O aviso de incêndio soou: A esquerda diante do gigante verde-amarelo

June 5, 2017 | Autor: Rafael Schincariol | Categoria: Brazilian Politics, Social protests, PT (Partido Dos Trabalhadores)
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[Opinião] O aviso de incêndio soou: A esquerda diante do “gigante verde-amarelo” | Brasil de Fato

Brasil de Fato

[Opinião] O aviso de incêndio soou: A esquerda diante do “gigante verde-amarelo” Foto: Reprodução/Instagram A direita e a grande mídia já estão preparadas. Chegou a hora de reafirmar os ideais da esquerda, formular uma pauta de reivindicações unificada, intensificar o trabalho de base e, sobretudo, tomar as ruas! 24/06/2013   Clara F. Figueiredo, Lucas Amaral de Oliveira, Rafael de Souza e Rafael Schincariol, do Viomundo   Atos contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo A prefeitura e o governo do Estado de São Paulo anunciaram, no dia 22 de maio de 2013, o aumento da tarifa dos ônibus, trens e metrôs na capital paulista – de R$ 3,00 para R$ 3,20. Em vista disso, o Movimento Passe Livre de São Paulo (MPL/SP) organizou diversos atos contra o aumento. Nos três primeiros atos, observou-se, de um lado, confusão e violência devido à forte repressão policial, de outro, uma ação de denúncia e deslegitimação do movimento por parte da grande mídia, que, na época, qualificou os manifestantes como “vândalos” e “baderneiros”. Entretanto, esse panorama geral das manifestações mudou a partir do 4° ato (13.06), quando São Paulo vivenciou cenas de guerra urbana. A polícia atacou indiscriminadamente manifestantes, jornalistas e transeuntes com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha. Os abusos iniciaram-se antes mesmo do começo do ato, quando dezenas de pessoas foram detidas “para averiguação” – prática comum do regime civil-militar –, algumas apenas por portarem vinagre – usado para reduzir efeitos do gás. Desse modo, o foco se voltou para a brutalidade da polícia. Posteriormente, houve apoio maciço às mobilizações por parte da população, e os atos rapidamente começaram a se proliferar em diversas cidades do Brasil e do exterior em apoio aos protestos.   As inflexões dos protestos: um relato No dia 17 de junho, já durante a manhã, um misto de ansiedade e desconfiança se alastrava, perturbando nossos sentidos em relação aos protestos. Do 4° para o 5° ato, constatou-se uma mudança radical de postura no discurso da grande mídia. De baderneiros, passamos a cidadãos exercendo o direito de manifestação. Recebemos uma série de ligações e mensagens. Pessoas próximas, pessoas que não víamos e ouvíamos há tempos, todos preocupados demonstrando seu apoio e pedindo informações sobre os protestos que pararam São Paulo. Nas esquinas, bares, salas de aulas, onde quer que fôssemos, o assunto era o mesmo – e o mais curioso foi perceber a adesão dos que, antes, eram contrários a qualquer tipo de manifestação na capital. A ansiedade era tamanha neste 5° ato que, já às 16h, estávamos nos arredores do Largo da Batata – local marcado para o ato. Ficamos perambulando, registrando e discutindo pautas e futuras ações. Perto das 18h, o ato começou. Seguimos perplexos com a quantidade de gente – cerca de 250 mil pessoas. “O povo unido é gente pra caralho”, bradava a multidão contente “por ter acordado”. Algo perigoso estava se delineando. Caminhamos, entoamos palavras de ordem, seguimos a massa que ocupava a Avenida Faria Lima e despertava a atenção de todos os transeuntes e moradores dos exuberantes prédios da região. Mas, por algum motivo insólito, naquele momento pouco explicável, estávamos incomodados. Os rostos pintados de verde-amarelo, o hino nacional entoado desvairadamente, as frenéticas bandeiras do Brasil, o moralismo pacifista, as flores, o look fashion, os cartazes com pautas abstratas e dizeres diversos (até mesmo pedidos por intervenção militar, pasmem!), tudo, absolutamente tudo, causava desconforto. http://www.brasildefato.com.br/node/13333

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Naquele exato momento mais de um milhão de pessoas ocupavam as ruas em dezenas de cidades. Em Brasília, inclusive, tomaram parte do Congresso Nacional. A reivindicação não era mais pela redução das tarifas do transporte público. Eram múltiplas pautas e insatisfações – dentre elas, os gastos com a Copa e a corrupção.

Cartaz a favor da intervenção militar, no quinto grande ato (17.06) pela redução da tarifa em São Paulo

Foto: Reprodução/Instagram 

O slogan de uma propaganda da Johnnie Walker no Brasil, “o gigante acordou”, tornou-se metáfora para as contradições que pairavam. O 5° ato adquiriu proporções históricas. Há muito tempo não se via no Brasil tamanha mobilização social. A grande mídia, que historicamente criminaliza manifestações e movimentos sociais, noticiava euforicamente o espetáculo. Mas a máscara desse gigante, derivado de uma farsa publicitária, não tardou a cair. A partir do 7° ato (20.06), percebia-se nas ruas e redes sociais a apresentação de uma extensa agenda de insatisfações e a tentativa de expurgar aqueles que deram origem às manifestações: movimentos sociais, coletivos organizados e partidos de esquerda. Os mesmos que gritavam “sem violência” foram protagonistas de um ataque violento aos membros de partidos que integravam a manifestação. Vimos muita truculência por parte dos auto-intitulados “nacionalistas”. Vimos pessoas com bandeira do Brasil e máscaras do Guy Fawkes (“V de Vingança”) agindo como reacionários. Sentimos na pele um clima de tensão, em que “anti-partidários” se exaltavam raivosamente ao exigir que bandeiras de partidos fossem baixadas e queimadas: “o ato é do povo brasileiro, não dos partidos”, gritavam cegos e indignados. Em síntese, presenciamos a maior passeata de caráter integralista de nossas vidas. Os militantes de esquerda foram violentamente expulsos e cerceados do direito de livre manifestação pública na Avenida Paulista por um grupo razoavelmente grande e heterogêneo. O próprio MPL/SP, confundido com um partido, foi expulso de seu ato. Nós – que não pertencemos a nenhum partido, mas reconhecemos sua importância –, juntos com militantes de diversas siglas historicamente relevantes na redemocratização do país, fomos reprimidos ao tentar defender o direito de livre associação partidária (estavam presentes parte da velha guarda do PT, sindicalistas, integrantes do PSTU, PSOL, PCB, PCR e PCO, e outras frentes da esquerda brasileira). O direito de se organizar em partidos foi conquistado a custo de muita luta. Que sentido haveria em querer proibi-lo? Ao mesmo tempo, aproximadamente 1,5 milhão de pessoas se manifestavam em mais de cem cidades brasileiras. Os gritos de “sem partido”, a louvação “à pátria amada idolatrada” (referência ao hino nacional) e a multiplicidade de pautas foram marcas também desses protestos. As manifestações contra o aumento da tarifa em São Paulo, principalmente após a violenta repressão policial no 4° ato, foram o estopim que “acordou o gigante”. A questão é: quem é esse gigante?  Infográfico dos atos contra o aumento da tarifa em São Paulo:  

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  Movimento Passe Livre e as mobilizações de rua no Brasil Após mobilizações contra o aumento da tarifa do transporte em Salvador (2003) e Florianópolis (2004), foi criado, no Fórum Social Mundial de 2005, o Movimento Passe Livre (MPL), com o objetivo de lutar pela gratuidade – tarifa zero – do transporte coletivo urbano. O MPL é um movimento horizontal, autônomo e apartidário – mas não anti-partidário – situado à esquerda no espectro político. Em São Paulo, o MPL organizou atos contra o aumento da tarifa em 2006, 2010 e 2011. Os protestos costumavam concentrar cerca de 5 mil manifestantes. Por que somente agora eles ganharam tamanha proporção? Apesar de um histórico de revoltas e mobilizações importantes – como a resistência contra o regime civil-militar –, e o fato de termos um dos maiores movimentos sociais do mundo, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), não há, no Brasil, uma cultura política do “cidadão comum” manifestar-se em espaços públicos. O que teria gerado essa efervescência política e ativista? Nos últimos atos, as pautas mais recorrentes nas ruas – fora a reivindicação pela redução da tarifa do transporte público – foram: contra os gastos exorbitantes em estádios construídos para a Copa do Mundo (2014); contra a corrupção; contra os políticos; e por mais investimentos em saúde e educação. Tirando pautas específicas, como os gastos para a Copa do Mundo, esse conjunto difuso e heterogêneo de demandas fundamenta-se em problemas há tempos presentes na vida dos brasileiros. Ou seja, isso já deveria ter sido “barulho” suficiente para acordar o “gigante”. Por que nessa conjuntura política específica essas agendas heterodoxas foram articuladas em protestos pelo Brasil afora? É inegável que as redes sociais auxiliaram na mobilização, mas por si só não explicam a ida do povo às ruas. Vale apontar sua importância na pulverização das pautas heterogêneas e sem relação entre si. Nesse contexto, dois elementos parecem fundamentais para a compreensão do momento atual: o crescimento social e econômico que vive o país e uma espécie de desencantamento generalizado com a política.   Uma breve análise da conjuntura política brasileira É fato que a economia brasileira vem crescendo nos últimos anos. Embora apresente sinais de desaquecimento, o Brasil passou quase incólume à crise mundial. A sensação de que o país pode se tornar uma potência mudou a percepção dos brasileiros quanto ao futuro. Isso se intensificou também com o fortalecimento e expansão da dita classe média (segundo pesquisa do Datafolha de 2012, 63% da população pertence a essa classe) e o surgimento de uma “nova classe média” nos governos LulaDilma: a chamada “classe C”. A inclusão pelo consumo teve forte impacto nesse contexto. Tudo isso despertou um orgulho nacional diferenciado, com certo rompimento da lógica da subalternidade que o brasileiro sempre carregou. Brasileiros compraram e viajaram como nunca. A mobilidade social e a imagem do Brasil como nação forte e soberana, somadas aos altos impostos, possibilitaram a conclusão de que serviços essenciais, como a saúde, educação e segurança estariam aquém do ideal. Outro fator central é o descontentamento generalizado com a estrutura política representativa, o que pode ser compreendido a http://www.brasildefato.com.br/node/13333

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partir do fato de que o PT está no governo presidencial há dez anos. A criação do PT deu-se no âmbito dos movimentos e das manifestações em torno da redemocratização do país em 1980. O partido foi fundado por dirigentes sindicais, intelectuais e ativistas ligados a movimentos sociais e setores progressistas da sociedade brasileira, sobretudo de organizações católicas ligadas à Teologia da Libertação. Durante os anos 80 e 90, o PT atuou, juntamente com outras siglas, na defesa de temas sociais, políticos e econômicos associados à renovação da esquerda. Nos anos 90, o PT passou a defender a “ética na política”, dentro de um programa menos radical. Essa mudança de postura permitiu a ampliação de sua base política. Na frente de oposição, o PT foi crescendo e se burocratizou. Passou a ganhar eleições até chegar à presidência. Para governar, o partido não optou por uma ruptura, mas submeteu-se à lógica fisiológica da política nacional, o que culminou com o escândalo de corrupção conhecido como “Mensalão”. O partido não era mais o radical-socialista dos anos 80, tampouco o da “ética na política” dos anos 90, mas o do nacional-desenvolvimentismo. Apesar de avanços sociais inegáveis – milhões saíram da pobreza –, há uma insatisfação geral com o governo do PT. O partido passou a ser visto como um governo que, apesar de investir massivamente em políticas sociais, está imerso na lógica da política burocrática brasileira – a qual, antes, prometia combater. Isto gerou um descontentamento na esquerda e uma desilusão generalizada. Nesse contexto de insatisfação, a direita furtou uma das pautas do PT na década de 90, e agora lidera a “luta contra a corrupção”. Sem dúvida, há cinismo, hipocrisia e oportunismo nessa luta, porque ela é direcionada unicamente à corrupção do PT. Não se debate o fato de que os partidos que contêm o maior número de “fichas-sujas” e cassações são os de direita, e muito menos os grandes esquemas de corrupção do governo Fernando Henrique Cardoso. Assim, o PT, ao não cumprir suas promessas de realizar profundas mudanças na democracia brasileira, terminou por alimentar a insatisfação e a desilusão com os partidos políticos e com a estrutura democrática formal e representativa.

"Acordou, gigante? Agora tira a remela de 1964! Nem hino nem bandeira”. Quinto grande ato (17.06) pela redução da tarifa em São Paulo ­ Foto: Reprodução 

  Aviso de incêndio: o nacionalismo e o patriotismo tomam as ruas Quem diz entender tudo aquilo que está ocorrendo no Brasil ou está muito mal informado ou, como nós, arrisca análises apressadas sobre os protestos. Tudo está um tanto quanto nebuloso, complexo e perigoso, por conta da eclosão de elementos imprevistos. A situação está ainda em aberto. O movimento que hoje está na rua é, majoritariamente, de caráter espontâneo e heterogêneo, despolitizado e repetitivo, composto por uma parcela significativa da juventude de classe média. Antes mesmo da vitória do MPL, a pauta inicial e motivadora dos atos – a questão do transporte público – foi descaracterizada. Num momento catártico, impulsionado pelo repentino apoio da grande mídia às manifestações, uma enxurrada de pautas e insatisfações generalizadas dominaram os atos. Nessa onda, também entrou em cena a direita, disputando os sentidos das manifestações. Grupos de extrema-direita mais ou menos organizados tentam, nesse vácuo, pautar e nortear o movimento, fortalecendo o nacionalismo e o anti-partidarismo. A conjuntura política dos últimos atos aponta para a formação de uma competência política distorcida, na medida em que privilegia os discursos nacionalistas e patriotas como as primeiras opções ou filtros de pautas e demandas. É possível identificar um nacionalismo muito forte, decorrente talvez de um ardil da grande mídia que apregoa um tipo de “nacionalismo contra a corrupção da classe política”. Mas o fato que interessa aqui é que esse nacionalismo se tornou denominador comum da política nessas últimas semanas, um modo eficaz e mobilizador de decantar e pasteurizar as demandas do movimento. Qualquer tipo de discussão completa sobre pautas no Brasil, nesse contexto, está sendo subsumida e filtrada pelo patriotismo. O perigo desse patriotismo é justamente o esquecimento da política, no sentido de que os argumentos em torno de valores e pautas concretas ficam completamente submetidos à necessidade de um protesto com a “cara do brasileiro”. http://www.brasildefato.com.br/node/13333

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A discussão encerra aí uma recusa contra a argumentação de ideias, pois não se trata mais de discutir a consistência de demandas, questões e políticas de solução de problemas. O nacionalismo e o patriotismo trouxeram uma desqualificação de antemão que recolocou a questão da política não nos enunciados, mas sim nos enunciadores. Ora, o nacionalismo não é uma resposta imediata às ideias de esquerda. Ele é um movimento contra portadores e enunciadores das ideias de esquerda. É a afirmação mesma da legitimidade de quem pode e quem deve participar da comunidade política e das arenas de disputa – logo, de quem não pode e quem não deve participar. Assim, ele estabelece que somente os “verdadeiros brasileiros”, portadores de determinados traços comportamentais – e sempre prontos a cessarem as disputas políticas em nome de um sentimento maior de pertencimento –, são os locutores legítimos e os verdadeiros manifestantes. Nesse cenário político-social bizarro, as verdades das demandas se estabelecem pela autenticidade de quem fala. O nacionalismo traz consigo um complexo de emoções, comoção, raiva, choro e alegria, que transformam as manifestações em espetáculo, festa e farsa. A paz e a tranquilidade desse espetáculo não podem ser perturbadas pela adesão de outras cores – sobretudo vermelhas. Portanto, o nacionalismo é a linha que divide e reparte o direito à fala. O patriotismo, um crivo de quem pode e quem não pode entrar na política.   Na esquina da história: a esquerda diante do “gigante verde­amarelo” É fato que nossa geração não está acostumada a ver uma direita mobilizada e ocupando as ruas. Estamos todos, no mínimo, espantados diante desse “gigante verde-amarelo” desenfreado. No entanto, a despeito do estranho despertar desse gigante nacionalista, não podemos nos abater, não podemos nos deixar levar pela onda alarmista que está assombrando a esquerda nos últimos dias. É hora de disputar as ruas, o espaço público, de levantar nossas bandeiras, defender nossos direitos historicamente conquistados e, a pleno pulmões, bradar nossas palavras de ordem. Ainda não é claro o impacto dessa onda de manifestações e violência para as lutas posteriores. No entanto, já é possível vislumbrar que, no mínimo, elas delineiam a retomada de um método histórico de luta: a mobilização e a ocupação das ruas. Isso fica ainda mais evidente quando observamos a recente explosão de manifestações no cenário internacional (Primavera Árabe, Occupy, Indignados, Estudantes no Chile, protestos da Praça Taksim etc). Recuar agora seria abrir alas à direita. Não devemos nos afastar das massas. Os coletivos organizados das periferias e outros setores de esquerda já começaram a se articular. Como pontuado, existe um descolamento das organizações políticas e sociais com suas bases, fruto de uma espécie de desilusão com o sistema representativo partidário e de uma crescente burocratização de várias organizações da esquerda – sobretudo do partido governista, o PT. Portanto, é nosso papel, enquanto esquerda, retomar e intensificar um amplo trabalho de base. Estamos diante de um importante momento histórico, em uma “esquina da história”. E o aviso de incêndio soou. O fato de que a massa que está nas ruas apresenta, ora tendências conservadoras, ora reacionárias e até fascistas, não implica uma vitória da direita. Porque a maior parte das demandas presentes nas manifestações são demandas históricas da esquerda. Então, disputar o espaço público, a opinião pública e o sentido e direcionamento das pautas é fundamental. A direita e a grande mídia já estão preparadas. Chegou a hora de reafirmar os ideais da esquerda, formular uma pauta de reivindicações unificada, intensificar o trabalho de base e, sobretudo, tomar as ruas!

“PM: não esquecemos do Carandiru e da Candelária", cartaz exposto no sexto grande ato (18.06) pela redução da tarifa em São Paulo ­ Foto: Reprodução

Vídeo do sexto ato (18.6), São Paulo: Manifestantes denunciam o ufanismo e as pautas genéricas:

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Vídeo do sétimo ato (20.6), São Paulo: Militantes do PT e da esquerda histórica são hostilizados por “anti­ partidários” na Av. Paulista:

Comments POR UMA PAUTA UNIFICADA DA ESQUERDA Anonimo (não verificado) - 27-06-2013 12:16

Certamente esse é um momento fundamental para que a esquerda se articule em torno de prospostas progressistas e mobilizadoras. Nesse sentido, penso que a auditoria da divida pública é um tema central, pois levanta a questão do orçamento público restringido pela dívida pública, o que tem se colocado como um obstáculo do neoliberalismo à ampliação dos direitos sociais. Isso significa levantar um problema que evidencia o conflito de classe e deixa claro os limites do capitalismo financeiro neoliberal. Já temos alguns estudos na área, sugiro divulgarmos e encamparmos essa luta: http://www.auditoriacidada.org.br/ 

SERVIÇOS DE INTELIGÊNCIA Edu Montesanti (não verificado) - 25-06-2013 22:10

Gostaria de acrescentar que não ignoro que as manifstações, em tese, se iniciaram com o MPL. Contudo, devemos lembrar que a ABIN e a CIA tampouco ignoram o que acontece, e o que programamos a fazer.O início pode ter sido do MPL, mas um cenário já poderia ter sido preparado. Isso para mim agora explica melhor oque vem ocorrendo. E faz sentido perante a lógica nacional e internacional. Se algumas vezes considerarmos isso e partimos de diversas linhas d raciocínio, ams considerando esta, muita coisa pode ficar mais clara. Olhem a geoploítica latino-americana, olha o que vêm enfrentado vizinhos, olha onde podemos chegar com Banco do Sul, Alba, mais China e Irã. Olhem o Império desmoralizado, agonizante, nem por isso menos agressivo. Olhem o golpe de 64, cujas vésperas possuíam menos cara de golpe que isso hoje.

VAMOS AS RUAS SEM MEDO! Reginaldo (não verificado) - 25-06-2013 7:18

Por que não posso ir de vermelho? Por que não posso defender minhas idéias atreladas ao sindicato e ao partido de minha preferência? Temos que ir para as ruas do jeito que sempre fomos: bandeiras vermelhas, bandeiras amarelas-verdes, azul. http://www.brasildefato.com.br/node/13333

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Esse policiamento contra as bandeiras vermelhas é coisa da direita ultraconservadora; da grande mídia conservadora. A democracia participativa vai vencer no Brasil.

ESTRATÉGIA DE TENSÃO Edu Montesanti (não verificado) - 25-06-2013 6:32

Se essa heterogeneidade não é fruto tanto de diversidade quanto é de despolitização,como podehaver uma homogeneidade temporal, na saída àsruas, sem politização, sem liderança  nacional, sem nada pré-estabelecido? Como pode haver, por outro lado, uma face relativamente homogênea na forma (através da proibição agressiva contra militantes de norte a sul), sem que haja politização? Sem nenhuma grande organização, em tese? E tudo isso sem nenhum motivo pontual? Apenas "contra tudo isso"? Eu vejo, sem pensar muito, 10 motivos fortes para manifestações semanalmente massivas, mas essas de hoje são de dar um nó na cabeça - o mundo está se perguntando o que ocorre.

MANIPULAÇÃO, MASSAS DE MANOBRA, ESTRATÉGIA DE TENSÃO? Edu Montesanti (não verificado) - 25-06-2013 4:35

dizem os agentes da CIA travstidos de embaixadores em todo o mundo, inclusive nos países em "primavera", Líbia, Síria, Egito, que foram anos financiados setores oposicionistas, descontentes (sem que estes soubessem origem do dinheiro) para gerar desestabilização. Nem sempre o objetivo é executado rapidamente. Temos que usar a legitimidade das manifestações, mas fazer como vizinhos sul-americanos: muita cautela e deixar claro que existe uma força imprialista imperdoável, que já mostrou a que vem sempre em um passado não muito distante. Nesses países, os governos fazem alianças com o povo, dão educação, politizam. O PT priorizou alianças com oligarcas (Sarney, grande mídia,ruralistas etc). Já provou muito do seu veneno.Em nome do Estado de direito,torço para que prove só um pouquinho mais agora, e colocados os pingos nos is hoje, voltaremos a conversar com o PT, que na verdade só deverá sair dessa se definitivamente aproveitar o "deixa"das massas hoje. Agora, não há escusa para as alianças espúrias ("governabilidade") e coisas deste tipo. Deixo abaixo um outro hacomentário:   http://edumontesanti.skyrock.com/18.html  Há, nesse momento, uma direção política, sim, conduzindo os protestos. E essa condução é dada pela grande mídia. Foi ela quem "capturou" a agenda e fez transitar a pauta principal dos protestos da luta pela redução das passagens à luta abstrata contra a corrupção. A ação política da mídia lançou nas bocas ­ e nos cartazes ­ dos manifestantes a PEC 37, cujo conteúdo quase ninguém conhecia até poucos dias.   E não há motivos para ilusões: trata­se de um processo organizado. (...) movimentos e organizações que estavam na origem dos atos já identificaram, inclusive, a criação de 'eventos' no facebook em seus nomes por pessoas completamente estranhas à suas estruturas. Os telejornais selecionam em suas edições cartazes e depoimentos que se referem, exclusivamente, ao tema da corrupção.   Uma pesquisa realizada pela Universidade Oxford e publicada no "Scientific Reports", em 2011, analisou os mecanismos por trás das mobilizações políticas realizadas nas redes sociais. A pesquisa observou que as pessoas recebiam uma quantidade enorme de mensagens, num curto espaço de tempo, gerando uma sensação de urgência, que as levava a aderir aos atos de forma explosiva, num movimento em cascata. É um verdadeiro boca a boca digital.   A aprovação dos atos está se contagiando rapidamente (pesquisas já indicam quase 90% de apoio) e a experiência de aprovação de um contagia outros com uma velocidade impressionante. Estima­se que a cada minuto 600 pessoas tenham sido convidadas para o ato em São Paulo na última semana. E o problema é que a mídia é quem está compartilhando e canalizando o sentimento das pessoas. Governos e partidos, não.  Vinicius Wu, secretário geral do RS e coordenador do Gabinete Digital, publicado no editorial de Carta Maior, 24.6.2013  A sociedade não se transforma, se não se transforma o ser humano, não o objeto mas aquilo que ele tem dentro da cabeça. Revoluções são culturais, ou não são taisGustavo Pereira Prêmio Nacional de Literatura (Veneuela), 22.6.2013 (entrevista à TV Telesur) Educação rende votos, sim, e muitos ­ a governos transparentes: quando vierem as tempestades, apoiar­se­ão na educação e na politização social para se sustentarEdu Montesanti, 24.6.2013PROTESTOS URBANOSReflexões e Perspectivas  Sociólogos tão intrigados quanto a própria sociedade com o que se alastra. Em tese não há organização, lideranças nem amadurecimento democrático, enquanto se queima bandeiras de partidos em meio aos protestos. Quem está por trás disso tudo?  22 de junho de 2013 "Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares. Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências, energia e criatividade, de sua aposta no futuro e capacidade de questionar erros do passado e do presente.  "Precisamos oxigenar nosso sistema político. Encontrar mecanismos que tornem nossas instituições mais transparentes, mais resistentes aos malfeitos e, acima de tudo, mais permeáveis à influência da sociedade. É a cidadania , e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar".  Tais palavras foram proferidas pela presidente Dilma Rousseff neste 21 de junho. Mesma semana em que, finalmente, foram baixados os preços das tarifas dos transportes públicos em 15 capitais e em dezenas de cidades brasileiras, atendendo às respectivas reivindicações que levaram, simultaneamente, milhares de brasileiros às ruas de norte a sul do país, totalizando cerca de 1 milhão até agora em mais de 2 semanas de protestos absolutamente legítimos, cujas reivindicações são, há muito, providenciais ao Brasil sob poderes políticos casuístas e totalmente distantes da sociedade.  Por um lado, há profundo e súbito exoticismo nessas circunstâncias (o repentismo dos acontecimentos chama a atenção tanto quanto os próprios fatos em si) em se tratando de Brasil, fazendo com que sociólogos e cientistas políticos, diariamente, escrevam e se declarem abertamente incapazes de explicar a inédita e aparentemente infinitas manifestações que varrem, de uma hora para outra, um país com dimensões continentais, historicamente indiferente, alheio aos assuntos políticos e mesmo aos do próximo. Até analistas internacionais se mostram intrigados com o que leva milhões de brasileiros às ruas, e desta maneira.   Contudo, a nível internacional não há nenhuma novidade no que vem ocorrendo no Brasil, pelo contrário, tornam os protestos brasileiros sintomáticos se colocados dentro do contexto global, enquanto internamente um novo golpe militar sempre esteve latente através de uma extrema-direita poderosa, profundamente influente em todos os setores e instituições deste país, enquanto a primeira presidente do sexo feminino foi presa e torturada por aquele mesmo regime que aplicou o golpe de 1964, e ditou sanguinariamente as regras deste país por 21 anos apoiado para tudo isso na mesma mídia conservadora que, hoje, incita as manifestações. Por quais motivos?   Sobre tudo isso, é fundamental considerar alguns pontos para que possamos refletir sobre o que acontece, se é realmente fruto de amadurecimento democrático, em caso negativo tentarmos identificar suas origens, refletirmos sobre sua essência e as prováveis consequências dos protestos urbanos para o Brasil.12 Pontos Cruciais  1. Manifestações homogeneamente longas em um país com dimensões continentais é possível apenas em sociedades, no mínimo, amplamente politizadas (para nem dizermos bem organizadas), e neste exato ponto reside o ninho de pulgas atrás da orelha de sociólogos http://www.brasildefato.com.br/node/13333

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[Opinião] O aviso de incêndio soou: A esquerda diante do “gigante verde-amarelo” | Brasil de Fato

hoje os quais, com razão, não entendem absolutamente nada do que vem ocorre - nem os manifestantes mesmo, em sua maioria entendem absolutamente nada disso: conversa-se hoje em universidades, para ficar apenas na considerada "elite intelectual" do país, e se observa claramente, como sempre, uma sociedade extremamente alienada, sem opinião, sem dar grande importância aos assuntos sócio-políticos, muitos sem noção nenhuma do que ocorre agora; usar termos como "atual processo democrático" soa como palavrão, ou algo assim, além da profunda indiferença que nos marca - você se assusta com o susto alienado, ingênuo dessas pessoas. Tal despolitização se reflete, obviamente, nas ruas hoje.  A estranha homogeneidade relativa (na forma, no tempo, em boa parte no conteúdo) que chama profundamente a atenção (muito mais que a simultaneidade da saída às ruas de norte a sul do Brasil - tempo -, aparentemente sem representação - forma -, além da outra face heterogênea (seria natural envolvendo massas), em grande parte apenas "contra tudo o que está aí" - conteúdo - entre diversos pontos disformes das manifestações (também consequência da despolitização, uma das grandes contradições em questão), é a antiesquerdista que agride e expulsa à força militantes dessa tendência política das ruas. Trocando em miúdos, parece haver um lado homogêneo intrigante, contraditório com as vistas, e por outro lado heterogeneidade não tão fundamentada nas diversidades quanto na despolitização.  Bandeiras de partidos têm sido queimadas nessas manifestações por todo o país, e muitos portadores desses materiais, agredidos verbal e fisicamente, o que fere gravemente a liberdade de expressão garantida pela Constituição Federal, evidenciando também algo bem organizado e com caráter profundamente reacionário presente nesses protestos, de maneira dominante. Vale ressaltar ainda que a anulação de partidos políticos, base da democracia e de debates públicos, é matéria-prima de regimes ditatoriais e totalitários.    O Ato Institucional 2, Artigo 18 de 27 de outubro de 1965 da ditadura militar (1964-1985), dizia: "A Revolução [ditadura militar] é um movimento que veio da inspiração do povo brasileiro para atende suas aspirações mais legítimas: erradicar uma situação e um governo que afundava o País na corrupção e na subversão [...]". Assim, foram extintos os partidos enquanto os militares apelavam para o discursos ufanisticamente patrióticos, "Brasil, ame-o ou deixe-o", Prá frente, Brasil!" etc, eliminando desta maneira a crítica e qualquer oposição (a "tática do nacionalismo" é tão antiga quanto a formação dos Estados, cujos exemplos mais recentes são o nazifascismo e Bush para eliminar todo e qualuer questionamento sobre as implicações do 11 de Setembro, e da subsequente "Guerra ao Terror", acusando os questionadores de apátridas, exatamente como se dava na época da Guerra Fria para colocar em descrédito quem contestava o sistema).  A atual agressividade antipartidária", em si mesma um ato político, pode nada mais ser que um meio disfarçado para que partidários ultraconservadores se apresentem e, como vem acontecendo, ganhem o controle da situação (exatamente o que ocorreu no golpe militar de 1964).   Outra curiosidade sintomática reside neste ponto: os mesmos que se dizem pacifistas, combatentes da violência nos protestos de rua, têm agido com extrema brutalidade (apoiados pela grande mídia) contra militantes partidários (de esquerda). E para isso, desta vez não há a Polícia Militar truculenta (incentivada pela grande mídia) contra os esquerdistas do MPL que, pacificamente, protestavam no início de tudo pelo aumento das tarifas dos transportes públicos. Cartaz a favor da intervenção militar, no quinto grande ato, dia 17, por redução da tarifa dos transoprtes / SP    Quem está por trás disso? Quem são? Por que não aparecem? E por que não se permitir que determinados partidos, especialmente de tendência esquerdista, deem sua cara? Para justificar "alguma" medida no futuro próximo? Qual?   Os grandes jornais brasileiros não têm divulgado consistentemente a presença de setores fascistas nessas manifestações, nem muito menos levantado tais questões;  2. O Movimento Passe Livre (MPL), impulsor das manifestações, já atingiu os objetivos iniciais: não permitir aumento das tarifas dos transporte público enquanto em diversos estados se considera a possibilidade até de se diminuir seu valor.   Além disso, a presidente Dilma declarou nesta sexta-feira, 21, que se reunirá com todos os líderes de mobilizações populares pacíficos, para um diálogo disposto a atender suas demandas.  O MPL saiu de cena no meio da semana, assustado com a violência que vinha sofrendo assim como os mais diversos setores progressistas: outro ponto que intriga eruditos e a sociedade em geral é como, por que, sob quais organizações e lideranças as manifestações apenas se multiplicaram desde que o MPL se retirou das manifestações, e com tanta agrssividade?.  MPL, relativa homogeneidade e redes sociais à parte, por que essas manifestações ainda permanecem enormes e em grande parte reacionárias dando a impressão de serem incondicionalmente infinitas, mesmo tendo a presidente da República afirmado que se sentará com os líderes das mobilizações populares e garantido mudanças radicais no país, atendendo às reivindicações?;  3. Os jornalões conservadores contradizem sua história e multiplicam editoriais sobre as manifestações populares, o que é ainda mais curioso: incita-as sob lemas ufanistas, patrióticos vazios tais como "festa da democracia". O Estado de S. Paulo entrevistou o MPL no dia 21, referindo-se a ele como libertário, contrário ao livremercado. Normal?   Em relação as grandes meios de comunicação do Brasil, que apoiaram e lucraram como nunca na época ditatorial, não consta em nada, nem no dia a dia hoje nem em seus podres anais mais remotos, que tenham mudado os ideais, isto é, que sejam hoje libertários - muito pelo contrário: a própria Folha de S. Paulo recentemente amenizou a ditadura, qualificando-a carinhosamente de ditabranda.  A data da mudança midiática em direção ao apoio às manifestações coincide exatamente com a retirada do MPL, da própria Tropa de Choque das ruas no dia 17 (quinto ato, imagem acima), à qual a mesma mídia clamava pelo uso da força nos dias anteriores, e com a entrada em cena, com toda a força, dos antipartidários.   Por mais que se tenha ferramentas como o Facebook hoje, que vieram a revolucionar a informação e as próprias relações sociais, gera igualmente, no mínimo, bastante intriga observar um mesmo espírito, massivo, nas capitais do Norte, Nordeste e no extremo Sul do Brasil, em alguns casos pessoas dizendo as mesmas palavras, "transporte foi a gota d'água", e em entrevistas midiáticas simultâneas.    Tudo isso em um país sem nenhum histórico de mobilizações populares que vive ainda relativa estabilidade, como há muito não vivia, passando praticamente ileso à crise econômica mundial, reconhecido internacionalmente por isso tudo com destaque às figuras políticas e humanas de Lula e Dilma, cujo governo e o próprio partido têm estado historicamente bem menos emaranhado em escândalos de corrupção que a oposição de direita, defendida pela mídia predominante (independente das divergências que tenhamos com este governo, e com a legitimidade das manifestações).    Afinal, qual a origem desse furacão repentino justamente durante o governo de personagens que mais combativamente lutaram pela redemocratização do Brasil, mesmo considerando todas as evidentes e justas insatisfações sociais de hoje?;   4. O New York Times, nesta quarta, estampou em sua capa foto de meia página de policial atacando com spray de pimenta uma manifestante no Rio, "defendendo manifestação popular latino-americano".   Este é outro fato muito intrigante, outro ineditismo provocado pelas manifestações brasileiras. Desta vez, internacional: o espaço da grande mídia norte-americana, e do New York Times em particular, a uma manifestação popular latina e na capa, é algo atípico, contraria totalmente sua história "jornalística".   Tampouco consta nos anais deste jornalão a nível global mudança na linha editorial, especialmente enquanto voz semi-oficial da Casa Branca;  5. Na Síria, no Egito e na Líbia, WikiLeaks revelou que há vários anos a CIA injeta, secretamente, bilhões de dólares a organizações não governamentais e órgãos por direitos humanos "oposicionistas" (vale destacar), além de ter influenciar a cultura e a mídia predominante contra os governos locais, o que tem desencadeado as malditas "Primaveras" naqueles países.   Manifestações se proliferaram de maneira surpreendentemente rápida, subitamente, sem precedentes inclusive ideológicos. Eles possuem a cara idêntica do que ocorre no Brasil hoje, embora, obviamente, as causas e diversas formas variem de nação à nação.  Na "corrida contra o terror" no Oriente Médio e Norte da África, as manipulações imperialistas são absolutamente sintomáticas, previsíveis, o filme vem sempre se repetindo http://www.brasildefato.com.br/node/13333

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na forma e no discurso desde 1979, por ocasião da Revolução Iraniana.   Aqui no Brasil, o velho discurso da caça aos comunistas foi substituída por tentativa de caça aos terroristas de Bush, que já havia considerado colocar o país no tal Eixo do Mal. Essa caça terrorista, em moda internacional, pode se reavivar, ou ser substítuida por outra escusa, ou mesmo reavivar a Guerra Fria acompanhado do velho ódio comunista, dadas as origens do PT. É o que os próximos dias dirão; 6. Conforme já abordado, a grande mídia que por aqui "solidariza-se" às manifestações, é a mesma que apoiou o golpe de 64 financiado pela CIA (agência de Inteligência dos EUA), e a ditadura inclusive logisticamente contra a qual, vale enfatizar, a presidente Dilma Rousseff, que segue o distanciamento de Washington iniciado pelo antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, lutou contra a ditadura militar.   E não apenas isso: a presidente Dilma, para revolta da maioria dos militares antigos e mais jovens, está impulsionando amplamente a Comissão da Verdade a fim de esclarecer os crimes, muitos deles de lesa humanidade, cometidos pelo regime preferido dos meios de comunicação predominantes (leia Golpes Militares na América Latina Brasil).  Este não foi um movimento partidário. Dele participaram os setores conscientes da vida política brasileira. (Editorial de O Globo, 2/4/1964)Marcha da Família com Deus, pela Liberdade, que reuniu 500 mil pessoas em SP e levou ao golpe de 64, financiado pela CIA   Alguma semelhança com o que lemos nas revistas e jornais, e assistimos nas telas de TV hoje? Sigamos adiante:  Esta grande mídia é também a mesma que pouco espaço deu (o que é presente constante e extremamente preocupante à mídia internacional, mesmo predominante, aqui é passado remoto) ao escândalo de espionagem de Obama (matérias consistentemente reveladoras aqui, aqui e aqui), o qual qualificou eufemisticamente de "bisbilhotice", algo gracioso partindo da raivosa mídia conservadora.  Entrevistou e em grande medida limitou-se a traduzir entrevistas e "análises" veículos mais conservadores dos EUA, "intelectuais respeitados" que justificaram a vigilância na segurança nacional dos EUA. Tal escândalo envolveu também o Facebook, que hojebloqueia o semanário paulista Brasil de Fato, justamente quando este passou a cobrir de maneira crítica as manifestações no Brasil.   Facebook igualmente entremetido nestes crimes denunciados pelo ex-agente da CIA Edward Snowden (que virou notícia mundial ao liberar aos jornais The Washington Post (EUA) e The Guardian (Grã Bretanha) telegrama ultrassecreto do presidente Barack Obama) em 14 de junho ao diário South Morning China, de Hong Kong: "Snowden acredita que houve mais de 61 mil operações de hackers da NSA [National Security Agency, serviço de Inteligência dos EUA] no mundo".  São estes abaixo os jornais e esta a revista exatamente que comandam tal sistema que monopoliza a informação, e que apoiaram a ditadura militar, afirmações que não poderiam ter sido esquecidas embora muito pouco tenham sido divulgadas, devido à ditadura da informação:  "(...) O Estado de S. Paulo e O Globo, além da revista Veja podem se dedicar a informar sobre os riscos que podem advir de se punir quem difame religiões, sobretudo entre a elite do país. Esta Embaixada tem obtido significativo sucesso em implantar entrevistas encomendadas a jornalistas, com altos funcionários do governo dos EUA e intelectuais respeitados (...)".   A Folha de S. Paulo tem pesquisado pesquisa o quanto o brasileiro deseja democracia ou aceitaria retorno à ditadura, segundo matéria do Brasil de Fato que expõe questionários e perguntas tendenciosas contra oo atual governo e em favor da ditadura. "Curiosamente", tal pesquisa coincide com a "Primavera" brasileira.    Importantes trechos da matéria do semanário:Na pesquisa, os números estimulados foram:­ 53% dos entrevistados disserem concordar com a afirmação: "democracia é sempre melhor do que qualquer outra forma de governo".­ 19% escolheram: "em certas circunstâncias, é melhor uma ditadura do que um regime democrático".­ 20% escolheram: "tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura".Os 8% restantes se dividem entre quem se declarou explicitamente favorável a uma ditadura e os que respondem "não sei".A notícia saiu sob o título “Apoio ao regime democrático tem ligeira queda” e tem viés de pregação antidemocrática. Isso porque, segundo a publicação, houve oscilação nos números em relação há 10 anos atrás, quando 57% dos entrevistados responderam "democracia sempre" e os que responderam "depende das circunstâncias" foram 16%.por Gilberto Nascimento, no FacebookQuanto à possibilidade de que pesquisas agora possam estar sendo instrumentalizadas, a página Vi o Mundo republicou um comentário postado por Gilberto Nascimento, no Facebook:"Há cerca de uma hora, na esquina de casa, vi uma mulher abordando outra para perguntar o que achava das manifestações e quebra­quebra no País e se era a favor do que vinha acontecendo."Como o assunto me interessou, parei e fiquei um pouco próximo para ouvir do que se tratava. A mulher que perguntava tinha um crachá branco e azul, com o nome do Datafolha."Minha surpresa foi quando a pesquisadora indagou em quem a mulher votava e se ela gostava da Dilma e do Lula. A entrevistada respondeu que votava e continuaria votando no PT."Aí, a tal pesquisadora respondeu: 'Fala baixo, você pode apanhar'. Cheguei perto e questionei: 'Como pesquisadora, a senhora não pode interferir nas respostas'. A suposta representante do Datafolha disse que só estava avisando “porque gente do PT estava apanhando ontem na Paulista."Respondi novamente: 'A senhora quer amedrontar a entrevistada? Quer que ela mude de opinião?'. Peguei o nome da entrevistadora no crachá e disse que iria informar o instituto."Pelo visto, é assim que se colhe a opinião do povo nas ruas. E preparem­se: nas próximas horas pode sair uma nova pesquisa dizendo que o povo não quer mais a Dilma e o PT no poder."   Este mesmo setor da mídia que, hoje, muda seus editoriais, suas grades programáticas, que conduz as massas e dita a postura da segurança pública e dos discursos e das medidas políticas. Exatamente como se deu em 1964 no Brasil e em todos os golpes do mundo contemporâneo (Alemanha nazista, Itália fascista, EUA nos casos da II Guerra Mundial, Vietnã, "Guerra ao Terror", Lucio Gutiérrez, o falso progressista no Equador, golpe contra Fernando Lugo no Paraguai, etc).   Em outras palavras, os golpes iniciam-se na manipulação midiática, presente fortemente, nitidamente nas manifestações no Brasil hoje.  7. O Império agoniza, e tudo indica que apenas se agravarão sua crise econômica e o isolamento internacional, em descrédito vertiginoso enquanto se acumulam escândalos;   8. Enquanto o Brasil durante os governos do PT de certa forma se descola de Washington, não segue necessariamente as seus ditames internos e globais:  Nestes dias, mais um pronunciamento do diplomata brasileiro Paulo Pinheiro da ONU (Organização das Nações Unidas) opõe-se frontalmente à concessão de armas a rebeldes sírios, afirmando em nome da organização que nada comprova ataque de armas químicas pelo governo local, ao contrário do que diz Washington, sem provas.  Valem destaque o amplo fortalecimento da aliança entre governos progressistas anti-imperialistas na América Latina, incluindo o Brasil, além da própria aliança Sul-Sul (mundial) que envolve - nesta região mais rica em biodiversidade do planeta e que abriga ainda a 6ª economia mundial, o Brasil também as inimigas norte-americanas China e Irã (ambas temidas pelos EUA).  Países sul-americanos que formam esta consistente aliança, Argentina, Bolívia, Brasil, Equador, Uruguai, Paraguai e Venezuela, fundaram o Banco do Sul, descolando ainda mais as economias nacionais dos ditames do FMI (Fundo Monetário Internacional), ao qual o Brasil não deve nada mais, pelo contrário: é credor.  O Equador oferece asilo a Julian Assange de WikiLeaks, a Argentina condena seus exditadores e Carlos Menem, todos pró-EUA, a Venezuela já se descolou de Washington há mais de 10 anos, a Bolívia expulsou embaixador norte-americano de La Paz e nacionalizou gás natural, o Paraguai elegeu um progressista assim como o Uruguai (este último, governo estável enquanto o outro sofreu golpe influenciado decisivamente pela CIA, fato documentado revelado também por WikiLeaks).   Para o avanço de toda essa agenda, o gigante latino-americano desempenha papel preponderante;    9. Nestes mesmos países latino-americanos, tem havido constantes sabotagens, tentativas de golpe e de assassinato aos seus respectivos presidentes, casos comprovados em cada um deles - no Paraguai obteve êxito há exatamente 1 ano, quando o presidente Fernando Lugo foi deposto através de golpe que assustou todo o mundo pela rapidez, estando por http://www.brasildefato.com.br/node/13333

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trás daquilo, desde o início de seu mandato, exatamente a CIA (matérias aqui, aqui e aqui, além da cabos secretos liberados por WikiLeaks sobre a América Latina);   10. A presidente Dilma, em nada culpada pela absurda Copa do Mundo, pelo contrário, herdou a bomba, possui índices de aprovação variando na casa dos 50%, popularidade jamais alcançada por um presidente da República em 3º ano de um 1º mandato;   11. A oposição de direita brasileira sabe, tanto quanto sua amestrada mídia local e tanto quanto os agentes da CIA travestidos de embaixadores no Brasil, que jogam suas migalhas a ambos àqueles, que Dilma ganhará as próximas eleições: se a vitória se der em 2º turno, será zebra, tudo indica que vencerá em 1º turno nadando de costas.   Tal reeleição que configurará 16 anos de governos progressistas no Brasil, e fortalecerá ainda mais a emancipação latino-americana em processo democrático e prosperidade que chama a atenção de todo o globo, trata-se de denominador comum entre os mais diversos setores da sociedade, a começar por cientistas políticos das mais diversas tendências;    12. No último dia 5, manifestação contra o movimento Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) liderada pelo pastor-deputado Marco Feliciano, presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, e pelo pastor Silas Malafaia, ambos com histórico discurso reacionário e em declarado pé de guerra com homólogos progressistas liderados pelo pastor Ariovaldo Ramos, curiosamente mencionaram, no meio de seus protestos, críticas ao governo Dilma, especificamente em relação ao julgamento do Mensalão.  Não é novidade a ninguém as influências políticas ligadas à extrema-direita de grande parte dos líderes religiosos, especialmente esse setor evangélico, o qual possui grande bancada no Congresso.    Outros pontos curiosos é que as influências políticas evangélicas costumam ser silenciosas, não se costuma fazer oposição abertamente - tudo isso por questões óbvias. O outro, é que este setor religioso apoiou amplamente a então candidata Dilma Rousseff na campanha presidencial de 2010, concedendo-a inclusive os palcos de suas igrejas.   Hoje, apenas um motivo muito forte levaria este setor a criticar abertamente a presidente da República. Qual é este motivo?  Considerações Finais e Urgentes    Há uma organização bem estruturada por trás dessas manifestações, as quais de improvisadas não têm nada. Outra evidência é que essas forças são da extrema-direita ultrarreacionária, golpista que se vale da força bruta descomedida para atingir seus objetivos políticos, e que usa a escusa de mobilização apartidária" para ser agressivamente antipartidária. É sabido, em meio a isso, que setores de esquerda tendem a ser mais politizados no país.     A resposta para o porquê dessa intolerante, inconstitucional rechaça antipartidária sob ameaça de agressões físicas (sem que a segurança pública faça nada, sem que os jornalões agora "humanitários" cobrem tal postura), pergunta formulada no ponto primeiro, teremos proximamente. Há, nitidamente, uma ampla face reacionária se desenvolvendo rapidamente nas ruas do Brasil hoje.    Em face disso tudo, embora necessárias há muito tempo, são sintomáticas contra o Estado de direito as inéditas manifestações, rapidamente tomando formas extremamente perigosas ao Brasil, país dos mais corruptos do mundo onde há ainda péssima qualidade dos serviços públicos, corrupção endêmica, ferimentos aos direitos humanos, portanto com inúmeros motivos para que haja protestos frequentemente massivos.     A questão fundamental que se coloca neste momento é a seguinte: se as manifestações de hoje - que se iniciaram de maneira positiva e ainda mantém legitimidade - não forem fruto unicamente do amadurecimento democrático mas de interesses obscuros, um outono ainda mais sombrio nos aguarda por trás desse cenário de primavera.    Do contrário, o Brasil realmente terá acordado mais forte conforme afirmou a presidente Dilma, a democracia dará largos passos a frente e que venham mais demonstrações da força das ruas - mas com outro aspecto e com outro conteúdo. Uma coisa é evidente, confirmando o alegado no início, e merece toda a atenção: um novo golpe ditatorial está e sempre esteve latente no Brasil.   Nos países em "primavera" mencionados mais acima, nada mais que um cenário de primavera armado em meio ao profundo outono, tem um nome, desconhecido no Brasil mas tão velho quanto a formação dos Estados: Estratégias de Tensão. Tudo se revelou uma grande mentira arquitetada secretamente pelos governos de Washington, com sua política expansionista coercitiva. E as massas de manobra, manipuladas pelos poderes estabelecidos, estão pagando muito caro por terem embarcado neste engano imperialista.    Poucos governantes tomariam a posição da presidente Dilma hoje: solidarizar-se irredutivelmente às manifestações populares, dando a cara à tapa praticamente sozinha - para nem entrar aqui na questão dos evangélicos, vozes "puritanas" com uma bancada no mínimo inócua que apenas cresce com forte apelo moralista no Congresso, usou de muita neurolinguística na campanha presidencial em favor da então candidata Dilma, manipulando suas massas, tendo o pastor Silas Malafaia e ele, Marco Feliciano reivindicado maior espaço para ecoarem suas vozes, reivindicando ufanisticamente como lhes é peculiar exercício da cidadania e influência nos assuntos da nação por parte de seu setor religioso, "sem perseguição religiosa", totalmente omissos agora em que tantos estão se ferindo e alguns morrendo nas ruas (outra ilustração do nível do "amadurecimento democrático", tendo em vista o tamanho do eleitorado evangélico, e sua "representatividade" política hoje).    Dilma pronunciou neste 21 de junho:(...) Elas [manifestações] mostram a força de nossa democracia e o desejo da juventude de fazer o Brasil avançar.Se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas. Mas, se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estaremos não apenas desperdiçando uma grande oportunidade histórica, como também correndo o risco de colocar muita coisa a perder.(...) As manifestações dessa semana trouxeram importantes lições: as tarifas baixaram e as pautas dos manifestantes ganharam prioridade nacional. Temos que aproveitar o vigor destas manifestações para produzir mais mudanças, mudanças que beneficiem o conjunto da população brasileira.A minha geração lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida. Muitos foram perseguidos, torturados e morreram por isso. A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada, e ela não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros.   Não há por que não dar crédito à presidente agora, embora se deva seguir reivindicando investimentos profundamente sérios em educação, saúde, saneamento básico, moradia, segurança etc, e mesmo protestar contra a infame Copa do Mundo e Olimpíada.    Por outro lado, o PT está sendo vítima do próprio veneno de suas escolhas políticas: não se aproximou da sociedade, não providenciou educação = politização, mas tem feito orgíacas alianças com os velhos oligarcas além de apoiar financeiramente a mídia comercial em detrimento da alternativa, e aberto totalmente mão das Leis de Imprensa contidas nas mais tradicionais democracias mundiais.    Desta maneira, se a presidente quiser resgatar mais que o governo, mas garantir o Estado democrático deve atualizar sua agenda e proporcionar profunda reforma neste país a começar pela política, pelos meios de comunicação além de priorizar serviços básicos, tais como saúde, segurança, educação, condições de trabalho, saneamento básico e moradia. Para tudo isso, não cabe mais a velha escusa petista de falta de apoio das massas, de alianças espúrias em nome da governabilidade e outras retóricas deste tipo: o PT está aprendendo sua lição a duras penas (oxalá que esteja...). Como o PT trilhou caminhos equivocados, o monstro pode estar se voltando contra seu instigador, e se este for o caso, nem o PT, refém do sistema a que se submeteu, nem a sociedade, essencialmente afastada da vida política do país, poderão fazer absolutamente nada. Todos passageiros do destino uma vez mais, a se confirmar os sérios sintomas de tudo o que vem ocorrendo no Brasil.    A presidente ainda disse neste dia 21: "Precisamos oxigenar o nosso sistema político. É a cidadania , e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar". É exatamente o que temos defendido nestas páginas, em todas as outras e em todos os lugares. Apenas a força da sociedade participando ativamente da vida politica do país, que passa inevitavelmente por muita cobrança e, se for o caso, protestos de rua semanais, poderá trazer as mudanças que urgem. Elas não partirão do poder estabelecido.     Contudo, os rumos dessas manifestações http://www.brasildefato.com.br/node/13333

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de hoje devem apontar para um lado oposto. O Brasil tende muito mais a passar por outro doloroso processo de Estratégia de Tensão, e mais acentuada que no passado, que às aparências democráticas e moralistas desta suposta Primavera.      Duas coisas são certas: tudo isso está sendo possível apenas porque existe relativa liberdade de expressão no Brasil hoje - que venham as eleições de 2014, onde cada um exercerá plenamente sua cidadania; até lá o país ainda tem muito a amadurecer democraticamente, e voltar a protestar em massa se necessário -. A outra é que com as mesmas cobras de sempre no quintal deste país, impiedosas classes dominantes que nunca deixaram de mendigar as migalhas do sujo Império em decadência, toda cautela é pouca...     Ainda há muito a ser compreendido sobre tudo o que tem acontecido no Brasil nos últimos dias. Há muitas lições a serem tiradas disso tudo. Se houver entendimento e souber-se tirar essas lições (o que inclui modificar este quadro sintomático, no caso de estarmos corretos em apontá-los), tudo isso rapidamente, significará que boa parte dessas manifestações aponta a uma mudança positiva no conteúdo e na postura da sociedade brasileira. Mas o tempo urge...    O tempo mesmo dará essa resposta, muito brevemente, e dependendo do caminho que o Brasil seguir nos próximos dias, a grande mídia tratará de continuar desinformando e confundindo a sociedade por um longo tempo ainda, deixando-a à mercê da "compreensão" do que está acontecendo apenas nos livros de história algum dia, segundo a versão distorcida do poder estabelecido.Matérias relacionadas: Primavera Brasileira: "Terroristas" Versão Tupiniquim (abaixo)Respostas Práticas da Presidente - e LouváveisA Força das RuasOnde Estão Marco Feliciano e Silas Malafaia?Sociedade Despertando

VEJO UMA PARTE HOMOGÊNEA, A Edu Montesanti (não verificado) - 25-06-2013 4:17

Vejo uma parte homogênea, a óbvia no tempo, de repente todos saíram às ruas (curiosamente, dado que não há, em tese, lideranças, nem organizaçõesem geral), na forma (agressaiva em todo o Brasil contra militantes) e no conteído (patriotismo e anti-corrupção),e outra face heterogênea (seria natural dadasas massas com suas diversidades e reivindicações, mas neste caso é fruto de despolitização absoluta). As duas faces em questão são absolutamente contraditórias, estranhas dentro de si mesmas, quando comparada uma à outra, e portanto contraditórias por coexistirem, desta maneira que está aí enfim, é um enigma. O golpe sempre esteve latente no Brasil. É fundamental seguirmos debatendo, questionando, esmiuçando, mas duas coisas são certas conforme o BdF já colocou: a atuação das forças progressistas será decisiva daqui em diante, e na minha opinião a resposta dapresidente não pdoeria ter sido mais apropriada. A compreensão e atuação das forças mencionadas devem ser ágeis, o tempo urge, está contra o Estado de direito. Eu insisto que há forças muito bem organizadas, seja esperando algo assim para agir, seja já programando tudo isso, não sabemos se infiltrados, espionando, mas há essas forças golpistas na iminência do golpe, e muiot dificilmente não haveria, neste caso, a participação de umcorpo estranho quando o assunto é golpe, sabotagem, assassinato, suborno,ontem e hoje: CIA

ISSO TUDO DÁ MUITO MEDO. EU Walcler (não verificado) - 24-06-2013 18:14

Isso tudo dá muito medo. eu mesmo fui a um protesto aqui em Maceió e fiquei assustado com a quantidade de vezes que se cantou o hino acompanhado de bandeirinhas do Brasil. Também houve confronto com militantes do PSTU e do PSOL e sinceramete não vou mais. Acho que o problema é a burrice da juventude que confunde educação com informação  (e eles não são poucos...) devidamente formatados pela midia industrial.

PROTESTOS Anony (não verificado) - 24-06-2013 17:27

"Tomar as ruas "diante as manobras das forças escuras ( grupos de fascistas, direita-racista,histericos "antiPT")mas o mais importante é pegar rumos de esquerda, trabalho de base, de organizaçao de poder popular emuita escuta do cidadao. Poupar quando é possivel tudo enfrentamento fisico e civilizar a politica mas coma capacidade de organizaçao, das ideias. Nao deixar o "verde-amarelho " , a "patria amada" nem as classesmedias  para as forças escuras do fascismo. A burguesia brasileira quer recuperar o governo federal  pelavia eleitoral, debilitando "a cultura da esquerda " mas eles sabem que o golpismo  nao é uma boa soluçao  O Imperio quer um Brasil submetido mas nao paralizado pela confrontaçao. 

NACIONALISMO E PATRIOTISMO A IRRACIONALIDADE NA POLÍTICA. inaldo martins silva (não verificado) - 24-06-2013 16:56

Como demistificar esta ideologia de Direita se há um reforço dos ditos patriotas em exigir que permaneça seus direitos de irem a Miami gastar o real valorizado frente à moeda americana. A pauta conjunta é que sociedade queremos? Quais os valores que a regerão. Qual é o projeto de poder da esquerda? Não é possível implementá-lo sem confronto!    

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[Opinião] O aviso de incêndio soou: A esquerda diante do “gigante verde-amarelo” | Brasil de Fato

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