O baptizado

May 30, 2017 | Autor: R. Charters-d'Aze... | Categoria: History, Baptism, Historia
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EstóriasdanossaHistória Ricardo Charters d'Azcvcdo

Obatizado IA vida dos homens e das mulheres estava marcada pelo religioso: o batizado; a primeira comunhão, perto dos doze anos, autêntico rito de passagem entre a infância e a adolescência; o casamento (que iniciava um novo ciclo com batizados, comunhões e casamentos); a morte de parentes e amigos. Mais tarde, Pio X, em 1910, fez adotar uma cerimónia de profissão de fé, vulgarmente denominada "comunhão solene", levando a que a primeira comunhão, de caráter menos festivo, fosse antecipada para os sete anos. Os primeiros batizados cristãos eram dados aos adultos por imersão na água, como São João Baptista fez para Jesus. Sobre a influência de Santo Agostinho, o batismo passou a ser feito por "aspersão" e que o Concílio de Cartago de 418 permite dar às crianças. Mas o batizado das crianças irá sempre trazer problemas. A Igreja passa a insistir que o batizado seja realizado nos três dias após o nascimento. O Concílio de Trento parece ter definitivamente imposto tal, e qualquer genealogista poderá confirmar que a partir do final do século XVI todos os registos de batizados que podemos encontrar são realizados quase logo após o nascimento. Este procedimento é claramente justificado pelo facto da mortalidade infantil nos dias seguintes à nascença ser muito elevada. Mas este procedimento levou a que os batizados nunca fossem cerimónias muito organizadas, com muitos convidados, como hoje as conhecemos, pois a família não chega a ter tempo para se deslocar quando vive longe do local do batizado. Claro que as famílias mais ricas fogem a esta orientação e são quem batiza mais tarde os seus filhos permitindo a organização de uma festa, pela deslocação de familiares de terras mais distantes. O bebé era, naturalmente, protegido pela família, sendo enfaixado quase completamente. As faixas mudavam-se uma vez por semana, quando os pais tinham tempo, i. e., ao fim-de-semana. Calculem-se as infeções que apanhavam. I Jornal de Leiria 8 de Setembro de 2016

Organizava-se

um cortejo até à igreja com a parteiraà hentelevando

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nunca a mãe

Mas os perigos de fazer deslocar uma criança tão pequena a uma igreja fria, e muitas vezes longe de casa, não irá igualmente diminuir a taxa de mortalidade infantil, antes pelo contrário. Organizava-se um cortejo até à igreja com a parteira à frente levando a criança, seguida pelos padrinhos, o pai e alguns familiares, mas nunca a mãe, pois esta ainda se tinha recomposto. E quem são os padrinhos? Devem ser bons católicos para agradar ao padre. Melhor ainda, deverão ser seus paroquianos. Os padrinhos do filho mais velho são normalmente os avós (como aconteceu comigo), ou uns tios ou tias, ou uns amigos chegados, para os outros filhos. Às vezes é o cura, tio da família ou ainda uma pessoa importante da aldeia ou cidade, que

poderia ajudar a educação da criança. Claro que a escolha era tal que seria muito dificil ao afilhado ou afilhada vir a casar com o seu padrinho ou madrinha, pois tal não é autorizado pela igreja. Padrinho e madrinha serão compadres e não podem "conhecer -se carnalmente". Se tal acontecer, as tradições populares dizem que nunca poderão entrar no Paraiso, salvo se o afilhado fizer penitências por um e pelo outro. Igualmente, se o pai da criança tivesse um aifaire com a madrinha, ou a mãe com o padrinho, "haverão raios e coriscos em terra ou no mar" . Reparese esta precisão pois poderia somente acontecer no mar, sem que ninguém viesse a saber! Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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