O Centro Sócio-Econômico e suas Trajetórias

July 5, 2017 | Autor: Juan Garces | Categoria: History and Memory, Oral history
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O Centro Sócio-Econômico e suas Trajetórias

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Estagiário do Projeto do Livro UFSC 50 Anos. Acadêmico do Curso de Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina, sob a orientação da professora Roselane Neckel do Departamento de História da UFSC. 2 Estagiário do Projeto do Livro UFSC 50 Anos. Acadêmico do Curso de Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina, sob a orientação da professora Roselane Neckel do Departamento de História da UFSC. O estagiário em março de 2010 foi selecionado para bolsista do Programa de Educação Tutorial-PET/História e foi substituído no projeto pela acadêmico Juan Filipi Garces. 3 CUNHA, Sylvia Amélia Carneiro da Cunha. Recordando a fundação da Faculdade de Ciências Econômicas. Textos de Economia, Florianópolis, v. 4, n. 1, p.7-12, 1993, p.7. 4 Nilcéa Lemos Pelandré, ex vice-reitora, é professora aposentada e trabalha voluntariamente como orientadora da pósgraduação. 5 Nilcéa Lemos Pelandré. Entrevista concedida a Lara Beck e Roselane Neckel. Florianópolis, 02 de set. 2010. 6 VIEIRA, Pedro Antônio; FÉLIX, César Augusto. O Curso de Economia da UFSC: 65 anos de história. Florianópolis: Insular, 2008, p.62. 7 CUNHA, Sylvia Amélia Carneiro da Cunha. Recordando a fundação da Faculdade de Ciências Econômicas... op.cit., p.7. 1

Juan Filipi Garces1 Rodrigo Prates de Andrade2

omo todos os artigos apresentados neste livro, não estamos buscando realizar uma história totalitária ou que defenda qualquer vertente, seja ela política e cultural. Procuramos formular uma narrativa detalhando acontecimentos e as relações dos indivíduos, tanto de professores e alunos quanto de pessoas que contribuíram para a formação da Universidade, apresentando depoimentos de pessoas que nos concederam entrevistas para um melhor entendimento da formação do CSE e da atual UFSC, podendo relatar sua formação desde a primeira Faculdade que teria relação com o CSE, com exceção do Direito, a Faculdade de Ciências Econômicas. Além das entrevistas, os chamados boletins do pessoal, divididos desde 1962 até os anos 1990. Foram fundamentais para a formação deste artigo, pois foi principalmente por meio deles que buscamos as informações como alterações curriculares e atas do Conselho Universitário. Eles foram importantes para a realização das entrevistas, pois tivemos a curiosidade e necessidade de ir além das informações que continham nos Boletins. Acreditamos que seria de suma importância agradecer aos autores Pedro Antônio Vieira e César Augusto Félix pelo livro O Curso de Economia da UFSC. 65 anos de história, que serviu como guia para a construção desse artigo, apresentando acontecimentos que consideramos importantes para o CSE. Embora fosse realizada uma pesquisa mais aprofundada sobre alguns assuntos, este livro deve ser de certa forma uma contribuição importante para a formação do texto. O resultado do texto foi a busca constante das informações para termos em mãos uma versão da história do Centro Sócio-Econômico. Novas pesquisas poderão surgir, pois vão complementar nossas buscas. Não pretendemos acabar a história do CSE com este artigo, mas sim incentivar novas pesquisas que contribuam para a história da Universidade e mostrar as transformações que o Centro Sócio-Econômico representou para a UFSC.

O início

O Centro Sócio-Econômico está entre um dos mais antigos da Universidade Federal de Santa Catarina, sendo gestado na Faculdade de Ciências Econômicas e no antigo Curso de Administração e Finanças. Segundo a professora Sylvia Amélia Carneiro da Cunha, o curso tinha por objeto o ensino de Ciências Econômicas.3 Onde se encontra o atual Centro Sócio–Econômico, estava localizada parte do antigo cemitério da Trindade. Nilcéa Lemos Pelandré4 lembra sobre esse cemitério em uma entrevista concedida: Eu conhecia a Trindade e a época que era uma fazenda e tinha um cemitério onde meus avós maternos, avô paterno e meus bisavós estavam sepultados [...]. Ali atrás onde era o teatro e a igrejinha havia um grande cemitério, e eram dois cemitérios: o da Trindade e o do Itacurubi.5

Como afirmam Pedro Antônio Vieira e César Augusto Félix, em 1940 a economia catarinense estava em pleno vapor. Dentro da Academia de Comércio Catarinense, instituição que pode ser considerada o berço do ensino comercial no estado, foi criado o Curso Superior de Administração e Finanças em 1942. Os primeiros professores desse Curso foram: Elpídio Barbosa, Fernando Machado Vieira, Flávio Ferrari, Jorge José de Souza, Manoel Boaventura Feijó, Rita da Costa Ávila Malheiros, Wilmar Orlando Dias e Sylvia Amélia Carneiro Cunha.6 Portanto, a Faculdade nasceu da demanda de “algumas empresas comerciais, industriais e de economia as quais asseguravam que Santa Catarina, face ao seu desenvolvimento comercial e industrial, comportava o Curso Superior de Administração e Finanças.” 7

Trajetórias | CSE

Figura 1. Foto da área onde era localizado o cemitério. Fonte: Agecom [196?]. Nota: À direita, a igrejinha Henderson J. Speck e à esquerda, parte do CSE

Figura 2. Prédio onde funcionou a Academia de Comércio Catarinense, na Avenida Hercílio Luz. Fonte: Vieira & Félix (2008)

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CUNHA, Sylvia Amélia Carneiro da Cunha. Recordando a fundação da Faculdade de Ciências Econômicas... op.cit., p.810. 9 A universidade só passou a se chamar “Universidade Federal de Santa Catarina” em 1965, por meio da Lei nº 4.759, de 20 de agosto do mesmo ano. Cf. BRASIL. Lei nº 4.759, de 20 de agôsto de 1965. Dispõe sôbre a denominação e qualificação das Universidades e Escolas Técnicas Federais. Diário Oficial da União. Brasília-DF, 24 Ago. 1965, p.8.554. Disponível em: . Acesso em: 23 ago. 2010 10 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim Informativo. Florianópolis, a.1, n.1, IIº semestre de 1962, p.24-25. 11 GERBER, Luiza Maria Lorenzini. O Cenário catarinense na década de 1950 e a criação da faculdade de serviço social de Santa Catarina. Serviço Social em revista: Publicação comemorativa 50 anos do Serviço Social UFSC, Florianópolis, v.1, n.1 p 17-19 mar. 2009. 12 GERBER, Luiza Maria Lorenzini. O Cenário catarinense na década de 1950 e a criação da faculdade de serviço social de Santa Catarina... op.cit., p.18. 13 Ibidem, p.23-24.

A Faculdade de Ciências Econômicas pouco a pouco atingiu autonomia junto à Academia de Comércio Catarinense. Com uma crise financeira na década de 1950, devido ao fato de ser uma Faculdade particular, ela só pode se reestruturar com a chegada de verbas estaduais, e, em 1958, com as verbas federais.8 Alcançando, assim, sua “independência didática, administrativa e financeira”, em 16 de março de 1959 a Faculdade de Ciências Econômicas deixou de fazer parte da Academia de Comércio. Com a Lei nº 3.849, de 18 de dezembro de 1960, foi criada a Universidade de Santa Catarina,9 sendo constituída por diversas faculdades, dentre elas a Faculdade de Ciências Econômicas e a Faculdade de Serviço Social.10

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Figura 3. Vista atual do prédio situado na Rua Almirante Alvim, onde funcionou a antiga faculdade de Ciências Econômicas. Fonte: Agecom (2010)

A Fundação Vidal Ramos e a Faculdade de Serviço Social

Levando em conta a industrialização que acontecia em Santa Catarina nos anos 1950, era perceptível a alta demanda por assistentes sociais no estado. A necessidade chegou a tal ponto que, em 1952, foram oferecidas bolsas para estudantes cursarem o Curso de Serviço Social na PUC do Rio Grande do Sul.11 Entretanto, desses bolsistas, apenas um retornou a Santa Catarina, tornando imperativa a criação de um curso de Serviço Social no estado. Levando em conta as necessidades desse e de outros tipos de Ensino Superior em SC, em 3 de maio de 1958 foi criada a Fundação Vidal Ramos (FVR).

A Fundação Vidal Ramos, de acordo com seu estatuto, foi constituída por instituições patronais, governamentais e da Igreja Católica. Dela fazem parte: Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina; Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina; Federação das Associações Rurais do Estado de Santa Catarina; Departamento Regional do Serviço Social da Indústria SESI/ SC; Departamento Regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI/SC; Arcebispado de Florianópolis; Comissão Estadual da Legião Brasileira de Assistência Social; Conselho Regional de Serviço Social Rural; Departamento Nacional de Endemias Rurais – Circunscrição de Santa Catarina.12

A FVR, uma instituição particular, nasceu com a função de suprir as necessidades do estado, criando a Faculdade de Serviço Social de Santa Catarina no mesmo ano. Como afirma o professor Alcides Abreu,

[…] a razão da criação da Fundação foi exatamente essa: temos que formar profissionais que sejam capazes de conduzir o processo que agora irá se deflagrar. Naquele tempo, o SESI já estava presente em várias cidades industriais. Uma das preocupações das empresas era a greve. [...] Agora você pode evitar isso, claro que pode, como? Pelos mecanismos de prevenção. O que provoca uma greve? Um descontentamento? Acompanhando aqueles que podem ficar descontentes. Quem cuida disso? Os agentes de promoção social, o famoso terceiro setor, um novo pacto de inclusão social. Atende-se às demandas antes da greve.13

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Como dito anteriormente, a Lei nº 3.849 criou a Universidade, reunindo as faculdades pré-existentes, com exceção da Faculdade de Serviço Social, que se tornou agregada à Universidade, continuando a ser mantida pela Fundação Vidal Ramos.

A Faculdade de Ciências Econômicas (FCE) dentro da Universidade

Retornando à Faculdade de Ciências Econômicas, uma das principais mudanças com sua federalização e entrada na Universidade, foi que “[...] seu pessoal administrativo e auxiliar técnico passou a fazer parte do funcionalismo público. Quanto aos professores, o artigo 13 da Lei nº 3.849, criou vinte e três cargos de Professor Catedrático [...]”.14 A Faculdade de Ciências Econômicas pretendia formar três tipos de profissionais dentro da Universidade: economista, contador e atuário, este último acabou por não ser instalado.15 Na tentativa de suprir as lacunas do estado catarinense, nasceu o Curso de Ciências Contábeis da USC, tendo como seu embrião o Departamento de Contabilidade da mesma Faculdade.16 Nas Atas do Conselho da Faculdade de Ciências Econômicas, encontramos dados da criação do Curso de Ciências Contábeis e Atuariais.17. No mesmo ano, como consta na Resolução nº 67/63, no Boletim Informativo de 1963, é aprovada a instalação do Curso de Contador da Faculdade de Ciências Econômicas.18 A FCE sofria um processo de expansão dentro da própria Universidade e diante da conjuntura política e econômica da época, o professor Sérgio Uchoa Rezende, juntamente com outros professores da Faculdade, propôs ao reitor da USC a criação do Curso de Administração, já que somente a Fundação Escola de Administração e Gerência (atual ESAG) oferecia o curso em Santa Catarina.19 E em dezembro de 1965 foi aprovado o relatório para a criação do Curso de Administração de Empresas e de Administração Pública na Universidade.20 Em 1966, Félix e Vieira afirmam que no novo Regimento da Faculdade foi acrescido o Curso de Administração,21que, no entanto, somente em 1968, obteve sua aprovação, de acordo com a Resolução nº 001/68.22 Em torno desses três cursos (Economia, Contabilidade e Administração) surge uma espécie de “núcleo básico”, onde os alunos estudavam os dois primeiros anos juntos, para depois no terceiro ano, frequentarem as matérias específicas do seu Curso. Nesse processo, como afirma o professor Silvio Lehmkul, nasceu um sentimento de pertencimento dentro da própria Faculdade.23 Em uma ata do Conselho da Faculdade de Ciências Econômicas, de 1963, este decide por construir uma sede temporária na Trindade.24 Entretanto, somente em 1964, a Faculdade de Ciências Econômicas passaria a funcionar na cidade universitária, precisamente na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, porém somente por alguns anos, retornando em 1966 à Rua Almirante Alvim.25 Não há dúvidas de que, mesmo com a criação da UFSC, ela era apenas um aglomerado de faculdades autônomas. Tanto a Faculdade de Ciências Econômicas quanto a Faculdade de Serviço Social resistiam à mudança para a Trindade, temendo perder sua autonomia.

A ditadura nas faculdades de Ciências Econômicas e de Serviço Social

Segundo Félix e Vieira, é na Faculdade de Ciências Econômicas que o recém-instaurado governo militar se lança contra um membro do corpo docente. Em 1964, o Brasil estava entrando em um período de Ditadura militar, período este que seria considerado um governo violento e com grandes censuras e prisões.26 Algumas universidades sofreram influências com a ocupação militar; um exemplo no Centro Sócio-Econômico seria a prisão do professor José do Patrocínio Galloti, que resultou na instalação de uma Comissão de Inquérito para averiguar se ele havia descumprido a lei.27 Outro fator que afetou diretamente o CSE durante o regime militar foi a demissão de professores, como é o exemplo do caso do professor Jerônimo Vanderlei Machado. O professor Nildo Ouriques comenta sobre esse caso:

Claro que afetou [a Ditadura militar], vou lhe dar um exemplo claro. O caso clássico do professor Jerônimo Vanderlei Machado, membro do partido comunista. Fez um concurso aqui, passou e foi demitido pelo Stemmer, o reitor da época [...], demissão de professores arbitrariamente, embora tenham passado no concurso. Ainda estava na ditadura, mas veja que não era nenhum general mandando, era o próprio reitor no uso das suas atribuições mandando.28

VIEIRA, Pedro Antônio; FÉLIX, César Augusto. O Curso de Economia da UFSC...op.cit., p.103. 15 Ibidem, p.113. 16 AMORIM, L. P. A evolução histórica dos cursos de contabilidade em Santa Catarina. Florianópolis: Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina, 1999, p.43. 17 FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS. Florianópolis, Atas das sessões realizadas no ano de 1963. 18 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim Informativo. Florianópolis, a.2, n. 2, Iº semestre de 1963, p.51. 19 35 ANOS do departamento de ciências de administração. Florianópolis: [s.e.], 2004, p.5. 20 Ibidem, p.2. 21 VIEIRA, Pedro Antônio; FÉLIX, César Augusto. O Curso de Economia da UFSC... op.cit., p.127. 22 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim do Pessoal. Florianópolis, a. 2, n. 13, jan. 1968, p.1. 23 Silvio Lehmkhul Meyer. Entrevista concedida a Rodrigo Prates de Andrade. Florianópolis, 14 abr. 2010. 24 FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS. Florianópolis, Atas das sessões realizadas no ano de 1963. 25 VIEIRA, Pedro Antônio; FÉLIX, César Augusto. O Curso de Economia da UFSC... op.cit., p.111-114. 26 Questão mais detalhada no texto sobre a UFSC nos anos 70. 27 VIEIRA, Pedro Antônio; FÉLIX, César Augusto. O Curso de Economia da UFSC... op.cit., p.114. 28 Nildo Ouriques. Entrevista concedida a Juan Filipi Garces, Kennya Souza Santos e Rodrigo Prates de Andrade. Florianópolis, 28 jul. 2010. 14

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Sobre o mesmo caso, Caspar Erich Stemmer apresenta uma versão diferente: ele comenta que esse caso fora ingenuidade sua, afirmando que não havia consultado o secretário da Segurança para confirmar se o concurso estava dentro dos conformes; porém, afirma como principal motivo da demissão o fato de o Jerônimo não possuir doutorado:

Tive um incômodo, o famoso caso Jerônimo, que aquilo foi ingenuidade minha. Ele falou que tinha um doutorado, mas não tinha. A questão era que eu achava que a área de Economia nossa era muito fraca. O governo, quando precisava de um economista, buscava em São Paulo, Rio, nunca pensava em Florianópolis. Então eu solicitei que fizessem pós-graduação aqui. Eles falaram que tinham que contratar professores, então falei que sim e contratamos sem consultar o segurança (secretário de Segurança), quando este mandou a ficha, foi descoberto que o contratado tinha fugido para a França, tinha sido filiado ao partido comunista, tinha uma ficha radical. Pensei, o que faço agora, fui falar com o comandante do Exército, e ele falou, “Stemmer, o problema é seu, eu recomendo que você não contrate o cara, não por razões políticas, mas psicológicas, o cara vai te incomodar. Agora, se você admiti-lo, nós vamos apenas botar na sua ficha que admitiu este sem a nossa recomendação, mas a decisão é sua.29

Outro caso de prisão aconteceu no mesmo ano na Faculdade de Serviço Social. Um grupo de estudantes realizava atividades de extensão em uma comunidade carente de Florianópolis, no Morro do Céu. Lá pretendiam alfabetizar os adultos da comunidade utilizando o método de Paulo Freire. Com o Golpe de 64, esse projeto passou a ser visto como “subversivo”, como consta no Relatório da Comissão de Inquérito:

[...] aplicação do método Paulo Freire, realizada no Morro do Céu, tal método permite estimular a luta de classes e a pregação contra as instituições. Quanto aos alunos, ao empregarem o método Paulo Freire no Morro do Céu, aproveitaram a oportunidade para interpretarem palavras e fatos no sentido da agitação e incentivo das lutas de classes, fugindo aos princípios adotados pela Escola que cursam.30

Neste momento fora aberto um processo contra a Faculdade de Serviço Social, contra os alunos envolvidos no projeto e contra a professora orientadora dele. Instaurada a Comissão, foram realizados diversos depoimentos, e no fim os alunos prestaram serviços à Faculdade.

Caspar Erich Stemmer. Entrevista concedida a Marcos Dalcastagne e Roselane Neckel. Florianópolis, 02 ago. 2010. 30 RELATÓRIO da Comissão de Inquérito. Florianópolis: [s.e], 1964. 29

Figura 4. Foto de um trote realizado pelo Curso de Serviço Social. Fonte: Agecom [s/data]

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Trajetórias | CSE

Na foto acima podemos levantar três pontos: que era um trote universitário do Curso de Serviço Social, a presença dos militares e a reivindicação de seus alunos. Nessa imagem, percebemos que o local onde acontecia esse trote não era na Trindade. Como afirma a professora Gerusa Duarte em seu relato:

O trote era muito interessante. Nós estávamos aqui, mas o trote era lá na Praça XV. A gente saía ali do Direito, que era na mesma onde era a Filosofia, na Esteves Junior, só que era lá em cima. Também tinham os alunos do Curso de Odontologia, e estes veteranos vinham até nós, e nos vestiam com outras roupas [...].31

Levando em conta o contexto, dois anos após o Golpe, percebemos que em ações públicas dos estudantes, como o trote universitário, faz-se à presença dos militares. Entretanto, mesmo com a presença do soldado (à esquerda da foto), uma aluna do Serviço Social segura um cartaz com os dizeres: “Governo não paga” e “Professores à disposição”. Desse modo, levando em conta a foto anterior e o caso da prisão dos alunos do Curso de Serviço Social, percebemos que o preconceito de que não havia uma “agitação” estudantil dentro da Faculdade de Serviço Social não é verídica. É interessante notar que o novo Regimento da Faculdade, de 1966, restringe a vida dos alunos, tendo sido impostos vários impedimentos a eles, e o próprio Diretório Acadêmico deveria prestar contas à Faculdade.32 Passados quase quinze anos, no início da década de 1980, a vida política dentro da Universidade começava a se transformar. Como afirmam Félix e Vieira, os estudantes “reivindicavam diretórios organizados por curso, livres e autônomos na política e na gestão, quer dizer, livres da influência dos militares, da Reitoria, dos diretores de centro, dos chefes de departamento, partidos políticos e professores33”. Como afirma o professor Nildo Ouriques, nesse momento um grupo de alunos decide entrar no Diretório Acadêmico do Centro Sócio-Econômico, querendo “implodi-lo” para a criação dos centros acadêmicos. E em 1980 é criado o Centro Acadêmico Livre de Economia (CALE), o primeiro centro livre do CSE.34

A Reforma Universitária – o nascimento do Centro Sócio-Econômico

Através dos Decretos-lei nº 53, de 1966, e nº 252, de 67, e da Lei nº 5.540, de 1968, foi imposta às universidades brasileiras a Reforma Universitária. No Boletim do Pessoal de 1967, vemos que a UFSC começava a se adequar à nova conjuntura brasileira, assim as suas faculdades, incluindo a de Ciências Econômicas, “serão gradativamente absorvidas pelas novas unidades da Universidade, sendo os respectivos cargos redistribuídos à medida em que a implantação se efetivar”.35 Adequado às novas leis, o plano da Reforma Universitária na Universidade Federal de Santa Catarina é assinado em 1969, pelo então Reitor João David Ferreira Lima.36 Com a Reforma Universitária, o aluno não prestava mais vestibular para um curso como Economia e Administração, e sim para uma área como Ciências Econômicas.37 Outro ponto importante na Reforma foi a retirada da autonomia das faculdades, que foram desmembradas em cursos e departamentos. Extinguida a Faculdade de Ciências Econômicas, os cursos de Economia, Administração e Ciências Contábeis, junto com o curso Direito, formaram o Centro Sócio-Econômico.38 Entretanto, as mudanças aconteceram pouco a pouco. Em 12 de setembro de 1969, o Reitor João David Ferreira Lima designou o professor Paulo Henrique Blasi como executor, com a função de “implantar o Centro Sócio-Econômico”.39 Em 3 de agosto de 1970, o professor Paulo Henrique Blasi envia um ofício para o Reitor Ferreira Lima, alertando que: É muito difícil implantar-se a reforma universitária, faltando justamente o seu elemento básico e fundamental, isto é, o Departamento. Vossa Magnificência, mais do que todos, empenhado nesta cruzada reformista, não pode deixar que o problema se arraste indefinidamente, sob pena de graves reflexos na estrutura da nova Universidade. A preocupação constante pela real efetivação dos objetivos da reforma levam-me a esta solicitação na certeza de que ela encontrará a devida ressonância.40

Gerusa Duarte. Entrevista concedida a Douglas Felipe Abelino e Roselane Neckel. Florianópolis, 1o set. 2010. 32 VIEIRA, Pedro Antônio; FÉLIX, César Augusto. O Curso de Economia da UFSC... op.cit., p.129. 33 Ibidem, p.155. 34 Nildo Ouriques. Entrevista citada. 35 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim do Pessoal. Florianópolis, a. 1, n.1, jan. 1967, p.8. 36 SILVA, Elizabeth Farias da. Ontogenia de uma Universidade: a Universidade Federal de Santa Catarina (1962 – 1980). 269 f. Tese (Doutorado em Educação). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000, p.159. 37 Ibidem, p.165. 38 VIEIRA, Pedro Antônio; FÉLIX, César Augusto. O Curso de Economia da UFSC... op.cit., p.138-142. 39 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim do Pessoal. Florianópolis, a. 3, n. 25, jan. 1969, p.10. 40 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Ofício nº 271/70. Florianópolis, 03 de agosto de 1970. Ofício enviado por Paulo Henrique Blasi para João David Ferreira Lima. 31

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Portanto, apesar de o plano da Reforma Universitária ter sido assinado em 1969, em 1970 ele ainda não se concretizara na UFSC. Um ano após as palavras de Blasi, encontramos num Relatório do Curso de Administração, que a instalação do Departamento de Ciências de Administração aconteceu somente em 22 de abril de 1971.41 E em outro documento encontramos que:

Sob a presidência do Diretor do Centro Sócio-Econômico, Professor Paulo Henrique Blasi, foi instalado [o] Conselho Departamental do Centro SócioEconômico, com a presença de todos os Chefes de Departamento que o integram, no dia 14/04/1971, ocasião em que se estabeleceram as primeiras diretrizes para o seu funcionamento.42

Desse modo, apesar de suas raízes estarem dentro da Faculdade de Ciências Econômicas (1943) e da Faculdade de Serviço Social (1958), o Centro Sócio-Econômico, dividido em departamentos, “nasce” como fruto da Reforma Universitária, somente na década de 1970. No entanto, é importante salientar que a Reforma não teve ampla aceitação dentro da Universidade, e, além disso, trouxe alguns “problemas” para esta. Como consta no Relatório do Curso de Administração de 1971, “o crescimento de CAD [Administração], CNM [Economia] e CCN [Contábeis] em face da Reforma Universitária, é inusitado”,43 Assim, percebe-se que a expansão dos departamentos não era esperada, mas a expansão de vagas dentro do CSE era evidente, trazendo assim algumas dificuldades para o Centro. O relatório anual do Curso de Ciências Contábeis detalha um dos principais problemas: o de espaço físico devido à falta de salas de aula, em face da promoção da 4ª e 5ª fase para, respectivamente, 5ª e 6ª, além do ingresso de alunos na 4ª fase.44 Em outra parte do relatório consta que, [...] novos problemas de espaço físico ocorrerão, não mais pelo simples fato de se acrescerem mais Três (3) turmas e, logo, mais três (3) salas de aula, mas também, porque a própria Biblioteca, Almoxarifado e Diretório Acadêmico não terão mais condições e finalidades, diante de tal evolução.45

A importância da integração

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Centro Sócio-Econômico. Departamento de Ciências da Administração. Relatório do Departamento de Ciências da Administração. Florianópolis: Imprensa Universitária – UFSC, 1971, p.1. 42 Idem. 43 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Centro SócioEconômico. Departamento de Ciências Contábeis. Relatório do Departamento de Ciências Contábeis. Florianópolis: Imprensa Universitária – UFSC, 1971, p.2. 44 Idem. 45 Ibidem, p.4. 46 Zulamar Maria de Bittencourt e Castro. Entrevista concedida a Rodrigo Prates de Andrade e Juan Filipi Garces. Florianópolis, 09 ago. 2010. 47 Idem. 48 Idem. 49 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim do Pessoal. Florianópolis, a. 5, n. 50, fev de 1971, p.10. 41

Nesse período em que as antigas faculdades foram substituídas pelos centros e pelos departamentos, o que aconteceria com a Faculdade de Serviço Social? Um caso à parte, a Faculdade foi “agregada” à Universidade, mas mantida pela Fundação Vidal Ramos. Como afirma a professora Zulamar Bittencourt, a Faculdade de Serviço Social exercia uma espécie de “protagonismo” nos projetos de extensão da Universidade.46 Quando o Campus Avançado de Santarém foi instalado, em 1971, era clara a necessidade de professores e alunos do Curso de Serviço Social. Foi então que o reitor convocou uma equipe de professores do Serviço Social, dentre eles a professora Zulamar. Ela afirma que a experiência do Serviço Social foi de suma importância em Santarém, no qual os assistentes sociais contribuíram com a criação de uma metodologia de abordagem da comunidade.47 Entretanto, o fato de ser mantida por uma instituição particular dificultava algumas ações da Faculdade em conjunto com a UFSC. Por esse motivo, ocorreu uma iniciativa dos professores do Curso de criar um vínculo com a Universidade, porém o presidente da FVR professor Aragão foi contra essa vinculação. A integração com uma universidade pública, segundo os professores, traria melhorias para a Faculdade, principalmente em relação à oportunidade de realização de cursos de mestrado e doutorado por partes dos professores, e apoio financeiro em viagens e projetos de extensão:

O presidente da fundação, que era o doutor Aragão, ele não queria fazer essa vinculação, mas os professores do Serviço Social queriam, porque os professores não tinham essa possibilidade de fazer mestrado, fazer a carreira, doutorado, era uma universidade particular e também financeiramente havia questões. Além disso, era importante fazer uma vinculação à Universidade Federal.48

Nesse momento a Faculdade não foi totalmente incorporada pela UFSC; no entanto, em 1971, foi assinado um termo de convênio celebrado entre a Universidade Federal de Santa Catarina e a Faculdade de Serviço Social.49 E, apesar da resistência da Fundação Vidal Ramos, a Faculdade passou a estar cada vez mais “dentro” da Universidade.

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Trajetórias | CSE

A expansão da Universidade

O período em que Eric Caspar Stemmer esteve como reitor ficou conhecido como o grande momento de expansão da Universidade, no qual se criaram novos cursos e novas vagas a todo momento, inclusive as do período noturno. Devido à necessidade de trazer alunos que não poderiam estudar durante o período diurno, no final da década de 1970, os cursos de Administração, Ciências Contábeis e Economia já possuíam aulas noturnas, ou seja, cada um desses oferecia cerca de setenta vagas anualmente.50 Como afirmam Félix e Vieira, a criação do Curso noturno de Economia, além de dobrar o número de alunos, possibilitou a renovação do corpo docente, portanto é possível inferir que o mesmo possa ter acontecido tanto no Curso de Ciências Contábeis quanto no de Administração. No entanto, no início da década de 1970, período em que surgiram as primeiras consequências da Reforma Universitária, um fato curioso foi encontrado no Relatório do Curso de Administração de 1972, no qual os docentes estão “contrariados” com os horários vespertinos e noturnos do Curso de Administração: Assim pensamos, pois estudando a situação dos alunos, concluímos que mais de 90% de nossos acadêmicos exercem atividades assalariadas, para poderem se manter. Desta forma, classes vespertinas não seriam recomendáveis, além de exigirem toda uma nova estrutura administrativa e técnica, o que em muito viria a onerar o orçamento universitário. Por estas últimas razões também silenciamos quanto às turmas noturnas pois, além de pessoalmente sermos contrários, o índice de aprendizado e de formação poderá cair em muito, o que fugiria aos conceitos da Reforma.51

O que fez com o professor Guido José Warken, e outros professores, se postassem contra esses horários alternativos? Em entrevista com o professor Rogério Vahl, este lembrou quando foi comentado sobre os horários alternativos:

Por uma razão muito simples, é porque havia a ESAG, ela dava curso à noite, e muito dos nossos professores também eram da ESAG, então não dava compatibilidade […] ficava incompatível lecionar lá e aqui ao mesmo tempo, aí eles davam aula de manhã aqui e de noite lá, então não gostavam do curso da noite por essa razão […] mas foi perfeitamente administrado, eles colaboraram sempre. A gente procurava locar as disciplinas em horários que eles tinham disponibilidade, porque não tinham que lecionar toda a noite lá e lecionavam algumas noites aqui.52

Ou seja, os professores se posicionaram contra as turmas nos períodos vespertinos e noturnos, por lecionar na antiga Fundação Escola de Administração e Gerência, ou por possuírem outras atividades fora da Universidade.

Nós tínhamos condição de ter os melhores professores da cidade lecionando conosco à noite, porque eles trabalhavam durante o dia em funções que eles não podiam pedir demissão para lecionar aqui à noite, mesmo porque o que recebiam aqui era irrelevante em relação ao que eles recebiam lá fora.53

Também foi nesse período que foram criados os primeiros cursos de pós-graduação da Universidade. Em 1969 foi criado o Mestrado em Engenharia Mecânica;54 entretanto, o CSE não havia lançado nenhum projeto para um novo curso. Assim sendo, os docentes do Departamento de Administração, inspirados no modelo da Fundação Getúlio Vargas, e apoiados pelo Pró-Reitor Antônio Grillo, enviaram um projeto para a Reitoria.55 Cerca de dez anos após a criação do primeiro mestrado da UFSC, instituiu-se o Mestrado em Administração (1977), com área de concentração em Administração Pública, sendo esse o primeiro curso de pós-graduação no CSE.56 As experiências com as reformas universitária e administrativa foram extremamente positivas para a Universidade, como consta no Jornal Universitário de 1983,

[...] nos anos de 1967/71, em decorrência do convênio firmado com o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, e com recursos do Ministério de Planejamento, a Universidade desenvolveu um programa de treinamento de recursos humanos que envolveu todas as Universidades do País. Esse trabalho culminou com a realização do Seminário Internacional de Administração Universitária, realizado no campus da Universidade em 1971 e que reuniu técnicos e professores da América Latina, Estados Unidos e Europa.57

Idem. Boletim do Pessoal. Florianópolis, a. 1, n.1, jan. 1967, p.8. 51 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Centro Sócio-Econômico. Departamento de Ciências da Administração. Relatório do Departamento de Ciências da Administração... op.cit., p.2. 52 Theodoro Rogério Vahl. Entrevista concedida a Icles Rodrigues, Juan Filipi Garces, Rodrigo Prates de Andrade e Roselane Neckel. Florianópolis, 02 ago. 2010. 53 Idem. 54 VIEIRA, Pedro Antônio; FÉLIX, César Augusto. O Curso de Economia da UFSC... op.cit., p.180. 55 35 ANOS do Departamento de Ciências de Administração... op.cit. 56 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim do Pessoal. Florianópolis, a. 11 n. 121, jan. 1977, p.14. 57 PÓS-GRADUAÇÃO inova técnicas de pesquisa em Administração. Jornal Universitário, Florianópolis, 16 maio 1983. 50

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Como consta no relato do professor Vahl, cogitou-se até a ideia de criar um curso específico para a formação de profissionais na área de administração universitária.58 Em 1972, [...] os professores João David Ferreira Lima, Teodoro Rogério Vahl, Antônio Niccoló Grillo, Guido José Warken e Acácio Garibaldi de Paula Ferreira Santhiago para, sob a presidência do primeiro, constituírem Grupo de Trabalho para estudar a possibilidade da criação de um curso de pós-graduação em Administração Universitária.59

Alguns anos depois, em 1979, foi aprovado o currículo do Curso de Especialização em Administração Universitária.60 Entretanto, a Especialização fora apenas mais um passo,

Como as atividades desenvolvidas nesse curso de especialização vieram a confirmar a experiência anterior da Universidade no trato de problemas e estudos universitários, propôs-se a criação de uma área de concentração, à nível de mestrado, dentro do Curso de Pós-Graduação em Administração, sendo que a referida área de concentração foi aprovada pelos órgãos superiores da Instituição, a partir de 1980.61

Teodoro Rogério Vahl. Entrevista citada. 59 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim do Pessoal. Florianópolis, a. 11 n. 121, jan. 1977, p.24. 60 Idem. Boletim do Pessoal. Florianópolis, a. 12 n. 145, jan. 1979, p.9-10. 61 PÓS-GRADUAÇÃO inova técnicas de pesquisa em Administração... op.cit. 62 Zulamar Maria de Bittencourt e Castro. Entrevista citada. 63 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim do Pessoal. Florianópolis, a. 12 n. 145, jan de 1979, p.44. 64 GERBER, Luiza Maria Lorenzini. O Cenário catarinense na década de 1950 e a criação da faculdade de serviço social de Santa Catarina... op.cit., p.43-54. 65 Zulamar Bittencourt. Entrevista citada. 66 GERBER, Luiza Maria Lorenzini. O Cenário catarinense na década de 1950 e a criação da faculdade de serviço social de Santa Catarina... op.cit., p.48-53. 67 Teodoro Rogério Vahl. Entrevista citada. 68 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim do Pessoal. Florianópolis, a. 13, n. 177, set. 1981, p.5. 69 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim do Pessoal. Florianópolis, 1983, p.3. 70 Idem. Boletim do Pessoal. Florianópolis, n.1985. 71 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Boletim do Pessoal. Florianópolis, nov. a dez. 1988, p.4. 58

Como dito anteriormente, era de suma importância que a Faculdade fosse integrada à UFSC, para que seus profissionais coordenassem os projetos de extensão da Universidade. Já na metade da década de 1970 foi constituída uma comissão, composta pela professora Zulamar, padre Bianchini, professor Alcides de Abreu e a Irmã Clementina, que ficou responsável por pressionar a FVR para a integração com a Universidade. Dentro da UFSC, o Pró-Reitor de Extensão Volnei Milles, que via na integração da Faculdade de Serviço Social uma grande melhoria para a Universidade, serviu como mediador entre os docentes da antiga faculdade e a Reitoria.62 Desse modo, tanto por pressões internas quanto externas, em 1979 foi criada a Coordenadoria de Serviço Social junto ao Departamento de Direito Privado e Social, que em um ano depois constituiria o Departamento de Serviço Social.63 Agora, por que no Departamento de Direito? Sabe-se que havia um interesse do professor Paulo Lago de levar o Serviço Social para o CFH; no entanto, foi se instalar no CSE.64 Desde o início da década de 1970, com a professora Dymuth, o Serviço Social e o Direito realizavam um projeto em conjunto,65 e além disso o próprio professor Volnei pertencia ao Departamento de Direito.66 Portanto, é perceptível que os antigos projetos de extensão e os contatos do professor Volnei facilitaram a alocação da Faculdade de Serviço Social dentro do Departamento de Direito, no Centro Sócio-Econômico.

Os anos 1980 e 1990: Criação da empresa júnior e os cursos de pósgraduação

Na década de 1980 percebemos alguns resultados da gestão do professor Stemmer, uma continuação da expansão da Universidade. Na entrevista realizada com Teodoro Rogério Vahl, foi levantada a informação que, por questões orçamentárias, a UFSC utilizouse de um mesmo projeto arquitetônico para quatro diferentes prédios.67 Sendo assim, podemos inferir – na entrevista os prédios não foram especificados – que os prédios em questão estejam localizados no Centro Sócio-Econômico, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Centro de Ciências da Saúde e Centro Tecnológico, pela semelhança entre quatro prédios, situados nestes centros. Apesar de não ter sido criado nenhum curso de mestrado dentro do CSE, surgiram inúmeros cursos de especialização. Em 1981 foram aprovados os cursos de Especialização em Serviço Social Psiquiátrico e em Administração.68 Em 1983, o Reitor Ernani Bayer69 e, em 1985, o Reitor Rodolfo Pinto da Luz70 aprovaram mais cursos de especialização em Serviço Social. Entre novembro e dezembro de 1988 é aprovado um termo de convênio no qual celebravam a UFSC e a Fundação de Ensino e do Desenvolvimento do Oeste com a interveniência da Fundação de Estudos e Pesquisas Sócio-Econômicas visando a criação de um curso de pós-graduação em Contabilidade em nível de especialização.71 Também foi neste momento que o corpo docente sofreu severas mudanças. Enquanto nas décadas de 1960 e 1970 poucos professores ingressavam no regime de dedicação

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exclusiva,72 na década de 1980 esse quadro se inverteu. Além disso, grande parte dos professores possuía apenas a graduação, alguns poucos o curso de mestrado; entretanto, “na geração de professores da década de 80 que, aproveitando os incentivos e oportunidades oferecidas pelo Governo Federal e pela UFSC, saíram em busca de obter doutorado em instituições nacionais e estrangeiras”.73 Como visto anteriormente, foram criados inúmeros cursos de especialização dentro do CSE; entretanto, apenas o Departamento de Administração possuía um curso de mestrado. Como afirmam Félix e Vieira, desde o final da década de 1970, o Departamento de Economia procurava criar um curso em nível de mestrado, porém, devido a certos “obstáculos”, este não se concretizava.63 Somente após algumas mudanças no projeto, aproveitando as experiências do departamento, em 1993 foi criado o Mestrado em Economia na UFSC, com área de concentração em Economia Industrial e Economia da Integração.74 No dia 20 de fevereiro de 1997, de acordo com a resolução Nº 02/CEPE/97, o presidente do conselho de ensino, pesquisa e extensão da Universidade Federal de Santa Catarina resolve aprovar o curso de especialização em Gestão Contábil oferecido pelo departamento de Ciências Contábeis. Segundo o documento, o curso teve início no dia 04 de abril, com término em 20 de dezembro de 1997.75 Em 1999, o Departamento de Administração oferece com o apoio do presidente da Câmara de Pós-Graduação, de acordo com a resolução nº 87/CPG/99, o Curso de Especialização em Gestão de Pessoas em Hotelaria, no período de setembro de 1999 a setembro de 2000.76 No mesmo ano, oferecido também pelo Departamento de Administração em apoio com o presidente da Câmara de Pós-Graduação cria o Curso de Especialização em Gestão de Recursos Humanos, no período de março a novembro de 2000.77 Entretanto, esse período não foi marcado somente pela criação de cursos de pósgraduação. No início dos anos 90, pelas análises que obtidas, o Centro Sócio-Econômico sentia a necessidade de possuir uma empresa júnior pela justificativa de que o mercado de trabalho estava muito competitivo e a Universidade estava lançando para o mercado de trabalho um número elevado de profissionais teóricos.78 Foi então que no dia 13 de dezembro de 1990, auxiliados pela SEBRAE foi criada a UFSC Jr., então designação da atual Ação Júnior.79 Depois de criada, a Ação Junior enfrentou algumas dificuldades. Além das dificuldades burocráticas, as maiorias dos fundadores estavam ocupadas com outras atividades acadêmicas. Porém, um número relativamente bom de estudantes mostraram interesse, mesmo aqueles que não conheciam a verdadeira razão da empresa, o que contribuiu para a criação de um grupo do CSE que estava disposto a manter a empresa júnior.80 A ação Junior foi uma iniciativa construída por uma necessidade que o Centro Sócio-Econômico, e mantida graças ao apoio oferecido pelos estudantes.81

Anos 2000: Continuação da expansão à criação do Curso de Relações Internacionais

No início dos anos 2000, os cursos de pós-graduação continuam a ser criados no CSE, o que denota que o centro tinha a necessidade de melhorar e expandir os cursos de especialização. No dia 04 de maio de 2000 foi aprovado de acordo com a resolução nº 016/CPG/2000 o curso de especialização em Gestão Previdenciária oferecido pelo departamento de Administração, porém o presidente da câmara de pós-graduação decide tornar essa decisão sem efeito.82 Mesmo com esse fato, a criação do curso de especialização não diminuíram. No dia 19 de outubro é aprovado o curso de especialização em Recursos Humanos oferecido pelo departamento de Administração.83 No dia 23 de novembro do mesmo ano, foi aprovado o curso de especialização em Gestão Estratégica de Empresas, oferecido pelo departamento de Administração e aprovado pelo presidente da câmara de pós-graduação, entretanto, só teve início no período de 13 de março de à 05 de dezembro de 2001.84 No mesmo dia, ainda oferecido pelo departamento de Administração, foi criado o curso de especialização em Desenvolvimento Gerencial.85

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Lembrando o caso anteriormente citado, em que professores da UFSC davam aulas em outras universidades, e possuíam outros empregos. 73 VIEIRA, Pedro Antônio; FÉLIX, César Augusto. O Curso de Economia da UFSC...op.cit., p.153. 74 Ibidem, p.182. 75 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Resolução nº 02/CEPE/97. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 1997. Disponível em: Acesso em: 17 nov. 2010. 76 Idem. Resolução nº 87/ CPG/99. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 1999. Disponível em: . Acesso em: 17 nov. 2010. 77 Idem. Resolução nº 93/ CPG/99. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 1999. Disponível em: . Acesso em: 17 nov. 2010. 78 AÇÃO JUNIOR CONSULTORIAS SÓCIO-ECONÔMICAS. Empresa, história, objetivos. Florianópolis: UFSC/ CSE, [2010]. Disponível em: . Acesso em: 12 nov. 2010. 79 MORETTO NETO, Luís et al. (Orgs). Ação Junior: pioneira no sul do Brasil. In: _____. Empresa Júnior: espaço de aprendizagem. Florianópolis: [s.e.], 2004, p.193-194. 80 Ibidem, p.193. 81 Ibidem, p.210. 82 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Resolução nº 054/CPG/2000. Florianópolis: UFSC/ Reitoria, 2000. Disponível em: . Acesso em: 17 nov. 2010. 83 Idem. Resolução nº 058/ CPG/2000. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2000. Disponível em: . Acesso em: 17 nov. 2010. 84 Idem. Resolução nº 065/ CPG/2000. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2000. Disponível em: . Acesso em: 17 nov. 2010. 85 Idem. Resolução nº 067/ CPG/2000. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2000. Disponível em: . Acesso em: 17 nov. 2010. 72

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Resolução nº 064/CPG/2001. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2002. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 87 Idem. Resolução nº 065/ CPG/2001. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2002. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 88 Idem. Resolução nº 067/ CPG/2001. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2002. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 89 Idem. Resolução nº 010/ CPG/2003. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2003. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 90 Idem. Resolução nº 039/ CPG/2003. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2003. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 91 Idem. Resolução nº 042/ CPG/2005. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2006. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 92 Idem. Resolução nº 043/ CPG/2005. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2006. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 93 Idem. Resolução nº 044/ CPG/2005. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2006. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 94 Idem. Resolução nº 045/ CPG/2005. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2006. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 95 Idem. Resolução nº 046/ CPG/2005. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2006. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 96 Idem. Resolução nº 041/ CPG/2005. Florianópolis: UFSC/Reitoria, 2006. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 97 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Resolução nº 013/CEG/2008. Florianópolis: UFSC/ Reitoria, 2008. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 98 Idem. Curso de Relações Internacionais. Apresentação. Florianópolis: UFSC/R.I., [2010]. Disponível: . Acesso em: 17 nov. 2010. 86

No ano de 2001, nota-se que a UFSC cria um vinculo com o SENAC a FEPESE para a criação de três curso de pós-graduação “Lato Sensu”. Em dezembro, oferecido pelo departamento de Administração através de um convênio entre a UFSC e o Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC-SC) com a interveniência da Fundação de Estudos e Pesquisas Sócio-Econômicos (FEPESE) foi aprovado o Curso de pós-graduação “Lato Sensu” em Gestão Estratégica de Empresas Turísticas com início previsto para abril de 2002 e término para setembro de 2003.O curso foi realizado no SENAC de Joinville.86 No mesmo período, com convênio entre a UFSC e o SENAC/PR com a interveniência da FEPESE, foi criado o curso de pós-graduação “Lato Sensu” em Gestão Estratégica de Recursos Humanos, a ser oferecido pelo departamento de Administração realizado no SENAC de Pato Branco (PR).87 O terceiro curso de pós-graduação “Lato Sensu” criado foi o de Marketing para Gestão Empresarial, oferecido pelo Departamento de através de convênio entre a UFSC e a Fundação de FEPESE. Esse curso foi administrado na UFSC/ FEPESE.88 Em março de 2003 foi aprovado o curso de especialização em Finanças para Executivos oferecido pelo departamento de Administração em convênio entre a UFSC, o SENAC e a FEPESE. O curso teve seu início em maio de 2003 e término em julho de 2004.89 Em junho do mesmo ano, é aprovado o curso de especialização em Gestão Estratégica de Negócios, oferecido pelo departamento de Administração, através de convênio entre a UFSC e a FEPESE, com início previsto para de junho de 2003 e término para abril de 2005, nas instalações da Itaipu Multinacional em Foz do Iguaçu.90 Em dezembro de 2005, é aprovado o curso de especialização em Finanças para executivos, oferecido novamente pelo departamento de Administração. Segundo a resolução Nº 042/CPG/2005, o curso teve início no primeiro semestre de 2006.91 Ainda oferecido pelo departamento de Administração, foi aprovado o curso de especialização em Marketing para Gestão Empresarial92, em Recursos Humanos93, em Gestão de Pessoas nas Organizações94, e em Desenvolvimento Gerencial; ambos oferecidos no primeiro semestre de 2006.95 No mesmo período, é aprovado o primeiro curso a ser oferecido fora do departamento de Administração, segundo os documentos estudados. O curso de especialização em Finanças e Controle Empresarial foi oferecido pelo departamento de Ciências Contábeis e aprovado pelo presidente da câmara de pós-graduação. Teve seu início também no primeiro semestre de 2006.96 Por volta de 2008, o CSE contribuiu novamente para a criação de um curso, mas com exceção dos anteriores, este foi na área da graduação. No dia 3 de setembro, é aprovado o curso de Relações Internacionais pela resolução 013/CEG/2008.97 Mas somente em outubro de 2010 foi aprovado o curso de mestrado em relações internacionais em reunião composta pelos professores do departamento de economia e do direito. Foi decidido que o novo coordenador seria o Prof. Doutor Jaime Cesar Coelho. O curso conta com 22 professores doutores.98 A história do Centro Sócio-Econômico, como as histórias dos demais centros, é marcada por percalços e desafios constantes, independente da conjuntura social, política e econômica brasileira. Contudo, uma de suas marcas é a intensa busca por excelência, que pode ser comprovada pela constante expansão, que marca, principalmente, as últimas décadas.

Fontes e referências bibliográfica Documentos UFSC/CSE

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Trajetórias | CSE

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Entrevistas

Caspar Erich Stemmer. Entrevista concedida a Marcos Dalcastagne e Roselane Neckel. Florianópolis, 02 ago. 2010. Gerusa Duarte. Entrevista concedida a Douglas Felipe Abelino e Roselane Neckel. Florianópolis, 1o set. 2010. Nilcéa Lemos Pelandré. Entrevista concedida a Lara Beck e Roselane Neckel. Florianópolis, 02 set. 2010.

Nildo Ouriques. Entrevista concedida a Juan Filipi Garces, Kennya Souza Santos e Rodrigo Prates de Andrade. Florianópolis, 28 jul. 2010. Silvio Lehmkhul Meyer. Entrevista concedida a Rodrigo Prates de Andrade. Florianópolis, 14 abr. 2010.

Theodoro Rogério Vahl. Entrevista concedida a Icles Rodrigues, Juan Filipi Garces, Rodrigo Prates de Andrade e Roselane Neckel. Florianópolis, 02 ago. 2010.

Zulamar Maria de Bittencourt e Castro. Entrevista concedida a Rodrigo Prates de Andrade e Juan Filipi Garces. Florianópolis, 09 ago. 2010.

Figuras

AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO DA UFSC – AGECOM. Foto onde era localizado o cemitério. [196?]. 1 fotografia p&b. s/autoria. _____.Vista atual do prédio situado na Rua Almirante Alvim, onde funcionou a antiga faculdade de ciências econômicas. [2010]. 1 Fotografia color. Autoria: Paulo Noronha.

_____. Foto de um trote realizado pelo curso de Serviço Social. [s/data]. 1 fotografia p&b. s/autoria.

VIEIRA & FÉLIX (2008). Prédio onde funcionou a academia de comércio catarinense, na Avenida Hercílio Luz. 1 fotografia p&b. s/autoria. In: VIEIRA, Pedro Antônio; FÉLIX, César Augusto. O Curso de Economia da UFSC: 65 anos de história. Florianópolis: Insular, 2008, p.61.

Referências bibliográficas

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AMORIM, L. P. A evolução histórica dos cursos de contabilidade em Santa Catarina. Florianópolis: Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina, 1999. BRASIL. Lei nº 4.759, de 20 de agôsto de 1965. Dispõe sôbre a denominação e qualificação das Universidades e Escolas Técnicas Federais. Diário Oficial da União. Brasília-DF, 24 Ago. 1965, p. 8.554. Disponível em: . Acesso em: 23 ago. 2010.

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