O Conde de Valadares

Estõriasdanos aHistõna Ricardo Charters d:Azevedo

o conde de Valadares IEm Leiria, o palácio dos Vila Real foi demolido em 1889. Julga-se que deve ter sido constnúdo

no reinado de D. Sancho II ou no de D. Afonso lI. D. Afonso V deu-o aos condes de Vila Real, depois também marqueses, . quando passaram a ter alcaidaria da vila de Leiria. Em 29 de agosto de 1641, morre degolado em Lisboa o 90 conde e 7.0 marquês de Vila Real, D. Luís de Noronha e Menezes, bem como o 2.0 duque de Caminha, seu filho, na sequência da conjuração contra D. João IV. Todos os seus bens foram confiscados pela Coroa, que com eles criou a Casa do Infantado. Ceuta permaneceu' ligada a Espanha pois o 70 marquês, seu capitão-mor, não reconheceu D. João IV. Em 1702, D. Miguel Luís de Menezes, neto do 6.0 marquês de Vila Real e do 1. duque de Caminha, por parte de sua mãe, D. Ana de Meneses, filha bastarda dele, e na sequência de um acordo com D. Pedro lI, após um longo processo, obteve o título de conde de , Valadares, e entre outras propriedades o palácio na , cidade de Leiria. O brasão (concedido por carta de 20.6.1702): escudo de Noronha e sobre o todo Menezes dos condes de Vila Real, tendo no 1.0 quartel um estoque pela capitania de Ceuta. Coroa de conde. Deste 1.0 conde de Valadares, é filho o bispo de Leiria, D. Álvaro de Abranches e Noronha, que regeu a diocese durante 52 anos (1694 ~ 1746). 07.° conde de Valadares, D. Álvaro António de Noronha de Almeida Abranches Castelo Branco (1775 1851), viu-lhe ser concedido o título de marquês de Torres Novas (notar que este título existiu em duas famílias diferentes) por decreto de 13.5.1807, de D. João, príncipe-regente. Casou-se duas vezes, mas não teve descendência. .Foi 8. ° conde de Valadares D. Pedro António de Noronha (1778 - 1827), irmão do anterior. O titulo foi-lhe renovado em 13.5.1810 por D. João, prínciperegente. Foi 9.0 conde D. José António de Noronha Abranches Castelo Branco (1813 - 1873), filho

°

Jornal de Lema 8'de Dezembro de 2016

J

primogénito dos 8.0 condes, que morre solteiro e sem filhos. Por motivo de agitações liberais no século XIX, os condes saíram de Leiria e as casas foram mais tarde vendidas ao industrial Manuel Joaquim Afonso. Este era em 1840 vereador da Câmara Münicipal de Leiria e, mais tarde, casou-se com Maria Soledade Moraes, sobrinha de Silvério Taibner, um abastado comerciante riatural da Marinha Grande que 'se tinha fixado na zona de Lisboa e que morre sem filhos. A atividade de empresário e industrial vidreiro de Manuel Joaquim Afonso surge em 1848, quando celebrou contrato com o Governo para a adnúnistração da Fábrica de Vidros da Marinha Grande, onde revelou a sua capacidade de modernização industrial. Em 1854, comprou em Lisboa uma fábrica de loiça e, dois anos depois, fundou a Fábrica de Louça de Sacavém, na Quinta do Aranha que herdara aquando da morte de Silvério Taibner. Por necessitar de capital para os seus novos projetos, Manuel Joaquim Afonso vende muitos dos seus bens em Leiria, como a quinta de Lagar d'el-Rei (hoje estabeleciinento prisional de Leiria) ao 1.0 visconde de S. Sebastião e o palácio dos Vila Real, que deveria ser naturalmente dos Valadares, a António de Oliveir-a Zúquete. Na sequência de um pedido de vários leirienses, em 1884, no sentido de demolir o arco que no palácio dificultava a passagem da praça Rodrigues Lobo para o Rossio, foi expropriada parte do palácio. A família Zúquete fez edificar dois prédios semelhantes que passaram a dar passagem da praça Rodrigues Lobo para o Rossio, ou Terreiro de D. Luís I, como se chamava na época. No entanto, na sequência de um incêndio em 1914, o prédio que fica à direita ardeu completamente e foi reconstnúdo segundo um projeto de Emesto Korrodi e o prédio (que era semelhante) do lado esquerdo de quem vem da praça conserva ainda todos os pormenores da construção do século XIX. Texto escrito de acordo com a nova ortografia

,