O CALENDÁRIO JUDAICO: LINHA TEMPORAL ENTRE MATTIS KANTOR E THE CAMBRIDGE HISTORY OF JUDAISM

May 24, 2017 | Autor: Jonatas Ferreira | Categoria: Religion, Christianity, History, Hebrew Literature, Roman History, Jewish Studies, Hebrew Language, Israel Studies, Hebrew Bible, Early Christianity, Israel/Palestine, Jewish History, Second Temple Judaism, Septuagint, Jewish - Christian Relations, Israeli Hebrew, Ptolemaic Egyptian History, Acadian History, Judaism, Israelite Religion, Calendars, Babylon, Jewish Cultural Studies, Hebrew Bible and Ancient Near East, Israel, Persian, Hellenistic Judaism, História e Cultura da Religião, Historia, Ancient Judaism, Neo-Babylonian period, Historia del Judaismo, History, Science, Astronomy, Ancient Chronological Systems, Calendars, Macedonia, Cristianismo, Helenistic Civilization, História, Ancient Israel, Imperio romano, Rabbinic Judaism, Encyclopedia, Cambridge, Calendario, Religião, Festa, Egito Antigo, Ciências da Religião, Cristãos-Novos, Judaismo, Enciclopedia, Babilonia, Festivity, Hebrew Bible/Old Testament, Judaísmo, Helenismo, Festas, História do judaísmo, History of Judaism In Antiquity, Judeus, Festividad Religiosa, Judaico, Linha Do Tempo, Mattis Kantor, Jewish Studies, Hebrew Language, Israel Studies, Hebrew Bible, Early Christianity, Israel/Palestine, Jewish History, Second Temple Judaism, Septuagint, Jewish - Christian Relations, Israeli Hebrew, Ptolemaic Egyptian History, Acadian History, Judaism, Israelite Religion, Calendars, Babylon, Jewish Cultural Studies, Hebrew Bible and Ancient Near East, Israel, Persian, Hellenistic Judaism, História e Cultura da Religião, Historia, Ancient Judaism, Neo-Babylonian period, Historia del Judaismo, History, Science, Astronomy, Ancient Chronological Systems, Calendars, Macedonia, Cristianismo, Helenistic Civilization, História, Ancient Israel, Imperio romano, Rabbinic Judaism, Encyclopedia, Cambridge, Calendario, Religião, Festa, Egito Antigo, Ciências da Religião, Cristãos-Novos, Judaismo, Enciclopedia, Babilonia, Festivity, Hebrew Bible/Old Testament, Judaísmo, Helenismo, Festas, História do judaísmo, History of Judaism In Antiquity, Judeus, Festividad Religiosa, Judaico, Linha Do Tempo, Mattis Kantor
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Descrição do Produto

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Faculdade de Letras Disciplina: Cultura e Civilização Hebraica II (LEO243) Professor(a): Karla Petel Estudante: Jônatas Ferreira de Lima Souza (DRE: 115044769)

O CALENDÁRIO JUDAICO: LINHA TEMPORAL ENTRE MATTIS KANTOR E THE CAMBRIDGE HISTORY OF JUDAISM

APRESENTAÇÃO

Este trabalho buscará apresentar o calendário judaico moderno além de caracterizá-lo. Trataremos de questões acerca do uso do calendário, do seu lugar social e da sua crítica. Explicaremos particularidades do calendário dito lunissolar além do uso de comparações baseadas numa tabela elaborada para questões didáticas. Trabalharemos com problematizações sobre linhas temporais, datações, etc., destacando duas cronologias em particular: The Jewish Time Line Encyclopedia de Mattis Kantor e a cronologia acadêmica apresentada pela coleção The Cambridge History of Judaism. Com isso, pretendemos não só lidar com o calendário judaico em si, mas também perseguir superficialmente as pretensões de Kantor ao usar como base de sua enciclopédia de linha temporal, o calendário judaico.

1 DIVISÕES TEMPORAIS: UMA CONVERSA SOBRE CALENDÁRIOS

Nas sociedades humanas, concepções tendem a ser oriundas, primariamente, de posturas arbitrárias. Arbitrária no momento em que um grupo, que adquiriu notoriedade dentro de um espaço de relações, impõem, por questões de domínio, sua visão de mundo aos outros que não fazem parte ou participam “passivamente” das decisões gerais de mundo. A ideia de um sujeito passivo não deve ser confundida com a problemática dos atores sociais. Essa passividade também é uma ação. Esse não é o ponto para ser discutido aqui. O ser ativo e o ser passivo são leituras de mundo, de época, sendo também constituídas arbitrariamente. As arbitrariedades podemos inferir que são aquelas coisas que já estão designadas e aceitavelmente concordadas entre os habitantes de um espaço antes do nosso nascimento. Podemos chamar essas decisões prévias por muitos apelidos: norma, lei, cultura, costume, religião, credo, rotina, linguagem, técnicas, usos, o certo, o errado, moral, imoral, etc. Aprendemos que essas coisas, esses termos,

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essas práticas, às vezes abstratos, desenvolvidas no argumento, são “normais”, “naturais”, “óbvios” e devem ser internalizados, inseridos desde a educação primária. Dentro do assunto deste trabalho entra o calendário. O calendário é uma divisão do tempo, uma concordância realizada antes de nascermos, sobre como a vida social deve estar pontualmente ordenada. Dos milésimos de segundo ao Réveillon tudo já está pronto para usarmos e nos orientarmos. Estamos no ano de 2016, dezembro, 2017 está próximo. Ainda mais: o Natal está próximo. Dependendo da região do mundo está frio ou muito frio, está chuvoso ou está ensolarado. O calendário é o primeiro elemento de identidade social pois nos localiza no tempo ao nascermos e nos torna participantes da história. Por sinal, nos sentimos normalmente incomodados quando, ao realizar uma pesquisa sobre o passado, não localizamos nosso objeto no tempo pois não há registro nem escrito nem oral sobre ele. Talvez esse exemplo seja problemático, pois, precisamos ao menos de um registro oral para sabermos que existe, para nos motivar a investigação ao passado e, na melhor das hipóteses, encontrar provas, sejam arqueológicas, paleontológicas ou registradas em algum material, que nos permitam localizar nosso objeto no tempo. Somos capazes de localizar todos os nossos antepassados no tempo? Em que ano nasceram? Dia? Hora? Chegará um momento em que travaremos diante de uma lacuna temporal. Essa lacuna é um incomodo vazio que surge na nossa marcação de tempo quando não localizamos algo que procuramos, ou, que esperávamos encontrar naquela alocação temporal. É obvio que temos parentes longínquos e que estes tinham suas histórias de vida, mas, a lacuna não nos permite narrar tais histórias com um mínimo de confiança. Temos certeza que, segundo a lógica dos nascimentos, temos antepassados e eles sucessivamente. O que marca 2016? Na redação de muitas atas de sessões (e.g. de Câmaras Municipais brasileiras) podemos ler, após a referência do ano em questão o complemento: “do nascimento de nosso senhor Jesus Cristo”. Na lógica aprendida desde o nascimento, por exemplo, o brasileiro cristão (86,8% em 2010, IBGE) tende a aceitar que faz 2016 anos que Jesus nasceu. Portanto, aceitam, pois, internalizaram, terem nascido numa “Era Cristã” (E.C., ou Era Comum) ou “depois de Cristo” (d.C.). Para a maioria dos países cristãos isso é uma verdade e pode ser até problemático ficar duvidando dessa convenção internacional. Mas e quanto aos estudos acadêmicos? Nas universidades, mesmo que as divindades (ou a divindade) não sejam mais tão reconhecidas como senhoras da história, do tempo ou do destino humano, a demarcação temporal da ciência é obra de seus fiéis religiosos. Ou, pelo menos, baseada nelas.

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Como datar todas as experiências humanas que foram registradas antes de Jesus1? Sem um ano “0” (zero), os anos recuam de forma negativa do ano 1 antes de Cristo (a.C.) até a criação do mundo segundo a fé religiosa (quatro milênios antes de Cristo). Isso limita a experiência do mundo conhecido em cerca de 6016 anos (ou 6020 anos). Deixando a questão da história do calendário cristão (Anno Domini, em latim) e seus ajustes fora deste trabalho, em suma, a ciência, mantendo o calendário, recuou mais no tempo com medições atribuídas geologicamente ao planeta ou a lua, por exemplo. Tais medições extrapolam qualquer possibilidade da fé cristã, uma vez que, só a lua, em medições atuais, possui 4,53x109 anos. Confiar numa medição tão longínqua também pode ser considerado uma crença. Logo, segundo a ciência, a lua não possui 6 mil anos. No entanto, por volta de pouco mais de 6 mil anos atrás, segundo nossas marcações temporais, são datadas as primeiras manifestações escritas do ser humano no Oriente Médio e Ásia. Essas mesmas datações recuam ainda mais para evidenciar a presença de artefatos ditos manipulados pelas mãos dos seres humanos em mais de 200 mil anos. Essas datações são obtidas por carbono 14 ou outros métodos que buscam dar mais precisão para essas datações – talvez, diante da estranheza de tantos zeros numa datação geológica. Pelo menos, entre 10 mil e 4 mil anos atrás, estão datadas as supostas primeiras tentativas do ser humano em forjar para seu benefício um “marcador” da realidade – um calendário2. Disso, sabemos, desenvolveram a aritmética, a geometria, a astrologia, a agricultura (a percepção das estações), a arquitetura e os registros de colheita e de anos de governo, tomando por base, principalmente, os movimentos lunares. Para a ciência é evidente que a lua já estava disposta aos olhos humanos cerca de mais de 109 anos antes dos primeiros registros de escrita, datados entorno do sétimo ou sexto milênio. Podemos perceber, dessa forma, que acreditar em um determinado tipo de marcação temporal tem sido compreendida como algo múltiplo entre os seres humanos habitantes de várias regiões do planeta, mas que, em comum, fundavam o calendário com objetivos semelhantes. Costumeiramente, as diferenças e particularidades estavam nos mitos de criação, na época de atuação dos pais fundadores, nos respectivos criadores (no caso, os deuses), bem como no tempo disposto entre todo esse espaço argumentado na oralidade e a época em que se estava registrando o mito fundador. Por exemplo genérico, é dito, pela literatura bíblica, que a divindade fez tudo conhecido e que ainda estar por se conhecer em seis dias, descansando no

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Jesus como personagem referida numa literatura religiosa-filosófica. Não pretendemos discutir neste trabalho as possibilidades para a existência de um “Jesus histórico”, ou seja, um Jesus que não é deus e não agia de forma sobre-humana, este, dito inspiração para a criação da personagem do mito fundador. 2 Calendário, isto é, “livro de contas”, do latim calendārium, que vem de calendae, o primeiro dia do mês romano.

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sétimo. Por sua vez, a ciência pensa o tempo como um grande calendário cósmico simbólico no qual a humanidade existe nele há breves 22h30m,00s do dia 31 de dezembro. A globalização do calendário cristão surge no momento em que os missionários passam a difundir suas concepções de realidade, moral, ética e filosofia pelo mundo. Com muito empenho e energia dedicada ao empreendimento, a Igreja conseguiu estabelecer as bases da sapiência mundial, principalmente para os países cristãos. Mesmo um cientista ele parte de uma cultura cristã (ou será inserido nela) para desenvolver novos parâmetros de conhecimento. Por outro lado, povos como judeus, árabes mulçumanos, japoneses e chineses, conhecidos pelo peculiar esforço estatal em manter suas tradições vivas e em paralelo ao avanço cotidiano da cultura cristã, esta, acompanhada também do sistema capitalista (onde coisas concretas e abstratas adquirem seu preço de negociação), percebemos a sobrevivência de outras marcações temporais, isto é, o uso de calendários alternativos ao cristão/internacional. Para dezembro de 2016, no calendário judaico o ano é 5777; para os mulçumanos o ano é 1438; para os chineses o ano é 4714; para os japoneses é a Era Heisei ano 28. Será, necessariamente, o calendário judaico que iremos investigar brevemente neste trabalho logo em seguida.

2 O CALENDÁRIO JUDAICO

O calendário judaico moderno possui 12 meses e dentro de cada ciclo de 19 anos é inserido sete vezes o 13º mês para conciliar o calendário lunar (354 dias) ao solar (sendo atualmente o cristão/internacional de 365 dias). Nos textos bíblicos, o primeiro mês é chamado nissan (‫ )נִ יסָ ן‬e o sétimo mês tishrei (‫)ת ְׁש ֵרי‬ ִ é o primeiro mês civil para a celebração do ano novo ou “cabeça do ano” (‫)ראש השנה‬. De 15 a 22 de nissan é celebrada a festa de páscoa (‫ )פסח‬que simboliza a saída dos israelitas do Egito.3 Ainda em nissan, dia 27 temos o dia do Holocausto (‫ )ום השואה‬um dos feriados israelenses. No segundo/oitavo mês chamado iyar (‫)אייָר‬, ִ dia 4, os israelenses celebram o dia da memória dos soldados mortos ou da memória das vítimas de atentados terroristas modernos (‫ ;)יום הזכרון‬dia 5 celebram o dia da sua Independência de 1948 (‫ ;)יום העצמאות‬dia 14 é celebrado uma segunda páscoa4; dia 18 os religiosos celebram o 33º dia da contagem do Omer (‫)ל"ג בעומר‬, uma contagem de 49 dias até a festa das Semanas; no 33º dia dessa contagem celebra-se os ensinamentos de dois mestres do período romano: Rabi Akiva (‫ )עקיבא‬e Rabi Simão filho de Yohai (‫ ;)שמעון בר יוחאי‬dia 28 é celebrado o dia de Jerusalém de

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Segundo a literatura hebraica: Êxodo 12: 18-28. Cf.: Número 9: 9-14.

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1967 (‫)יום ירושלים‬. Após 49 dias (sete semanas) do dia 15 de nissan, dia 6 de sivan (‫)סיוָן‬ ִ é celebrada a segunda grande festa bíblica: Semanas (‫)שבועות‬.5 Nesta festa, celebra-se o período das colheitas e o recebimento das Leis.6 Sivan é o terceiro/nono mês do calendário. No mês de av (‫ )אָ ב‬dia 9 é realizado, pelos religiosos, um jejum simbólico pela destruição do Primeiro (domínio babilônico) e do Segundo (domínio romano) Templos de Jerusalém; dia 15 é comemorado o dia do amor. Av é o quinto/décimo primeiro mês do calendário. Dia 1 de tishrei – o sétimo/primeiro mês – é celebrado um descanso especial, hoje chamado de “Rosh haShaná” no qual a maçã com mel é o elemento mais simbólico além do toque do chifre de carneiro ou shofar (‫)שופר‬.7 Dez dias depois é celebrado o dia do Perdão, dia de jejum de 25 horas considerado um dos grandes feriados religiosos (‫)יום הכיפורים‬8; de 15 a 22 é celebrada a terceira grande festa bíblica: Cabanas (‫)סֻּכֹות‬.9 Nesse período, os judeus constroem e habitam em cabanas montadas para uso comunitário, celebram as chuvas de outono e a colheita dos frutos da terra. No dia 23 desse mesmo mês, os religiosos ainda celebram a “alegria da Lei” (‫ )שמחת תורה‬que marca o término das leituras da Lei nas sinagogas e celebra-se o seu reinício. No mês de kislev, do dia 25 a 3 de tevet, celebra-se Hanuká (‫) ֲחנֻּכָה‬. Festa esta que remete aos tempos helênicos e a revolta dos macabeus; o candelabro (‫ )מנורה‬de nove braços (‫ )חנוכיה‬é o grande símbolo da celebração – “Festa das Luzes”.10 Kislev (‫ )ּכִ ְׁסלֵו‬é o nono/terceiro mês e tevet (‫ )טבת‬é o décimo/quarto mês do calendário. No dia 15 de shevat (‫)שבָ ט‬ ְׁ celebra-se o “ano novo das árvores” e novas árvores são plantadas em Israel. Por fim, dia 14 de adar I e/ou adar II (‫ )אדר‬é celebrado Purim, uma festa de fantasias, muita bebida e a leitura do livro bíblico de Ester é realizada. Essas foram as principais datas comemorativas do calendário judaico. Nem todos os meses foram mencionados e nem todas as festas ou jejuns também, além, claro, das particularidades de cada festividade. Os 12 meses do calendário judaico em ordem atual e com suas significações etimológicas são: tishrei (começo, tašrītu), heshvan ou marheshvan (oitava lua, ‫)מַ ְׁרחֶ ְׁשוָן‬11, kislev (pleno, kislimu)12, tevet (chuvoso, tabitu)13, shevat (forte chuva, šabātu)14,

5

Segundo a literatura hebraica: Levítico 23: 15-22. Cf.: Êxodo cap. 19 e seguintes. 7 Cf.: Levítico 23: 23-25. Considera-se que o dia 1 não pode cair numa quarta, sexta ou domingo. 8 Cf.: Levítico 23: 26-32. 9 Cf.: Levítico 23: 33-44. Também chamada: Festa dos Tabernáculos. 10 No livro cristão, o Novo Testamento, tal celebração também é supostamente referenciada em João 10: 22. 11 Em Reis 1 6: 38 é chamado de “yerah Bul” (‫)ירח בול‬. 12 Cf.: Nehemias 1:1.; Zacarias 7:1. 13 Cf.: Ester 2: 16. Um jejum é realizado por religiosos no dia 10, que simboliza o cerco babilônico à Jerusalém. 14 Cf.: Zacarias 1:7. 6

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adar (celeiro, adaru)15, nissan (ramificação dos grãos, nisānu)16, iyar (luz, ayaru)17, sivan (tempo caloroso, simānu)18, tamuz (‫)תַ ּמּוז‬19, av (juncos, abu)20, elul (‫אֱלּול‬, colheita, ulūlu)21. Nos textos hebraicos bíblicos os meses são compreendidos de forma ordinal, isto é, primeiro mês, segundo mês, sétimo mês, etc., e a partir do contato mais assíduo com outros povos de língua semítica – acadiano, fenício, sírio, aramaico, etc. –, principalmente após a descentralização das chefias tribais posteriormente fixada numa única pessoa (Livros de Samuel e Reis), ocorre a adoção desses nomes, talvez, devido a questões de comércio, diplomacia e conhecimento do outro em si. Certamente os nomes dos meses estrangeiros foram adotados pelos israelitas e fixados como parte do calendário após o exílio babilônico e durante o poderio Persa na Ásia e Oriente Médio. Por sua vez, o mesmo não ocorreu com os dias da semana, ou seja, eles mantiveram a contagem ordinal até o sexto dia, nomeando o sétimo dia de sábado (descanso, ‫)שבת‬22 sendo considerado também uma festividade. Antes de seguirmos adiante, vamos estruturar melhor essa questão dos meses numa tabela que segue abaixo:

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Cf.: Ester 9: 1. Ester 3: 7. Também chamado “primavera”, aviv (‫אביב‬, Deuteronômio 16: 1). 17 Também chamado “ziv” (‫זיו‬, Reis 1 6: 1) 18 Cf.: Ester 8: 9. 19 Du’uzu/Tammuz, deus mesopotâmico que rege o florescer da primavera e desce ao submundo no verão. É nomeado ordinalmente como “quarto” pelos israelitas (Reis 2 25: 3). No livro de Ezequiel 8: 14, há uma menção sobre um rito feminino praticado por não-judeus, simbolizando provavelmente o fim da primavera. Um jejum simbólico em 17 de tamuz marca aos religiosos a submissão de Jerusalém aos babilônicos. 20 Este é o quinto mês, marcado pelos desastres mais significativo do passado israelita. Cf.: Zacarias cap. 7 e 8. 21 Cf.: Nehemias 6: 15. Para os judeus religiosos é um mês de cunho simbólico para o arrependimento e o retorno aos caminhos da Lei divina. Costumeiramente tocam o Shofar todos os dias em preparação para o ano novo e para o dia do Perdão. A prática baseia-se em Amós cap. 3 e Jeremias cap. 31. 22 Cf.: Êxodo 31: 12-17. 16

7 Calendário judaico e algumas especificidades23 Bíblico & Moderno

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Judaico moderno

7

1

tishrei

8

2

marheshvan

9

3

10

Em hebraico

‫תשרי‬

Dias

30

Babilônico

Persa

Acadiano Tašrītu ITI.DU.(KUG)

Macedônio

Cristão moderno

Βοηδρομιών

Υπερβερεταίος (I;II)

Set.; out.; nov.

Πυανεψιών

Δίος

Μαιμακτηριών

Απελλαίος

Outono; inverno Outono; inverno

Ποσειδεών (I;II)

Αυδυναίος

Γαμηλιών

Περίτιος Δύστρος

Inverno; primavera Inverno; primavera

15, Ano Novo das árvores

Ἀνθεστηριών

Out.; nov.; dez. Nov.; dez.; jan. Dez.; jan.; fev. Jan.; fev.; mar. Jan.; fev.; mar. Mar.; abr.

Primavera

14, Purim

Grego Ático

Estação (Israel)

Araḫ Tišritum

Bâgayâdiš

Araḫ Samna Araḫ Kislimu Araḫ Ṭebētum Araḫ Šabaṭu Araḫ Addaru Makaruša Addari Araḫ Nisānu

Markâsanaš

Adukanaiša

Nisannu ITI.BARA.(ZAG.GAR)

Ἑλαφηβολιών

Ξανδικός (I;II)

Mar.; abr.; maio

Primavera

Araḫ Āru

Thûravâhara

Ayyāru ITI.GUD.(SI.SÁ)

Μουνιχιών

Αρτεμίσιος

Abr.; maio; jun.

Primavera; verão

Araḫ Simanu Araḫ Dumuzu

Thâigaciš

Θαργηλιών

Δαίσιος

Σκιροφοριών

Πάνημος

Maio; jun.; jul. Jun.; jul.; ago.

Primavera; verão

Garmapada

Simānu ITI.SIG.(GA) Duʾūzu ITI.ŠU.(NUMUN.NA)

Araḫsamnu ITI.APIN.(DU.A) Kislīmu ITI.GAN.(GAN.NA) Ṭebētu/Kinūnu ITI.AB.(BA.È) Šabāṭu ITI.ZÍZ.(A.AN) Addaru ITI.ŠE.(KIN.KUD)

Outono

‫מרחשוון‬

29/30

kislev

‫כסלו‬

30/29

4

tevet

‫טבת‬

29

11

5

shevat

‫שבט‬

30

12

6

adar

‫אדר‬

30

13

6/7

adar II

‫אדר ב‬

1

7/8

nissan

‫ניסן‬

30

2

8/9

iyar

‫אייר‬

29

3

9/10

sivan

‫סיוון‬

30

4

10/11

tamuz

‫תמוז‬

29

5

11/12

av

‫אב‬

30

Araḫ Abu

Turnabaziš

Abu ITI.NE.(NE.GAR)

Ἑκατομβαιών

Λώιος

Jul.; ago.; set.

Verão; outono

6

12/13

elul

‫אלול‬

29

Araḫ Ulūlu

Karbašiyaš

Elūnu ITI.KIN.(DINGIR.INANNA)

Μεταγειτνιών

Γορπιαίος

Ago.; set.; out.

Verão; outono

29

Âçiyâdiya Anâmaka Samiyamaš Viyaxana

Principais festas 1, Ano Novo; 10, dia do Perdão; 15, Cabanas; 23, Alegria da Lei

25, Hanuká

Inverno

14, Purim

15, Páscoa; 27, Holocausto 4, Vitimados; 5, Independência; 28, Jerusalém 6, Semanas

Verão 9, Queda dos Templos; 15, dia do Amor Toque diário do Shofar

Em negrito, as “cabeças do ano” para cada calendário no mundo antigo. Em itálico (ver “Cristão moderno”), os meses alternativos em que podem também cair o mês judaico.

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O que a tabela a cima nos mostra, primeiramente, é a distinção entre os calendários. Cada um cairá em um respectivo mês do outro calendário, variando de ano em ano. Além disso, os meses que encabeçam os calendários também, não necessariamente, coincidem uns com os outros, nem com as respectivas estações do ano. Usando um exemplo conhecido, o calendário judaico bíblico tem seu cabeça do ano no equinócio de março (primavera no hemisfério norte) e o calendário internacional no solstício de dezembro (inverno no hemisfério norte). O primeiro mês da antiga Ática iniciava no solstício de junho (verão no hemisfério norte) e o macedônio, usado pelos selêucidas, por exemplo, iniciava no equinócio de setembro (outono no hemisfério norte). O calendário egípcio tornou-se lunissolar (mas foi essencialmente solar durante sua história, com 365 dias), assim como se tornou o judaico, e, seu primeiro mês, Θώθ (thóth), passou para finais de agosto e início de setembro, ou seja, durante o outono, no período de dominação macedônia. O que caracteriza um calendário do tipo lunissolar é a inserção de meses embolísticos ou embolísmicos. O calendário primeiramente lunar precisava de mais 11 dias para adequar-se as estações marcadas pelo ciclo solar e para isso era acrescido um 13º mês no calendário cujos meses são encabeçados pela lua nova. Esse 13º mês ocorre num ciclo de 19 anos. Os helenos áticos chamavam essa inserção de Ἐμβόλιμος (embólimos), isto é, intercalado. Com o calendário judaico, temos um claro exemplo moderno de um calendário lunissolar. O ano embolístico, ou, mais especificamente o mês judaico de adar II, para sermos mais precisos, é acrescido sete vezes dentro de um ciclo de 19 anos. Trata-se de um cálculo específico que orienta essas intercalações dentro dos 19 anos. Tais interferências ocorrem na seguinte ordem, dentro do ciclo dos 19: 3º ano; 6º ano; 8º ano; 11º ano; 14º ano; 17º ano e 19º ano. Como saberemos quando será ou não um ano embolísmico? No momento estamos em dezembro de 2016, logo, já passamos do 1º de tishrei que marca o ano novo judaico, significando que não estamos em 5776, mas sim em 5777 de kislev. Se efetuarmos uma divisão: 5776÷19=304,000; o número 304,000 é inteiro/exato e isto é o que marca o 19º ano do ciclo. Indica também que o ano de 5776 foi um ano embolísmico, recebendo 13º mês: adar II. Por sua vez: 5777÷19=304,052; O número não exato indica que não se trata do 19º ano do ciclo. O número 304 marca o ciclo e sua dízima ,052 indica o ano 1 do ciclo e, como vimos acima, será no 3º ano que ocorrerá um ano embolísmico. Ou seja, 5777 não receberá o 13º mês. O mês de adar II será inserido novamente no 3º ano desse novo ciclo que ocorrerá em 5779, março de 2019.24

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Portanto, as dízimas que marcam os sete anos do ciclo de 19 anos são: ano 1 ,052; ano 3 ,157; ano 6 ,315; ano 8 ,421; ano 11 ,578; ano 14 ,736; ano 17 ,894; ano 19 ,000.

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Vale salientar que sistemas desse tipo são antigos e não foram exclusividade judaica, como vimos na tabela acima. Para sabermos em que ano do calendário cristão/internacional caiu o ano 1 dos 5777 anos do calendário judaico, basta subtrairmos: 5777-2016=3761 A.E.C.; poderíamos subentender que o calendário internacional é simbolicamente contado a partir da metade do calendário judaico atual. No entanto, existe uma diferença total de cerca de pouco mais de 240 anos entre as supostas totalidades – aproximadamente 6016 anos para os cristãos, lembremos. Existem outras questões matemáticas que podem ser bem mais aprofundadas no estudo do calendário judaico, mas, este não é nosso interesse. Sigamos para a nossa problemática maior.

3 MATTIS KANTOR E O CALENDÁRIO TRADICIONAL

Toda esta certeza matemática do calendário judaico pode induzir o pesquisador para uma datação mais plausível a ser aplicada numa determinada temporalidade. O uso das datas para marcarem um dito fato histórico deveria ser levado em conta para fins de uma noção de contexto, possibilidades tecnológicas, isto é, usadas para localizarem com bom senso povos antigos e suas culturas. Por exemplo, é anacrônico afirmar que haviam naves, no sentido moderno (aviões, ônibus espaciais, jatos, caças, etc.), no mundo antigo, pois é uma aparelhagem tecnológica de nossa temporalidade. Na antiguidade, naves eram embarcações, barcos, navios. Também haviam épocas em que o ferro ainda não fazia parte do cotidiano dos povos (às vezes de uns sim, e outros não). Essas são questões ou arqueológicas ou conceituais. A aplicação problemática de um elemento do nosso tempo ou de eras diferentes chamamos anacronismo. Outro exemplo é a inserção de personagens, ou, da localização de pessoas na linha do tempo. Em que ano reinou o faraó Akhenaton da 18ª Dinastia, por exemplo? Ou, em que ano foi destruído o Primeiro Templo de Jerusalém? Quando morreu Sócrates? E quanto a Alexandre da Macedônia? Quando Roma foi fundada? Quando ocorreu o êxodo do Egito? Quando o homem inventou a escrita e onde? O pesquisador deveria estar preocupado de fato com toda essa pretensa precisão valendo-se do calendário? Neste sentido, o rabino judeu-australiano Mattis Kantor (1943-) desenvolveu o que chamou de “The Jewish Time Line Encyclopedia”. Nela o autor propõe uma linha do tempo segundo o calendário judaico atual. O próprio Kantor indica que, segundo sua enciclopédia e menções ao Talmud25, em 313 A.E.C., os sacerdotes judeus estabeleceram, durante a Era 25

Uma coleção de livros sagrados da cultura judaica, produzidos entre o século II e VI da nossa era.

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Selêucida, o primeiro calendário judaico do tipo cronológico. Ele ficou conhecido como Minyan Shtarot (uma contagem de eras por contratos). Segundo Kantor esse calendário, essa “contagem de eras”, fez parte do acordo diplomático entre a Judeia e o governo Selêucida no final do século IV A.E.C. O ano novo judaico ficou marcado para 1 de tishrei (outono), celebrando a criação do homem.26 Logo, segundo fizeram, nos informa Kantor, da criação do homem até essa época selêucida, contaram 3449 anos. Tishrei era o mês mais próximo do primeiro mês macedônio, tornando-o, assim como o moderno, um marcador civil e nissan como primeiro mês tradicional (bíblico).27 A concordância dessas datas é, segundo o autor, creditada aos talmudistas do século II E.C. O autor menciona que para alguns pesquisadores a revolta dos macabeus iniciou em 3590 (170 A.E.C.) mas, para os talmudistas, em 3621 (139 A.E.C.).28 O autor mantém sua confiança nos talmudistas, no entanto, observando a cronologia da The Cambridge History of Judaism: the Hellenistic Age, baseada em estudos arqueológicos modernos, a data escolhida é 167 A.E.C. para o início da revolta. A primeira data é mais próxima da daquela acadêmica. Contudo, todas estão de acordo com o século, com o contexto geral, caso seja observada a situação sem a rigorosidade das datas estipuladas. Seria um problema mais sério caso essas datas tivessem mais de um século de diferença. Neste quesito, temos um problema. Recuando no tempo judaico, Kantor localiza a destruição do Primeiro Templo de Jerusalém no ano 3338 (423 A.E.C.).29 No trabalho da Cambridge, a data considerada é 587 A.E.C. e agora temos uma diferença de mais de um século. Em mais de um século podem ocorrer muitas mudanças tanto quanto nenhum avanço marcante para a linha do tempo. Mentalidades e costumes podem durar muitos séculos, mas o problema aqui é a localização de um fato. Em Kantor, nesse período da Cambridge, os reinos de Israel e Judá ainda existiam e na Cambridge, para a data de Kantor, talvez Esdras já estaria em Judá depois de um tempo na Pérsia e os helenos estariam em plena Guerra do Peloponeso. Baseada nos estudos arqueológicos, a datação da Cambridge tem como respaldo alguns textos acadianos em cuneiforme que contém o nome do conquistador babilônio de Jerusalém e uma menção a tal feito: encontra-se nas Crônicas Assírias e Babilônicas número 5 (ABC 5). O tablete de argila está no British Museum (nº 21946) e está datado entre 550-400 A.E.C., mas

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Não marca a criação do mundo ou do universo como propõe o cristianismo para o seu. KANTOR, p. 78-79. Segundo o autor, a comunidade judaica egípcia terminou esse Minyan Shtarot em 1517, quando os turcos submeteram o Egito. Ver: KANTOR, p. 185. 28 KANTOR, p. 285. 29 KANTOR, p. 57. 27

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seu conteúdo, no qual refere ao conquistador Nabucodonosor (‫)נְׁ בּוכ ְַׁדנֶאצַ ר‬30 é datado entre (605594 A.E.C.). A menção do tablete é a seguinte: “[Rev. 12] e sitiou a cidade de Judá e no segundo dia do mês de adar ele subjugou a cidade e capturou o rei”; isso ocorreu no seu sétimo ano de reinado.31 Assim, seria em 597-596 A.E.C. o ano dessa ação contra Jerusalém e contra o rei. Não é uma menção à destruição do Templo. A referida situação em Kantor está localizada no ano 3319 (442 A.E.C.).32 Os acadêmicos provavelmente continuarão a beber da cronologia tradicional. Mas não significa que as datações de Kantor devem ser hostilizadas pelos pesquisadores. Contudo, ao mencionar sua cronologia haverá sempre a necessidade de estar referindo também a cronologia tradicional. Seria um duplo trabalho. Por exemplo, se afirmamos que Dario conquistou a Babilônia em 3389 (372 A.E.C.)33, teríamos que dizer que, para a cronologia da Cambridge é 522 A.E.C., sendo que, nesta data, para Kantor, Menasheh ainda era o rei de Judá34 e na Cambridge, para a data de Kantor, o persa Artaxerxes II era o rei que tinha Judá como província (entre 404-358 A.E.C.). Esses foram só alguns exemplos dessa relação acalorada entre tais propostas cronológicas.

3.1 CONSPIRAÇÕES RELIGIOSAS

Mesmo com toda sua matemática, o calendário judaico e, principalmente, a cronologia defendida por Mattis Kantor, possuem divergências de datações com a tradição acadêmica, isso que seria o mínimo, se não houvessem, em muitos casos para a antiguidade pré-helênica, uma diferença de mais de um século entre as proposições. Este é o ponto negativo para o pesquisador. Outras questões sobre o calendário judaico ainda podem e devem ser estudadas. A cronologia de Kantor deve ser investigada, pois, nem tudo que foi elaborado ali deve ser ignorado. No entanto, uma boa pergunta a ser feita é: por que ocorre uma diferença de mais de um século entre certas datações, sendo que em outras a diferença é de menos de 30 anos? Alexandre da Macedônia falece em 3454 (307 A.E.C.)35 e na Cambridge em 323 A.E.C. e aqui temos uma boa média, menos de 20 anos de diferença e o fato ocorre no mesmo século. Mas, a diferença

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Cf.: Jeremias 52: 28-30. “[Rev. 11] No sétimo ano, o mês de kislev, o rei de Akkad reuniu suas tropas, marchou para a terra de Hatti...” 32 KANTOR, p. 55. 33 KANTOR, p. 68. 34 KANTOR, p. 54. 35 KANTOR, p. 81. 31

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entre a reconstrução das muralhas de Jerusalém, no governo provincial de Nehemias, e a morte de Alexandre, na cronologia da Cambridge é de 122 anos (445-323 A.E.C.), já em Kantor a reconstrução ocorre em 3426 (335 A.E.C.)36, ou seja, uma diferença de 28 anos (335-307 A.E.C.) para o autor. Mattis Kantor não menciona essa o porquê de ocorrerem essas diferenças de datas, com exceção sobre os macabeus, como já mostramos. A maioria de suas citações são de tratados talmúdicos e de comentadores da tradição rabínica. Na internet existem sites cujos autores acreditam que os talmudistas omitiram 232 anos do calendário judaico para esconderem a messianidade de Jesus.37 São teorias da conspiração que circulam na internet de pouco teor acadêmico. Cada religião pretende defender o seu lugar de fala. Esses teóricos da conspiração têm seus argumentos baseados em duas cronologias: na de Floyd Nolen Jones, Ph.D. em estudos bíblicos, cristão38 e no clássico James Ussher (1581-1656), arcebispo da Igreja irlandesa.39 Em geral, existem muitas especulações sobre as diferenças de ano entre as datas, mas, é necessário lembrar que, seja qual for a datação, ela será fruto de uma convenção de estudiosos, sendo, portanto, passiva de revisão acadêmica.

CONCLUSÃO

Neste trabalho objetivamos elaborar uma apresentação geral sobre a ideia de calendário. Discutimos a inserção dos calendários que muitas vezes seguimos religiosamente sem questionar sua procedência e sem ter a noção de qual lugar de fala ele foi estabelecido socialmente. Também dedicamos algumas laudas para caracterizar o calendário judaico moderno, seguido em Israel e por muitos judeus espalhados pelo mundo. Trouxemos algumas especificidades sobre as datas comemorativas e elaboramos um quadro/tabela para fins de esclarecimento do calendário judaico em comparação com outros calendários, além, da especificação das estações do ano e a ocorrência do 13º mês para os anos embolísticos. Apresentamos e questionamos as datações históricas para linhas temporais, baseando-nos na cronologia do rabino Mattis Kantor, bem como na oferecida pela The Cambridge History of Judaism.

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KANTOR, p. 77. Na maioria, sites ou blogs cristãos. 38 JONES, F. Chronology of the Old Testament: A Return to the Basics. 15. Ed. Texas: KingsWord Press, 2002. 39 USSHER. The Annals of the World. London: Printed by E. Tyler, 1658. 37

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Concluímos que as datações entre si não são condizentes e chegam a diferenciarem em mais de um século entre, principalmente, os períodos que observamos (Babilônico e Persa), mas, bem mais próximas no período helênico/macedônio. Concluímos que, haverá, para aqueles que se propõem a usar a enciclopédia de Kantor, dificuldades em localizar alguns fatos da história tradicional tanto quanto das datações arqueológicas. No entanto dissemos que seja qual for a proposta para linhas temporais, elas serão fruto de uma convenção de pesquisadores de várias áreas de estudos. Para finalizar mencionamos a existência de teorias da conspiração entre religiões que tentam preencher a lacuna de certas disparidades entre a cronologia que acredita o cristão e entre a judaica de bases talmúdicas, esta, estabelecida por Mattis Kantor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIBLIA Hebraica. Trad. David Gorodovits e Jairo Fridlin. São Paulo: Sêfer, 2006. BLECH, Benjamin. O mais completo guia sobre Judaísmo. São Paulo: Sefer, 2004. DAVIES, W.; FINKELSTEIN, L. (orgs.). The Cambridge History of Judaism: volume one – The Persian Period. Cambridge: University Press, 2007. p. 462. _________. The Cambridge History of Judaism: volume two – The Hellenistic Age. Cambridge: University Press, 2007. p. 717. INSTITUTO Antônio Houaiss. Dicionário eletrônico Houaiss. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. KANTOR, Mattis. The Jewish Time Line Encyclopedia: a year-by year History from creation to the present. New York: A Jason Aronson Book, 2004. WOLPO, Shalom Dov. Conceitos Judaicos. São Paulo: Lubavitch, 2010.

Referências da Internet: Acessos entre: 3 e 21 dez. 2016, Disponíveis em: Sobre Calendários Lunissolares e etimologia dos meses babilônicos

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Sobre Arqueologia babilônica Bíblia em Hebraico-Inglês Diferença entre as datas

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