Main, um subúrbio industrial ao sul de FranNfurt, no dia 5 de Outubro de 1841, em uma rica famtlia de comerciantes. Óltimo dos cinco Àlhos de Georg Batz e Luise Seib, ele era, como seus irmãos, fruto de um casamento de interesses. Como o próprio Mainländer escreveu ©1ós não somos Àlhos do amor, mas da violrncia carnal conjugal»5. Obedecendo ao pai, Mainländer formou-se como contador e, para ampliar os seus conhecimentos linguísticos, foi para a Itália. Ficou cinco anos em Nápoles, onde trabalhou, de 1858 a 1863, em um banco. Lá ele cultivou o seu amor pela poesia e frequentou a alta sociedade. Este foi, com certeza, o período mais feliz da sua breve e[istrncia, no qual se inserem as suas duas principais leituras ÀlosóÀcas poucos meses após ter chegado a Nápoles, Mainländer leu o Tractatus Theologicus-Politicus de Espinosa6 e, ainda na cidade partenopeia, em fevereiro de 1860, descobriu

5 Cf. :. Rauschenberger, Philipp Mainländer, «Schopenhauer-Jahrbuch», n. 18, 1931, pp. 229-245 229. 6 .aum Zar ich sechs Monate in Neapel, als ich mir den Spinoza Naufte und mit +eisshunger verschlang. >«@ Ich Zar siebzehn Jahre alt, und Zie muss ich das :alten des SchicNsals darin verehren, dass diese Abhandlung des grossen Mannes die erste philosophische Schrift Zar, die mir in die +ände Àel >Fazia só seis meses que eu estava em Nápoles quando comprei o livro de Espinosa e o li com grande voracidade. […] Eu tinha dezessete anos e tenho que agradecer a minha boa sorte pelo fato de o tratado do grande homem ter sido o primeiro livro de ÀlosoÀa que chegou js minhas mãos].

38

 ĆęĊŃĘĒĔ ĉĊ čĎđĎĕĕ ĆĎēđĤēĉĊėǣ ĊċĊĎęĔĘ ĈĔđĆęĊėĆĎĘ ĉĔ ĈĔēĈĊĎęĔ ĉĊ ĉĊĚĘ

a obra-prima de Schopenhauer7, com cuja ÀlosoÀa ele se identiÀcou imediatamente, tornando-se um seu convicto seguidor. 4uando, depois de cinco anos, voltou para Offenbach, passou a dedicar-se aos negócios da família, mas, no fundo, nunca abandonou as suas duas pai[}es, js quais continuou a se dedicar e[clusivamente os estudos ÀlosóÀcos e o e[ército, no qual desejava ingressar desde que tinha catorze anos, a Àm de p{r-se ao serviço da pátria. É nesse período que Mainländer, após ter se inspirado na ÀlosoÀa schopenhaueriana e ter abraçado o seu pessimismo, alimenta o seu lado romântico com a leitura de obras dos místicos medievais, como os escritos de Eulero e de Plotino, o De divisione naturae de Escoto Erígena, a Theologia Deutsch, do An{nimo de FranNfurt, assim como as obras de Angelo Silesio e de Meister EcNhart. E é j luz do emanacionismo e do método apofático da mística medieval que Mainländer prop}e uma relei7 Im Februar 1860 Nam dann der grosse, der bedeutungsvollste 7ag meines Lebens. Ich trat in eine Buchhandlung und, durchblätterte die frisch aus Leipzig eingetroffenen Bcher. Da Ànde ich SCHOPENHAUERS :elt als :ille und Vorstellung. SCHOPENHAUER? :er Zar SCHOPENHAUER? Den Namen hatte ich noch nie geh|rt. Ich blättere in dem :erNe, ich lese vom Verneinen des :illens zum Leben, Ànde zahlreiche mir beNannte Citate in einem Texte, der mich traumbefangen macht. Ich vergesse meine Umgebung und versinNe. Endlich sage ich »:as Nostet das Buch?« »6 DuNaten.« »+ier ist das Geld.« ² Ich ergreife meinen Schatz, und strze Zie ein VerrcNter aus dem Laden nach +ause, Zo ich den ersten Band in Àeberhafter +ast aufschnitt und von vorne zu lesen anÀng. Es Zar heller Tag, als ich aufh|rte; ich hatte die ganze Nacht in einem fort gelesen. ² Ich erhob mich und fhlte mich Zie neu geboren [No mrs de Fevereiro de 1860 se deu o dia mais importante da minha vida. Entrei numa livraria e comecei a folhear alguns livros que haviam chegado há pouco de Lípsia. Encontrei O mundo como vontade e como representação, de Schopenhauer. Mas quem era Schopenhauer? Nunca ouvira o seu nome. Folheei a obra, li sobre a negação da vontade de viver, achei, no texto, numerosas citaç}es que eu já conhecia, que me Àzeram sonhar. Esqueci o mundo ao meu redor e mergulhei na leitura. Por Àm, disse - 4uanto custa o livro? - Seis ducados ² Eis o dinheiro -. Peguei o meu tesouro e corri para casa, onde, com pressa febril, cortei o primeiro volume e comecei a lr-lo desde o início. Já era dia quando parei. Tinha lido a noite inteira sem parar. ² Levantei e senti que havia renascido]».

39

‡–aˆÀ•ica ‡ •i‰iƤca­ o oraŽ †o —†o

tura da ÀlosoÀa de Schopenhauer. Não por acaso, Theodor Lessing deÀnirá a obra de Mainländer como «uma intrincada mistura de pessimismo e doutrinarismo […], talvez o mais radical sistema de pessimismo que a ÀlosoÀa conhece»8. No dia do 24Ü aniversário de Mainländer, chega a inesperada notícia da morte de sua mãe, à qual ele era muito apegado. Como não suportava mais trabalhar com o pai e sentia uma forte necessidade de ser aut{nomo, conseguiu, graças ao fato de conhecer muitas línguas estrangeiras, um emprego como correspondente em um banco de Berlim, em 1868. Para aprofundar os seus conhecimentos sobre a ÀlosoÀa schopenhaueriana, começou a estudar, nesse período, a Crítica da razão pura de .ant9, mas sempre com a intenção de conciliar a teoria de Schopenhauer com a própria visão religiosa e moral do mundo e com o seu Sehnsucht da morte «An Schopenhauer schloss ich mich immer enger an. In einer begeisterten Stunde gelobte ich Ich Zill dein Paulus sein, und ich habe mein :ort gehalten»10. Após várias tentativas frustradas de ingressar no exército por causa da forte miopia, no dia 6 de Abril de 1874, Mainländer 8 Theodor Lessing, Schopenhauer, Wagner, Nietzsche in moderne Philosophie, Mnchen, 1906, in Die modernen Pessimisten als décadents. Von Nietzsche zu Horstmann. Te[te zur Rezeptionsgeschichte von Philipp Mainländers Philosophie der Erlösung, hrsg. v. :. +. Mller-Se\farth, :rzburg, 1993, p. 80. 9 « Ich hatte das Gefhl, dass ich vor einer Goldgrube stände, aber ich sah Nein Gold», Traduzido em Portugurs «Tive a sensação de deparar-me com uma mina de ouro, mas não via ouro algum», in Aus dem Leben Philipp Mainländers. Mitteilung aus der handschriftlichen Selbstbiographie des Philosophen 1898 , in «=eitschrift fr Philosophie und philosophische .ritiN», Bd. 111, e in Die modernen Pessimisten als décadents – Von Nietzsche zu Horstmann. Te[te zur Rezeptionsgeschichte von Philipp Mainländers Philosophie der Erlösung, .|nigshausen Neumann, :rzburg 1993, pp. 93-113 p. 102. 10 «Abraço de maneira sempre mais estreita o pensamento de Schopenhauer. Em um momento em que me senti realmente entusiasmado, jurei quero ser o teu Paulo. E mantive a promessa», Ibidem.

40

 ĆęĊŃĘĒĔ ĉĊ čĎđĎĕĕ ĆĎēđĤēĉĊėǣ ĊċĊĎęĔĘ ĈĔđĆęĊėĆĎĘ ĉĔ ĈĔēĈĊĎęĔ ĉĊ ĉĊĚĘ

conseguiu, Ànalmente, realizar o seu sonho de tornar-se soldado, sendo recrutado como couraceiro voluntário em Halberstadt. Foi durante o período militar que Mainländer começou a sistematizar o trabalho que havia iniciado durante um período em Berlim, completando e corrigindo a sua Philosophie der Erlösung (FilosoÀa da redenção . Assim que Ànalizou a redação da primeira versão da obra, Mainländer, coerente com os próprios princípios ÀlosóÀcos, foi à tumba da mãe e jurou « Virginität bis zum Tode [Virgem até a morte!]». Além disso, impulsionado pelo fervor patriótico, acabou assinando a obra com o pseud{nimo Mainländer, ou seja, habitante do Meno11, quase sublinhando os próprios laços com a terra de origem. Depois de um ano, tendo abandonado o exército e, junto com ele, a ilusão de encontrar patriotas e prosélitos para a sua ÀlosoÀa, Mainländer se dedicou de corpo e alma à revisão da sua obra, corrigindo algumas partes. Os capítulos que foram excluídos na versão deÀnitiva da obra, verdadeiros ensaios aut{nomos, seriam reunidos posteriormente pela irmã, Minna Batz, dando vida ao segundo volume póstumo da obra12. Para Mainländer, a sua ÀlosoÀa da redenção não deveria representar somente a construção ideal de um sistema ÀlosóÀco, mas se tornar, sobretudo, um programa de vida a ser concretizado « Meine theoretische That ist getan. Die praktische ist eingeleitet. 11 «Para este trabalho sou Philipp Mainländer e quero que assim seja até a morte e por todo o tempo que há de vir», In Ph. Mainländer, Die Macht der Motive in Id., Schriften, 4 Bde., Georg Olms Verlag, Hildesheim-=rich-NeZ
Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.