O ENSINO POLITÉCNICO NA VISÃO DE ALGUMAS ESCOLAS DO ENSINO MÉDIO

June 21, 2017 | Autor: Robson Corrêa | Categoria: Ensino Médio, Reestruturacao, Ensino Politécnico
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O ENSINO POLITÉCNICO NA VISÃO DE ALGUMAS ESCOLAS DO ENSINO MÉDIO Jéssica Lopes Borchardt1 Eduarda Meireles Pâncaro Silva² Célia Artemisa Gomes Rodrigues Miranda³ Leticia Adriana Pereira Amato4 Robson Crepes Corrêa5

Palavras-chave: Ensino Politécnico. Ensino Médio. Reestruturação. Introdução O índice de alunos que freqüentam o Ensino Médio atualmente são bem maiores em relação há alguns anos atrás, mas ainda se encontram baixos por inúmeros fatores que exigem, urgentemente, a construção de uma nova proposta político-pedagógica em que o ensino das áreas de conhecimento dialogue com o mundo do trabalho, e as novas tecnologias, que supere a imobilidade de uma gradeação curricular, seletiva, exclusiva, priorizando o protagonismo do jovem, na construção efetiva da identidade para o Ensino Médio. .

Este trabalho relata uma pesquisa realizada como parte da disciplina de Didática do

Ensino de Biologia II, do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pelotas, no âmbito de reconhecimento do contexto, tendo em vista a inserção como estagiários ou futuros profissionais, em escolas de Ensino Médio. Com o objetivo de analisar como esta sendo trabalhada a questão do ensino politécnico nas escolas, se os componentes escolares estão conseguindo lidar com a proposta e como esta sendo o retorno da comunidade escolar frente a esta mudança, tendo como base o documento-referência proposto pela Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul e a realidade apresentada pelas escolas para sua implantação. Referencial Teórico A ausência de identidade, o currículo fragmentado e dissociado da realidade do aluno, reflete nos altos índices de reprovação e repetência (34,7%). Do total de jovens entre 15 e 17 1

Instituto de Biologia da UFPEL – aluna do Curso de Ciências Bioló[email protected] Instituto de Biologia da UFPEL – aluna do Curso de Ciências Biológicas [email protected] ³Instituto de Biologia da UFPEL – aluna do Curso de Ciências Biológicas- celiaro [email protected] 4 Instituto de Biologia da UFPEL – aluna do Curso de Ciências Biológicas- [email protected] 5 Instituto de Biologia da UFPEL – aluno do Curso de Ciências Biológicas- [email protected]

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Anais do II Seminário Internacional de Educação em Ciências.Rio Grande, RS, Brasil: FURG, 15,16 e 17 de outubro de 2012.

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anos, 84 mil (14,7%) estão fora da escola. (Secretaria da Educação do Rio Grande Do Sul, 2011). Esta realidade evidencia a necessidade de reestruturação do Ensino Médio, suas funções na escolarização e na formação do aluno. Neste sentido, o Estado do Rio Grande do Sul propôs, para discussão e implantação gradativa a partir do ano de 2012, o chamado “Ensino Politécnico”. Portanto é o Ensino Médio que, vinculado à realidade social e ao desenvolvimento científico-tecnológico, integra as áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas). Na prática, com este ensino politécnico o estudante terá, além das aulas dos componentes curriculares do Ensino Médio, o desenvolvimento de projetos com atividades práticas e vivências relacionadas com a vida, com o mundo e com o mundo do trabalho (Resolução CNE/CEB 2, 2012). Contudo, isso não implicará na extinção das disciplinas, que serão fortalecidas no diálogo interdisciplinar. A formação nesta modalidade permitirá ao jovem ter uma compreensão mais aprofundada da complexidade do desenvolvimento científico-tecnológico. A articulação entre a formação geral e diversificada e o planejamento interdisciplinar vai garantir a aproximação entre o conhecimento e o contexto social em que o aluno está inserido. Materiais e Métodos Para analisar a realidade das escolas, nesse período de mudança do Ensino Médio, realizamos uma pesquisa que abrangeu dois momentos, o primeiro, que constou de pesquisa teórica e documental para compreensão dos fundamentos e princípios legais e conceituais das reformulações e a partir deste estudo, organizou-se o segundo momento, o trabalho de campo, onde usamos como principal instrumento de pesquisa questionários semi-estruturados em duas escolas do Ensino Fundamental e Médio da rede Estadual da cidade de Pelotas, RS. Esse questionário foi elaborado com algumas das seguintes questões: (1) Como a escola se preparou, ou esta se preparando para receber o novo Ensino Médio? (2) O que a escola espera com esse sistema? Haverá uma melhora no ensino ou acontecerá o contrario em sua opinião? (3) Como os alunos e os pais deles estão se comportando frente a essa mudança? Resultados e Discussão Analisando as respostas dos questionários aplicados podemos perceber claramente que a escola como um todo não esta ciente de como trabalhar com o ensino politécnico, sendo evidenciado isso na resistência por parte dos professores em responder o questionário. Anais do II Seminário Internacional de Educação em Ciências.Rio Grande, RS, Brasil: FURG, 15,16 e 17 de outubro de 2012.

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Constata-se, de forma mais enfática, que um dos principais motivos para a resistência dos professores e da comunidade para a mudança deve-se ao fato da escola em si ainda não ter entendido o que é o ensino politécnico, quais são os objetivos desse processo e isso se reflete no momento de pôr em prática, onde professores e diretores se encontram desorientados, não sabendo trabalhar com seus alunos. Evidencia-se que, por obrigação de cumprir o propósito estabelecido pelo sistema educacional, as escolas acabam trabalhando com seminários interdisciplinares com uma temática abrangente, mas pontual, sem entendimento do que realmente pode ser entendido como ensino a partir de pesquisa e de projetos, vinculando o ensino a realidade, superação do ensino conteudista e priorização da construção de conhecimentos, que são os objetivos precípuos da proposta. Os professores acreditam que o sucesso desse processo depende do tempo e das condições necessárias para que ocorram as mudanças tão esperadas no Ensino Médio. É preciso acima de tudo orientação, informação e principalmente formação de profissionais aptos a isso. Salienta-se que, neste primeiro ano de discussão e implantação, estas carências precisam ser analisadas para, no decorrer do processo serem superadas ou, pelo menos, amenizadas, reduzindo as angústias no interior das escolas. Considerações Finais Diante desses fatos, pode-se concluir que se torna necessário uma capacitação da comunidade escolar frente à nova reforma do ensino médio, de forma que estes se sintam esclarecidos acerca da proposta, para que a falta de teorização do processo de implantação não resulte na inviabilidade da proposta. Pois os professores evidenciaram a vontade de mudança, de transformação, mas não se sentem preparados o suficiente para serem protagonistas. Referências SECRETARIA DA EDUCAÇÃO do Rio Grande Do Sul Disponível em: . Acesso em 23 maio de 2011 RESOLUÇÃO CNE/CEB 2/2012. Diário Oficial da União, 31 de janeiro de 2012, Seção 1, p.20.

Anais do II Seminário Internacional de Educação em Ciências.Rio Grande, RS, Brasil: FURG, 15,16 e 17 de outubro de 2012.

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