O Avanço do Estado Islâmico em Território Líbio

June 3, 2017 | Autor: Marli Barros Dias | Categoria: Estudo Da Paz E Dos Conflitos, Sirte, Muammar Al-Gaddafi, Abu Bakr Al-Baghdadi, Estado Islâmico, Líbia
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O avanço do Estado Islâmico em território líbio Author : Marli Barros Dias - Colaboradora Voluntária Sênior Categories : NOTAS ANALÍTICAS, ORIENTE MÉDIO, POLÍTICA INTERNACIONAL Date : 12 de maio de 2016

O Estado Islâmico tem conseguido avançar significativamente na Líbia e, assim, alterado o foco da atenção das potências ocidentais quanto à ameaça islâmica, que deixou de estar centrada no Iraque e na Síria. Na medida em que a expansão dos insurgentes de Abu Bakr al-Baghdadi no território líbio cresce substancialmente, isto tem se transformado numa questão de Segurança Nacional para o Ocidente. Aproveitando-se do vazio de poder na Líbia após a morte de Muammar al-Gaddafi, em 20 de outubro de 2011, e na sequência das disputas internas entre grupos rivais, os militantes islâmicos encontraram terreno fértil para alargar as suas posições para além do Oriente Médio. Hoje, Sirte, o berço de al-Gaddafi, é, também, o espaço estratégico de Abu Bakr alBaghdadi. A localização daquela cidade costeira permite ao Estado Islâmico levar a cabo a infiltração de forças suas na Europa, África Subsaariana e no Magrebe. Atualmente, os radicais islâmicos controlam uma área de aproximadamente 200 Km ao redor de Sirte, estimando-se que, nos últimos 12 a 18 meses, a quantidade de combatentes tenha dobrado, contando hoje com aproximadamente 6.000 homens, com o comando 1/2

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estabelecido na Síria e no Iraque. O general David Rodriguez, Chefe do Comando dos http://www.jornal.ceiri.com.br EUA para a África (AFRICOM), afirmou que os insurgentes do Estado Islâmico na Líbia tencionam atacar a Europa e os EUA, pois Sirte está localizada a apenas algumas centenas de Quilômetros, através do Mar Mediterrâneo, das cidades costeiras da Europa. As milícias líbias têm contribuído para inibir a expansão do Estado Islâmico, mas expulsálo do território ainda é um desafio. A Líbia está fragmentada e tem enfrentado dificuldades de governabilidade por parte do Governo de Unidade recentemente formado. Ante mais um problema que envolve a presença do Estado Islâmico, cabe a Fayez al-Sarraj, o novo Primeiro-Ministro líbio, dar sustentação ao Governo de Unidade e oferecer garantias para a estabilidade e pacificação do país. Isto vai exigir do novo dirigente líbio a adequação da administração a um propósito de união entre as diferentes facções de seu país para, estrategicamente, liderar a libertação de Sirte, hoje sob o domínio dos fundamentalistas, eliminando a ameaça externa a partir dos radicais. De acordo com informações, os veteranos e os ex-Comandantes de al-Gaddafi estão retornando à Líbia para lutarem contra os combatentes de al-Baghdadi. Porém, segundo informações, há uma questão preocupante, que é o fato de as facções líbias estarem competindo entre si, ao invés de desenvolverem um trabalho coordenado para a expulsão do Estado Islâmico. O Governo enfatizou que “a ausência de uma liderança unificada” poderá provocar um “confronto entre as Forças Armadas”. Guma el-Gamaty, um político líbio, advertiu: “As pessoas estão preocupadas com o fato de que, se a operação de Sirte não for tratada corretamente, então isso poderá ser o início de Guerra Civil em grande escala”. Na última sexta-feira, 6 de maio, o Governo de Unidade da Líbia anunciou a formação de uma força-tarefa militar contra a ameaça do Estado Islâmico. Os EUA, o Reino Unido, a França e a Itália já anunciaram que vão considerar uma possível intervenção militar na Líbia contra o Estado Islâmico se “o Governo de Unidade Nacional constituir uma força militar centralizada”. Para que isto aconteça, será necessária a superação das divergências entre as distintas milícias, num esforço conjunto em nome do objetivo comum. Neste contexto, o Estado Islâmico representa parte de um problema mais amplo que está ligado ao colapso e à fragmentação dos Estados pós-coloniais, anteriormente centralizados, nos quais o esfacelamento das instituições favoreceu a entrada em cena dos grupos radicais. Neste sentido, a Líbia não é o último, mas mais um território de que o Estado Islâmico se apropriou para garantir, em termos estratégicos e econômicos, os objetivos do Califado, instaurando o terror no seio da população local. ----------------------------------------------------------------------------------------------Imagem “Combatentes da milícia Amanhecer da Líbia disparam tiros de canhão contra militantes do Estado Islâmico nos arredores de Sirte, Líbia (19 de março de 2015)” (Fonte): https://timedotcom.files.wordpress.com/2015/08/libya-sirte-fight-againstisis-2.jpg?quality=75&strip=color&w=1100

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