O fracasso escolar decorrente da classe baixa e da falta de estimulo da família e da escola

July 4, 2017 | Autor: Erica Bertoni | Categoria: Cultural Capital, Sociologia da Educação, Educação, Pedagogia
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O fracasso escolar decorrente da classe baixa e da falta de estimulo da família e da escola.
Érica Silvestre Grabner Bertoni

Universidade do Vale do Paraíba- campus Platanus
Palavras Chave: origem social, sociedade, fracasso escolar, identidade cultural, estímulo escolar.
Resumo- Esta pesquisa tem como objetivo estudar como o estado sócio- econômico familiar influencia nas dificuldades de produção e interpretação de texto ao longo do ensino fundamental, primordiais para o êxito discente no seu processo de ensino- aprendizagem. Famílias de baixa renda não dispõem de condições para oferecer ao indivíduo, desde sua mais tenra idade, estímulos intelectuais e culturais, privando-os de um conhecimento prévio mais consolidado e uma leitura de mundo mais rica.
Para a averiguação de tais afirmações, foram pesquisados textos acadêmicos de autores como Émile Durkheim, Paulo Freire e Pierre Bourdieu no estudo da aprendizagem e sociologia da educação. Tem se a aplicação de atividades de interpretação e produção textual para uma sala de quarto ano ensino fundamental juntamente com questionário parental visando traçar o perfil sócio- econômico e intelectual de cada família, apontando atitudes parentais quanto à supervisão, estímulo e interação dada ao aprendiz.
Summary- This researdi aims to study how socioeconomic status on the family. Influences on difficulties of production and interpretation of text along the primary, paramount to successful students in the process of tearing and learning.




Introdução
Todo aluno ao ingressar num ambiente escolar, traz um conhecimento prévio decorrente do seu convívio familiar e social. Indivíduos estimulados cultural e intelectualmente pelo grupo parental, ao ingressarem em ambiente escolar, tem mais facilidade para assimilar a leitura prévia do mundo com a leitura das palavras a serem aprendidas em sala de aula. São hábitos, estímulos e pequenos ensinamentos, que os pais transmitem aos filhos desde a mais tenra idade, que darão ao futuro discente a motivação pelo aprender.
Algumas famílias de baixa renda mesmo não provendo de condições financeiras têm a capacidade e consciência para estimular seus filhos a valores educacionais. O estimulo parental torna se ponto crucial para o êxito escolar dos estudantes. Com frequência, é o ambiente da criança que determina a gravidade do impacto do aprendiz com o novo saber. (STRICK, SMITH, 2001).
Se o ambiente familiar prepara a criança para viver e se adaptar as cobranças de um mundo letrado, esta não encontrará resistência ao aprender. Pois ao se deparar com o novo conhecimento, terá uma base para a assimilação: o conhecimento prévio, adquirido no âmbito familiar através da transmissão parental ou simples convivência, e o conhecimento novo transmitido didaticamente pela escola.
A esse conhecimento dá-se o nome de capital cultural, termo cunhado por PIERRE BOURDIEU (1992), trata-se de um conhecimento que é construído no convívio familiar e é adquirido ao longo da vida inconscientemente enquanto a criança tem oportunidades de aprendizagem através das ofertas culturais da classe média alta.
Embora a classe social do educando influa no seu sucesso acadêmico, é o estimulo familiar que impulsionará o aluno a sede do saber.
Em uma sociedade dividida em classes e essas em constante transformação e ascensão, fica claro que a posição socioeconômica tem variação no que diz respeito á motivação dos filhos para ao aprendizado e ao sucesso escolar.
Para a validação de dados e estudos acima mencionados, buscou-se pesquisar alunos do ensino fundamental do quarto ano da E.M. Frei Orestes Girard escola pública, em que o corpo discente provém da classe média baixa e baixa.
Em decorrência a essa problemática, a escola deve respeitar os diferentes níveis de conhecimento, ou seja, sua identidade cultural, respeitando a leitura do mundo que cada um traz consigo em âmbito escolar (FREIRE). A atitude docente diante das deficiências de estímulo familiar do aluno tem grande reflexo no sucesso de ensino e aprendizagem do discente.

O estímulo dos pais na aprendizagem na pré- escolarização
Desde os primórdios da humanidade, quando o homem começou a dividir os clãs em hierarquias, há a divisão e diferenciação das classes conforme o seu poderio. E tal qual a classe social, a educação também sofre uma diferenciação. O ensinamento dado ao plebeu nunca seria o mesmo aplicado à nobreza (DURKHEIM, 2000). Para ter acesso a uma educação de prestígio, o indivíduo deveria ser contemplado em nascer em uma família com bom posicionamento hierárquico. Já para a plebe, cabia lhes aprender as oficinas herdadas de família. Porém na modernidade, surge uma sociedade capitalista moderna, que devido a expansão deste sistema, dividiram-se classes, primeiramente pela ocupação que o indivíduo exercia. Operários, agricultores, e empresários possuem diferença de status (MORRISH,1990).
Famílias com rendimentos muito baixos, não tem condição para dar ao aprendiz um conhecimento prévio cultural ou estímulo aos estudos, por que assim não o tiveram. Enfatiza PATTO (1997), através da teoria da carência cultural, que
[...] o ambiente familiar na pobreza é deficiente de estímulos sensoriais, de interações verbais, de contatos afetivos entre pais e filhos, de interesse dos adultos pelo destino das crianças, num visível desconhecimento da complexidade e das nuances da vida que se desenrola nas casas dos bairros mais pobres (p.285).
VYGOTSKY (2000) afirma que o não se pode entender o ser humano sem ter o meio social como referência. Pois a aprendizagem se dá como processo anterior a escolarização. É no meio social familiar que o indivíduo terá as primeiras aprendizagens, influências, interações. Sem o capital cultural herdado dos pais, os indivíduos de classes sociais baixas, enfrentam grande dificuldade nos primeiros anos de escolarização.
O conhecimento prévio, tanto os estímulos que traz do convívio social são fragilizados demais para a exigência escolar. Tais dificuldades geram a paralização dos aprendizes diante das futuras cobranças acadêmicas.
O conceito de BOURDIEUX, (capital cultural) é uma análise dos hábitos, habilidades e disposições, conhecimentos adquiridos herdados de uma família pertencente à classe privilegiada da sociedade. Estes conhecimentos se dão desde a mais tenra idade, nos aspectos materiais, leitura de livros; acesso a obras de arte, e à aspectos cognitivos como visita à museus, teatros e concertos. (BOURDIEUX apud PATTO, 1991).
BERNSTEIN (apud PATTO) ressalta em seu estudo que a partir de um grande número de pesquisas é possível verificar um padrão de dificuldades de aprendizagem sentidas em sua maioria por alunos de classe baixa. Como na pesquisa realizada, o seu resultado afirma a fala de BERNSTEIN, que os indivíduos provenientes de classe baixa apresentam dificuldades na leitura e interpretação textual, o que remeterá a uma dificuldade clara nas demais disciplinas. Encontram também séria defasagem na leitura e na escrita.
Famílias de alto poder aquisitivo, financiam o conhecimento e educação de sua prole desde a mais tenra idade, com estímulos ambientais, culturais, linguísticos dentre outros. Esses aprendizes ao ingressarem na escola, já terão uma realidade de mundo letrado diferente da visão do aprendiz de baixa renda. Ainda muito pequena, a criança tende a absorver todo estímulo parental e herdar o capital cultural transmitido pelos pais.
A família é a primeira sociedade em que o individuo irá manter relações intelectuais. O ambiente, os hábitos familiares, tudo influenciará na construção da inteligência da criança. Das mais simples atitudes, como a leitura de um jornal diário ou de um livro de histórias, irá incutir no indivíduo a motivação pelo saber, mesmo que esta não disponha de uma linguística familiar culta ou acesso a cultura.
Segundo WEBER apud MORRISH, a classe média se distingue em 2 grupos de status, aqueles que preocupam-se com o consumo da riqueza em investimento educacional para sua prole, e aqueles que cuja a riqueza conquistada não muda seu pensamento diante das oportunidades futuras para sua família, procuram gastar seu dinheiro em prazeres materiais. Isso se dá à crescente estratificação social das famílias atuais. Sendo assim, MORRISH afirma que o mais importante é a motivação educacional dos pais para seus filhos.
Mesmo que a democracia atual garanta a todos o acesso à educação, as escolas precisam do prévio estímulo à educação da família na aprendizagem do aluno. Mesmo mantendo essa diferenciação motivacional, a condição financeira não é o principal e único fator para que o aluno obtenha um bom desempenho escolar.




Estímulo parental e o progresso da aprendizagem

A pesquisa realizada na E.M. Frei Orestes Girard, feita com crianças de classe média baixa, mostra que dos alunos tem sérias dificuldades de leitura e interpretação de texto.
Foi aplicada uma atividade de interpretação de texto. Apresentada uma história em quadrinho para ser interpretada pelos alunos a partir de perguntas. E como produção de textual, pediu-se para que, a partir dos personagens se construísse uma nova história.
As atividades foram classificadas de acordo com os erros de pontuação, ortografia, criatividade, coerência textual e capacidade de ler e interpretar o conteúdo da história.
Dentre os analisados uma pequena porcentagem conseguiu interpretar os quadrinhos apresentados, respondendo as perguntas sobre o texto de forma coesa. Os demais discentes, nada ou pouco sabiam responder sobre o texto lido por eles inúmeras vezes.
As indagações apresentadas eram bem diretas a respeito do conteúdo dos oito quadrinhos, tais como sobre o que os personagens falavam, qual a opinião de ambos sobre o assunto conversado, dentre outras, permeando o mesmo grau de dificuldade.
Já na produção textual, os textos foram compostos, em sua maioria, por vocabulário repetitivo. As histórias criadas continham muito da história lida anteriormente, fugindo do que foi pelo docente solicitado. As maiores partes das produções não continham começo, meio e fim. Foram feitas de frases soltas de perguntas, respostas e algumas ações cotidianas de uma criança.
Encontra-se nos textos analisados muitos erros de pontuação. Alguns nem se utilizam deste fim para disciplinar sua produção. Escrevem frases soltas sem pontuação correta. Além da dificuldade em utilizar-se da pontuação, se alastram os erros ortográficos. Sabe-se que todo aluno possui erros ortográficos devido a dúvidas tais como, se a palavra é escrita com s ou z, porém os erros encontrados emergem de uma linguagem informal, que ao ser traduzido em palavras se faz como se fala. Correno, tabom, dentre outras.
Essa problemática procede do convívio familiar, em que a criança nunca ou raramente é instruída sobre a forma certa de se verbalizar.
A presente pesquisa foi realizada com 13 pais e alunos que aceitaram participar da coleta de dados. Em análise as fichas respondidas chegaram se a conclusão que dos treze pais pesquisados, nove deles estão em cargos em que a renda familiar varia de 1 a 2 salários mínimos e apenas quatro que contam com 2 a 3 salários mensais. Nenhum dos pais pesquisados tem formação acadêmica concluída, dois deles estão cursando o ensino superior.
Dados analisados
Quantidade de pais
Ensino fundamental (completo e incompleto
7
Ensino superior
2
Ensino médio (completo e incompleto)
4
1 a 2 salários
9
2 a 3 salários
4

Os pais que não concluíram o ensino médio ou fundamental, não deram continuidade aos estudos devido à necessidade de trabalhar para compor a renda familiar, já que os mesmo provem igualmente à famílias de pior condição financeira e escolar do que a condição de sua família atualmente.
Com esses dados, vê se que a defasagem na escrita dos alunos provem de um lar sem capital cultural a ser transmitido para seus filhos. Essa família também não vê a importância da aprendizagem para o bom desenvolvimento acadêmico e profissional do filho, veem o estudo apenas como conclusão de etapas requeridas pelo mercado de trabalho atual.
Em resposta a leitura e compra de livros para os filhos, todos responderam positivamente, afirmando presentear sua prole com livros de literatura e ler histórias para os mesmos. Porém nas atividades criadas em sala, observa se a pouca afinidade dos alunos com o mundo literário. E se como MORRISH afirma, os bons desempenhos provem não somente do status mas do estímulo parental, todos os indivíduos analisados não são estimulados pela sua família ao gosto pela leitura e escrita.
Para a comparação de dados, pais versos desempenho filial, foram igualmente analisados. Os textos foram selecionados e pontuados de acordo com os tópicos descritos abaixo:
Para texto sem ou com pouca e errônea pontuação. Sem coerência ou sem contexto. Contendo muito erros ortográficos graves de escrita igualada a fala.
Texto sem pontuação ou acertos nas pontuações básicas como ponto final. Erros de ortografia aceitáveis para a idade. Conteúdo sem coerência, ou com pouca criatividade, falas soltas dos personagens sem um fim.
Texto pontuado quase corretamente, porém ocorrendo erros de ortografia aceitáveis a idade. História com coerência e finalização.
Texto corretamente pontuado, sem erros, coerente, criativo e finalizado.

Nota
Quatidade de alunos
0
6
1
5
2
2
3
0

Analisando a pesquisa, vemos que a pouca escolarização dos pais e a pouco estímulo que recebem, reflete nos alunos e no seu desempenho escolar.



O papel do docente frente a falta de estímulos dos pais.

A história da vida possui importância fundamental no que diz respeito à aprendizagem. A influência do meio é inegável no desenvolvimento ou não das habilidades de leitura, escrita e produção textual (LEITE, 1985).
Em um ambiente escolar público vê-se uma diferenciação no que diz respeito aos estímulos parentais a aprendizagem. Mesmo os indivíduos sendo pertinente a mesma classe social, há diferença no grau de conhecimento e consciência na importância do estudo para o sucesso acadêmico e financeiro futuro de sua prole.
Ao analisar o papel dos pais na escolarização dos filhos e suas implicações para a aprendizagem, deve-se observar que o estímulo familiar irá impulsionar o sucesso na aprendizagem do indivíduo. Mas distanciamento da família pode provocar o desinteresse escolar e a desvalorização da educação, especialmente nas classes menos favorecidas (POLONIA, 2005).
Além da defasagem em estímulos e motivações parentais, a classe baixa não dispõe de domínio da norma culta, compreendem em seu vocábulo palavras informais, apelidos e "gírias", além de uma fala rápida e sem orientação ao aprendiz sobre a existência de uma forma culta de pronunciá-la.
Toda essa problemática decorre de uma relação linguística existente entre a família e a criança. A criança de baixa renda tem pouco estímulo verbal dentro da sua família. Ela não é geralmente levada a verbalizar suas experiências de forma mais específica, dada a troca de sinais não verbalizados e estruturas pessoais de verbalização utilizada pelos pais na comunicação diária com seus filhos, restringindo as longas falas por gestos e pequenas palavras que em suas entrelinhas está a significação da comunicação.
Já o padrão de sinais verbais e a mudança de sinais não verbais para verbais ocorrem de forma mais rápida em crianças da classe média. Entre pais e filhos há mais verbalização de ações e estímulos a linguagem correta utilizadas no cotidiano familiar. Os filhos são estimulados a travarem um diálogo mais minucioso com sua família, recebendo esta mesma forma de comunicação. (BERNSTEIN, apud PATTO)
Ao ingressarem no ensino fundamental, o indivíduo de baixa renda é cobrado a falar e escrever a linguagem culta. Nesta fase se alastram os erros de escrita como os analisados nos textos com alunos de quarta série nesta pesquisa. E parte da escola a não compreensão desses erros, gerando desmotivação dos alunos, incutindo no seu interior a não capacidade de aprender. Citado por PATTO, em seu artigo que "o problema básico da criança de baixa renda é aprender como aprender."
Para BOURDIEU (apud PATTO), os antecedentes educacionais dos pais afetam no rendimento escolar dos filhos. E a permanência ou não do indivíduo jovem na escola decorre de sua percepção do sucesso acadêmico (e por consequência financeira) dos indivíduos de mesma classe social que o rodeiam.
Sem ter capital cultural, estímulos parentais, o aluno se depara com um sistema de ensino nada democrático. Embora os cursos superiores direcionados a formação do discente estejam cientes da importância dos antecedentes sociais do indivíduo, não dispomos de um programa que atenda os alunos provenientes de classes mais baixas, para que assim possa obter o sucesso almejado pelo sistema de ensino. (PATTO, 1991).
O currículo dos cursos superiores de pedagogia, mesmo cientes dessa problemática, pouco se discute o fracasso escolar e sua relação com a origem social do aluno (LEITE, 1985). Esse déficit gera docentes mecanizados a não de perceber que a dificuldade em assimilar o conteúdo com seu cotidiano, é porque a matéria dada está muito distante do seu meio social e seu conhecimento prévio do mundo.
Neste contexto, qual seria o papel do docente diante de uma escola que atende crianças de classe média baixa e baixa e ainda não contam com estímulo familiar?
FREIRE (2007) ressalta que, "no fundo, nem somos só o que herdamos, nem apenas o que adquirimos, mas a relação dinâmica, processual do que herdamos e do que adquirimos." Se falta o estímulo parental, cabe ao docente e gestores da escola, promover a aproximação entre a família e a escola, evitando o distanciamento familiar do que diz respeito ao aprendizado do aluno.
O docente deve observar as heranças culturais, reconhecer sua existência e respeitá-las. Mas este respeito não significa uma adequação a elas. O respeito e o reconhecimento devem ser fundamentais para a mudança (FREIRE, 2007). Este reconhecimento vem preencher a lacuna motivacional que deveria ser proveniente do meio familiar. Depois da família, a escola e mais especificamente o docente, tem grande influência na formação do indivíduo, se utilizado a devida atenção e forma de motivacional.
Cabe ao educador, tomar uma posição coerente frente ao aluno de classe baixa, conhecendo o mundo concreto em que ele vive, perceber o que o indivíduo já sabe a partir das suas experiências de mundo.




Bibliografia
BOURDIEU, Pierre; MICELI, Sergio. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1992.
DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. 2001.
FREIRE, Paulo. Da leitura do mundo à leitura da palavra. Obra Paulo Freire; Série Entrevistas, 1982.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. Olho D'agua, 1997.
MORRISH, Ivor. Para uma educação em mudança. 1981.
PATTO, Maria Helena Souza. Introdução à psicologia escolar. Casa do Psicólogo, 2006.
SMITH, Corinne; STRICK, Lisa. Dificuldades de aprendizagem de A a Z. Artmed Editora, 2001.
VIGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. 6ª edição. 1998.
FERREIRA, Susie Helena; BARRERA, Sylvia Domingos. Ambiente familiar e aprendizagem escolar em alunos da educação infantil. Universidade de São PauloSão Brasiliores. São Paulo: Martins Fontes





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