O dilema dos países em abrigar refugiados e suas “ações humanitárias”

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O dilema dos países em abrigar refugiados e suas "ações humanitárias"

Estima-se que 45 milhões de pessoas se encontram na condição de refugiado.
O Brasil tem se mostrado um dos principais países a acolher refugiados.

Existem preocupações dos países em aceitar refugiados. A primeira se deve a
economia interna, uma vez que, mais pessoas em seus territórios, mais
gastos, e gastos não previstos em seus orçamentos, sobrecarregando também o
sistema de saúde. Não obstante, existem xenófobos contra a entrada dos
refugiados. No Brasil, haitianos, e outros afrodescendentes, são
achincalhados pelos defensores da pátria justificando seus ataques em
defesa da família, dos empregos dos brasileiros natos. Na realidade, o
íntimo de cada "patriota" esconde a xenofobia e o racismo.

Muitos refugiados são de países em conflito [guerra civil] e desastres
naturais, e devem ser tratados com respeito aos seus direitos humanos, com
urgência. Há um medo perene dos países a abrigar os refugiados, que entre
eles possam ter terroristas. Existem dois tipos de refugiados, os que têm
boas condições econômicas e os que vivem na miséria. Os que têm querem sair
por medo das guerras e da fome, assim como os que não têm. Contudo, para as
famílias opulentas, não há muitos obstáculos para saírem de suas
localidades, enquanto os infortunados são obrigados a se sujeitarem as
situações de extremo perigo, ou seja, improvisações que causam mais mortes
do que sucesso. Tem-se com isso uma distinção de refugiados, isto é, a
situação econômica dita quem terá mais chances de sobreviver. O que não
deveria ser, pois os direitos humanos pertencem a todos os seres humanos,
independentemente da condição econômica, contudo a realidade da vida é
muito diferente da realidade das leis escritas.

Apesar dos apelos emotivos e dos discursos calorosos em defesa da
globalização, em sua essencialidade, tem privilegiado o livre comércio, a
liberdade de expressão e de impressa, pela rede mundial de computadores, a
exploração de mão de obra, barata, ou escrava, nos países que sediam as
transnacionais, do que a proteção propriamente dita dos direitos humanos.
Em síntese, temos contemporaneamente, riquezas sendo concentradas nas mãos
de poucos, um neocolonialismo mundial encabeçado pelos países ricos.

Apesar das ações humanitárias, há isolamento de refugiados em acampamentos.
As baixas temperaturas, ou altas, têm causado mortes, assim como as
condições sanitárias, alimentares. Pelo desespero, muitos refugiados se
rebelam contra as "ações humanitárias" exigindo seus direitos humanos, com
oportunidades iguais aos nacionais. É uma situação em que os governos
acolhedores devem repensar sobre suas políticas protecionistas. Discutem-
se, entre si, qual país está acolhendo mais refugiados, como se estes
fossem estorvos à economia local. É necessário que todos os países
democráticos se unam em um só corpo e mente, de forma que a centralidade de
suas políticas seja o ser humano. Não podem os países democráticos, o que
defendem os direitos humanos, jamais se esquecerem das atrocidades
cometidas na Segunda Guerra Mundial. Que as mortes de milhões de seres
humanos, por guerras ideológicas, exterminadoras e usurpadoras de riquezas
de outros Estados, desencadeada na Segunda Guerra Mundial, não se tornem
fatos de páginas de livros de história, os quais, geralmente, ficam
empoeirados nas estantes dos intelectuais.

É preciso ação conjunta, nenhum país pode justificar sua soberania para
cometer ou acobertar perseguições políticas, étnicas, de gênero, culturais
ou religiosas. Infelizmente, como dito alhures, a globalização criou um
neocolonialismo. A pobreza mundial vem se acentuando, a destruição da flora
e da fauna não incomoda as transnacionais, e muito menos os países de
origem destas transnacionais.

"A pobreza é a pior forma de violência" (Mahatma Gandhi)

A guerra tem se mostrado um grande shopping, cujas armas de destruição
matam em nome da liberdade, da proteção dos direitos humanos ou defesa de
costumes sagrados. A verdade é que a globalização trouxe mais escravização
do que consolidação dos direitos humanos. Há uma preocupação em defender
interesses econômicos. Por exemplo, a guerra no Iraque foi uma delas,
nenhuma arma de destruição foi encontrada. Enquanto isso, Haiti, um país
representando o descaso humano, continua na miséria. Não há investimentos
maciços de capitais estrangeiros para a reconstrução haitiana. Há sim,
investimentos em países nos quais têm riquezas naturais de apreço ao
mercado mundial. Fora isso, não há o porquê de se fazer investimentos, caso
não se possa, posteriormente, obter lucro pela "ação humanitária". O que
digam os lobistas, dentro e fora das instituições democráticas.

Ações humanitárias não visam lucros ou perdas de lucros, todavia
solidariedade desprendida de interesses. E quando a solidariedade se
implantar nos corações de todos os seres humanos, tantos os solidários
quanto os refugiados se beneficiarão, pois a solidariedade se tornará
universal.
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