O Consumo Audiovisual em ecrãs: TV, PC, tablets e telemóveis

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O Consumo Audiovisual em ecrãs: TV, PC, tablets e telemóveis Documento de suporte à produção do inquérito ICA – OberCom

RE LATÓ R I O S O BE RCO M NOV E M B R O 2 0 16

ISSN 2182-6722 / www.obercom.pt / [email protected]

Observatório da Comunicação Palácio Foz - Praça dos Restauradores 1250-187 Lisboa Portugal www.obercom.pt [email protected] Tel.: +351 213 221 319 Fax.: +351 213 221 320

FICHA TÉCNICA TÍTULO O Consumo Audiovisual em ecrãs: TV, PC, tablets e telemóveis. Documento de suporte à produção do inquérito ICA – OberCom. DATA DA EDIÇÃO Novembro de 2016 COORDENAÇÃO CIENTÍFICA Gustavo Cardoso Sandro Mendonça AUTORIA Gustavo Cardoso Sandro Mendonça Miguel Paisana João Sousa ISSN 2182-6722

Este trabalho está licenciado para Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0).

Índice Sumário Executivo ............................................................................................................................................... 3 Análise de dados ................................................................................................................................................. 5 Dados-chave sobre o Cinema em Portugal .......................................................................................................... 13 Ficha Técnica .................................................................................................................................................... 20

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Índice de Figuras Figura 1 - Visualização de vídeos na Internet, por dispositivo, Portugal, 2015 .......................................................... 5 Figura 2 - "Vê televisão pelo menos uma vez por semana?", Portugal, 2015 ............................................................ 5 Figura 3 - [aqueles que dizem não ver televisão] "Nunca vê televisão ou deixou de ver?", Portugal, 2015 ................. 6 Figura 4 - "No televisor principal da casa tem acesso...", Portugal, 2015 ................................................................. 6 Figura 5 - "Costuma alugar filmes nos videoclubes dos operadores? (Video-On-Demand)", Portugal, 2015 ................ 7 Figura 6 - "Qual o operador para o televisor principal da casa?", Portugal, 2015 ...................................................... 7 Figura 7 - "Que conteúdos tem por hábito ver?" por dispositivo, Portugal, 2015 ....................................................... 8 Figura 8 - "Que conteúdos tem por hábito ver?" por dispositivo, Portugal, 2015 ....................................................... 8 Figura 9 - Percentagem de tempo de visualização de televisão passado a ver conteúdos que já tinham sido emitidos (gravados pelo espectador, que estavam disponíveis nos últimos 7 dias, etc.), Portugal, 2015 .................................. 9 Figura 10 - [Inquiridos que gravam antecipadamente programas no televisor] "Quais os tipos de conteúdos que grava?" .............................................................................................................................................................. 9 Figura 11 - [Inquiridos que visualizam conteúdos posteriormente à emissão sem os ter gravado] "Qual o tipo de conteúdos que visualiza posteriormente à emissão sem os ter gravado?", Portugal, 2015 ....................................... 10 Figura 12 - "Qual o tempo que despende diariamente em média para cada um destes tipos de conteúdos?", Portugal, 2015 ................................................................................................................................................................ 10 Figura 13 - "Dos seguintes tipos de conteúdos quais os que consome quando está fora de casa?" Portugal, 2015 .... 11 Figura 14 - "Disse consumir os seguintes tipos de conteúdos fora de casa, qual o local em que mais consome conteúdos fora de casa?", Portugal, 2015 ........................................................................................................... 11 Figura 15 - "Pensando nas suas práticas de navegação online para consumo de conteúdos audiovisuais, com que frequência executa as seguintes tarefas?", Portugal, 2015 .................................................................................... 12 Figura 16 - Existem serviços, via Internet, que permitem ter acesso a catálogos de filmes, séries e documentários. Qual o seu interesse em adquirir este tipo de serviços?", Portugal, 2015 ............................................................... 12 Figura 17 – Número de espectadores em sala, 2004 a 2015, Portugal ................................................................... 13 Figura 18 – Evolução da receita bruta em bilheteira, 2004 a 2015, Portugal .......................................................... 14 Figura 19 – Número de sessões de cinema, 2004 a 2015, Portugal ....................................................................... 14 Figura 20 – Rácio de receita bruta de bilheteira por filmes estreados, 2004 a 2015 ................................................ 15

2

Sumário Executivo Neste documento, intitulado “O Consumo Audiovisual em ecrãs: TV, PC, tablets e telemóveis” procurámos explorar um conjunto de dados relevantes para a sustentação teórica e metodológica do inquérito que enviamos em anexo e que poderá constituir-se enquanto a próxima grande colaboração entre o Instituto do Cinema e do Audiovisual e o OberCom – Observatório da Comunicação. O conceito de audiovisual é, como sabemos, cada vez mais complexo de estudar e compreender, na medida em que o próprio contexto mediático em que vivemos favorece uma expansão permanente daquilo que é entendido como audiovisual. O cinema, enquanto sector, entra directamente nesta equação em muito devido aos próprios desafios que este meio tem enfrentado nos últimos anos. O conceito de “sala” ou “ecrã” transformou-se, conceptual e materialmente, de uma forma drástica, colocando aos agentes do sector desafios não só a nível económico, financeiro, legal, mas também nas esferas de produção e de distribuição. A escolha dos dados analisados nas páginas seguintes, recolhidos no âmbito de três inquéritos diferentes inquérito ERC – Públicos e Consumos de média, aplicado a uma amostra representativa da população portuguesa em finais de 2015 (n=1018), é um reflexo dessa complexidade conceptual. Também recorremos a dados recohidos pelo Eurostat relativos à utilização de conteúdos audiovisuais online. No contexto do OberCom, a publicação de documentos relativos ao estado do cinema em Portugal é uma preocupação científica e editorial do Observatório, pelo que temos ao longo da última década empreendido esforços no sentido de abordar de forma multidimensional as diversas expressões do estado do audiovisual em Portugal – no caso das diversas edições do inquérito “A Sociedade em Rede” e também dos inquérito ERC Públicos e Consumos de Média, aos quais temos vindo a prestar apoio científico. A premissa para a edificação de um instrumento de recolha, especificamente dedicado ao audiovisual e adaptado aos objectivos do ICA, parte da compreensão das diversas formas de relação entre os indivíduos e os conteúdos, nas mais diversas expressões do quotidiano mediático de cada um. Se, como se pode observar pelos dados analisados nas páginas seguintes, a televisão continua a ser a grande âncora mediática e audiovisual dos portugueses, por outro lado, verificamos que o media TV tem ultrapassado fronteiras tecnológicas que permitem aos indivíduos uma experiência mais rica, mas que exige também graus de literacia mediática mais elevados. É por essa razão, por exemplo, que analisamos a fundo neste relatório as questões da visualização em directo e em diferido – um recurso tecnológico que tem vindo a crescer em termos de utilização e de prevalência no marketing das operadoras de telecomunicações com aposta no sector audiovisual. É um conceito simples em termos de compreensão – o filme que passa da parte da tarde, passa a poder ser visto a qualquer hora – mas a manipulação deste instrumento em termos tecnológicos pode ser complicado nos termos da experiência tecnológica que exige. O mesmo se aplica aos diversos ecrãs, cada vez mais portáteis. Se o Tablet aparenta ter falhado a conquista das audiências, o Smartphone solidifica cada vez mais o seu papel de enquanto instrumento de acesso ao audiovisual, sobretudo ao de curta duração. As séries e os filmes continuam a pertencer aos ecrãs maiores, de televisão e de computador, factor em muito devido às limitações impostas pela política de dados móveis, que não permite consumos abundantes de conteúdos audiovisuais.

3

Estes factores, em conjunto, sustentam aquela que é a nossa proposta de inquérito a aplicar pelo ICA a uma amostra representativa da população portuguesa. Acreditamos que este será um documento fundamental para um maior conhecimento do sector, para a obtenção de novas conclusões e, sobretudo, como ponto de partida para a colocação de novas questões.

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Análise de dados Começando por analisar as tendências relativas à visualização de vídeos na Internet verificamos que há alguma concentração de respostas em determinadas categorias.

Figura 1 - Visualização de vídeos na Internet, por dispositivo, Portugal, 2015 100% 80% 60% 40%

45,3%

45,8%

41,7%

30,0%

25,6%

13,3%

13,0%

20%

39,9%

1,1%

0,8% 0% Vídeos produzidos por profissionais (Sites de TV's, portais online, Youtube, etc.) PC (Portátil ou desktop)

Smartphone

Tablet

Vídeos produzidos por amadores em sites de partilha (Youtube, Vimeo, etc.) Não uso a Internet para esta actividade

Ns/Nr

n=616. Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom Ainda que uma grande percentagem de inquiridos não utilize a Internet para visualizar vídeos produzidos quer por profissionais ou amadores, constata-se que 45,3% dos inquiridos afirmam ver vídeos produzidos por profissionais no seu PC, enquanto que 25,6% dizem fazê-lo no Smartphone. Quanto a vídeos produzidos por amadores, essas percentagens são de 45,8% e 30,0%, respectivamente.

Figura 2 - "Vê televisão pelo menos uma vez por semana?", Portugal, 2015 1,1%

98,9%

Sim

Não

n=1018. Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom 5

Observando a Figura 2, na página anterior, verificamos que 98,9% dos inquiridos veem televisão pelo menos uma vez por semana, um dado consistente com inquéritos realizados no passado, pelo OberCom e que prova que a televisão tem um papel determinante na esfera audiovisual em Portugal.

Figura 3 - [aqueles que dizem não ver televisão] "Nunca vê televisão ou deixou de ver?", Portugal, 2015 12

11

10 8 6 4 2

1

0 Nunca

Deixou de ver

n=11. Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom O número de inquiridos que não veem televisão pelo menos uma vez por semana resume-se a 12 elementos, sendo que desses, 11 afirmam ter deixado de ver televisão e apenas 1 diz nunca ter visto. A análise da figura 3 é feita em termos de frequência absoluta devido ao baixo número de inquiridos em análise.

Figura 4 - "No televisor principal da casa tem acesso...", Portugal, 2015 0,1%

24,3%

75,6%

Aos cinco canais de acesso gratuito

A mais de cinco canais

Ns/Nr

n=1013. Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom

6

Observando a Figura 4, acima, verifica-se que 75,6% dos inquiridos têm acesso a mais de cinco canais no seu televisor principal (televisão por subscrição) contra 24,3%, um quarto da amostra, que tem acede aos cinco canais de acesso gratuito (TDT). De acordo com a Figura 5, entre os inquiridos que têm acesso a mais de cinco canais no televisor principal do lar, apenas 6,9% costumam alugar filmes via VOD (Video-On-Demand) nos videoclubes dos operadores.

Figura 5 - "Costuma alugar filmes nos videoclubes dos operadores? (Video-On-Demand)", Portugal, 2015 1,2% 6,9%

91,9%

Sim

Não

Ns/Nr

n=767 (Inquiridos que têm acesso a mais de cinco canais no televisor principal da casa). Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom Relativamente aos operadores contratados, o mercado é dominado pela MEO (43,8%) e pela NOS (38,9%), sendo que o terceiro operador mais contratado é a Vodafone, com 11,0%.

Figura 6 - "Qual o operador para o televisor principal da casa?", Portugal, 2015 100% 80% 60% 43,8% 40%

38,9%

20%

11,0%

5,3%

0,7%

0,4%

Antena Parabólica

Ns/Nr

0% MEO

NOS

Vodafone

Cabovisão

n=767 (Inquiridos que têm acesso a mais de cinco canais no televisor principal da casa). Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom 7

Passando para a análise dos conteúdos audiovisuais âncora (Séries, Telenovelas, Documentários e Filmes) verificamos que os dados são expressivos: 59,4% dos inquiridos dizem ver Telenovelas, 58,4% dizem ver Filmes, 51,0% dizem ver Séries e 47,2% dizem ver Documentários e (Cf. Figura 7, na página seguinte. Figura 7 - "Que conteúdos tem por hábito ver?" por dispositivo, Portugal, 2015 100%

80% 59,4%

60%

58,4%

51,0%

47,2%

40%

20%

0% Séries

Telenovelas

Documentários

Filmes

n=1018. Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom O televisor monopoliza os inquiridos no que toca à visualização destes conteúdos, sendo que o PC atinge percentagens também relevantes: 14,8% dos inquiridos dizem ver filmes e 13,1% dizem ver séries nesta plataforma, de acordo com os dados patentes da Figura 8, abaixo.

Figura 8 - "Que conteúdos tem por hábito ver?" por dispositivo, Portugal, 2015

100%

99,7%

94,4%

98,3%

96,0%

80% 60% 40% 20%

14,8%

13,1% 1,3% 1,5%

6,4%

1,5% 0,7% 0,5%

0,8% 1,5%

1,8% 1,5%

0% Séries

Telenovelas Televisor

Documentários

PC (Portátil ou Desktop)

Tablet

Filmes

Smartphone

n=519 (inquiridos que têm por hábito ver Séries); n=605 (inquiridos que têm por hábito ver Telenovelas); n=481 (inquiridos que têm por hábito ver Documentários); n=595 (inquiridos que têm por hábito ver Filmes). Fonte: ERC "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom

8

Analisando os dados relativos a visualização diferida, a Figura 9, na página seguinte, revela-nos que 67,5% dos entrevistados passam apenas entre 0% a 4% do tempo de visualização de TV a ver conteúdos em diferido (independentemente da forma como o fazem). Este é um dado relativamente significativo numa altura em que os argumentos de Mercado das operadoras incide intensamente na tecnologia que disponibilizam e nas possibilidades que ela representa em termos de novos modos de visualização, entre os quais a visualização diferida.

Figura 9 - Percentagem de tempo de visualização de televisão passado a ver conteúdos que já tinham sido emitidos (gravados pelo espectador, que estavam disponíveis nos últimos 7 dias, etc.), Portugal, 2015 100%

80% 67,5% 60%

40%

20% 2,4% 0%

5,0%

6,8% 0,3%

0,7%

3,6%

0,1%

3,4%

6,4% 0,0%

0,1% 1,0% 0,0% 1,2% 0,3% 0,7% 0,0% 0,6% 0,1%

0% a 5% a 10% a 15% a 20% a 25% a 30% a 35% a 40% a 45% a 50% a 55% a 60% a 65% a 70% a 75% a 80% a 85% a 90% a 95% a 4% 9% 14% 19% 24% 29% 34% 39% 44% 46% 54% 59% 64% 69% 74% 79% 84% 89% 94% 100%

n=1005. Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom Entre todos os inquiridos que têm acesso a mais de cinco canais no televisor principal das suas casas (n=767), 21,0% (n=161) dizem gravar programas antecipadamente no televisor. Entre os géneros âncora mais gravados destacam-se, de acordo com a Figura 10, abaixo, os Filmes (55,9%) e as Séries (52,8%).

Figura 10 - [Inquiridos que gravam antecipadamente programas no televisor] "Quais os tipos de conteúdos que grava?" 100% 80% 60%

55,9%

52,8%

40%

29,8%

29,8%

Telenovelas

Documentários

20% 0% Séries

Filmes

n=161 (Inquiridos que gravam antecipadamente programas no televisor). Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom 9

Relativamente à visualização de conteúdos posteriormente à emissão sem gravação (vulgo “voltar atrás na box”), verifica-se que não só os Filmes e as Séries atingem percentagens significativas (de 44,9% e 46,2%, respectivamente), como as Telenovelas surgem numa nova grandeza, sendo vistas posteriormente à emissão, sem gravação, por 34,1% dos inquiridos.

Figura 11 - [Inquiridos que visualizam conteúdos posteriormente à emissão sem os ter gravado] "Qual o tipo de conteúdos que visualiza posteriormente à emissão sem os ter gravado?", Portugal, 2015 100% 80% 60%

46,2%

44,9% 34,1%

40%

23,9% 20% 0% Séries

Telenovelas

Documentários

Filmes

n=314 (Inquiridos que gravam antecipadamente programas no televisor). Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom O tempo de visualização, em todos os géneros âncora tende a concentrar-se em torno das categorias “30 min – 1h” e “1h – 2h”, em todos os géneros âncora, sendo de destacar a percentagem de 46,3% de inquiridos que passam entre 1h e 2h a ver filmes, dado lógico dado que tende a ser essa a duração dos conteúdos em questão.

Figura 12 - "Qual o tempo que despende diariamente em média para cada um destes tipos de conteúdos?", Portugal, 2015 100% 80% 60% 40,3% 38,0% 33,4%

40% 20%

14,6% 12,0% 10,0% 8,1%

46,3% 40,5% 35,1% 30,1%

21,2% 12,9% 11,3% 9,7% 9,4% 1,0%1,2%0,2%1,7%

7,7%7,6% 3,9%4,0%

0% 3h

Ns/Nr

Filmes

n=519 (inquiridos que têm por hábito ver Séries); n=605 (inquiridos que têm por hábito ver Telenovelas); n=481 (inquiridos que têm por hábito ver Documentários); n=595 (inquiridos que têm por hábito ver Filmes). Fonte: ERC "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom

10

Figura 13 - "Dos seguintes tipos de conteúdos quais os que consome quando está fora de casa?" Portugal, 2015 20% 18% 16% 14% 12% 10% 8% 6% 4%

4,4%

3,6%

4,2%

3,3%

2% 0% Séries

Telenovelas

Documentários

Filmes

n=1018. Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom O consume de conteúdos “on-the-go” é estruturalmente baixo na amostra inquirida. Pode sê-lo pela essência dos conteúdos em si (“prefiro ver em casa”) mas também por limitações de tempo ou tecnológicas: fazer streaming de vídeos implica consumo de dados móveis em grande quantidade. As percentagens variam, portanto, entre os 3,3% e os 4,4%.

Figura 14 - "Disse consumir os seguintes tipos de conteúdos fora de casa, qual o local em que mais consome conteúdos fora de casa?", Portugal, 2015 100% 90% 80% 64,4%

70% 60%

51,4%

40%

29,4%

30% 20%

48,8%

47,1%

50%

10,8%

13,5% 10,8%

10%

20,0%

13,5% 4,4%

6,7%

4,4%

8,8%

5,9%

8,8%

11,6%

18,6% 14,0%

7,0%

0% Séries

Telenovelas

Documentários

Transportes públicos ou privados

Espaços públicos (Ex. Cafés)

Local de trabalho / escola

Casa de familiares / Amigos

Outros

Ns/Nr

Filmes

n=37 (inquiridos que consomem séries fora de casa); n=605 (inquiridos que consomem telenovelas fora de casa); n=34 (inquiridos que consomem documentários fora de casa); n=43 (inquiridos que consomem filmes fora de casa). Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom Ainda assim, e apesar das percentagens estruturalmente baixas observadas na Figura 13, a Figura 14 indica-nos que a maioria dos inquiridos tende a consumir os conteúdos âncora em espaços públicos, como cafés, sendo de destacar o consumo de Documentários e filmes no Local de trabalho / escola.

11

Figura 15 - "Pensando nas suas práticas de navegação online para consumo de conteúdos audiovisuais, com que frequência executa as seguintes tarefas?", Portugal, 2015 100%

96,6% 89,4% 82,7%

80% 60% 40% 20%

2,8% 2,1% 1,1%

3,0% 1,1% 0,3%

4,6% 0,7% 0,4%

0% Nunca

3,0% 1,7% 0,1%

2,6% 2,3% 0,3%

0,2% 1,1% 0,0%

0,5%

0,5% 1,3% 1,1%

0,5% 0,2%

Menos de Uma vez por Várias vezes Uma vez por Várias vezes Uma vez por Várias vezes uma vez por mês por mês semana por semana dia por dia mês Vê televisão em streaming

Descarrega filmes / séries gratuitos

Ns/Nr

Compra filmes e séries

n=1018. Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom Observando a Figura 15, acima, verificamos que a visualização de televisão em streaming, descarregamento de filmes e séries gratuitamente e a compra de filmes e séries online são actividades que os portugueses não realizam em grande escala ou, se preferirmos, afirmam não realizar – outros estudos demonstram que a prática de visualização de filmes e séries online sem pagamento associado tem uma presença elevada entre as camadas mais jovens da população utilizadora da Internet. Ainda assim, é de notar que o descarregamento de filmes e séries é a actividade que mais se dispersa ao longo da escala de resposta.

Figura 16 - Existem serviços, via Internet, que permitem ter acesso a catálogos de filmes, séries e documentários. Qual o seu interesse em adquirir este tipo de serviços?", Portugal, 2015

100% 80% 55,9%

60% 40% 20% 3,3%

14,8%

10,6%

10,6%

Algum interesse

Nem muito nem pouco interesse

4,7%

0% Muito interesse

Pouco interesse

Nenhum interesse

Ns/Nr

n=1018. Fonte: ERC - "Inquérito Consumos de Media em Portugal". Edição: OberCom Observando a Figura 16, na página anterior, verificamos que o interesse em adquirir serviços de acesso a catálogos de filmes, séries e documentários (ex. Netflix) é diminuto, sendo que 55,9% dos inquiridos dizem ter nenhum 12

interesse, 14,8% Pouco interesse e apenas 3,3% muito interesse. Este dado vem ao encontro da estratégia de chegada a Portugal de um serviço como o Netflix, visto ter optado por parceria com um operador, Vodafone, de modo a estar associado ao mercado de on-demand já presente no quotidiano dos portugueses, ou seja, aquele oferecido pelos operadores de telecomunicações nos seus pacotes de subscrição.

Dados-chave sobre o Cinema em Portugal

Figura 17 – Número de espectadores em sala, 2004 a 2015, Portugal 18 000 000

17 127 813

16 000 000 14 566 066

14 000 000

12 090 667

12 000 000 10 000 000 8 000 000 6 000 000 4 000 000 2 000 000 0 2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Fonte: ICA. Edição: OberCom. Analisando alguns dados-chave sobre o mercado do cinema em Portugal, recorrendo a dados ICA, verificamos que houve, em 2004, mais de 17 milhões espectadores nas salas de cinema portuguesas. Observa-se, a posteriori uma tendência de diminuição até atingir um mínimo de 12 milhões em 2014, com uma posterior subida para os 14 milhões e meio em 2015, uma recuperação significativa embora sem ainda atingir o valor de grandeza do início do século. A Figura 18, na página seguinte, apresenta uma tendência de evolução semelhante à observada na Figura 17, acima, com um mínimo de facturação de €62.741.556 em 2014, com uma recuperação para os €75.012.776 em 2015. O máximo observado, nos 11 anos da análise diz respeito ao ano de 2010, em que a receita bruta de bilheteira foi de €82.243.156.

13

Figura 18 – Evolução da receita bruta em bilheteira, 2004 a 2015, Portugal 90 000 000 80 000 000

71 085 245 66 337 376 70 000 000

79 938 682

82 243 156

69 894 632

68 320 826

73 954 671 65 495 316

73 841 610

69 120 845

75 012 776

62 741 556

60 000 000 50 000 000 40 000 000 30 000 000 20 000 000 10 000 000 0 2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Fonte: ICA. Edição: OberCom.

De acordo com a Figura 19, abaixo, o número de sessões de cinema em Portugal aumentou consistentemente entre 2004 e 2012, de 551.850 sessões para 670.677, respectivamente. Segue-se uma quebra significativa na transição para 2013, onde se registam 558.161 sessões. No seguimento para 2015 volta a verificar-se um aumento do número de sessões, tendo havido 621.770 sessões de cinema no último ano da análise.

Figura 19 – Número de sessões de cinema, 2004 a 2015, Portugal 800 000 700 000 600 000

551 850

589 110 591 139 605 717

669 638 670 112 670 677 644 778 651 325 558 161

596 884

621 770

500 000 400 000 300 000 200 000 100 000 0 2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

Fonte: ICA. Edição: OberCom.

14

2012

2013

2014

2015

Analisando, por fim, o rácio de receita bruta de bilheteira por filmes estreados, verifica-se que existe um pico na performance de receita por filme estreado entre 2008 e 2011. Mais uma vez, a transição 2012 / 2013 volta a mostrarse negativa para o cinema em Portugal, em termos de receitas, com um valor médio de €188.205 de receita bruta de bilheteira por filme estreado.

Figura 20 – Rácio de receita bruta de bilheteira por filmes estreados, 2004 a 2015 350 000 300 000 250 000

315 108

298 695

281 474

272 478 236 951

248 455

238 884

256 787

252 266

188 205

200 000

200 452

211 304

150 000 100 000 50 000 0 2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Fonte: ICA. Edição: OberCom. O que a análise dos dois gráficos anteriores nos demonstra é que, apesar do número inferior de espectadores em sala em 2015 face a 2004, o valor de receita bruta terminou a década 2005-2015 com valores superiores ao seu inicio (75 milhões vs. 71 milhões de euros). No entanto, esse aumento de receita só se terá afigurado possível graças à conjugação do aumento do número de sessões e valor de bilhetes. Enquanto no ano de 2004 o rácio espectadores por sessões era de 31 pessoas já em 2015 era apenas de 23 indivíduos. Por sua vez, tendo-se reduzido o número de espectadores o valor de receitas por espectador era em 2004 de 4,15 euros e em 2015 5,14 euros.

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Audiovisual – Portugal no panorama Europeu Neste último capítulo analisamos as dinâmicas do audiovisual em Portugal face ao panorama europeu, recorrendo a dados Eurostat divulgados em Março de 2016.1 Os dados contemplam os 28 países da União, como figurados abaixo.

Em termos gerais, o flash report revela que a maioria dos respondentes utiliza a Internet para aceder a conteúdos culturais mais do que uma vez por semana: 72,0% para aceder a notícias, 63,0% para acesso a música, 54,0% para imagens e, por fim, 53,0% utilizam a internet mais de uma vez por semana para aceder a filmes e / ou séries. Notese que estamos a falar da média europeia ou, como o Eurostat nomeia, dados relativos a “UE28” Os inquiridos utilizam, de forma predominante, serviços gratuitos para aceder aos quatro tipos de conteúdo referidos no parágrafo anterior. Relativamente aos Filmes e Séries, 70,0% dos inquiridos que acedem a este tipo de conteúdo dizem fazê-lo de forma gratuita.

Figura 21 - Comparação Portugal com média EU28, acesso a conteúdos mais de uma vez por semana, 2016 100% 90% 80%

72,0%

78,0%

70%

63,0%

66,0% 54,0%

60%

60,0%

50%

53,0%

47,0%

40% 30% 20% 10% 0% Notícias

Música

Imagens

EU28

Filmes / Séries

Portugal

Fonte: Eurostat. Edição: OberCom. 1

Flash Eurobarometer 437 – Report on Internet user’s preferences for acessing content online, disponível em:

https://data.europa.eu/euodp/en/data/dataset/S2123_437_ENG 16

Comparativamente à média dos 28 estados-membro da União, verificamos que os portugueses acedem em maior percentagem a notícias, música e imagens, mais do que uma vez por semana. A excepção neste quadro de análise regista-se, precisamente, na categoria filmes e séries, numa diferença percentual negativa de 6,0 pp para Portugal, face à média da União. Relativamente à comparação de Portugal com a média UE28, relativamente aos tipos de serviços mais utilizados para aceder a filmes, séries ou TV online, a Figura 22, no início da página seguinte fornece algumas linhas de análise relevantes. Os serviços de streaming profissional online (Ex. Netflix) tendem a ser menos utilizados pelos portugueses face aos utilizadores europeus (19,0% para 25,0%). Nos restantes tipos de serviço verifica-se alguma homogeneidade entre a amostra geral e a subamostra portuguesa. No entanto, verificamos que a utilização de sites de partilha de vídeo (por utilizadores individuais, artistas ou empresas) é bastante mais alta em Portugal que no resto da europa, em termos médios dos 28 países inquiridos, numa percentagem de 36,0% para 22,0%. É de salientar que esta categoria compreende os sites de partilha ilegal de ficheiros, ainda que essa expressão não seja utilizada de forma aberta no instrumento de inquirição. Esta foi, provavelmente, uma escolha metodológica consciente, na medida em que os inquiridos poderiam ter reticências em responder nesta categoria, caso a questão fosse colocada de forma directa.

Figura 22 - Comparação Portugal com média EU28, tipos de serviço mais utilizados para aceder a filmes ou séries online, 2016 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

36,0% 25,0%

19,0%

22,0%

19,0%17,0%

13,0%13,0%

11,0%14,0%

5,0% 4,0%

Serviços profissionais Sites de partilha de Serviços de TV online de Plataformas online, Media sociais, com links Lojas digitais, com de streaming online para TV, filmes ou video (partilha por "broadcasters" (catch- acesso a selecção de download para filmes (pagos ou gratuitos) utilizadores individuais, up ou VoD) canais de tv ou VoD séries ou séries nos artistas ou empresas) dispositivos

EU28

Portugal

Fonte: Eurostat. Edição: OberCom. O flash report em análise revela que apenas 13,0% dos inquiridos da amostra europeia pagam por filmes ou séries quando acedem a estes conteúdos na Internet – entre os inquiridos em Portugal, essa percentagem é de 4,0%. Explorando as razões que levam os inquiridos a optar por certos tipos de serviço para acesso a filmes ou séries, verificamos que o facto de o serviço ser gratuito é mais relevante para a subamostra portuguesa que para a amostra geral UE28 – 53,0% para 42,0%, como se pode observar pela Figura 23, abaixo.

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Figura 23 - Razões da escolha de serviços para acesso a Filmes ou Séries online, comparação Portugal com média EU28, 2016 100% 90% 80% 70% 53,0%

60% 50%

42,0%

40% 30% 15,0%

20%

15,0% 6,0%

10%

6,0%

10,0%

17,0%

0% Serviço gratuito

Boa qualidade de áudio / vídeo EU28

Tamanho e diversidade do catálogo

Ausência de publicidade

Portugal

Fonte: Eurostat. Edição: OberCom.

Figura 24 – “When you access films or TV series online, do you...” (% - Only use free services), 2016

Fonte: Eurostat.

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A boa qualidade de imagem e som é mais relevante na amostra geral que na portuguesa (15,0% para 6,0%), assim como o tamanho e a diversidade do catálogo. No entanto, verifica-se que a ausência de publicidade é determinante para a escolha do serviço de acesso a este tipo de conteúdos para 17,0% dos inquiridos portugueses, face a 10,0% dos inquiridos na amostra geral, média geral UE28. No entanto, a questão colocada no âmbito da análise da Figura 23, na página anterior, diz respeito a uma eventual escolha. Na prática, a Figura 24 (retirada do flash report em análise), revela que Portugal é dos países da Europa em que os utilizadores que acedem a filmes e séries online menos pagam por esses conteúdos, isto é, mais utilizam serviços gratuitos (66,0% face à média UE28 de 45,0%). Entre os países onde os utilizadores mais pagam por este tipo de serviço destacam-se a Dinamarca, Irlanda e Suécia.

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ISSN 2182-6722 / www.obercom.pt / [email protected]

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