O COMPLEXO PORTUÁRIO DO ITAJAÍ/SC

July 17, 2017 | Autor: G. Grupo de Estud... | Categoria: Transportes, Santa Catarina, Vale Do Rio Itajaí, Transporte Marítimo
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O COMPLEXO PORTUÁRIO DO ITAJAÍ/SC

Wander Luis de Melo Cruz Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSC Laboratório de Circulação, Transporte e Logística – LABCIT Grupo de Estudos em Desenvolvimento Regional e Infraestruturas – GEDRI Orientador: Márcio Rogério Silveira O Complexo Portuário do Itajaí (SC) caracteriza-se por ser um grande aglomerado especializado nos serviços de transporte e logística, bem como na produção industrial de suporte as mesmas atividades. Com o desenvolvimento tecnológico, possibilitaram-se novas formas de organização da produção e da circulação do capital. Destarte, os espaços portuários que não se adaptam rapidamente a essas tendências são duramente pressionados pela a concorrência de outros mais modernos e eficientes. Podemos destacar que o Complexo Portuário do Itajaí é a segunda maior região movimentadora de contêineres do Brasil, ficando apenas atrás do Porto de Santos/SP. Para ter dimensão de sua grandiosidade, atualmente o Complexo Portuário do Itajaí movimenta mais de 70% dos contêineres do Estado de Santa Catarina. O mesmo complexo tem grande especialização no transporte de cargas reefers (refrigeradas), sendo nesse seguimento o maior da América Latina. Devido especialmente a importância na movimentação de cargas, do comércio exterior e do setor de serviços de transporte e logística, a cidade de Itajaí tornou-se recentemente detentora do maior PIB do estado de Santa Catarina. Recentemente, o Governo Federal aprovou a Lei nº. 12.815, que tem como propósito facilitar os contratos de arrendamento (portos públicos) e delega mais atribuições aos Terminais de Uso Privativo (TUPs), algo que modifica de forma substancial as relações entre o porto e as empresas de transporte e logística, bem como a circulação dentro do Complexo Portuário do Itajaí, algo que evoca novas soluções para as recentes interações com os novos agentes, ou para atender as novas atribuições que receberam os antigos agentes do Complexo Portuário do Itajaí. O quadro infraestrutural é uma questão extremamente delicada, pois as tendências dos armadores internacionais no uso de grandes embarcações de quinta geração (Post Panamax-Plus) pressionam as instituições públicas e privadas a se alertarem com as obras de projetos de dragagem de aprofundamento/manutenção da bacia de evolução, considerando as particularidades das embarcações. A questão do investimento em infraestruturas de transportes no Brasil é algo bastante polêmico, pois se analisarmos que no ano de 2014 foram investidos cerca de 0,8% do PIB nesse seguimento, no mesmo ano foram destinados 5% do PIB para pagamento de juros da dívida pública. Com esse cenário, um esforço constante é feito por parte do Governo Federal para atrair investimentos da iniciativa privada para o setor de transportes através de leis e medidas provisórias (MP), porém recentemente com a elevação das taxas de juros, o Governo Federal coloca em dúvida a intensidade dessa intencionalidade non sequitur. A ideia de logística, observada com um olhar geográfico e menos coorporativo, nos revela como os agentes criam e recriam interações espaciais dentro do Complexo Portuário do Itajaí, bem como concebem uma racionalização do espaço de forma flexível para atender às singularidades dos usuários dos serviços da região, que enceta desde as pequenas empresas de armazenamento, transportes de carga intermodal, agências médias e pequenas de tramite aduaneiro e de transportes, bem como grandes armadores multinacionais e corporações com redes internacionais de comércio exterior. Não podemos esquecer também do papel das instancias públicas (municipais, estadual e federal) na criação de infraestruturas que possibilitem o aumento de fluidez, e consequentemente à circulação do capital.

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