O ensino médio e a educação profissional no Ceará: um estudo longitudinal a partir dos resultados dos alunos no SPAECE

July 24, 2017 | Autor: Alanna Oliveira | Categoria: Avaliação em Educação
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Jean Mac Cole Tavares Santos Augusto Sávio Guimarães do Nascimento (Organizadores)

PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS

Mossoró/RN - 2012

Copyright © Universidade do Estado do Rio Grande do Norte É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte. Categoria E-book em formato PDF distribuído em CD-ROM, egresso de evento de comissão científica nacional. [Ref. II Seminário Nacional do Ensino Médio: Profissão Docente, Currículo e Novas Tecnologias – 28 a 30 de novembro de 2012, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN – Campus Mossoró ]

ORGANIZADORES Jean Mac Cole Tavares Santos Augusto Sávio Guimarães do Nascimento REVISÃO Os Autores DIAGRAMAÇÃO, CAPA E ARTE-FINAL Augusto Sávio Guimarães do Nascimento

A exatidão das informações e os conceitos e opiniões emitidos são de exclusiva responsabilidade dos autores.

ESTA PUBLICAÇÃO NÃO PODE SER VENDIDA. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. PUBLICADA EM 2012

Profissão Docente, Currículo e Novas Tecnologias / Organização: Jean Mac Cole Tavares Santos, Augusto Sávio Guimarães do Nascimento. Mossoró: UERN, 2012. Textos submetidos para apresentações orais no II Seminário Nacional do Ensino Médio, entre 28 a 30 de novembro de 2012 na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN – Campus Mossoró. 1 Meio Digital: CD-ROM e E-Book 2 Vários autores. 3 Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-7621-048-1 1. Ensino Médio 2.Profissão Docente 3. Tecnologia 4. Educação e Cidadania 5. Educação Científica e Tecnológica

CONSELHO EDITORIAL Profa. Dra. Ana Lúcia Aguiar Lopes Leandro (UERN) Prof. Dr. Ivonaldo Neres Leite (UFPB) Prof. Dr. Francisco Ari de Andrade (UFC) Prof. Dr. Jean Mac Cole Tavares Santos (UERN) Profa. Dra. Maria Antonia Teixeira da Costa (UERN) Prof. Dr. Francisco das Chagas Silva Souza (IFRN) Prof. Ms. Albino Oliveira Nunes (IFRN) Profa. Dra. Araceli Sobreira Benevides (UERN) Profa. Dra. Edna Cristina do Prado (UFAL) Prof. Dr. Ailton Siqueira de Sousa Fonseca (UERN) Profa. Dra. Geovania da Silva Toscano (UFPB) Profa. Dra. Elione Maria Nogueira Diogenes UFAL) Profa. Dra. Rosemeire Reis da Silva (UFAL) Profa. Dra. Veronica Maria de Araujo Pontes (UFAL) Profa. Dra. Sandra Regina Paz da Silva (UFAL) Profa. Dra. Maria Lindaci Gomes de Souza (UEPB) Profa. Dra. Maria Aparecida Barbosa Carneiro (UEPB) Prof. Dr. Isauro Beltrán Núñez (UFRN) Profa. Dra. Patricia Cristina de Aragao Araujo (UEPB) Profa. Dra. Hostina Maria Ferreira do Nascimento (UERN) Profa. Dra. Maria do Socorro da Silva Batista (UERN) Profa. Dra. Cicilia Raquel Maia Leite (UERN) Prof. Dr. Julio Ribeiro Soares (UERN) Profa. Dra. Betânia Leite Ramalho (UFRN) Profa. Dra. Maria Aliete Cavalcante Bormann (UFRN) Profa. Dra. Janote Pires Marques (IFMA) Profa. Dra. Helena de Lima Marinho Rodrigues Araujo Prof. Dr. Wagner Jose Silva de Castro Profa. Dra. Ana Maria Leite Lobato Prof. Dr. Alcides Fernando Gussi

APOIO Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN) Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFRN) Secretaria de Estado da Educação e da Cultura do Rio Grande do Norte (SEEC) Universidade Federal da Paraíba - UFPB Universidade Estadual da Paraíba - UEPB Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Universidade Federal do Ceará - UFC Universidade Potiguar - UNP Faculdade de Educação da UERN Curso de Pedagogia (FE/UERN) Grupo de Estudo e Pesquisa em Estado, Educação e Sociedade - GEPEES (UERN) Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – PROPEG (UERN) Núcleo de História e Memória da Educação – NHIME (UFC) Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado em Educação) da UERN Laboratório de Estudos e Pesquisas em Paulo Freire e Educação Popular - LEFREIRE PET Pedagogia UERN PET Ciências Sociais - PETCIS UERN PET Conexões de Saberes UFERSA PIBID – UFERSA PAFOR – UFERSA

ENDEREÇOS PARA CORRESPONDÊNCIA Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Faculdade de Educação FE/UERN – Campus Universitário Central BR 110 - Km 46 – Rua Prof. Antônio Campos, s/n - Costa e Silva CEP: 59.633-010 - Mossoró – RN Fone: (84) 3315-2203 - Faculdade de Educação

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O ensino médio e a educação profissional no Ceará: um estudo longitudinal a partir dos resultados dos alunos no SPAECE Alanna Oliveira Pereira Carvalho (UFC) 112 Emanuella Sampaio Freire (UFC) 113 Ana Paula de Medeiros Ribeiro (UFC) 114 Cláudio de Albuquerque Marques (UFC) 115

RESUMO O Ensino Médio no Brasil, ao longo de sua história, tem enfrentado dificuldades na garantia da educação fundamental e da formação profissional. Atualmente, o Ministério da Educação (MEC) tem investido significativamente no Ensino Médio, por meio da ampliação da rede federal e estadual de educação profissional e tecnológica em todo o Brasil. No Ceará, foram implantados os Institutos Federais de Educação de Ciência e Tecnologia - IFET’S na capital e progressivamente no interior. Com o Decreto nº 5.154 de 2004, do governo Lula, é possível perceber a importância que se concede à Educação Profissional, estabelecendo através dela a educação profissional técnica de nível médio, também disposta na Lei nº 9.394 de 1996 – a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, como uma educação integrada, concomitante ou subsequente. Esta mudança oferece ao educando uma educação pública voltada à sua habilitação profissional técnica de nível médio. O presente trabalho utiliza como metodologia de análise o estudo longitudinal amostral, com os resultados do SPAECE no período de 2010-2011, das proficiências nas disciplinas de Português e Matemática do 1ª, 2ª e 3ª do EM, em escolas que possuem e não possuem educação profissional. Na oportunidade foi investigada a proficiência das escolas numa perspectiva comparativa e assim verificou-se possíveis 112

Mestranda em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC) na linha de pesquisa em Avaliação Educacional. Email: [email protected] 113 Doutoranda em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC) na linha de pesquisa em Avaliação Educacional. Email: [email protected] 114 Doutora em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC) na linha de pesquisa em Avaliação Educacional. Professora Adjunta do Departamento de Teoria e Prática do Ensino (DTPE) da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará. Email: [email protected] 115 Ph.D. em Educação Superior pela Universidade do Arizona (USA), Professor Adjunto da Universidade Federal do Ceará. Email: [email protected]

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diferenças entre as modalidades de ensino, frente ao desempenho dos alunos nas avaliações externas. Após a análise, verificou-se que as escolas com educação profissionalizante possuem melhores resultados no Spaece, comparando-se às demais, que ainda não inseriram a modalidade. Pode-se inferir que a educação, ao integrar o mundo do trabalho ao currículo no Ensino Médio, promove avanços significativos no desempenho dos alunos. Palavras – chave: Avaliação externa; Educação Profissional; SPAECE.

INTRODUÇÃO A educação básica e profissional no Brasil está profundamente marcada historicamente pela dualidade. Constata-se que até o século XIX não existia qualquer registro de iniciativas sistemáticas no campo da educação profissional. Anteriormente

a

educação

era

propedêutica

para

as

elites,

voltada

exclusivamente para a formação de futuros dirigentes. No início do século seguinte, ocorre um esforço público na educação profissional modificando do assistencialismo aos menores abandonados e órfãos, para a preparação de operários para o exercício profissional. Na década de 1990 surge no contexto do Ensino Médio a retomada legalmente do sentido propedêutico, agora separados os cursos técnicos do Ensino Médio passam a ser ofertado de duas formas. O aluno pode fazer ao mesmo tempo o Ensino Médio e um curso técnico com uma matrícula e currículo distintos, na mesma instituição ou em instituições diferentes. E a outra maneira seria concluir o Ensino Médio. A retomada da integração entre o Ensino Médio e a educação profissional ocorre no início do mandato do governo federal em 2003. Logo em seguida, veio o Decreto nº 5.154 de 2004, que estabelece a importância à Educação Profissional, através da educação profissional técnica de nível médio, também disposta na Lei nº 9.394 de 1996 – a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, como uma educação integrada. Com essa mudança a PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |

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educação pública passa oferecer uma habilitação profissional técnica de nível médio. Desde 2004 através da Proposta de Políticas Públicas para a Educação Profissional e Tecnológica - PPPEPT (BRASIL, 2004) o Ensino Médio vem se modificando e implementando em suas estruturas diretrizes que se voltem para a educação integral do educando, estimulando a sua participação no mundo do trabalho com a habilitação necessária, além de desempenhar o seu aprimoramento como cidadão. Em 2007 ao lançar o programa Brasil Profissionalizado, o governo federal fortaleceu nas redes estaduais a criação e ampliação da educação profissional e tecnológica. No Ceará, a criação dos Institutos Federais de Educação de Ciência e Tecnologia - IFET’s foi imediata, além da adesão ao programa Brasil Profissionalizado, o que redimensionou o currículo, atividades, metodologias das Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEP). Ainda existem Escolas de Ensino Médio Estaduais, onde o ensino técnico profissional não é desenvolvido, apenas o currículo do ensino médio em suas disciplinas teóricas. A diferença entre estes ensinos se dá pelas suas formas de organização de curso, currículo, metodologias, materiais didáticos, estruturas físicas. As escolas de educação profissional apresentam toda uma estrutura física e pedagógica capaz de integrarem o ensino médio ao ensino técnico, proporcionando ao indivíduo ambas competências: preparação para o mundo do trabalho e continuação dos estudos. Já a escola estadual tem sido menos enaltecida pelo fato de não haver essa integração. Mas estas disposições físicas, logísticas e pedagógicas vêm resultando na educação de qualidade pretendida para o Ensino Médio? Para além desses questionamentos, observamos que o Ensino Médio tem enfrentado problemas quanto: à frequência, aprovação e desempenho. No Estado do Ceará, o Índice PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |

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de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do Ensino Médio tem se colocado de forma insatisfatória. No atual contexto, faz-se necessário analisar como as políticas educacionais têm influenciado no desempenho dos alunos, para evidenciar se os objetivos estão sendo alcançados, como estabelece a proposta de ensino integral. Para isso, o presente trabalho utilizou os relatórios do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE) para investigar os resultados de dois anos consecutivos de um município do Ceará, a fim de verificar a evolução ou retrocesso das intervenções pedagógicas de escolas com e sem educação profissional, frente aos resultados de um ano para outro. O ENSINO MÉDIO E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO CEARÁ A proposta de um Ensino Médio integrado à educação profissional ainda é muito recente no estado do Ceará. Segundo Lobo (2008) a proposta de educação profissional iniciou-se com a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica 116, implantando no Ceará em 1937, no Liceu Industrial de Fortaleza. Desde então essa escola profissional tinha os desígnios de uma formação para o mercado, modificando sua estrutura e currículo diante das necessidades do sistema federal de ensino. Hoje, denominados de Institutos Federais de Educação de Ciência e Tecnologia - IFET’s têm suas ações voltadas para o ensino médio, tecnólogo e superior, porém não abrangem todo o estado, em virtude da sua oferta e currículo que é bastante amplo, mas não diversificado para as individualidades de cada região do Ceará, contemplando somente 17 disciplinas. A implantação efetiva do Ensino Médio integrado ao ensino profissional no Ceará aconteceu em 2008, com o programa Brasil Profissionalizado do 116

Originada em 1909 pelo presidente da República Nilo Peçanha que introduziu as escolas de Aprendizes de Artífices através do Decreto nº 7.566 de 23 de setembro.

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governo federal. Segundo Holanda (2009) esse programa oferece assistência técnica e financeira ao estado a fim de ampliar e qualificar as ofertas à educação científica e profissional de nível médio. A oferta ao Ensino Médio integrado ao ensino profissional daria uma identidade e maior sentido a esta modalidade de ensino, permitindo uma maior garantia no preparo do jovem ao mercado de trabalho. Segundo Holanda (2009) o Programa Brasil Profissionalizado apoia a gestão educacional na elaboração ou ajuste do plano de carreira para os profissionais da educação, estima a participação nos Conselhos Escolares e visa a interação com a sociedade, tanto comunidade escolar quanto setor produtivo. Nas práticas pedagógicas o programa fornece programas de iniciação científica, apoio ao estágio e empreendedorismo e cooperativismo, além de dar suporte na formação inicial e continuada dos professores. Na estrutura física o programa financia construção e reforma das unidades escolares, laboratórios científicos e tecnológicos, aquisição de acervo bibliográfico e aquisição de equipamentos e materiais diversos que precisam ser garantidos para uma melhor aprendizagem profissional. As Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEP) desde 2008 tem demonstrado um diferencial na formação dos jovens que atende. Além da estrutura física, pedagógica e gerencial que o programa financia e apoia, as escolas de tempo integral se dedicam a um currículo integrado com adição do núcleo comum ao profissional, as disciplinas obrigatórias do ensino médio são aprendidas de maneira a vislumbrar além da teoria. Com as disciplinas profissionais é possível criar um elo entre a teoria e a prática. Dentro da proposta das EEEP’s o Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria de Educação do Ceará, implantou o Projeto e-Jovem que visa oferecer formação em Tecnologia da Informação e Comunicação, tendo como princípios básicos a formação

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continuada, o protagonismo e empreendedorismo juvenil, a qualificação profissional, oportunizando melhores condições de inserção no mundo do trabalho e geração de emprego e renda para os jovens concluintes do Ensino Médio e egressos da rede pública estadual. (CEARÁ, 2012)

O programa desenvolvido pelo governo federal oferece aos jovens a oportunidade de ingressarem no mundo do trabalho, e ainda optarem pela formação superior. No Ceará os cursos oferecidos em 2009 pelas EEEP’s são de técnico em Informática, Enfermagem, Guia de Turismo, Segurança do Trabalho, Comércio, Finanças, Agroindústria, Meio Ambiente, Aquicultura, Edificações, Fruticultura, Estética, Produção de Moda e Massoterapia. Cada região do estado atende a um número significativo de cursos, priorizando a necessidade daquela região, contribuindo ainda mais para a formação qualificada de profissionais no mercado de trabalho. No Ceará, foi utilizado à experiência exitosa de Pernambuco com o Programa de Desenvolvimento dos Centros de Ensino Experimental – PROCENTRO e de sua filosofia de gestão denominada TESE – Tecnologia Empresarial Sócio Educacional que está servindo como base para definição dos princípios básicos das Escolas Estaduais Profissionais, tais como: Protagonismo Juvenil, Formação Continuada, Atitude Empresarial, Corresponsabilidade e Replicabilidade. Os professores também participam obtendo formação continuada sobre filosofia de gestão. (MOTA apud MAGALHÃES, 2008).

SISTEMA PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ (SPAECE) Só sistemas descentralizados conseguem analisar cada uma das escolas e identificar o que elas precisam para melhorar o desempenho dos alunos, PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |

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considerando as características de cada uma. Maria Helena Guimarães de Castro

No ano 1992, o Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Educação (SEDUC), cria o Sistema de Avaliação do Ceará, conhecido inicialmente por Avaliação do Rendimento Escolar dos Alunos de 4ª e 8ª séries e, atualmente, denominado como Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE). Ressalta-se que a criação do sistema de avaliação no Estado foi um passo importante, constituindo-se como um dos primeiros sistemas estaduais de avaliação do País. A criação do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica (SPAECE) tem como objetivo fornecer subsídios para formulação, reformulação e monitoramento das políticas educacionais, além de possibilitar aos professores, dirigentes escolares e gestores um quadro da situação da Educação Básica da rede pública de ensino. (CEARÁ, 2011, p.2)

O SPAECE, por meio dos diversos ciclos de avaliação realizados, passa a caracteriza-se como uma avaliação externa em larga escala que avalia as competências e habilidades dos alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, em Língua Portuguesa e Matemática. Detectando a existência de problemas nessas disciplinas, por meio dos resultados das avaliações, quanto ao nível de proficiência do desempenho dos alunos. A avaliação é realizada de forma censitária e universal, abrange as escolas estaduais e municipais, utiliza a matriz de referência em seus testes e possui como base os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Também são aplicados, questionários socioeconômicos destinados aos alunos, professores e diretores.

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De acordo com Vieira (2007, p.51), “pela primeira vez trabalhou-se com instrumentos que auxiliam a escola a enxergar seu próprio desempenho, identificando fraquezas e potencialidades, o que representa importante subsídio para sua melhoria”. Em 2007, foi lançado o SPAECE- ALFA que contou com “o apoio financeiro do MEC/ INEP e desenvolvido pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAED), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)” (CEARÁ, 2009, p. 49). Desta forma, o SPAECE passa a ter três focos: x x x

Avaliação da Alfabetização - SPAECE-Alfa (2º ano). Avaliação do Ensino Fundamental (5º e 9º anos) e Avaliação do Ensino Médio (1a, 2a e 3a séries). O percurso da avaliação no Estado retrata a necessidade contínua de

responsabilizar o papel dos dirigentes, diretores, supervisores e coordenadores para uma educação pública e gratuita de qualidade. O PERCURSSO METODOLÓGICO DA PESQUISA A pesquisa proposta se caracterizou como pesquisa documental 117 e bibliográfica, uma vez que fez uso de documentos estatísticos digitais. Como metodologia de análise foi utilizada o estudo longitudinal amostral dos resultados do SPAECE no período de 2010-2011. Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram os alunos do 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio. O critério de escolha foi a partir dos municípios e suas respectivas escolas com índices intrigantes quanto a diferença de desempenho no SPAECE entre escolas estaduais que possuem e não possuem educação profissional da CREDE 118 9.

117

São considerados documentos as fontes primárias que ainda não receberam análise. Como por exemplo: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos adquiridos em escolas em escolas e instituições, documentos oficiais, cartas, diários, fotografias, relatórios, avaliações, etc. (VIEIRA & MATOS, 2001) 118 Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação.

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A partir dos relatórios estatísticos foi analisada a proficiência que é calculada de acordo com o desempenho do aluno na avaliação. Os intervalos de proficiência são colocados em uma escala onde são divididos, pelos valores, em uma categoria onde o aluno, a turma, escola ou município se encontra, vejamos eles: Tabela 1 – Níveis de Desempenho

Língua Níveis de

Matemática

Portuguesa

Desempenho Proficiência de Desempenho

Muito Crítico

Cada

0 – 225

0 – 250

Crítico

225 – 275

250 – 300

Intermediário

275 – 325

300 – 350

Adequado

325 – 500

350 – 500

nível

a

equivale

um

grau

de

consolidação

das

habilidades/competências daquele ano e disciplina, quando se está no nível mais crítico a consolidação das habilidades se refere àquelas mais básicas e assim por diante até atingir o nível adequado que representa as habilidades e competências mínimas que deveriam ser atingidas ao término do ano avaliado. O tópico seguinte apresenta a discussão dos achados de acordo com a proficiência dos alunos. Para uma melhor compreensão dos dados, será

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apresentado por meio de gráfico o desempenho dos alunos por: município, modalidade 119 e série. RESULTADOS E DISCUSSÕES A seguir serão apresentados os dados do estudo numa dimensão descritiva e interpretativa. Foram levados em consideração os municípios que apresentaram pelo menos uma escola de Ensino Médio Profissional e uma escola de Ensino Médio Regular a fim de comparar as proficiências entre elas relativas aos anos de 2010 e 2011, edições mais recentes do SPAECE. De seis municípios, da CREDE apenas quatro escolas possuem ensino médio profissional, três municípios de 1ª a 3ª série e um somente com a 1ª série. Para uma melhor visualização do gráfico foi acordado que as proficiências médias se limitariam a um número inteiro, sem casas decimais a direta.

A

seguir

seguem as discussões do estudo, organizados por proficiência entre os anos 2010-2011 dos municípios de Horizonte, Pacajus e Cascavel, das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática entre as duas modalidades de ensino.

No

gráfico 1, temos os resultados do município de Horizonte das escolas EEM (Escola de Ensino Médio) Raimundo Nogueira e EEEP (Escola Estadual de Educação Profissional) Maria Dolores Alcântara e Silva. Gráfico 1 – Relação entre as proficiências das EEM e EEP de Horizonte.

119

A pesquisadora utiliza-se do termo modalidade para indicar escolas estaduais que possuem e não possuem educação profissional.

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Proficiência Média Língua Portuguesa - 2010

Média - 2010Média a 2011 Proficiência Proficiência Média Matemática - 2010de Horizonte Proficiência Língua Portuguesa - 2011

Proficiência Média Matemática - 2011 Proficiência Média Matemática - 2011; MARIA DOLORES ALCÂNTARA E SILVA, EEEP 2ª SÉRIE Proficiência Média Matemática - 2011; MARIA Proficiência Média Matemática - 2010;EM; MARIA 345 Proficiência -Média - 2011; MARIA Média Proficiência Média Matemática 2010;Matemática MARIA Proficiência Língua EEEP Portuguesa - 2011; MARIA Média DOLORES ALCÂNTARA E SILVA, 3ª MARIA SÉRIE Proficiência Matemática - 2010; EEEP MARIA Proficiência Média Língua Portuguesa - 2011; DOLORES ALCÂNTARA E SILVA, 2ª SÉRIE DOLORES ALCÂNTARA E SILVA, 1ª SÉRIE DOLORES ALCÂNTARA EEEP 1ª SÉRIE Proficiência MédiaEEEP Língua Portuguesa - 2010;EMARIA MédiaE SILVA, Língua - 2011; MARIA DOLORES ALCÂNTARA SILVA, EEEP 2ªDOLORES SÉRIE Proficiência Média Língua Portuguesa - 2010; MARIA DOLORES ALCÂNTARA E EM; SILVA, EEEP 3ª SÉRIE Proficiência Média Proficiência Língua Portuguesa - 2010;Portuguesa MARIA EM; 324 ALCÂNTARA E 327 SILVA, EEEP 3ª SÉRIE EM; EEEP 319 ALCÂNTARA EM; 319 DOLORES E SILVA, EEEP 2ª SÉRIE DOLORES ALCÂNTARA E SILVA, 1ª SÉRIE EM; 315 DOLORES ALCÂNTARA E SILVA, 3ª SÉRIE EM; EEEP 305 EM; 312 DOLORES ALCÂNTARA E SILVA, EEEP 1ª SÉRIE EM; 305 EM; 304 EM; 301 EM; 300 Proficiência MédiaProficiência MatemáticaMédia - 2010;Matemática RAIMUNDO Proficiência -Média RAIMUNDO - 2011; RAIMUNDO Proficiência Média Matemática 2010;Matemática RAIMUNDO- 2011; NOGUEIRA EEMMédia 3ª SÉRIE EM;Portuguesa 2553ª SÉRIE Proficiência Média Matemática - 2010; RAIMUNDO Proficiência Média Matemática - 2011; RAIMUNDO 2ª SÉRIE EM; 256 NOGUEIRA EM; 255 Proficiência Língua - 2011; Proficiência Média Língua Portuguesa - 2010;EEM Proficiência Média Língua Portuguesa - 2011; NOGUEIRA 2ªNOGUEIRA SÉRIE EM;EEM 249 Proficiência Média Língua EEM Portuguesa - 2010; Proficiência Média Língua Portuguesa 2011; NOGUEIRA EEM 1ª SÉRIE EM; 245 NOGUEIRA EEM -1ª2010; SÉRIE EM;RAIMUNDO 243 RAIMUNDO Proficiência Média Língua Portuguesa RAIMUNDO NOGUEIRA EEM 3ªNOGUEIRA SÉRIE EM;EEM 257 3ª SÉRIE EM; 258 RAIMUNDO NOGUEIRA EEM 2ªNOGUEIRA SÉRIE EM;EEM 251 2ª SÉRIE EM; 255 RAIMUNDO NOGUEIRA 1ª SÉRIE RAIMUNDO NOGUEIRA EEM 1ªEEM SÉRIE EM; 245EM; 249

De acordo com o gráfico, podemos notar a evolução de proficiência e a diferença da mesma entre as escolas do município de Horizonte. É possível perceber que as três séries do ensino integrado se sobressaem diante da escola de Ensino Médio não integrado, em seus dois anos avaliados. Apesar do crescimento entre os anos este se apresenta pouco expressivo, admite-se que este ainda é maior no ensino integrado do que no Ensino Médio não integrado. Na primeira escola quando há crescimento de proficiência se resume em um ou dois pontos, já na segunda escola a diferença se faz com mais de dez pontos. No gráfico 2, iremos analisar os resultados do município de Pacajus das escolas

EEM (Escola de Ensino Médio)

Padre Coriolano e EEEP (Escola

Estadual de Educação Profissional) José Maria Falcão. Gráfico 2 – Relação entre as proficiências das EEM e EEP de Pacajus.

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Proficiência Proficiência Proficiência Proficiência Média Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Proficiência Média Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Proficiência Média Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Proficiência Média Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Proficiência Média Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Proficiência Média Média Média Média Proficiência Média Língua Portuguesa 2010 Proficiência Matemática Matemática Língua Língua Matemática Portuguesa Portuguesa -Língua 2010; Matemática - 2011; -Língua Portuguesa - Matemática Portuguesa - 2010; Língua - Matemática - 2011; Língua Portuguesa - Matemática Portuguesa -- 2010; Língua - Matemática - 2011; Língua Portuguesa - Matemática Portuguesa - 2010; Língua -Média Matemática - 2011; Língua Portuguesa - Matemática Portuguesa - 2010; Língua -- 2010 Matemática Língua -Matemática 2011; Portuguesa - Portuguesa - 2010; - -2011;2010; 2011; PADRE PADRE PADRE PADRE 2010;Média PADRE PADRE 2011;Língua PADRE PADRE 2010; PADRE PADRE 2011; PADRE 2010; JOSE JOSE 2011;MARIA MARIA JOSE JOSE 2010; MARIA MARIA JOSE JOSE 2011; MARIA MARIA JOSE JOSE 2010; MARIA 2011; JOSE JOSE JOSE JOSE MARIA MARIA MARIA MARIA Proficiência Portuguesa -PADRE 2011 Proficiência Média Matemática -MARIA 2011 CORIOLANO CORIOLANO CORIOLANO CORIOLANO CORIOLANO EEM EEM EEM CORIOLANO EEM CORIOLANO CORIOLANO EEM EEM CORIOLANO EEM CORIOLANO EEM CORIOLANO CORIOLANO EEMEEM FALCÃO, EEM FALCÃO, EEM FALCÃO, EEEP FALCÃO, EEEP 1ªEEEP FALCÃO, 1ªEEEP FALCÃO, 1ªFALCÃO, 1ªEEEP FALCÃO, EEEP 2ªEEEP FALCÃO, 2ªEEEP FALCÃO, FALCÃO, FALCÃO, 2ª 2ªEEEP EEEP EEEP EEEP 3ª 3ª3ª 3ª 1ª 1ª1ªSÉRIE SÉRIE SÉRIE 1ª SÉRIE EM; EM; EM; 2ª241 243 EM; SÉRIE 2ª 249SÉRIE 248 2ª EM; SÉRIE 2ª EM; SÉRIE 253EM; 255 3ª SÉRIE EM; 257 3ª SÉRIE 251 3ª EM; SÉRIE 3ª EM; SÉRIE 259EM; 257 SÉRIE EM; 261 SÉRIE 268 EM; SÉRIE EM; SÉRIE 290EM; 304EM; SÉRIE 284SÉRIE 283EM; SÉRIE EM; SÉRIE 286EM; 299EM; SÉRIE 305SÉRIE 319 SÉRIE SÉRIE EM;EM; 292 EM; EM;295 293 306

Proficiência Média de Pacajus - 2010 a 2011

Neste segundo gráfico é possível verificar traços semelhantes aos do gráfico anterior, mais uma vez o ensino integrado desenvolve melhor a proficiência do educando tanto em Língua Portuguesa quanto em Matemática. Por fim o gráfico 3, vejamos os resultados do município de Cascavel das escolas

EEM (Escola de Ensino Médio) Custódio da Silva Lemos e Edson

Queiroz EEEP (Escola Estadual de Educação Profissional) José Maria Falcão. Gráfico 3 – Relação entre as proficiências das EEM e EEP de Cascavel.

Proficiência Proficiência Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Proficiência Média Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Proficiência Média Média Proficiência Média Proficiência Média Proficiência Proficiência Média Média Média Média Proficiência Média Proficiência Portuguesa 2010 Proficiência Matemática Língua Matemática Língua Matemática Portuguesa Portuguesa Língua - 2010; Matemática - -2011; Portuguesa Língua - Média Matemática Portuguesa -Língua 2010; Língua - Matemática - Portuguesa Língua 2011; - Matemática Portuguesa --2010; Língua - Matemática - 2011; Portuguesa Língua - Matemática Portuguesa - 2010; Língua -Média Matemática - 2011; Portuguesa Língua - Matemática Portuguesa - 2010; -- 2010 -Língua Matemática 2011; - Portuguesa - 2011;2010; 2011; CUSTÓDIO CUSTÓDIO CUSTÓDIO CUSTÓDIO 2010; DACUSTÓDIO DA CUSTÓDIO DA 2011; DA CUSTÓDIO CUSTÓDIO DA 2010; DA Portuguesa CUSTÓDIO CUSTÓDIO DA 2011; DA CUSTÓDIO CUSTÓDIO DA 2010; EDSON DA DA EDSON 2011; EDSON QUEIROZ, EDSON QUEIROZ, 2010; EDSON EDSON 2011; EDSON QUEIROZ, EDSON EDSON 2011; QUEIROZ, EDSON Proficiência Média Língua -DA 2011 Proficiência Média Matemática -QUEIROZ, 2011 SILVA SILVA SILVA LEMOS LEMOS SILVA LEMOS EEFM SILVA EEFM LEMOS SILVA EEFM LEMOS SILVA LEMOS EEFM SILVA EEFM LEMOS SILVA EEFM LEMOS SILVA EEFM LEMOS SILVA LEMOS EEFM LEMOS EEFM QUEIROZ, EEFM EEEP QUEIROZ, EEFM 1ªEEEP EEEP SÉRIE 1ª 1ªQUEIROZ, EEEP EM; SÉRIE EEEP 1ªQUEIROZ, EM; 2ªEEEP EEEP SÉRIE 2ª 2ªEEEP EM; SÉRIE EEEP QUEIROZ, 2ªEM;3ª SÉRIE EEEPEM; 3ª 1ª1ªSÉRIE SÉRIE 1ª SÉRIE EM; EM; 2ª 245 242 SÉRIE EM; 243 2ª SÉRIE 2ª 244 EM; SÉRIE 2ªEM; 258 SÉRIE EM; 259 3ª SÉRIE 255 3ª EM;SÉRIE 3ª255 EM; SÉRIE 3ªEM; 266 SÉRIE EM; 264 SÉRIE EM; 263 268 EM; SÉRIE 298 293EM; 303 SÉRIE 298 EM; SÉRIE 308297EM; 332 312 SÉRIE311 EM; 303

Proficiência Média de Cascavel - 2010 a 2011

Proficiência Proficiência Média Média Língua Matemática Portuguesa - 2010; 2010; EDSON EDSON QUEIROZ, QUEIROZ, EEEP 3ªEEEP SÉRIE 3ªEM; SÉRIE EM; 00

No terceiro gráfico, os resultados em 2010 para a 3ª série da escola de ensino integrado foram colocados como zero por não existirem no sistema de dados do SPAECE. Ademais, quando comparamos a evolução das séries de cada escola vemos mais uma vez que a escola de ensino integrado demonstra

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uma diferença visível enquanto a escola de ensino não integrado quando apresenta um crescimento que se faz em torno de um a dois pontos apenas. Outra particularidade desta modalidade de ensino é a taxa de evasão que faz decrescer quando comparada ao Ensino Médio não integrado. Nos relatórios das escolas pesquisadas percebe-se que as escolas integradas a frequência fica acima de 96% enquanto na escola de Ensino Médio não integradas decresce para até 74%. De acordo com as porcentagens verificadas pela quantidade de alunos e o nível 120 que estes se inseriam é possível estabelecer que os níveis intermediário e adequado estão mais presentes nas séries das escolas de ensino integrado, e os níveis muito crítico e crítico estão mais presentes nas escolas de Ensino Médio não integrado. Além disso, há uma diferença entre as proficiências de Língua Portuguesa e Matemática, na primeira o ensino integrado não passa do intermediário, mas já na segunda ele atinge até o nível adequado. A leitura dos resultados ora indicados nos gráficos, comunica que as escolas com o ensino profissional possuem melhores desempenhos que as escolas não integradas. Podemos inferir que os princípios e pressupostos da integração entre formação geral e formação profissional revelam-se como um grande diferencial na educação dos estudantes. A Teoria Empresarial Socioeducacional (TESE)

também pode ter

influenciado positivamente no desempenhos dos alunos pesquisados. Já que é “definida como a arte de coordenar e integrar tecnologia específicas e educar pessoas por meio de procedimentos simples, que facilmente podem ser implantados na rotina escolar” (MOTA, 2011, p. 61). Outro componente importante dessa ferramenta são as ações de planejamento, gerenciamento e avaliação das atividades da comunidade, inclusive dos estudantes. Além disso, 120

Tabela 1 – Níveis de desempenho.

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na TESE o aluno assim que ingressa na escola é solicitado a elaborar um Projeto de Vida, que revisitado periodicamente para verificar se os resultados almejados foram alcançados ou se novos projetos devem ser planejados. Os professores do ensino técnico possuem uma carga horária diferente, pois o ensino profissionalizante é feito por profissionais contratados pelo Governo do Estado junto ao CENTEC - Instituto de Sociedade Civil que é responsável pela admissão de profissionais de maior qualificação e colocação no mercado, isso é um diferencial, pegar aquele que estar atuando no mercado de trabalho atualizado. (MOTA, 2011, p. 132).

O potencial de investimento na Educação Profissional tem revestido em curto prazo, um salto qualitativo e quantitativo na vida dos jovens estudantes das escolas estaduais. Em que as perspectivas de futuro tornam-se algo palpável e promissor na carreira dos alunos. CONCLUSÕES A referida pesquisa teve como objetivo central investigar a partir dos resultados do SPAECE, o desempenho dos alunos oriundos do Ensino Médio e Educação Profissional. Promovendo uma reflexão comparativa entre essas duas modalidades de ensino vigentes no Ceará. De acordo com os nossos achados e conclusões, as escolas de Ensino Profissionalizante possuem propósitos bem mais alinhados com a qualidade da educação e melhores condições de trabalho aos sujeitos durante todo o processo de formação, com enfoque na inclusão social, à cidadania e a integralidade do currículo escolar. Os projetos incluídos ao currículo das Escolas Profissionais se dedicam não somente à formação técnica de uma mão de obra centralizada no mecanismo e na produção, mas investe nos pilares fundamentais do conhecimento, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. (MOTA, 2011). A condição de ser estar além do fazer, o ensino público muito tem se preocupado com o fazer e desprendido o ser, o que

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interfere nitidamente no desempenho dos jovens.

Os sistemas de avaliações

externas, como SPAECE, existem para que os ensinos sejam regulados e modificados considerando o processo de ensino aprendizagem como fundamental nos investimentos educacionais. Os resultados da amostra pesquisada apresentados pelo SPACE demonstram que o ensino das escolas não integradas devem se modificar a ponto de no mínimo parecem às escolas de ensino integrado. E que as escolas de ensino integrado devem garantir cada vez mais a eficácia do seu currículo na formação do jovem, que ao sair desse ensino, como planejou, pode seguir o caminho que desenhou. Os índices de desempenho aqui apresentados indicam que o jovem não se prepara tão somente para as técnicas de trabalho, mas prepara-se para o mercado apontando também para a continuidade nos estudos, no ensino superior. As Escolas Profissionais possibilitam aos jovens de ensino público do Ceará, cultivarem seus lugares que são de direito não somente no mercado de trabalho, mas na área acadêmica. REFERÊNCIAS BRASIL. Políticas Públicas Para a Educação Profissional e Tecnológica. Proposta em Discussão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (SETEC/MEC). Brasília, 2004. CASTRO, M. H. G. Sistemas de avaliação da educação no Brasil: avanços e novos desafios. Revista São Paulo em Perspectiva. São Paulo: Fundação SEADE. v. 23, n. 1, p. 5-18, 2009. Dísponivel em: < http://www.seade.gov.br/produtos/spp/v23n01/v23n01_01.pdf >. Acesso em: 5 jan. 2012. CEARÁ. Análise dos resultados do Spaece-Alfa e das avaliações do prêmio escola nota dez. SEDUC, 2011. ______. Guia de estudo: avaliação continuada. SEDUC, 2009.

______. Educação Profissional: Projeto e-Jovem. SEDUC, 2012. Disponível em http://www.seduc.ce.gov.br/index.php?option=com_content&view=article PROFISSÃO DOCENTE, CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS |

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&id=4880 %3Ae-jovem&catid=106%3Aeducacao-profissional&Itemid=260. Acessado em 01 de setembro de 2012. HOLANDA, C. Brasil Profissionalizado Experiência do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional. Fortaleza, 2009. IV Exposição da Escola de Saúde Pública – Expoesp. LOBO, V. C. F. A educação profissional como política pública: uma análise do CEFETCE na virada dos anos 1990. Fortaleza, 2008. Universidade Estadual do Ceará. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade). MOTA, P. G. Educação e trabalho: uma avaliação do plano de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional em Fortaleza. Fortaleza, 2011. Universidade Federal do Ceará. Dissertação (Mestrado Profissional em Avaliação de Políticas Públicas). MATOS, K.S.L & VIEIRA, S.L. Pesquisa educacional: o prazer de conhecer. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 2001. VIEIRA, S. L. Gestão, avaliação e sucesso escolar: recortes da trajetória cearense. Revista Estudos Avançados, v. 21, n. 60, p. 45 – 60, 2007, Dísponivel em: < http://www.scielo.br/pdf/ea/v21n60/a04v2160.pdf > Acesso em: 8 de mar 2012.

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