O conceito de tendenciosidade

May 19, 2017 | Autor: D. Borges de Amorim | Categoria: Business Administration
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O conceito de tendenciosidade É fundamental reconhecer as tendenciosidades para que possamos identificá-las e gerenciá-las em nossos processos decisórios.

DIEGO FELIPE BORGES DE AMORIM Servidor Público (FGTAS), Bacharel em Administração (FAE), Especialista em Gestão de Negócios (ULBRA), Consultoria e Planejamento Empresarial (UCAM) e pós-graduando em Planejamento Empresarial e Finanças (FAVENI)

[email protected] Artigo publicado em 12 de julho de 2016 http://www.administradores.com.br/artigos/academico/o-conceito-de-tendenciosidade/96586/

No mundo dos negócios, gestores tomam decisões rotineiramente sobre diversas coisas. Tais coisas podem ser triviais e decisões preestabelecidas podem ser suficientes para que as atividades do negócio continuem de forma corrente. Um caso típico de decisão pré-programada pode ser exemplificada quando uma organização decide um número ótimo de estoque produtivo e o gestor da unidade precisa, apenas, garantir o nível "adequado" desses estoques. Nesse caso, ele precisa monitorar a produtividade diária de sua unidade e ajustar os desvios. Esse gerenciamento pode ser feito de forma programada, justamente porque já se sabe o resultado esperado. Ele precisa, tão somente, mantê-los. Logicamente que as coisas não são tão simples assim. Caso haja alguma alteração nas variáveis que compõem a decisão pré-programada, ajustes terão de ser feitos. Caso esses ajustes sejam de caráter interno, como os ajustes para se adequar ao nível "ótimo" - por exemplo, se no dia anterior se produziu abaixo ou acima desse nível - decisões pré-programadas podem ser suficientes, caso não hajam alterações atípicas nas outras variáveis (estoque de matérias-primas, alterações de preços, problemas em processos ou estruturas, aumento de horas-extras, etc). Neste caso, sendo os ajustes de caráter externo, decisões mais elaboradas precisam ser exercidas para identificar as causas dos problemas de forma a tratá-las . Grande parte das decisões diárias dos gestores é de caráter pré-programado. Embora isso possa parecer servir de algum alento, na verdade isso é o maior "perigo" que pode impactar a vida de um gestor e a vida de uma organização. Gestores que tomam decisões desprovidas de "pensamento crítico e cuidadoso" sobre questões que o exigem, são incapazes de adequadamente reconhecer e considerar as incertezas. Frequentemente, essa é a principal ameaça que acomete gestões das mais diversas organizações e que causa vieses que se traduzem em desempenho pobre. Esse problema ocorre devido às tendenciosidades da administração. Mas, o que são essas tendenciosidades? E, por que ocorrem? Tendenciosidades são noções preconcebidas adotadas sem um pensamento cuidadoso sobre elas. As tendenciosidades levam os tomadores de decisões a ignorar os pontos fracos de suas escolhas e impede-nos de examinar adequadamente as demais alternativas. Essas "interferências perceptivas" normalmente são de origem emocional ou intuitiva, o que é de certa forma natural, pois a mente humana é dotada de incontáveis dados e repleta de prejulgamentos. A partir disto, o ser humano cria "atalhos" para tomar certas decisões que, quando imbuídas de enganos e/ou de preconceitos, levam a associações indevidas sobre a realidade acerca do problema proposto. Neste caso, decisões ruins são tomadas. As tendenciosidades também são conhecidas como "armadilhas decisórias". Todos nós somos providos de uma série de tendenciosidades, pois ao longo de nossas vidas, moldamos nossas percepções sobre determinadas situações nos âmbitos social e profissional. Somos carregados de prejulgamentos sobre muitas coisas e, em muitos casos, isto pode ser exigível e racional para certas decisões que tomamos. Entretanto, devemos adquirir o senso de "conscientização" sobre nossas tendenciosidades para podermos compreendê-las de fato e considerarmos alternativas melhores de decisão. Portanto, é fundamental reconhecer as tendenciosidades para que possamos identificá-las e gerenciá-las em nossos processos decisórios. Não é tarefa fácil, mas o gestor precisa exercê-la de maneira contínua em suas atividades mais básicas. É essencial partilhar ideias, confrontar percepções, reconhecer deficiências e provocar dúvidas. É pensar, como se diz, "fora da caixa". É aprender com os próprios erros e responsabilizar-se por eles. É considerar o pensamento e o julgamento de terceiros sobre o problema.

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