O Conservatório Dramático e Musical da cidade de São Paulo.

June 15, 2017 | Autor: R. Vieira Santos | Categoria: Patrimônio Histórico
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4º. Colóquio Internacional de História da Arte Perspectiva Pictorum. 11-14, Novembro, 2013. UFMG – Universidade Federal Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Brasil.

O Conservatório Dramático e Musical da cidade de São Paulo. Regina Helena Vieira Santos

Palavras-chave: Conservatório Dramático e Musical; Restauro; Patrimônio Histórico.

Resumo: Este trabalho é referente ao Mural existente no Conservatório Dramático e Musical da cidade de São Paulo descortinada durante obras de restauro. Para conhecê-lo é pertinente estudar o edifício que o abriga, assim como, o contexto histórico e sua relação com a cidade. Suas camadas são consequências diretas das intervenções no prédio. Sendo em 1895, solicitado o alinhamento da edificação pelo empreendedor Frederico Joachim, já em 1898, solicitado uma adaptação para Hotel. Torna-se sede do Conservatório Dramático e Musical da cidade de São Paulo, em 1909, dois anos antes da inauguração do Theatro Municipal. Na década de 1930, recebeu uma solicitação de reforma e ampliação, que não foi executada. Nos anos de 1980, um projeto de restauro foi desenvolvido pela municipalidade, porem foi abortado no decorrer das obras. O reconhecimento como bem cultural da cidade de São Paulo foi realizado nos termos da Resolução 37/CONPRESP/1992. Descuidado, carente de manutenção, foi desapropriado e incorporado a um projeto de envergadura urbana de requalificação de um quarteirão relevante na cidade, a Praça das Artes. Para o prédio, em 2007, foi elaborado um projeto de “restauro”, que abdicou da prospecção feita. Em 2012, a edificação foi reaberta, com a sala de concerto e a sala de exposição, “restauradas”. O objetivo é investigar, diante dos conceitos de restauro e do conhecimento das técnicas construtivas, os procedimentos adotados por ambientes: Cobertura, Porão, Fachada, Salão de Concertos, Salão de Exposições. Por fim, apreciar o restauro do Mural, com suas diversas camadas, e o modo como foi encarado em 2013. Uma reflexão conclusiva sobre esta intervenção, recente no patrimônio paulistano, que se propôs a seguir os preceitos da “Carta de Veneza”, mas não o faz.

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Key-words: Conservatório Dramático e Musical; Restoration; Historical Heritage.

Summary:

This work is about the Mural at the Conservatório Dramático e Musical de São Paulo uncovered during its restoration. To know the mural is pertinent to study the building that houses it, also the historic context and its relation with the town. Its layers are direct consequences of the interventions in the building. Being in 1895, prompted the building's alignment by entrepreneur Frederick Joachim, as early as 1898, prompted an adaptation to Hotel. Becomes seat of the Conservatório Dramático e Musical de São Paulo city, in 1909, two years before the inauguration of the Municipal Theater. In the decade of 1930, received a request for reform and expansion, which was not performed. In 1980, a restoration project was developed by the municipality, but was aborted in the course of its works. Recognition as city cultural monument was undertaken pursuant by Resolution 37/CONPRESP/1992. Sloppy, lacking maintenance, was seized and incorporated into a great project of urban requalification in a city relevant block, “Praça das Artes”. For the building in 2007, was elaborated a project of "restoration", which gave up the prospecting that was made. In 2012, the building was reopened, with the concert hall and the exhibition room "restored". The goal is to investigate, on the concepts of restoration and knowledge of construction techniques, the restoration procedures adopted by rooms: roof, basement, façade, concert hall, exhibition hall. Finally, learn about the restoration of the Mural, with its many layers, and the way it was viewed in 2013. A final reflection about this intervention, recent in the “paulistano” heritage, that proposes to follow the precepts of the "Venice Charter", but does not.

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Conservatório Dramático e Musical de São Paulo: O objeto deste estudo é o Conservatório Dramático Musical, localizado à Avenida São João, 269 – antigo 95, da Rua São João, na área próxima ao Vale do Anhangabaú do antigo centro da capital paulista. O quarteirão que se insere é vizinho ao Theatro Municipal e é cadastrado pela municipalidade como quadra 27.

IMAGEM 1: Fachada para a Avenida São João, 269 – antigo 95, em dezembro de 2012. FOTO: da autora.

Breve Histórico: São Paulo, uma cidade fundada pelos jesuítas em meados do século XVI, com a celebração da primeira missa no Pátio do Colégio, numa colina entre o rio Tamanduateí e o riacho Anhangabaú, permaneceu um arraial de sertanistas por três séculos, somente com a vinda da família real para o Brasil como fuga de Napoleão, em 1808, é que inovações arquitetônicas foram introduzidas no país como o Neoclássico no Rio de Janeiro. A capital adormecida em 1827 recebeu o curso de Direito no Largo São Francisco, caracterizando-a como “burgo de estudantes”, contudo pouco havia mudado em sua arquitetura. Foi o advento das ferrovias e do capital gerado pelo café que a transformou na “metrópole do café”. Em 1867, os trilhos passam na cidade para o transporte do café do interior (Jundiaí-Campinas) para o porto exportador em Santos. A sociedade paulistana no momento da construção do edifício ansiava por cultura, assim como outras cidades brasileiras: Salvador e Rio de Janeiro. 3

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Deixa de ser a vila de partida dos sertanistas em busca de pedras preciosas, agora efervescendo com a riqueza do ouro verde – o café. Novos programas arquitetônicos surgem, a introdução de produtos industrializados importados, desde pregos galvanizados, telhas francesas, ardósia, azulejos, louças sanitárias, tintas a óleo, peças metálicas como as vigas e colunas, objetos de decoração. Imigrantes, artesões, mestres de obra, e pedreiros, chegaram aqui e logo difundiram as técnicas e padrões europeus, como o uso do tijolo e a linguagem eclética. Em 1873 foi criado o Liceu de Artes e Ofícios que contribuiu para a renovação da arquitetura em São Paulo, formando mão de obra qualificada que foi imediatamente absorvida no mercado.

O edifício. No contexto acima, em outubro de 1895, Frederico Joachim, um empreendedor solicita à Intendência Municipal o alinhamento de um edifico a Rua de São João, conforme folha 82, do livro1 de “Obras Particulares” 94. Nesta mesma folha consta o parecer favorável do técnico da prefeitura: “Dê-se o alinhamento em termos. 5-10-95 Eng. Guilherme”. Na folha 83, há o desenho da fachada em escala 1:50, com assinatura no canto inferior a esquerda de Guilherme Von Eÿe architecto (sic.), sendo esta a mesma existente hoje. Em escala 1:100 estão as três plantas do edifício referente ao porão, térreo e primeiro andar, onde se encontrava uma sala de espetáculos. Frederico Joachim era representante dos pianos Rudolph Ibach Sohn desde 1891, e posteriormente da Steinway2. O edifício foi construído para abrigar o seu estabelecimento comercial, tendo no térreo a loja para exposição e venda dos pianos e no primeiro andar o auditório, que foi batizado como “Salão Steinway” com a realização de muitos concertos. Três anos mais tarde, 1898, o mesmo Sr. Joachim apresenta projeto para transformar em hotel o edifício na rua S. João n. 45 (anotado a lápis 61), conforme o livro3 de “Obras Particulares” 216, folha 112. O desenho está na escala: 1:100, em papel manteiga e nanquim, na legenda num tom rosado indica: à construir. No corte A-B apresentado há o subsolo com pé direito 2.30m, o térreo com 5.30m, o primeiro pavimento com 4.80m, e indicado a construir o 1

Obras Particulares 94, 1895, AHSP. NOSEK, Victor (org). Praça das Artes. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2013, p.14 e 15. 3 Obras Particulares 216, 1898, AHSP. 2

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segundo piso com 4.20m. Possui planta baixa da adega (piso inferior), pavimento térreo, com o acesso central e duas salas laterais e a construir os quartos nos fundos; primeiro andar, com o “salão e orchestra” e mais quartos aos fundos, e um segundo andar com mais quartos. A área dos quartos é um volume anexo aos fundos do edifício existente, voltada para um pátio central, para onde as janelas se abrem, e a circulação era feita pela divisa do lote. “A parte projetada está de acordo com o padrão municipal4” deste modo foi deferido pela Intendência de Obras Municipais. O luxuoso hotel chamava “Joachim’s”, com um terraço no último pavimento que permitia uma vista panorâmica da cidade. Ao vender o edifício o hotel foi renomeado “Panorama”, entretanto a sala de concertos sempre esteve ativa.

O Conservatório. São Paulo na virada do século XIX para o XX efervescia, a presença da São Paulo Light & Power, o bonde elétrico, a economia, a política na Primeira República, a cultura com novos teatros, uma fase de empreendimentos. Nesta dinâmica dá-se a iniciativa de promover ensino para futuros artistas, surge então em fevereiro de 1906 o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo5, idealizado por João Gomes de Araújo e Pedro Augusto Gomes Cardim, inspirado no Conservatório Francês. A primeira diretoria eleita era composta pelo presidente Antonio de Lacerda Franco, o tesoureiro Carlos de Campos e o diretor-secretário Gomes Cardim. Para começar as atividades foi alugada a antiga casa da Marquesa de Santos à rua Brigadeiro Tobias, esquina com a rua Santa Ifigênia, edifício que funcionou a Escola de Pharmacia, numa pomposa solenidade foi inaugurado no dia 15 de março. Em 1909 houve a mudança da sede, foi adquirido por 160 contos o edifício na Rua São João, construído pelo Sr. Frederico Joachim, que havia vendido para o Sr. Luis Landró. A diretoria conseguiu uma verba junto ao governo de 100 contos de réis apesar de haver recursos próprios. Este edifício era onde funcionava o “Salão Steinway”, um local tradicional de concertos na cidade, já possuía instalações convenientes, além de estar próximo ao Teatro Municipal que estava em obras.

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Obras Particulares 216, 1898, AHSP. AZEVEDO, Elizabeth Ribeiro. Conservatório Dramático e Musical de São Paulo: pioneiro e centenário. Em: , acessado em 13-12-1.3 p.3. 5

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No Arquivo Histórico há os desenhos do projeto modificativo de 1909, nos “Papéis Avulsos”, volume6 2057, consta na Folha 39, o memorial descritivo: “...a saber: A parede da Sala do 2º. Andar do lado da área será construída em tijolos perfurados com 0.15 de espessura, esta parede descança (sic.) sobre a do 1º. Andar, a qual é suportada por uma viga de ferro Double T de 0.22 X 0.10, as outras paredes, como as da Sala do 3º. Andar serão de tijolos comuns com 0.15 de espessura”. E na Folha 46: “Ilmo Exmo Sr Prefeito Municipal S.Paulo O abaixo assignado sollicita a approvação das plantas juntas referente a modificações exclusivamente internas a fazer-se no prédio a rua S. João ex Hotel Panorama, ultimamente adquirido pelo Conservatorio Dramatico e Musical onde será installado o mesmo Instituto. S.Paulo, 27 de maio de 1909. B. Morelli” Constam os carimbos: SERRARIA E CARPINTARIA MECHANICA – B. MORELLI – ESCRIPTORIO TÉCNICO – CONSTRUÇÕES R.S. Bento, 47 – S. PAULO e: PREFEITURA MUNICIPAL ALVARÁ N. 1173 DIRECTORIA DE OBRAS Os desenhos estão em papel prussiato, em escala 1:100, com o título: Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, prédio existente. A reforma deu-se na adaptação dos quartos do hotel transformados em salas de aula, no edifício anexo aos fundos, foi realizada pela Serraria e Carpintaria Mechanica B. Morelli, Escritório Técnico, Construções. Foi protocolado, em 1930, um processo com o assunto: aprovação de planta. “O abaixo-assinado, Senador Antonio de Lacerda Franco, Director Presidente do Conservatório Dramatico e Musical de S. Paulo, desejando

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Papéis Avulsos, volume 2057, 1909, AHSP.

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augmentar e reformar o prédio onde funcciona esse estabelecimento de ensino artístico, memorial descriptivo e cálculos juntos, serviço esse a cargo dos engenheiros J.M.Malheiros & Cia, vem submetter o referido projecto a approvação da Prefeitura, pedindo que seja expedido o respectivo alvará de construção e ao mesmo tempo pede os favores da Lei 3305 de abril de 1929, isentando dos emolumentos. Sendo de justiça, P. deferimento”7. O projeto está em papel prussiato, em escala 1:100 as plantas, a fachada principal e os cortes em 1:50. No decorrer deste houve comunique-se referente ao alinhamento, pois uma vez que a reforma seria grande e teria um reforço estrutural, colunas foram acrescidas na fachada alterando o recuo. O interessado apresentou um desenho esclarecendo o alinhamento, e o alvará 837- série 3 foi concedido. Haveria acréscimo de área com aumento da altura do edifício, o programa tinha: Porão; 1º. Pavimento – acesso; 2º. Pavimento – Salão; 3º. Pavimento – Balcão; 4º. Pavimento – Salas de aula (mais doze); 5º. Pavimento – Salas de aula (mais doze). Contudo a obra não foi realizada. O Projeto de “restauro”, 1980: Este projeto faz parte de uma proposta em espaços urbanos mais ampla de “revitalização do centro” com atuação da EMURB e do METRO. A implantação das Ruas de Pedestres (calçadões) é uma das interferências ocorridas. Vários edifícios de valor cultural passaram por intervenções de recuperação, restauração e revitalização. No “Estudo Preliminar de Revitalização – Conservatório Dramático e Musical São Paulo”8 datado de maio de 1980, realizado pela equipe de técnicos da Divisão de Preservação do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, norteou-se pela restauração do corpo principal, substituição dos anexos existentes a época por outros mais adequados ao uso, e a interligação com a área livre do “Recanto Infantil Monteiro Lobato” que existia no lote com frente para a Rua Conselheiro Crispiniano.

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CAIXA-PMSP-DOV (Departamento de Obras e Viação), Edifício Particular, Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, reforma Rua São João, 95. 1930, AHSP. 8 Relatórios EMURB, Volume 1583.

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Os procedimentos foram executados, conforme o projeto desenhado da EMURB com acessória do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, fiscalização do DPH, e estão documentados em relatórios9 apresentados a EMURB. Nos fundos o anexo existente foi totalmente demolido. Para a execução de um novo com salas de aula e circulação vertical. No prédio existente a alvenaria de tijolos foi consolidada e reconstituída em alguns trechos. A escada de madeira interna de acesso do salão no térreo para o auditório no primeiro andar foi removida integralmente. O assoalho do primeiro piso foi removido para verificação da madeira. As esquadrias foram todas removidas, mapeadas, restauradas e recolocadas. As telhas de barro foram “cuidadosamente removidas e rigorosamente limpas”10. O conjunto escultórico da platibanda, após a lavagem com água, detergente e escovamento, teve os fragmentos fixados por injeção adesiva. Havia pedaços como o braço e a mão direita da figura a esquerda, e braço e parte da mão esquerda da figura a direita que foram reconstituídos com argamassa de cimento, a trombeta faltante foi reconfeccionada. A estrutura interna de ferro foi reforçada. Finalizando aplicou-se seladora e tinta látex conforme cor indicada pela fiscalização, a orientação foi do Laboratório de Restauro da Divisão de Preservação – DPH. Foram levantadas pinturas decorativas no forro do salão do térreo e nas paredes. No primeiro andar havia ainda a policromia original, e ornamentos no forro, consta no relatório a recomendação para recuperá-los, e a observação: “É a única ornamentação do edifício que conserva em seus relevos ampla gama de cores”11. Para viabilizar esta obra foi feito um convênio da Fundação CDMSP, com a SMC e o contrato com a EMURB. O prédio novo, com área 1565 m2, foi concluído abrigando a Escola de Música, entretanto as obras de restauração do edifício principal foram apenas iniciadas, tendo sido paralisadas em 1984 por falta de verbas. O Recanto Infantil foi desativado e tornou-se um canteiro de apoio e estacionamento da Subprefeitura da Sé, com o nome de Praça Monteiro Lobato. Após conhecer a proposta do DPH de 1980, e o projeto realizado é possível refletir que desde a primeira intervenção de 1909 sempre a circulação vertical ocorreu pelos fundos do prédio. A remoção da escada de madeira nesta obra enfatiza um percurso no edifício: acesso pela Rua

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Relatórios EMURB, volumes 1547 a 1589. Relatórios EMURB, Volume 1549, p.026. 11 Relatórios EMURB, Volume 1583, p.35. 10

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São João, passagem pelo salão no térreo, um espaço de transição para o pavimento superior deste e para o anexo aos fundos onde situavam as salas de aula. O Projeto de “restauro”, 2007: O Conservatório Dramático e Musical, é um edifício histórico tombado pela municipalidade através da Resolução 37/CONPRESP/1992. No térreo foi programado o Museu do Teatro Municipal, com espaços dedicados a exposições temporárias e para eventos. O pavimento superior é para ser um auditório voltado para apresentações musicais. O subsolo era para um sofisticado restaurante, mas é utilizado para depósito. O edifício aos fundos, construído na intervenção da década de 1980, como já citado, foi demolido e reconstruída uma nova torre de circulação vertical com três elevadores maiores e adequados às legislações vigentes, escada de segurança de incêndio, atendendo todos os pisos da Praça das Artes, de modo a integrar os edifícios novos com este existente. Primeiro é importante conhecer o conceito da intervenção segundo os autores do projeto12: “Restituir o nobre uso e restaurar todos os aspectos físicos. Retornando para a metrópole como sala para recitais de música de câmara. No subsolo, a princípio houve a idéia de transformá-lo em um sofisticado restaurante. Porém no decorrer das obras esta proposta foi deixada de lado. No térreo, pela facilidade de acesso público, será locado o Museu do Theatro Municipal hoje locado nos baixos do Viaduto do Chá. Conforme memorial descritivo do projeto ‘Será executado um cuidadoso trabalho de restauro das colunas e vigas metálicas, do forro e piso de madeira. Todas as novas instalações: luminotécnica, ar condicionado e adequação acústica atentam para a “Carta de Veneza” buscando o mínimo de intervenção, não criando nem um falso-histórico e nem um falso-artístico.’ A Sala de Concertos, no pavimento superior, “será recuperada e restaurada em todos os seus elementos originais. Porém, com as novas demandas de uma sala de concertos localizada no centro da cidade, com todo o barulho, poluição e variação térmica local, serão necessárias novas soluções termo-acústicas. Para isso um cuidadoso e discreto sistema de ar condicionado e de isolamento acústico será executado, além de discreta e eficiente iluminação geral. Para o ar condicionado, toda a tubulação deverá correr acima do forro, usando discretas grelhas de chapa perfurada para insuflamento e suas aberturas originais

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Processo Administrativo 2007-0.345.316-1.

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rendilhadas para retorno do ar. Os caixilhos originais serão restaurados e mantidos, recebendo novos caixilhos na face interna para isolamento acústico. O palco será refeito seguindo o existente, corrigindo os ângulos das paredes laterais, a inclinação do teto e com ligeiro aumento do proscênio sobre a platéia, atendendo as necessidades acústicas. A iluminação também se utilizará dos pontos existentes no forro: serão desenhadas novas luminárias de teto nas mesmas posições das originais, além disso, leds garantirão a iluminação das pilastras e cimalhas, destacando o rico relevo das paredes que agora serão brancas. O lay-out será composto exclusivamente por cadeiras móveis, podendo ser mudado a cada circunstância”. Quanto às intervenções de acústica, ar condicionado, iluminação se faziam necessárias. São adequações pertinentes ao tempo. Entretanto o projeto de “restauro” do edifício do Conservatório Dramático Musical, o partido adotado pelos autores do projeto foi muito questionado pelo órgão de preservação. Pois levantamentos da situação, prospecções foram realizadas durante a execução das obras e consequentemente foram encontradas camadas importantes da pintura. A discussão para a revisão do projeto se fez necessária, inclusive para ser revisto o partido inicial adotado, o que não ocorreu. O próprio conceito da intervenção dos autores do projeto é contraditório ao dizer que atende a “Carta de Veneza”, mas as “paredes agora serão brancas”.

Praça das Artes: A quadra 27 da capital paulista possui o perímetro delimitado pela Rua Conselheiro Crispiniano, a Avenida São João, Rua Formosa, endereço do desativado Cine Cairo e a Praça Ramos de Azevedo, lindeira ao Theatro Municipal, que foi inaugurado em 1911, recentemente passou por uma obra de restauro que foi entregue no ano do centenário. Implantada num sítio histórico da cidade, escavações arqueológicas se fizeram necessárias. Foram encontradas peças importantes para serem estudadas, que foram devidamente mapeadas e removidas para o Departamento de Arqueologia da Prefeitura Municipal de São Paulo. O Conjunto Cultural Praça das Artes, possui um programa complexo abordando atividades de música e dança permeado com áreas públicas de convivência. A proposta básica foi estruturada em três módulos: 1. Corpos Artísticos, edificado junto à Rua Formosa, interagindo com a fachada do antigo Cine Cairo. Neste bloco acontecerão as atividades profissionais: Orquestra

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Sinfônica Municipal, Orquestra Experimental de Repertório, Coral Lírico, Coral Paulistano, Balé da Cidade e Quarteto de Cordas. 2. Estacionamento, acessado pela Rua Conselheiro Crispiniano, para atender também ao Theatro Municipal, com dois subsolos. 3. Escolas e o centro de documentação são edificações elevadas do térreo da Avenida São João compondo com o antigo Conservatório os espaços para as atividades educativas: Escola de Música, Escola de Bailado, um restaurante, e área de convivência; além do espaço para o acervo de documentação artística. As áreas construídas13 são: Corpos Artísticos: 6.782,12 m2; Estacionamento: 10.829,20 m2; Escolas: 5.469,48 m2; Centro de documentação: 4.471,83 m2; Conservatório: 909,00 m2. A intervenção urbana é pertinente à metrópole. Uma área com potencial cultural que estava degradada. Havia lotes pequenos e outros maiores, para a Rua Conselheiro Crispiniano a área já era municipal, por onde é o acesso ao estacionamento. O projeto integra os vazios internos da quadra com os edifícios construídos, há circulação para pedestres nas respectivas cotas das vias: Crispiniano, São João e Formosa. Esta última ainda aguarda o projeto de paisagismo integrando o conjunto ao Vale do Anhangabaú. A torre de circulação vertical esta no ponto de confluência interno ao grande lote novo da quadra 27. De modo a conectar a circulação horizontal e vertical do equipamento cultural. No piso térreo ocorre a circulação horizontal interligando as vias, um espaço para convivência, uma praça coberta, a recepção para os demais andares e a cota onde esta a Sala de Exposições do Conservatório. O primeiro andar, esta a Sala de Concertos do Conservatório, e a ponte de circulação para os demais edifícios. Neste local de conexão há o restaurante para atender os usuários do prédio. O tratamento do forro deste grande espaço possui uma tapeçaria de Edmar de Almeida, confeccionado pelas tecedeiras do Triângulo Mineiro. Este equipamento Cultural é um importante complemento para o Theatro Municipal proporcionando melhoria na estrutura das escolas relacionadas a ele.

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Processo Administrativo 2007-0.345.316-1

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O partido arquitetônico com concreto armado aparente, um exemplar “tardobrutalista”, é contrastante com os edifícios ecléticos existentes do entorno, exibindo os diferentes momentos arquitetônicos.

Cobertura: Possui telhado de quatro águas com um grande lanterim central. Os caibros e ripas foram tratados e substituídos quando necessário pelo comprometimento da madeira. Foi instalada uma subcobertura em manta aluminizada. Todas as telhas foram removidas, lavadas e recolocadas. Algumas telhas estavam quebradas e foram refeitas idênticas a existente, modelo “telha francesa”. Ao serem recolocadas, um dos panos laterais e dois panos do lanterim utilizou as telhas novas, o resto do telhado foi feito com as telhas lavadas. A estrutura é metálica original do final do século XIX. Um reforço estrutural com duas novas tesouras metálicas foi realizado para sustentar a blindagem acústica do forro. Abriu-se uma passagem técnica para o prédio novo vizinho. Tal passagem é para os dutos de ar condicionados e futuras manutenções. As calhas e os condutores das águas pluviais eram de cobre e interno a alvenaria, assim como os rufos estavam bem precários, foi tudo substituído por novos materiais, às vezes o próprio cobre, outras vezes PVC, mais adequados aos dias de hoje.

Porão: O porão seria um restaurante com adega, porém, tal ideia foi abortada. Foram feitas prospecções nas paredes e encontrada a técnica construtiva de tijolos de barro, revestida com argamassa a base de cal, sem pintura decorativa. Pelos documentos pesquisados não é possível distinguir qual o modo de assentamento dos tijolos. Recebeu tratamento impermeabilizante e revestimento com chapisco, embosso e reboco, por fim pintura a base de cal. O pé direito é baixo neste pavimento. O piso encontrado é um cimentado e em algumas áreas terra batida, manteve-se cimentado em tudo. Este espaço foi muito utilizado durante a obra como canteiro para os desmontes de ornatos, esquadrias, etc. O uso atual é depósito.

Fachada: Deu-se inicio pelos Elementos Escultóricos – Estátuas e Ornatos. Há balaustres nos três balcões da fachada do piso superior e na varanda do térreo todos foram restaurados. Foi feito tratamento de trincas e fissuras em toda ela, posteriormente o restauro do revestimento em argamassa. 12

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Bastante adiantado este processo ocorreu uma movimentação de solo quando da demolição do imóvel vizinho, à esquerda para quem olha da Avenida São João. A fundação direta deste edifício ficou exposta, e um recalque na estrutura de tijolos causou uma enorme trinca comprometendo toda a fachada principal. A parede lateral foi escorada provisoriamente, a trinca recebeu uma amarração. Ao concretar a parede lindeira onde foi edificado o anexo ao Conservatório que é uma torre para acervo de documentos e circulação de emergência o escoramento tornou-se definitivo. Os gradis e caixilhos tanto da Sala de Concertos como da Sala de Exposições foram todos removidos e restaurados. No piso superior, além das esquadrias externas, foram confeccionados novos caixilhos internos para isolamento acústico. Foi realizada a prospecção das cores da pintura da fachada, após meses de discussão ficou definida a fachada branca, com duas sutis tonalidades. Não foi realizado o restauro conforme a Carta de Veneza e nem como os autores do projeto da Praça das Artes haviam determinado no partido arquitetônico, um branco único.

Sala de Concertos: Nesta sala o piso de madeira estava muito comprometido e precisou ser refeito com tratamento acústico seguindo a paginação original. No forro o elemento central foi restaurado in loco e as demais peças no atelier. Todas foram mapeadas para posterior recolocação. O enquadramento aparentemente cartesiano não é real, há muitas distorções das medidas. A boca de cena teve todos os ornatos removidos, devidamente mapeados para depois de restaurados serem recolocados. Algumas peças precisaram ser refeitas, idênticas as originais. As paredes internas conforme prospecção pictórica possuíam duas tonalidades contrastantes e douração nos ornatos. Contudo o acabamento recebeu duas tonalidades de branco e douração em alguns ornamentos. A iluminação central recebeu um lustre novo, com design contemporâneo de Rodrigo Moreira, executado na Madeeira Marcenaria e Serralheria.

Sala de Exposições Sala de Exposições, sobre o porão e sob a Sala de Concertos. O piso de madeira, por sua vez forro do porão, foram reaproveitados os barrotes da estrutura, precisou de um reforço intermediário entre esses, e o tabuado foi refeito pois a madeira existente estava totalmente comprometida, todavia seguiu a paginação na integra original, com todos os “erros” de 13

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esquadro existente. Pois apesar de parecerem formas geométricas perfeitas, todas as paredes são tortas, não há angulo de 90º. Na varanda de acesso, o antigo acesso principal, o piso é em mármore e foi totalmente recuperado. Os elementos metálicos, os dois candelabros, um foi refeito com os moldes do outro existente e o outro foi restaurado assim como os pilares internos da sala. O forro havia pintura pictórica, foi tudo registrado com fotografias. Prospecções apontaram pintura decorativa, mas devido ao grau de degradação da madeira que o sustentava, e a necessidade de tratamento acústico para o piso da sala de concertos, toda a madeira foi substituída, a pintura foi descartada, apenas os elementos decorativos do gesso conseguiram ser refeitos conforme o modelo do original. Nas paredes de tijolos foram feitas várias prospecções, em todas foi observado várias camadas de pintura. A da direita era onde havia a escada de madeira para acesso ao auditório quando este edifício abrigou o hotel, estava bastante danificada. A da esquerda a prospecção revelou a pintura mural na parede toda, esta recebeu intervenções como os dutos e a grade de respiração do ar condicionado, além de conduítes atravessando a parede sem nenhum critério em intervenções anteriores.

Mural: Após inauguração da Praça das Artes e do Conservatório o mural à esquerda, de quem entra pela Avenida São João, do Salão de Exposições no pavimento térreo, foi restaurada. Pelas prospecções realizadas durante as obras de “restauro” do edifício, já eram conhecidas algumas camadas de pintura. Um contrato específico para o restauro deste mural foi feito devido a particularidade deste registro histórico. Numa primeira etapa foi feita a decapagem e remoção mecânica das duas camadas de pinturas superficiais “modernas”, uma acrílica e outra oleosa e a limpeza das camadas pictóricas remanescentes de interesse histórico. Durante a decapagem foi observado que há um tema nesta parede, além de algumas inserções sem critério que deixaram fortes cicatrizes. As camadas de pintura sobrepuseram este tema, que divide a parede em quatro partes separando uma da outra por três falsas colunas, e um barrado com aproximadamente um metro de altura. Entre as colunas há por sua vez uma espécie de molduras para os desenhos figurativos.

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Tais colunas compõem com o barrado uma simulação de madeira e mármore. A camada abaixo era com tons predominante de azul no fundo, e desenhos de vegetação. A primeira camada era com tonalidade de vermelho numa estampa mais uniforme. Na segunda etapa foi realizada a consolidação das camadas pictóricas selecionadas remanescentes, com especial cuidado nos eventuais pontos de descolamento. Foi aplicada uma resina consolidante e protetora. Partiu-se para a reintegração e adequação cromática dos pontos, cicatrizes, onde a argamassa original estava danificada ou foi substituída decorrente da inserção de elementos novos como conduítes. A tonalidade adotada na grande lacuna horizontal é compatível com a primeira camada.

IMAGEM 2: Foto do mural antes de começar a obra. Acervo do DPH.

IMAGEM 3: Vista geral da parede com o mural após a decapagem e consolidação. Observar a grande lacuna horizontal. Acervo do DPH.

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Havia uma parede com diversas pinturas, então o que fazer? Adotou-se que ambos os três registros encontrados eram de relevância equidistante, em certa área um momento estava predominando sobre o outro. Decidiu-se manter as três pinturas, com harmonia e de forma que permitisse lê-las com unidade e clareza. Mas havia a presença das lacunas decorrentes das intervenções. Não era o caso repintar, mas faltava unidade na leitura. O maior cuidado neste trabalho foi não permitir que as lacunas se tornassem o objeto principal da obra de arte. É importante a marca dela, entretanto num segundo plano, permitindo unidade na leitura do mural pictórico. Segundo Cesare Brandi14: “Uma lacuna, ao que concerne à obra de arte, é uma interrupção no tecido figurativo. Esta terá uma forma e uma cor que insere-se como um corpo estranho à obra”. Tal corpo estranho precisa distinguibilidade da obra original, e coube nesta tentar distinguir também as diferentes fases. No desenvolvimento do restauro do mural deparamos com várias fases e intervenções, buscar o equilíbrio, a harmonia foi o grande objetivo.

IMAGEM 4: Trabalho concluído, 03 de dezembro de 2013. Foto da autora.

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BRANDI, Cesare. Teoria da Restauração. Cotia-SP: Atelier Editorial, 2004. p.48.

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Conclusão O edifício à Rua São João, o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, é parte da história da cidade de São Paulo, assim como o Theatro Municipal. A intervenção urbana e o restauro foram oportunos, e preciosos para a capital paulista. A implantação da Praça das Artes poderia ocorrer em qualquer endereço da cidade, mas só tem significado nesta quadra do edifício estudado pela sua relevância. Preeminente conhecer mais o edifício, a proposta de 1980, a obra realizada, acompanhar o raciocínio das intervenções na dinâmica paulistana para dentro do possível compreender este projeto. O programa de usos e os fluxos desta intervenção do século XXI respondem aos ideais da concepção do Conservatório, mas não necessariamente aos princípios de restauro. Na atualidade conceitos como de moderno e modernização são utilizados sem critérios fundamentados. Permitindo que a arquitetura Moderna seja banalizada e não preservada. O brutalismo, tanto quanto o ecletismo são referências arquitetônicas independente de gosto. No trabalho em questão a intervenção nova, um projeto recente, construído com concreto aparente um exemplar “tardo brutalista” que ignorou no desenvolvimento do projeto o edifício eclético a ser preservado no tecido urbano, com intervenções grotescas internas como a passagem dos dutos do ar condicionado, na parede do mural; assim como a determinação incisiva do acabamento branco, nega toda a metodologia a ser adotada em restauro. Quanto ao novo desenho da quadra 27, com as demolições das construções em condições bastante precárias, a tradicional ocupação territorial de lotes com frente estreita e grande profundidade no centro antigo da cidade, agora unificados e abrindo uma nova praça, pode-se dizer que caracteriza o método de desbastamento urbano configurado por Gustavo Giovanonni. Não obstante os procedimentos de restauro, como a realização de prospecções, para a fachada principal e das paredes internas do Conservatório, chegaram às primeiras camadas da pintura, foram descartadas. Salvo o mural deste trabalho, que retrata bem as camadas da cidade de São Paulo.

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Em: acessado

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Rodin

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