O gênero Catasetum em Mato Grosso, Brasil - 2007

November 22, 2017 | Autor: Adarilda Benelli | Categoria: Plant Biodiversity, Plant Ecology and Botany
Share Embed


Descrição do Produto

EDITORES CHEFE Americo Docha Neto Projeto Orchidstudium Brasil

Dalton Holland Baptista Projeto Orchidstudium Brasil

EDITOR ASSISTENTE Mateus Mondin ESALQ-Universidade de São Paulo Brasil EDITOR TÉCNICO Eduardo Leonardecz Universidade Católica de Brasília Brasil CORPO EDITORIAL Taxonomia e Botânica Adarilda Petini Benelli Universidade Federal do Mato Grosso Brasil

Wesley E. Higgins Marie Selby Botanical Gardens USA

Carlyle A. Luer Missouri Botanical Garden USA Evolução e Filogenia

Ecologia e Biologia de Populações

Giancarlo Conde Xavier de Oliveira ESALQ - Universidade de São Paulo Brasil

Eduardo Luís Martins Catharino Instituto de Botânica – SEMA - SP Brasil

Genética, Melhoramento e Biotecnologia

Citogenética, Anatomia, Citologia, Biologia Celular e Molecular

Gilberto Barbante Kerbauy IB - Universidade de São Paulo Brasil

Leonardo Pessoa Felix Universidade Federal da Paraíba Brasil

Fitopatologia e Entomologia

Fitotecnia e Floricultura

Jorge Alberto Marques Rezende ESALQ - Universidade de São Paulo Brasil

Maria Esmeralda Soares Payão Demattê UNESP - Jaboticabal Brasil Ricardo Tadeu de Faria Universidade Estadual de Londrina Brasil

Editorial A revisão aos pares de artigos científicos sem dúvida alguma é o melhor sistema para se ter credibilidade e qualidade do que é veiculado ao público. De forma alguma este sistema visa denegrir aos trabalhos submetidos à avaliação, mas sim que eles tenham uma qualidade mínima e o rigor científico adequado ao fim. Este sistema visa, além disso, fazer com que o autor perceba pequenos lapsos na preparação, na metodologia ou no modo de preparar e redigir o seu manuscrito. O sistema de revisão aos pares de modo algum deve impor o modo de pensar, agir, interpretar e raciocinar do cientista, mas fazer com que o mesmo siga normas e regras pré-estabelecidas pelas diferentes áreas do conhecimento, para que sua investigação tenha realmente validade. Certamente não há nada mais triste e decepcionante para o cientista do que ver sua investigação rejeitada. Após longos anos, na maioria das vezes, o que queremos é ver nossas idéias e opiniões aceitas e sendo utilizadas como conhecimento científico. É com este espírito que temos a satisfação de iniciar o segundo volume do Orchidstudium – International Journal of Orchid Study. Estamos cientes das nossas limitações e de quanto ainda temos que aprender a respeito do assunto edição de periódico. Estamos a cada dia discutindo e reavaliando nosso sistema, modo, tipo e métodos, para fornecer aos nossos autores a qualidade que seus achados científicos merecem, para serem apreciados por outros pesquisadores. O trabalho foi árduo. Procurar o melhor corpo editorial, elaborar o sistema de avaliação aos pares, criar o sistema de submissão, o modelo de redação dos manuscritos, formatação, layout, enfim, toda a logística de um periódico. Tudo isso foi possível, graças ao ambiente proporcionado pelo editores chefe, que nos permitiu trabalhar com tranqüilidade e com o tempo necessário para que o trabalho ficasse o melhor possível, para o momento. Temos a certeza que deste primeiro número para o segundo, muito será aprimorado e melhorado, graças ao corpo de editores que compõe este periódico e das críticas e sugestões que os autores e outros interessados. Apresentamos para este número três artigos, onde podemos apreciar a descrição de uma nova espécie botânica, a Coppensia rupestris e a seguir uma revisão geral sobre este gênero com uma chave dicotômica de classificação bilíngüe e por fim um artigo sobre o gênero Catasetum no Estado do Mato Grosso, Brasil, que nos permite ter uma idéia da diversidade de espécies deste gênero para esta região. Agradecemos a todos que contribuíram até o momento conosco em especial ao nosso corpo editorial que tem sido muito prestativo e eficiente no processo. Esperando novos manuscritos, nossos sinceros agradecimentos aos autores que confiaram e confiam em nosso trabalho.

Mateus Mondin Editor-Assitente

Eduardo Leonardcz Editor-Técnico

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

Coppensia rupestris: uma nova espécie de Orchidaceae de Minas Gerais, Brasil Americo Docha Neto

1

Received April 2007 Accepted May 2007 Editor-Associado: Adarilda P. Benelli ABSTRACT - A new species of Coppensia Dumort. from Minas Gerais. Description and illustration of Coppensia rupestris, discovered nearby Caracol Mountains growing on the rocks. Photographic documentation of habitat and the new species. Key words: Orchidaceae; Oncidinae; Coppensia; Coppensia rupestris. RESUMO - Uma nova espécie de Coppensia Dumort. de Minas Gerais. Descrição e ilustração da Coppensia rupestris, descoberto próximo da Serra do Caracol, vegetando sobre rochas. Documentação fotográfica do hábitat e da nova espécie. Palavras chave: Orchidaceae; Oncidinae; Coppensia; Coppensia rupestris.

Coppensia rupestris Docha Neto, sp. nov., Typus: BRASIL. Minas Gerais: nas proximidades da Serra do Caracol, alt. 1350 m, município de A dispersão das espécies do gênero Coppensia Andradas MG, 12 de setembro de 2005, Lázaro Dumort. abrange as florestas do sul, sudeste e Ademar Petreca (Holotypus: HUFMT: 37.277). centro-oeste brasileiros, nos mais variados biomas, Fig. 01. algumas espécies chegando aos países vizinhos, sobretudo meridionais e ocidentais, poucas Rupicolum, robustum; radices numerosae, albae, alcançando os setentrionais. Quanto ao hábito elas crassae, densiuscule fasciculatae, tortuosae, poderão ser epífitas, rupícolas, ou terrestres. As simplices, vel saepius paulo ramosae; pseudobulepífitas apresentam crescimento simpodial bis majusculis, robustiusculis, anguste ovoides vel cespitoso, sub-cespitoso ou escandente. As ovoideo-subglobularis, paulo compressis, leviter terrestres e rupestres apresentam sempre cresci- arcuati, nitidi, primum laeves, demum leviter mento simpodial cespitoso ou sub-cespitoso com plurisulcati, basi vaginis paucis majusculis, pseudobulbos na maioria das vezes tri ou tetra- membranaceis, acutisque vestitis, vetustioribus foliados, com poucos representantes bi ou mono- denudatis, apice di-tri-tetra-phyllis; foliis foliados. Dentre aquelas classificadas sumaria- elongatis, paulo arcuatis, coriaceis, linearibus, mente como terrestres, poucas apresentam o longe acuminatis, inferne leviter attenuatis, stricta hábito verdadeiramente terrestre sendo mais bem basi longiuscule conduplicata, superne subplana, definidas se consideradas como terrestre- utrinque intense viridia; nervo mediano supra humícolas. profundiuscule canaliculato, subtus valde INTRODUÇÃO

_______________________ 1

Biologista do Projeto Orchidstudium, Rua Maranhão 111, Poços de Caldas, MG, Brasil, 37701-025. [email protected]

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

prominente; nervulis lateralibus numerosis, in sicco utrinque satis prominentibus. Inflorescentia erecta, rigida, scapo teretiusculis, simplici, paucifloro cum 5-6-internodis; bracteis internodis acutis, arcte adpressis; floribus satis parvis, flavis et fusco maculatis cum aroma bona, discreta; pedicelli patenti filiforme, plus minusve reflexi, recti vel leviter flexuosi, cum ovario anguste lineari longitudinaliter tri-sulcati; bracteis basilaribus triangulari-acuminatis satis brevioribus, laxe adpressae; sepalis ad basin breviterque unguiculatis, dorsali ovoideo-spathulatis, concavis, cum apice rotundatis, lateralibus paulo longioribus, concavis, oblique lanceolatis, breviter acuminatis, basi semi-connatis; petalis spathulato-rectangulis, apice leviter truncatoacutiusculis ad basin brevissimis unguiculatis, margine undulato-subcrenulatis; labellum trilobatum, subplanum, lobis basilaribus minutis, ligularibus, obtuse implantatis; isthmus strictus cincturatus; lobi terminali magno, descripte rotundato vel leviter elliptico-orbiculare verticalis, margine leviter undulato, obscure emarginato; sinubus interlobos elevatis, cum callo conecto et vix paucis separatis, dactyliformis, circumstantibus conexus, callo conecto tuberculato superne tetra-sulcato et subtus tribus lamellis verrucosis. Columna brevi, erecta, claviformi, subtiliter furfuracea, cum basi antici crassa (infra-stigmatis tabula); cavitatis stigmis intus obovatis, cum aperture ventralis, latissimis, elliptici-horizontalis; alis auriculiformis, majusculis, tenuiter membranaceis; anthera apiceque, cum cappa elmiformi, valde convexis, anticis rostratis, longitudinaliter cristatis, intus cum theca biloculi; rostellum triangularis, leviter productis, appendiculatis; clinandrium leviter elevatis, circumstantibus anthera dorsum pro gula; pollinarium completum cum 2 polliniis obovatum, posticum sulcatum, suppositum caudiculum translucidum, apiceque acutum, et in oppositum viscidum castaneum pigmentatum adheridum supra rostellum. Capsula ignota. Habitat in Brasilia MG. Floret in habitat: Januarius usque Aprilis; in cultus: Martius 2007. Planta: rupícola, robusta. Rizoma: inconspícuo, de crescimento sub-cespitoso. Raízes: esbranqui-

çadas, profusas, grossas, sinuosas, longas, densamente fasciculadas, eventualmente ramificadas. Pseudobulbos: bi, tri ou tetrafoliados, grandes, robustos, ovóides ou ovóidesub-globosos, lateralmente pouco comprimidos, arqueados no sentido oposto ao do crescimento, inicialmente lisos, mais tarde sulcados. Bainhas laterais: imbricantes, as internas maiores, articuladas aproximadamente na direção do ápice do pseudobulbo. Folhas: linear-alongadas, acuminadas, arqueadas, na base atenuadas e conduplicadas originando o pseudo-pecíolo. Inflorescência: ereta, rígida, composta por um escapo e a raque. Escapo: multi-segmentado, entremeado por nós. Bráctea do escapo: triangular acuminada, bem aderida. Raque: simples, racemosa, pauciflora, em média 6 a 12 flores. Ovário: pedicelado, longitudinalmente trisulcado. Bráctea do pedicelo: axilar, pequena, triangular acuminada, frouxamente aderida. Pedicelo: filiforme mais ou menos reflexo, ereto ou levemente flexuoso. Flores: pequenas, predominantemente amarelas, exalando aroma agradável, discreto. Sépalas e pétalas: ungüiculadas na base, maculadas irregularmente ou transversalmente de castanho. Sépala dorsal: ovóide-espatulada, côncava, com ápice arredondado. Sépalas laterais: um pouco mais longas, semi-concrescidas, obliquamente lanceoladas, levemente acuminadas, inconspícuas. Pétalas: retangular-espatuladas com ápice levemente truncado, agudo, apresentando margens levemente onduladas, inferiormente crenuladas. Labelo: trilobado, sub-plano, com face adaxial amareloouro e a face abaxial amarela pálida. Lobos laterais: pequenos, ligulares, obtusamente implantados. Istmo: estreitamente acinturado. Lobo intermediário: magno, claramente arredondado ou levemente elíptico-orbicular vertical, apresentando margem levemente ondulada e extremidade obscuramente emarginada. Calosidades: verrugosas, elevadas, situadas entre os lobos laterais apresentando um calo principal, conexo, e poucos desconexos, digitiformes, ao redor do principal; calo conexo tuberculado, na porção superior tetra-sulcado e inferiormente tri-lamelado, verrugoso.

www.orchidstudium.com

2

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

Fig.01. Coppensia rupestris. Aspecto vegetativo e inflorescência; Análise floral; Morfologia da coluna e polinário. Lázaro Ademar Petreca (Holotypus: HUFMT: 37.277). Ilustração: Americo Docha Neto, baseado no typus. Fig. 01. Coppensia rupestris. Vegetative appearance and inflorescence; Floral analysis; Morphology of column and pollinarium. Lázaro Ademar Petreca (Holotypus: HUFMT: 37.277). Illustration: Americo Docha Neto, from typus.

www.orchidstudium.com

3

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

Coluna: claviforme, curta, ereta, amarela, apresentando espessamento anterior na base (tábua infra-estigmática). Cavidade estigmática: oboval com abertura ventral muito ampla, de contorno elíptico horizontal. Asas da coluna: auriculiformes, tenuemente membranáceas. Antera: apical. Capa da antera: elmiforme, muito convexa, longitudinalmente cristada, anteriormente rostrada, internamente apresentando teca bilocular. Rostelo: triangular, levemente alongado, apendiculado. Clinândrio: levemente elevado circundando o dorso da antera em forma de gola. Polinário: completo, constituído por duas polínias obovóides, posteriormente sulcadas, sustentadas por caudículo apiculado, translúcido, e na extremidade oposta retináculo pigmentado de castanho aderido ao rostelo. O polinário facilmente se destaca inteiramente do rostelo na eventualidade do polinizador esbarrar no retináculo, aderindo-se firmemente a ele. Cápsulas: não observadas. Floração: janeiro a abril no hábitat. Em cultivo: março 2007. Plant: lithophyte, robust. Rhizome: inconspicuous, with sub-cespitous growing. Roots: whitish, profuse, long, thick, sinuous, densely fasciculate, eventually branched. Pseudobulbs: 2, 3 or 4-foliate, large, robust, ovate or ovate-sub spherical, laterally little compressed, little arched in opposite growing sense, initially smooth, later striated. Lateral sheaths: imbricate, internal larger than external ones, articulated about in direction of pseudobulb apex. Leaf: linearelongated, acuminated and arched, in basis attenuated and conduplicated originating pseudopetiole. Inflorescence: erect, rigid, constituted by scape and rachis. Scape: multinodulated. Internode bracts: triangular acuminated. Rachis: simple raceme, few flowered, 6 to 12 flowers. Ovary: pediceled, 3-sulcated, protected in axis with triangular acuminated bract. Pedicel: filiformis, more or less reflex, erect or little flexuous. Flowers: little, yellow, presenting pleasant scent. Sepals and petals: maculated with brownish bands. Dorsal sepal: ovate-spathulated, concave, with rounded apex. Lateral sepals: semi-connate, oblique lanceolate little acuminated.

Petals: rectangular-spathulated with truncated apex. Lip: trilobed, sub-plane, with yellow adaxial face and yellow pale abaxial face. Lateral lobes: little, obtusely implanted. Isthmus: narrowed, strangulated. Intermediate lobe: large, rounded or vertically elliptic-orbicular, with wavy margin, obscurely emarginated. Callus: elevated, situated between lateral lobes presenting a principal callus connected and a few ones fingered, disconnected; the connected callus, tuberculated, is 4-sulcate on superior portion and in inferior portion is 3-lamellate, verrucose. Column: claviformis, short, erect, yellow, with infrastigmatic tabula in anterior basis. Stigmatic cavity: internally obovate with ventral, very wide, horizontal elliptic aperture. Column wings: auriculate, membranaceous. Anther: apical. Anther cap: helmet-like, very convex, crested, rostrate, internally presenting 2-locular theca. Rostellum: triangular, appendiculated. Clinadrium: slightly elevated, surrounding anther cap dorsally like a collar. Pollinarium: complete, constituted by two obovate pollinia, furrowed in the back, sustained by hyaline acute caudicle and in the opposite side the brownish pigmented viscidium adhered on the rostellum. The pollinarium easily detaches entirely of rostellum in the eventuality of the pollinator to hurl viscidium, adhering firmly on insect. Capsule: ignored. Bloomed in culture in the author’s collection: March 2007. Blooming time (habitat): January to April. ETIMOLOGIA: Rupestris, uma referência ao hábito da espécie. Diferenciação entre as aparentadas A Coppensia rupestris não tem similar entre o grupo das espécies terrestres ou rupestres conhecidas que apresentam inflorescência ereta, simples, racemosa, pauciflora, de modo que é facilmente reconhecível, quando florida, pois é a única que apresenta pseudobulbos avantajados, robustos, em média de 7 cm de comprimento, podendo chegar até a 9 cm em alguns espécimes. Ainda, com relação ao labelo, é a única espécie

www.orchidstudium.com

4

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

que apresenta lobo intermediário arredondado ou levemente elíptico-orbicular, verticalmente disposto. Portanto esta espécie, em termos vegetativos, se assemelha aos representantes

terrestres paniculados, sendo facilmente confundida com elas quando não florida. Praticamente a maioria dos outros representantes do grupo das inflorescências racemosas apresenta pseudobulbos

Tabela 1: Dimensões (média e variação) – cm Table 1: Measure (mean and variation) – cm Comprimento (Lenght)

Largura (Widht)

Espessura (Thickness)

Diâmetro (Diameter)

30 ± 10

-

-

0,19 ± 0,07

-

-

-

0,8 ± 0,1

Pseudobulbo (Pseudobulb)

7±2

3,8 ± 0,4

3±1

-

Folha (2 - 4) (Leaf)

30 ± 6

2,6 ± 1

0,06 ± 0,02

-

Ba. PB internas ( Sh. PB internal)

15 ± 5

2 ± 0,7

0,04 ± 0,01

-

Art. Ba. PB. Internas ( Art. Sh. PB internal)

5,5 ± 0,5

-

-

-

Ba. PB externas ( Sh. PB external)

2,5 ± 0,5

0,7 ± 0,2

-

-

Inflorescência (Inflorecence)

55 ± 15

-

-

-

Escapo floral (Floral scape)

45 ± 10

-

-

0,25 ± 0,05

IN escapo (4 - 7) (IN scape)

8±2

-

-

-

1 ± 0,2

-

-

-

Raque (Rachis)

8,5 ± 1,5

4,8 ± 0,2

-

-

Pedicelo + ovário (Pedicel + ovary)

1,7 ± 0,2

-

-

0,08 ± 0,02

Br. Pedicelo (BR Pedicel)

0,33 ± 0,02

-

-

-

Sépala dorsal (Dorsal sepal)

0,65 ± 0,1

0,45 ± 0,05

-

-

Sépalas laterais (Lateral sepal)

0,9 ± 0,1

0,18 ± 0,02

-

-

Pétalas (Petals)

0,7 ± 0,1

0,45 ± 0,05

-

-

Labelo (Lip)

1,4 ± 0,2

-

-

-

0,35 ± 0,05

0,18 ± 0,02

-

-

-

0,28 ± 0,02

-

-

1,1 ± 0,1

1,1 ± 0,1

-

-

Coluna (Column)

0,45 ± 0,05

-

-

0,23 ± 0,01

Asas da coluna (Column wings)

0,22 ± 0,02

0,28 ± 0,02

-

-

Capa da antera (Anther cap)

0,26 ± 0,1

2 ± 0,1

-

-

Polinário (Pollinarium)

0,24 ± 0,1

0,17 ± 0,1

-

-

-

-

-

-

Raiz (Root) Rizoma (Rhizome)

Br. IN

Lobos laterais (lateral lobes) Istmo do labelo (Isthmus of lip) Lobo intermediário (Intermediate lobe)

Cápsula (Capsule)

Ba.: bainha; Br.: bráctea; Art.: artículo inferior da bainha foliácea; PB: pseudobulbo; IN: internodo Sh.: sheath; Br.: bract; Art.: inferior article of foliaceous sheath; PB: pseudobulb; IN: internode

www.orchidstudium.com

5

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

pequenos, em média com 3 cm de comprimento, uma camada rochosa impermeável e impenetrável raramente ultrapassando pouco mais de 4 cm. para as raízes. O cerrado é um bioma pouco estudado, entretanto, surpreendentemente, é uma DISPERSÃO: Na área situada nas proximidades das regiões de maior diversidade do planeta, com da Serra do Caracol, mais especificamente nas um grau de endemismo significativo. encostas íngremes das colinas situadas entre as cabeceiras da margem direita do Córrego da O clima é tropical sub-úmido com duas estações Cachoeirinha e a margem esquerda do Córrego da bem definidas: a estação chuvosa, que normalAnta, município de Andradas MG, em altitudes mente ocorre entre os meses de outubro a março, e compreendidas entre 1200 e 1400 m. Floresceu a da estiagem, normalmente entre os meses de em cultivo na coleção do autor em março de 2007. abril e setembro.

Fig. 02. Mapas do hábitat. A. Topografia da região pertencente ao município de Andradas MG, mostrando a Serra do Caracol e a área delimitada em vermelho, nas colinas do hábitat da Coppensia rupestris. Créditos da Imagem obtida pelo satélite: Google Earth ® / © 2007 EuropaTechnologies / Image © 2007 Terrametrics / Image © 2007 DigitalGlobe. Layer da legenda adaptado por: Americo Docha Neto. B. A área vermelha delimita a dispersão e o hábitat onde foi descoberto a Coppensia rupestris. Escala: 1: 50.000 (div.: 2 km). Mapa: Ministério do Planejamento e Coordenação Geral; Fundação IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia; Departamento de Cartografia; Carta do Brasil. Adaptado ao trabalho por: Americo Docha Neto.

HÁBITAT: Os espécimes coletados foram encontrados circundando-se as curvas de nível das colinas em altitudes compreendidas entre 1200 e 1400 m, partindo dos pontos entre os paralelos 22.00 e 22.03 S e os meridianos 46.53 e 46.51 W. A flora é caracterizada como sendo tipicamente de cerrado, apresentando elementos rochosos característicos deste bioma e definido como sendo de campos litossólicos miscelâneos. Sua característica principal é a presença de um substrato duro, rochoso, com escasso ou nenhum solo. O solo, quando presente, não ocupa mais que poucos centímetros de profundidade sob o qual existe

Segundo Köppen a região dos errados é classificada como Aw-savana, com médias pluviométricas anuais entre 1400 e 1700 mm, temperaturas médias anuais máximas de 25°C e mínimas de 18°C, no inverno sujeito a geadas. A vegetação no solo é caracterizada por uma relva composta de várias espécies de gramíneas ora mais curtas, ora mais longas, ou também de ervas lati foliadas. Na medida em que se alcançam as encostas mais altas e íngremes das colinas vão diminuindo os exemplares arbustivos ou lenhosos. Neste nível, em altitudes próximas a 1300 m, os espécimes vegetais se mantêm enraizados em frestas da

www.orchidstudium.com

6

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

camada rochosa ou permanecem fixadas diretamente sobre a superfície da rocha maciça. A vegetação de afloramento de rocha maciça é representada por cactos, liquens, musgos, bromélias e ervas. Devido ao rápido escoamento das águas das chuvas sobre as rochas o ambiente é tipicamente seco, sendo que os vegetais ao longo da sua evolução desenvolveram adaptações para o problema da escassez de água. A biodiversidade

deste ecossistema é variável, havendo diferenças notáveis inclusive entre uma área e outra nas colinas. Além da Coppensia rupestris, as outras espécies de Orchidaceae que tivemos a oportunidade de observar e que compartilham o mesmo hábitat, com hábito rupícola-humícola e saxícola, nos mesmos níveis de altitude, citamos a Bifrenaria harrisoniae (Hook.) Rchb.f. e o Bulbophyllum ipanemense Hoehne.

Fig. 03. Aspecto da paisagem local onde foi feita a coleta dos espécimes para o estudo. A e B. Colinas do hábitat. C. Cabeceira do Córrego da Anta. D, E e F. Formações rochosas.

www.orchidstudium.com

7

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

Fig. 04. Espécimes de Orchidaceae e vegetação local. A. Vegetação de gramíneas. B. Coppensia rupestris vegetando entre as fendas das rochas. C e D. Coppensia rupestris entre a gramínea. E. Colônia de Bifrenaria harrisoniae. F. Colônia de Bulbophyllum ipanemense vegetando a pleno sol sobre a rocha.

www.orchidstudium.com

8

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

Fig. 05. Morfologia do aspecto vegetativo. A. Inflorescência ereta, racemosa, pauciflora. B. Pseudobulbo e folhas arqueadas. C. Pseudobulbo ovóide, neste espécime tri-folhado, bainhas e raízes. D. Pseudobulbo, bainhas imbricantes, as internas maiores, folígeras, articuladas; raízes espessas. E. Ápice da inflorescência pauciflora. F. Raque racemosa.

www.orchidstudium.com

9

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

Fig. 06. Morfologia da inflorescência e flor. A. Ápice da raque racemosa. B. Detalhes da inflorescência. C. Face adaxial. D. Face abaxial evidenciando as sépalas laterais concrescidas. E. Face abaxial do labelo; istmo largo, côncavo sob o disco. F. Calosidades verrugosas; as conexas na porção superior tetra-sulcadas e na porção inferior tri-lameladas.

www.orchidstudium.com

10

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

Fig. 07. Morfologia da flor e capa da antera. A. Sépala dorsal, pétalas, coluna e calosidades. B. Asas da coluna, tábua infraestigmática e capa da antera. C. Visão lateral das calosidades verrugosas. D. Visão anterior das calosidades e lobos laterais do labelo. E. Visão lateral da capa da antera anteriormente rostrada. F. Visão parcial interna da capa da antera.

www.orchidstudium.com

11

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

Fig. 08. Morfologia da coluna sem a capa da antera e labelo. A. Polinário, asas, abertura da cavidade estigmática e tábua infraestigmática. B. Asas da coluna, rostelo, estigma e tábua infraestigmática; polinário apresentando caudículo com ápice afilado. C. Ângulo de articulação do ovário com a coluna; clinândrio em gola baixa contornando o assoalho da antera. D. Polinário aderido ao rostelo apendiculado; polínias ovóides, caudículo e retináculo pigmentado. E. Visão lateral da asa da coluna, tábua infraestigmática; polínias, no dorso sulcadas. F. Face adaxial do labelo distendido com a coluna incluída: lobo intermediário arredondado e lobos laterais obliquamente implantados.

www.orchidstudium.com

12

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 1-13, 2007

Agradecimentos Ao amigo Lázaro Ademar Petreca, companheiro e colaborador, descobridor e coletor da espécie descrita, pelo inestimável trabalho prestado e por ter cedido os espécimes e as imagens do hábitat que enriquecem sobremaneira este estudo.

Aos amigos do Herbário da Universidade Federal do Mato Grosso, especialmente à colega Adarilda Petini Benelli, que com muito carinho, presteza, eficiência e competência recepcionou e herborizou o espécime que originou o holotypus, lá depositado.

www.orchidstudium.com

13

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 14-22, 2007

Sinopse Taxonômica do Gênero Coppensia Dumort.: descrição atualizada e chave das espécies Taxonomic Synopsis of Genera Coppensia Dumort.: updated description and key to species Americo Docha Neto1 Received March 2007 Accepted May 2007 Editor-Associado: Adarilda P. Benelli

ABSTRACT - Updated description of genera Coppensia Dumort. Distribution, habit and some morphological characteristics. Proposal of a key to species. RESUMO - Descrição atualizada do gênero Coppensia Dumort. Dispersão, hábito e algumas características morfológicas. Proposta de uma chave de identificação das espécies. Palavras chave / Key words: Orchidaceae, Oncidinae, Coppensia.

INTRODUÇÃO Este modesto trabalho e os anteriores consideramos como sendo um estudo morfoanatômico, acreditando que muito ainda terá que ser feito para ordenar o gênero como gostaríamos. A finalidade, portanto, não é substituir, mas principalmente atualizar os anteriores complementando com uma chave dicotômica para a identificação das espécies. Desde a publicação do trabalho intitulado “Coppensia Dumortier: revisão taxonômica do gênero de Orchidaceae e proposta de novas alianças” (BAPTISTA & DOCHA NETO, 2006), foram descobertas e descritas duas novas espécies: Coppensia sincorana (CAMPACCI & CATHARINO, 2006) e Coppensia rupestris (DOCHA NETO, 2007). Não nos preocupamos em documentar neste estudo muitos dos dados que obtivemos, sobretudo taxonômicos e fotográficos, das espécies que tivemos a oportunidade de examinar, já que a grande parte dos mesmos, assim como as justificativas das sinonimizações que propusemos no trabalho anterior e as nossas considerações a respeito,

constam no CD Orchidstudium - Trabalhos Individuais Vol. II (DOCHA NETO, 2007) e também nas outras formas de veiculação disponibilizadas on line, contidos no site do Projeto Orchidstudium. O gênero Coppensia Dumort. (CAMPACCI, 2006), foi restabelecido em abril, quando foram recombinadas as espécies que anteriormente estavam submetidas ao gênero Ampliglossum Campacci (CAMPACCI ET AL., 2006), proposto em fevereiro. Posteriormente, em agosto do mesmo ano, (BAPTISTA & DOCHA NETO, 2006), ao revisarem Coppensia Dumort. adaptam e ampliam a diagnose do gênero baseando-se na descrição do Ampliglossum Campacci, propondo novas alianças para facilitar a identificação das espécies. METODOLOGIA Alguns dos taxa terrestres, subordinados ao gênero, foram por nós revisados revisitando os hábitats originais, de modo que pudemos constatar as dimensões vegetativas e as suas variações cruzando-se os dados constantes na literatura

_______________________ 1

Biologista do Projeto Orchidstudium, Rua Maranhão 111, Poços de Caldas, MG, Brasil, 37701-025. [email protected]

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 14-22, 2007

disponibilizada. Essa prática nos foi possível dada a proximidade das localidades referidas ao município que residimos na atualidade, considerando-se que várias das espécies terrestres foram originalmente descobertas nas montanhas do sul de Minas Gerais na segunda metade do século XIX, na Serra da Pedra Branca, no município de Caldas, de onde foram coletados e enviados os espécimes de Oncidium caldense (REICHENBACH F., 1850), publicado originalmente no periódico Linnaea, e, também, posteriormente, na obra Flora Brasiliensis, Martius Vol III Pars 6, (COGNIAUX, 1904 e 1906). Em Poços de Caldas três espécies terrestres foram originalmente descritas e ilustradas conforme o Genera et Species Orchidearum Novarum: Oncidium hydrophilum, Oncidium uliginosum e Oncidium montanum, (BARBOSA RODRIGUES, 1877). Quando não nos foi possível revisitar o hábitat, o estudo baseou-se cruzando os dados encontrados nas descrições originais, algumas com tábuas inclusas, e que tivemos a oportunidade de examinar, várias publicadas no periódico Edwards’s Botanical Register bem como a consulta das principais obras de referência para os taxa descobertos e descritos após a publicação do Flora Brasiliensis, Martius (COGNIAUX, 1904 – 1906), entre os quais citamos: Additamenta ad Orchidologiam Brasiliensem II, publicado nos Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro Oncidium welteri (PABST, 1956) e Icones Orchidacearum Brasilienses I, (CASTRO NETO & CAMPACCI, 2000), de onde foram extraídos os dados descritivos das espécies Oncidium chapadense, Oncidium majevskyi e Oncidium pontagrossense. Os dados do Oncidium paranapiacabense foram obtidos consultando-se a descrição original e a respectiva ilustração 25431, publicado nos Arquivos de Botânica do Estado de São Paulo (HOEHNE, 1938). Os dados do Oncidium edmundoi foram obtidos consultando-se a descrição original e a respectiva ilustração publicada no periódico Bradea, (PABST, 1972). Complementando, consultamos alguns herbários (vide bibliografia), sobretudo internacionais, que disponibilizam virtualmente as

imagens digitais das exsicatas. GÊNERO / GENERA Coppensia Dumort, Nouv. Mém. Acad. Roy. Sci. Bruxelles 9: 10 (1835). Oncidium Sw. Sect. Verrucituberculata, Paxton's Flower Garden 1:24 (1850). Oncidium Sw. Sect. Synsepala Pfitzer, Die Natürlichen Pflanzenfamilien 2(6): 200 (1889). Oncidium Sw. Sect. Oblongata Kraenzl., Das Pflanzenreich Heft 80: 224 (1922). Ampliglossum Campacci, Colet. Orquídeas Brasil. 3: 83 - 86 (2006), nom. illeg. DESCRIÇÃO ATUALIZADA DESCRIPTION UPDATED Genus, Baptistonia Barb. Rodr. affine, sed pseudobulbis ovatis, rugosis; inflorescentia recta auct arcuata, paniculata multiflora vel racemosa simplex pauciflora; floribus parvis auct mediocribus; labello amplo; sepalis petalisque inconspicuis; callo multituberculato vel lamellato sine tuberis; columna differt, glabra, allis parvis; rostellum triangularis, appendiculatis. Gênero que mantém afinidade com Baptistonia Barb. Rodr., mas apresentando pseudobulbos ovalados, rugosos; inflorescência ereta ou arqueada, paniculada multiflora ou também racemosa, simples, pauciflora; flores pequenas ou médias; labelo amplo; sépalas e pétalas inconspícuas; calosidades multi-tuberculadas ou lameladas sem tubérculos; coluna dilatada, lisa, asas pequenas; rostelo triangular, apendiculado. Genera affinity with Baptistonia Barb. Rodr., but presenting ovate corrugated pseudobulbs; inflorescence erect or arched, panicle multiflowered or raceme, simple, few-flowered; flowers small or medium size; lip large; sepals and petals inconspicuous; callosities multi-tubercle or

www.orchidstudium.com

15

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 14-22, 2007

lamellate without tubercle; column dilated, HÁBITO E ALGUMAS CARACTEsmooth, with little wings; rostellum triangular, RISTICAS VEGETATIVAS appendiculated. Epífitas, rupestres ou terrestres, algumas vegetando em áreas sujeitas a inundações TYPUS Coppensia bifolia (Sims) Dumort, Nouv. Mém. esporádicas. Vegetam em altitudes compreendidas Acad. Roy. Sci. Bruxelles 9: 10 (1835). entre 100 e 1800 m com crescimento simpodial cespitoso, sub-cespitoso ou escandente. Das 25 espécies submetidas ao gênero, que atualmente DISTRIBUIÇÃO reconhecemos, 16 são terrestres ou rupícolas e as As espécies de Coppensia Dumort. apre- 9 restantes são epífitas. sentam uma dispersão geográfica muito ampla no As rupícolas ou terrestres geralmente veBrasil, sendo que as terrestres racemosas vegetam getam entre as gramíneas e apresentam rizoma principalmente no cerrado em matas ciliares e nos inconspícuo com os pseudobulbos aglomerados e campos rupestres de altitude na Serra do Espinha- crescimento cespitoso, sempre apresentando ço e Serra da Canastra e os seus braços, nos inflorescências eretas com raque apical e compriestados de Minas Gerais e Bahia, estendendo-se mento variável de acordo com a espécie. Podem também nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato ser convenientemente agrupadas em dois arranjos Grosso e Goiás, e também nas serras do interior principais, segundo o tipo da raque da inflorescêndos estados desde o Espírito Santo até o Rio cia: de um lado aquelas que são paniculadas Grande do Sul, enquanto que as terrestres multiflora e do outro lado aquelas que são paniculadas podem ocorrer também na Mata racemosas pauciflora. As paniculadas podem Atlântica, em clareiras da Serra do Mar, desde ostentar dezenas ou centenas de flores, enquanto Pernambuco até o Rio Grande do Sul, podendo ser que as racemosas raramente ostentam um pouco encontradas também em várias serras do sul de mais de 16 flores. A grande maioria das paniculaMinas Gerais, entre as quais a Serra da Pedra das apresenta pseudobulbos robustos, ovóide Branca e outros braços da Serra da Mantiqueira, globosos, discretamente comprimidos lateralmenbem como outras serras interioranas desde o Rio te, alguns com comprimentos que podem atingir de Janeiro até o Rio Grande do Sul. Uma única até 12 cm em várias das espécies. espécie, a C. pirarensis, ocorre na região do A C. paranapiacabensis é a única espécie Pirara, no estado de Roraima, nas montanhas dos que apresenta pseudobulbos ovóide alongados, limites setentrionais brasileiros, na divisa entre a esguios ou até mesmo obscuramente fusiformes. Venezuela e Guiana Inglesa. As racemosas apresentam pseudobulbos pequenos, As epífitas ocorrem preferencialmente nas com as mesmas formas clássicas das paniculadas, regiões sudeste e sul do Brasil, principalmente na cujos comprimentos raramente ultrapassam 4 cm, Mata Atlântica, entretanto algumas espécies excetuando-se apenas duas espécies: podem ser também encontradas no cerrado, A C. spiloptera que apresenta pseudobulsobretudo nas matas de galeria e matas ciliares de bos ovóides de até 6 cm de comprimento e a C. Minas Gerais. rupestris, a única deste grupo, cujos pseudobulbos Relata-se a ocorrência de uma única espé- robustos podem atingir o comprimento de até 9 cie epífita na região setentrional do Brasil: C. cm, e que se confunde, quando não florida, com os orthostates. representantes paniculados. Algumas epífitas e terrestres ocorrem em Tanto as paniculadas como as racemosas praticamente todo o sudeste e sul do Brasil se geralmente apresentam folhas flexíveis, lineares, estendendo aos países limítrofes como Uruguai, lanceoladas, implantadas no ápice dos pseudobulArgentina, Paraguai e Bolívia. bos, sendo que a maioria das espécies são 3 ou 4folhados, raramente 2-folhados.

www.orchidstudium.com

16

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 14-22, 2007

A única exceção do grupo, que tivemos a oportunidade de estudar, é a C. spiloptera, racemosa, apresentando pseudobulbos 2-folhados, e folhas rígidas, mais curtas. Embora não seja uma regra geral, a maioria das paniculadas apresenta folhas entre 30 e 50 cm de comprimento, enquanto que as racemosas variam entre 15 e 30 cm de comprimento. As paniculadas totalizam 6 espécies, enquanto que as racemosas totalizam 10 espécies. As epífitas podem ser agrupadas convenientemente em dois arranjos, a saber: de um lado aquelas que apresentam crescimento simpodial cespitoso ou sub-cespitoso e rizoma curto, inconspícuo, e, de outro lado, aquelas que apresentam rizoma longo, conspícuo, com crescimento escandente, tendendo a permanecerem aéreos, com os pseudobulbos bem espaçados entre si. Estas últimas apresentam rizoma multianelado revestido com bainhas imbricantes duradouras, fortemente adpressas, resistentes, e que não se destacam facilmente e pseudobulbos, na maioria das vezes, fortemente comprimidos lateralmente, revestidos parcialmente com 3 a 5 pares de bainhas imbricantes, as internas maiores, folígeras, articuladas. As escandentes totalizam 4 espécies, enquanto que as cespitosas totalizam 5 espécies. A maioria das espécies epífitas, se não todas, apresenta inflorescência sinuosa, paniculada.

espécie, conforme Linnaea (REICHENBACH. F., 1850), foram omitidas na diagnose os dados da raque da inflorescência e do hábito, de forma que interpretando unicamente a descrição original, inicialmente pensávamos que pudesse ser paniculada. Entretanto, no Flora Brasiliensis, Martius (COGNIAUX, 1904 – 1906), relata-se para esta espécie uma inflorescência simples o que nos permitiu, a priori, reconsiderá-la como sendo racemosa, até que tenhamos a oportunidade de examinar um espécime vivo com estas características, oriundo da região do Pirara. Outro detalhe interessante deste taxon é o fato das descrições, tanto a original como as contidas na obra de Martius, relatarem no disco do labelo calosidade única, muito pequena, no nosso entendimento incomum para o grupo das terrestres racemosas e até mesmo das paniculadas.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A C. pira-

Pudemos constatar que muitas aparentadas podem florescer em outras épocas incomuns, às vezes duas ou três vezes ao ano, e que, eventualmente, pode coincidir com a floração de outras espécies aparentadas o que poderia comprometer o isolamento reprodutivo sazonal, permitindo hibridação natural interespecífica. Isto daria certo sentido aos caracteres morfológicos diferenciatórios sutis. Cremos que, se examinados sob este prisma, vários agrupamentos propostos, poderiam ser definidos como sendo complexos de espécies.

rensis Não tivemos a oportunidade de estudar in vivo, até o presente momento, a C. pirarensis cujas descrições, entre as quais a original, relatam pseudobulbos de até 2,5 cm de comprimento com folha solitária, rígida, e que foi por um longo tempo confundida, ao ser sinonimizada, com a C. montana. Esta, mais comumente, apresenta os pseudobulbos 3-folhados, e calosidades lamelares, no nosso entendimento, um taxon distinto.

Este fato nos reforça a idéia de que realmente não pode ser a mesma espécie relatada no Orchidaceae Brasilienses II (PABST & DUNGS, 1977) não só para a região do Pirara, mas também para vários estados do sudeste e sul brasileiros. Portanto, pelo exposto, discordamos da afirmativa de que a C. montana seja um sinônimo de C. pirarensis. POSSÍVEIS COMPLEXOS DE ESPÉCIES

Ao contrário da C. montana a C. pirarenPelo exposto, certamente o gênero terá que sis não ocorre nos estados do sudeste e sul ser complementado por outros estudos envolvendo brasileiros. Considerando-se a descrição desta técnicas moleculares, citogenéticas e outras.

www.orchidstudium.com

17

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 14-22, 2007

CHAVE DICOTÔMICA PARA A IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE Coppensia Dumort. 1a. Epífitas ............................................................................................................................................................ 2 1b. Terrestres ou rupícolas .......................................................................................................................... ........ 10 2a. Pseudobulbos agregados (distanciamento sobre o rizoma: até 1,5 cm) .......................................................... 3 2b. Pseudobulbos espaçados (distanciamento sobre o rizoma 7,5 ± 4,5 cm) ....................................................... 4 3a. Lobos laterais obliquamente implantados ....................................................................................................... 5 3b. Lobos laterais perpendicularmente implantados ............................................................................................ 6 4a. Flores brancas .............................................................................................................................. C. warmingii 4b. Flores amarelas ............................................................................................................................................... 7 5a. Lobo intermediário 4-lobulado .......................................................................................................... C. bifolia 5b. Lobo intermediário 2-lobulado ................................................................................................. C. orthostates 6a. Lobos laterais encurvados, apresentando superfície com calosidades .............................................. C. welteri 6b. Lobos laterais planos, sem calosidades ......................................................................................................... 8 7a. Pseudobulbos 2,8 ± 0,2 cm compr.; inflorescência 12,5 ± 2,5 cm compr. .................................. C. williamsii 7b. Pseudobulbos 5 ± 1 cm compr.; inflorescência acima de 50 cm compr. ....................................................... 9 8a. Lobos laterais: 0,8 ± 0,3 cm de comprimento ............................................................................... C. varicosa 8b. Lobos laterais: 0,15 ± 0,05 cm de comprimento ........................................................................... C. viperina 9a. Lobo intermediário panduriforme .................................................................................................. C. flexuosa 9b. Lobo intermediário reniforme ..................................................................................................... C. majevskyi 10a. Inflorescência paniculada, multiflora ......................................................................................................... 11 10b. Inflorescência racemosa, pauciflora .......................................................................................................... 16 11a. Flores brancas .................................................................................................................. C. pontagrossensis 11b. Flores amarelas ......................................................................................................................................... 12 12a. Pseudobulbos ovóides, esguios .................................................................................... C. paranapiacabensis 12b. Pseudobulbos ovóide globosos ou obscuramente fusiformes .................................................................... 13 13a. Pétalas triangular obcordiformes ................................................................................................... C. doniana 13b. Pétalas obscuramente retangulares, geralmente medianamente estranguladas .......................................... 14 14a. Calosidades conexas verrugosas; desconexas digitiformes ............................................................ C. ramosa 14b. Calosidades conexas e desconexas verrugosas ........................................................................................... 15 15a. Lobo intermediário do labelo em torno de 2 cm de largura ...................................................... C. blanchetii 15b. Lobo intermediário do labelo em torno de 1 cm de largura ou menos ....................................... C. caldensis

16a. Pseudobulbos monofolhados; calo único ................................................................................... C. pirarensis 16b. Pseudobulbos com 2 a 4 folhas; calos múltiplos ........................................................................................ 17

www.orchidstudium.com

18

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 14-22, 2007

17a. Pseudobulbos 2-folhados; folhas rígidas; calos purpúreo violáceos ........................................... C. spiloptera 17b. Pseudobulbos 2 até 4-folhados; folhas flexíveis; calos castanhos ou amarelos ......................................... 18 18a. Calosidades amarelas, lamelares, lisas ...................................................................................................... 19 18b. Calosidades castanhas, verrugosas ............................................................................................................ 20 19a. Lobo intermediário elíptico-orbicular .......................................................................................... C. montana 19b. Lobo intermediário panduriforme .......................................................................................... C. barbaceniae 20a. Pseudobulbos com 7 ± 2 cm de comprimento .............................................................................. C. rupestris 20b. Pseudobulbos com 3 ± 1 cm de comprimento ........................................................................................... 21 21a. Lobos laterais obliquamente implantados .................................................................................................... 22 21b. Lobos laterais perpendicularmente implantados ........................................................................................ 23 22a. Inflorescência acima de 50 cm de comprimento ....................................................................... C. hydrophila 22b. Inflorescência de até 30 cm de comprimento ................................................................................ C. isoptera 23a. Inflorescência 17,5 ± 2,5 cm de comprimento ............................................................................ C. sincorana 23b. Inflorescência maior que 25 cm de comprimento ..................................................................................... 24 24a. Lobo intermediário sub-reniforme; calosidade multituberculada ........................................... C. chapadensis 24b. Lobo intermediário rombóide; calosidade em forma de ferradura ............................................. C. edmundoi

KEY TO SPECIES OF Coppensia Dumort. 1a. Epiphyte .......................................................................................................................................................... 2 1b. Geophyte or lithophyte .................................................................................................................................. 10 2a. Pseudobulbs aggregated (spacement on rhizome: until 1.5 cm) ...................................................................... 3 2b. Pseudobulbs spaced (spacement on rhizome: 7.5 ± 4.5 cm) ........................................................................... 4 3a. Lateral lobes obliquely implanted .................................................................................................................... 5 3b. Lateral lobes perpendicularly implanted ......................................................................................................... 6 4a. White flowers ............................................................................................................................... C. warmingii 4b. Yellow flowers ............................................................................................................................................... 7 5a. Intermediate lobe 4-lobuled ............................................................................................................... C. bifolia 5b. Intermediate lobe 2-lobuled ...................................................................................................... C. orthostates 6a. Lateral lobes encurved presenting callosities in surface ................................................................... C. welteri 6b. Lateral lobes plane, without callosities ........................................................................................................... 8 7a. Pseudobulbs 2.8 ± 0.2 cm long.; inflorescence 12.5 ± 2.5 cm long. ........................................... C. williamsii 7b. Pseudobulbs 5 ± 1 cm long; inflorescence up to 50 cm long ........................................................................ 9

www.orchidstudium.com

19

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 14-22, 2007

8a. Lateral lobes: 0.8 ± 0.3 cm long .................................................................................................... C. varicosa 8b. Lateral lobes: 0.15 ± 0.05 cm long ................................................................................................ C. viperina 9a. Intermediate lobe panduriform ...................................................................................................... C. flexuosa 9b. Intermediate lobe reniform .......................................................................................................... C. majevskyi 10a. Inflorescence paniculated, multiflora ......................................................................................................... 11 10b. Inflorescence racemose, pauciflora ............................................................................................................ 16 11a. White flowers .................................................................................................................. C. pontagrossensis 11b. Yellow flowers ........................................................................................................................................... 12 12a. Pseudobulbs ovate alongated ....................................................................................... C. paranapiacabensis 12b. Pseudobulbs ovate globular ou obscurely fusiform .................................................................................... 13 13a. Petals triangular obcordiform ........................................................................................................ C. doniana 13b. Petals obscurely rectangular, usually strangled ......................................................................................... 14 14a. Callus connated verrucose; the others finger-like ............................................................................ C. ramosa 14b. All callus verrucose ..................................................................................................................................... 15 15a. Intermediate lobe more or less 2 cm wide ................................................................................ C. blanchetii 15b. Intermediate lobe more or less 1 cm wide .................................................................................. C. caldensis 16a. Pseudobulbs monofoliated; single callus .................................................................................. C. pirarensis 16b. Pseudobulbs 2 to 4-foliated; multiple callus ............................................................................................... 17 17a. Pseudobulbs 2-foliated; rigid leaves, violet callus ..................................................................... C. spiloptera 17b. Pseudobulbs 2 to 4-foliated; flexuous leaves; brown or yellow callus ....................................................... 18 18a. Yellow callus, lamellate, smooth ................................................................................................................ 19 18b. Brown callus, verrucose ............................................................................................................................. 20 19a. Intermediate lobe elliptic-orbicular .............................................................................................. C. montana 19b. Intermediate lobe panduriform .............................................................................................. C. barbaceniae 20a. Pseudobulbs 7 ± 2 cm long .......................................................................................................... C. rupestris 20b. Pseudobulbs 3 ± 1 cm long ......................................................................................................................... 21 21a. Lateral lobes obliquely implanted ................................................................................................................ 22 21b. Lateral lobes perpendicularly implanted ..................................................................................................... 23 22a. Inflorescence up to 50 cm long .................................................................................................. C. hydrophila 22b. Inflorescence until 30 cm long ....................................................................................................... C. isoptera 23a. Inflorescence 17.5 ± 2.5 cm long ............................................................................................... C. sincorana 23b. Inflorescence up to 25 cm long ................................................................................................................... 24 24a. Intermediate lobe sub-reniform; callus multitubercled ........................................................... C. chapadensis 24b. Intermediate lobe rhomboid; callus horse-shoe-like .................................................................. C. edmundoi

www.orchidstudium.com

20

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 14-22, 2007

REFERÊNCIAS REFERENCES

Baptista, D.H.; Docha Neto, A. 2006. Coppensia Docha Neto A., 2007. CD-ROM Trabalhos Dumortier: revisão taxonômica do gênero de Individuais Vol. II – Americo Docha Neto Orchidaceae e proposta de novas alianças. Orchidstudium. Orchidstudium 1: 1-8. Edwards’s Botanical Register, 1829 – 1847. Baptista, D.H.; Campacci, M.A.; Docha Neto, A., Continued by John Lindley. London. 2006, Coletânea de Orquídeas Brasileiras 3 Novos Gêneros (baseados em Oncidium) 85- Hoehne, F.C., 1938. Oncidium paranapiacabense. 96. Arquivos de Botânica do Estado de São Paulo 1: 21. Barbosa Rodrigues, J., 1877. Genera et species orchidearum novarum. Rio de Janeiro, C. et Pabst, G.F.J., 1972. Bradea Boletim do HerbariH. Feiuss. um Bradeanum: Oncidium edmundoi. 1(19): 172. Rio de Janeiro. Campacci, M.A., 2006. Proposta de Restabelecimento do Gênero Coppensia Dumort. Boletim Pabst, G.F.J.; Dungs, F., 1977. Orchidaceae CAOB 62: 54-58. Brasilienses Band II. Brücke-Verlag Kurt Schmersow, Hildsheim.,Germany 418 p. Campacci, M.A.; Catharino, E.L.M., 2006. Uma nova espécie de orquidácea brasileira - Cop- Pabst, G.F.J., 1956. Additamenta ad Orchidologipensia sincorana. Boletim CAOB 64: 124am Brasiliensem II. Arquivos do Jardim Botâ127. nico do Rio de Janeiro 14: 5-36. Oncidium welteri - Descrição 25 - Tab. 7. Ministério da Castro Neto, V.P.; Campacci, M.A., 2000. Icones Agricultura. Orchidacearum Brasilienses I. Coord. Assoc. Orquid. do Brasil, SP, Brasil. Projeto Orchidstudium, 2007. http://www.orchidstudium.com Cogniaux A., 1904 – 1906. In : Martius, C.F.P. ; Genera Orchidacearum: Eichler, A.G.; Urban, I. Flora Brasiliensis http://www.orchidstudium.com/Estrangeiras/fotos Vol. 3 Pars 6. .html Periódico Orchidstudium: Docha Neto A., 2007. Coppensia rupestris: uma http://www.orchidstudium.com/os/revista.html nova espécie de Orchidaceae de Minas Gerais, Brasil. 2 (1) 1-13. von Schlechtendal, D.F.L., 1844 – 1877. Linnaea.

www.orchidstudium.com

21

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 14-22, 2007

HERBÁRIOS VIRTUAIS VIRTUAL HERBARIA Neotropical Herbarium http://fm1.fieldmuseum.org/vrrc/index.php?page= results&family=ORCHIDA CEAE

Fairchild Tropical Botanic Garden http://www.virtualherbarium.org/ Harvard University Herbaria http://www.huh.harvard.edu/collections/ Instituto de Botânica SP http://www.ibot.sp.gov.br/Herbario/ORCHIDAC EAE/ORCHIDACEAE.htm Muséum National D’Histoire Naturelle – Paris. Plantes Vasculaires http://coldb.mnhn.fr/colweb/form.do? model=SONNERAT.wwwsonnerat.wwwsonnerat.w wwsonnerat

Swiss Orchid Foundation http://orchid.unibas.ch/iconography.simplesearch. php?start=70&limit=10#b

Tropicos Image List for Orchidaceae (Missouri Botanical Garden) http://mobot.mobot.org/W3T/Search/ image/imagefr.html Virtual Herbaria Áustria http://herbarium.univie.ac.at/database/search.php

www.orchidstudium.com

22

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

O Gênero Catasetum em Mato Grosso, Brasil Adarilda Petini-Benelli1, Evanil Ramos Fernandes2 & Miramy Macedo3 Received January 2007 Accepted May 2007 Editor-Assistente: Mateus Mondin

ABSTRACT: (The Genus Catasetum in Mato Grosso, Brazil) The genus Catasetum L. C. Rich ex Kunth today counts 166 accepted species, distributed from Central America to the South of Brazil and North of Argentina, occuring in warm tropical areas, well represented in Brazil, where 94 species and 6 natural hybrids can be found mostly epyphitic. A preliminary list of species, based on available bibliography, has been compiled to Brazil and another to Mato Grosso which numbered 26 ssp.. The number of species found in Mato Grosso surpassed the amount presented by any of the other authors what seems to imply that field surveys may raise considerably this genus representation in the State. KEY-WORDS: Catasetum, Floristics, Mato Grosso, Orchidaceae. RESUMO: (O Gênero Catasetum em Mato Grosso, Brasil) O gênero Catasetum L. C. Rich ex Kunth abriga atualmente 166 espécies por nós reconhecidas. Ocorre desde a América Central até o sul do Brasil e norte da Argentina, em áreas tropicais quentes, com grande representação para o Brasil, onde ocorrem 94 espécies e seis híbridos naturais, na maioria epífitas. Uma lista preliminar de espécies foi elaborada para o Brasil baseada na literatura existente tendo sido incluídas 26 espécies para o Mato Grosso. O número de espécies obtido pelo presente estudo para o estado de Mato Grosso ficou acima dos números apresentados por todos os outros autores pesquisados, o que indica que estudos de campo podem aumentar consideravelmente a representação do gênero no Estado. PALAVRAS-CHAVE: Catasetum, Florística, Mato Grosso, Orchidaceae. INTRODUÇÃO O gênero Catasetum L. C. Rich ex Kunth possui atualmente 166 espécies por nós reconhecidas, distribuídas pelas Américas Central e do Sul, com grande representação para o Brasil (Scaglia, 1998), onde ocorre grande número de espécies (94 spp. e seis híbridos naturais). A grande maioria das espécies é epífita; raras são as terrestres (Hoehne, 1942). Este gênero criado por Kunth em 1822, encontra-se distribuído desde o México até o sul do Brasil e norte da Argentina, em áreas tropicais quentes (Baptista, 2006). Sistematicamente, baseando em APG II (Lohmüller, 2005), a classificação do gênero _______________________

Catasetum L. C. Rich estabelece-se da seguinte forma: Divisão: Angiospemae Classe: Monocotyledoneae Ordem: Asparagales Família: Orchidaceae Gênero: Catasetum L. C. Rich ex Kunth Etimologicamente, Catasetum refere-se às cerdas ou antenas (prolongamentos) inseridos sob a antera e que se dirigem para o centro do labelo. Origina-se do grego kata (preposição que indica de cima para baixo) e do latim seta (cerda ou seda de porco, javali) (Hoehne, 1942; Raposo, 1998; Cretella Jr. & Cintra, 1956).

1

Bióloga, orquidóloga, pesquisadora do Herbário Central da Universidade Federal de Mato Grosso, Caixa Postal 198 – Centro, Cuiabá – MT, CEP: 78005-970. [email protected] 2

Bióloga e orquidóloga. R. 1400, Q. 24, C. 14, Jardim Imperial, Cuiabá – MT. [email protected]

3

Dra. Enga. Florestal. Curadora do Herbário Central da Universidade Federal de Mato Grosso, Av. Fernando Corrêa da Costa, s/nº, Bairro Coxipó, Cuiabá - MT. [email protected]

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

Fig. 1. Catasetum confusum G. A. Romero. Flor masculina e feminina na mesma haste floral. Foto: Apolônia Grade.

Botanicamente, refere-se ao pêlo áspero nos invólucros florais das gramíneas (Raposo, 1998). No gênero Catasetum L. C. Rich observa-se uma estratégia que permite coletar nutrientes: o sistema radicular diferenciado. A posição ereta dos pseudobulbos da maioria das espécies, associada às raízes, que podem ser encontradas crescendo verticalmente para cima (geotropismo negativo) formando um tipo de estrutura de armadilha onde folhas, pequenos galhos, detritos, restos de insetos e pequenos animais ficam aprisionados e lentamente se decompõem, auxiliando na nutrição da planta (Warren & Miller, 1996). As espécies do gênero Catasetum L. C. Rich são plantas com pseudobulbos roliços e carnosos de tamanho variável, com até 12 folhas decíduas (Hoehne, 1942). Os pseudobulbos apresentam espinhos em seu ápice após a queda das folhas (Hoehne, 1942). As folhas são grandes, arqueadas, largas e com bainhas envolvendo o pseudobulbo; amarelam e caem antes do inverno (Machado, 1998; Scaglia, 1998). A inflorescência origina-se da base do pseudobulbo e pode ser ereta ou pendente, geralmente duas ou mais de cada vez. As flores, de aparência cerosa, podem ser dimorfas ou fortuitamente monóicas (flores masculinas, femininas ou eventualmente hermafroditas) (Scaglia, 1998). Normalmente, alta luminosidade produz flores femininas, e mais sombra, flores

masculinas (Baptista, 2006). As flores masculinas geralmente apresentam peças florais mais alongadas e diferenciadas entre si, aparecendo em hastes pendentes ou cachos, enquanto as flores femininas são muito parecidas morfologicamente, arredondadas, variando somente no tamanho e na cor, geralmente verde ou verde amarelado (Machado, 1998; Baptista, 2006) (Fig. 1). O colorido das flores masculinas varia do verde até o marrom-escuro, incluindo o branco (Machado, 1998; Baptista, 2006). As sépalas e pétalas são livres até a base, pouco diferenciadas entre si, às vezes crassas, patentes, reflexas ou também coniventes, quase fechadas, ora largas ora mais estreitas; as sépalas laterais geralmente são mais reflexas do que a sépala dorsal e as pétalas (Fig. 2). O labelo é carnoso, séssil na base da coluna (Hoehne, 1942). A coluna é ereta, espessa, carnosa (Fig. 2). Nas flores masculinas é mais alongada e longorostrada, tendo sob o pseudo-estigma algumas vezes cerdas anteniformes paralelas ou cruzadas em direção ao centro do labelo, com pseudoestigma amplo e antera grande. Apresenta polinário pesado, cujas polínias e caudículo são formados de lâminas enroladas ou dobradas sobre si mesmas. Nas flores femininas, porém, é curta, sempre sem as ditas antenas na base anterior e com antera atrofiada ou rudimentar caduca e estigma transversal estreito (Hoehne, 1942) (Fig. 2). As flores deste gênero são marcadamente diferentes de espécie para espécie, com ênfase no labelo, geralmente o componente mais vistoso da flor. Rocha & Silva (2001) consideram que as variações morfológicas no labelo das espécies de Catasetum L. C. Rich estejam intimamente ligadas a fatores como adaptações graduais, entomofilia e epifitismo. Estas plantas apresentam em suas flores masculinas um mecanismo sofisticado de disparo que ejeta as polínias juntamente com o retináculo sobre os polinizadores ou em distâncias de até dois metros. O retináculo possui um adesivo muito forte e capaz de suportar o peso de 85g. (Machado, 1998). Os frutos são cápsulas grandes e pesadas, erostradas, com quilhas espessas longitudinais (Hoehne, 1942). Podem abrigar de 500.000 até mais de 800.000 sementes minúsculas

www.orchidstudium.com

24

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

(Paula & Silva, 2006) (Fig. 3). A justificativa para este trabalho é a total ausência de estudos sobre o gênero Catasetum L. C. Rich para Mato Grosso. Com as freqüentes perturbações no ambiente, como as queimadas, o aumento das áreas de mata derrubada e expansão da ocupação humana, muitas espécies podem estar perdendo seus hábitats. Espécies ainda desconhecidas podem estar desaparecendo antes mesmo de serem descobertas. Uma lista das espécies do gênero pode servir como referência para novos estudos que venham confirmar essa teoria. Este estudo objetivou levantar, através da análise da bibliografia disponível, os seguintes tópicos: a) Quais são as espécies do gênero Catasetum L. C. Rich referidas para o estado de Mato Grosso; b) qual a distribuição dessas espécies dentro do território mato-grossense e c) qual a situação atual do gênero no Estado.

ta rica flora ornamental com centenas de famílias de arbóreas, arbustivas e herbáceas, além das gramíneas. Dentre as famílias de herbáceas mais representadas, encontramos a família Orchidaceae com uma lista provisória de 319 espécies (PetiniBenelli & Shiraiwa, 2006). Com uma área de 906.806,9 km2, tem em seu relevo planalto e chapadas no centro, planície com pântanos a oeste e depressões e planaltos residuais a norte. O ponto mais elevado é a serra Manto Cristo (1.118 m). Tem como principais rios o Juruena, o Teles Pires, o Xingu, o Araguaia, o Paraguai, o Piqueri, o Cuiabá, o São Lourenço e o das Mortes (Piaia, 1999; Portal Brasil, 2006).

MATERIAL E MÉTODO Realizou-se extenso levantamento sobre a família Orchidaceae na bibliografia especializada. Uma lista foi elaborada pelos autores com as espécies de Catasetum L. C. Rich para o Brasil (Tab. 1) incluindo todas as espécies reconhecidas e seus sinônimos tendo como referência principal material disponibilizado pelo Royal Botanic Garden – RBG-Kew. Também preparou-se uma lista com os híbridos naturais descritos para o Brasil (Tab. 2). A partir das listas elaboradas para o Brasil, uma terceira listagem foi elaborada para Mato Grosso apenas com as espécies confirmadas pela literatura (Tab. 3), incluindo o autor e o ano da publicação. Algumas referências às espécies na literatura encontravam-se com nomenclatura não aceita pelo RBG-Kew (parâmetro para a validação dos taxa), sendo seus epítetos atualizados para evitar informações dúbias e incorretas. Este levantamento inicial serviu para definir a nomenclatura a ser adotada para as espécies de Catasetum L. C. Rich referidas para o Estado de Mato Grosso (Tab. 3), pois adotou-se a mesma denominação utilizada pelo RBG-Kew. O Estado de Mato Grosso (Fig. 5) apresen-

Fig. 2. Destaque das partes florais de uma flor masculina do Catasetum tenebrosum Kraenzl. Foto: Apolônia Grade. Adaptação: Adarilda P. Benelli.

Mato Grosso apresenta relevo pouco acidentado e alterna um conjunto de grandes chapadas, no planalto mato-grossense, com altitudes médias entre 400 e 800 m, e áreas de planície pantaneira, sempre inundadas pelo rio Paraguai e seus afluentes (Piaia, 1999). Três ecossistemas principais estão presentes: o Pantanal (a oeste), o Cerrado (a leste) e a Floresta Amazônica (a noroeste). O Pantanal cobre 10% do estado. A vegetação do Cerrado ocupa 40% de Mato Grosso, com altitude média de 600 m, enquanto a Floresta Amazônica se estende por metade do estado (Portal Brasil, 2006). Abriga dentro de suas divisas o Parque Nacional do Xingu (ao norte), banhado pelas águas dos rios Araguaia e Xingu e o Parque Nacional da

www.orchidstudium.com

25

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

Chapada dos Guimarães (mais ao centro), com 33 mil ha de cânions, cascatas, quedas-d’água, cavernas e sítios arqueológicos, com altitude variada entre 600 a 800 metros (Piaia, 1999). Mato Grosso possuía em 2000 um total de 2.504.353 habitantes (Portal Brasil, 2006) dispersos nos quase 130 municípios em que se divide seu território (Piaia, 1999). Há uma grande concentração de terras no estado: as grandes propriedades, com mais de mil ha, representam 10,2% dos estabelecimentos agropecuários e ocupam 82,2% do território (Portal Brasil, 2006). RESULTADOS A listagem de espécies de Catasetum L. C. Rich obtida para Mato Grosso, contém 26 espécies confirmadas por diversos autores (Fig. 3). Várias espécies de Catasetum L. C. Rich são referidas pelos sinônimos (Santos & Lacerda Júnior, 1998; Dubs, 1998; Macedo et al., 2002). Por isso, a importância de se ter estabelecido inicialmente uma listagem geral das espécies reconhecidas e seus sinônimos. Esse processo possibilitou a construção de uma relação final das espécies de Catasetum L. C. Rich para Mato Grosso e evitou erros.

Fig. 3. Cápsulas de Catasetum sp. Foto: Evanil R. Fernandes.

Segundo Bicalho (1964a e 1964b), os paratypus do C. ariquemense Bicalho e do C. mattogrossense Bicalho são oriundos do município de Aripuanã, MT. Ambos, coletados em mata

ciliar do rio Juruena, perto da Cachoeira Dois Irmãos. Pimenta (1998) refere uma espécie indeterminada para o gênero em seu trabalho “Epífitas vasculares (Angiospermae) de uma mata de brejo, município de Jaciara, MT, Brasil”, encontrada às margens de um córrego nos arredores da cidade. Santos & Lacerda Júnior (1998) apresentam extensa lista de espécies para o Brasil, sendo 16 espécies para o estado de Mato Grosso: C. appendiculatum Schltr., C. aripuanense Bicalho, C. barbatum (Lindl.) Lindley, C. cirrhaeoides Hoehne, C. fimbriatum (Morren.) Lindley & Paxton, C. fuchsii Dodson & R. Vasquez, C. gladiatorium K. G. Lacerda, C. juruenense Hoehne, C. longifolium Lindley, C. longipes F. E. Miranda & K. G. Lacerda, C. mattogrossense Bicalho, C. osculatum K. G. Lacerda & V. P. Castro, C. pulchrum N. E. Br., C. rooseveltianum Hoehne, C. schmidtianum F. E. L. Miranda & K. G. Lacerda, C. tigrinum Rchb.f. Dubs (1998) em sua revisão das Angiospermas para Mato Grosso, relaciona 14 espécies, sendo: C. aripuanense Bicalho, C. barbatum (Lindl.) Lindley, C. cassideum Linden & Rchb.f. (sin. de C. discolor (Lindl.) Lindley), C. cirrhaeoides Hoehne (sin. de C. pulchrum N. E. Br.), C. discolor (Lindl.) Lindley, C. fimbriatum (Morren.) Lindley & Paxton, C. inconstans Hoehne (sin. de C. fimbriatum (Morren.) Lindley & Paxton), C. juruenense Hoehne, C. macrocarpum Rich. Ex Kunth, C. mattogrossense Bicalho, C. punctatum Rolfe, C. rooseveltianum Hoehne, C. saccatum Lindley e C. vinaceum Hoehne. Tendo como uma das principais fontes bibliográficas a obra de Hoehne & Kullmann de 1951, a similaridade de espécies com as citadas por estes é destacada. Conforme Pott & Pott (2003), o C. fimbriatum é muito freqüente no Pantanal matogrossense, encontrado sobre carandás (Copernicia alba Morng), acurís (Scheelea phalerata (Mart.) Bur.) e bocaiúvas (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd.). Mencionam também a presença do C. barbatum, embora sem outros detalhes. Morelli & Pereira (2004) ilustram para a região de Guiratinga, Mato Grosso, nove espécies de Catasetum L. C. Rich, embora a grande maioria

www.orchidstudium.com

26

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

indeterminada. Com base nas ilustrações apresentadas pelos autores, foi possível preparar a seguinte lista: C. confusum, C. vinaceum Hoehne (com variações de coloração), C. cirrhaeoides, C. appendiculatum, C. barbatum, C. macrocarpum, C. rooseveltianum, C. osculatum e C. longifolium. Apresentam foto de C. vinaceum var. alba identificada, erradamente, como C. piliatum. O C. piliatum é uma espécie exclusiva do alto Amazonas. Moraes (2005) refere ocorrência do C. rooseveltianum Hoehne no município de Rondonópolis, Mato Grosso, com base em levantamento realizado num remanescente de Cerrado na Fazenda São Sebastião. Petini-Benelli (2006) levantou seis espécies de Catasetum L.C. Rich em seu estudo sobre as Orchidaceae em diversos pontos das áreas protegidas de Chapada dos Guimarães, Mato Grosso (Área de Proteção Ambiental – APA e o Parque Nacional - PARNA): C. fimbriatum (Morren.) Lindl., C. longifolium Lindl., C. osculatum Lacerda & P.Castro, C. rooseveltianum Hoehne, C. schimidtianum F.E.L. Miranda & K.G. Lacerda e C. vinaceum Hoehne.

estado de Mato Grosso e por não citar exatamente a origem da informação, apresenta-se essa espécie nos resultados desta revisão com alguma reserva. Baptista (2006) adotou como parâmetro para sua listagem de espécies de Catasetum L. C. Rich a tabela disponibilizada pelo RBG-Kew. Apresenta extensa lista geral para o gênero incluindo suas sinonímias e o país de origem. Hoehne & Kullmann (1951) e Dubs (1998) referem o C. inconstans Hoehne para Mato Grosso. Hoje, é aceito apenas como C. fimbriatum (Morren.) Lindley & Paxton pelo RBG-Kew. Santos & Lacerda Jr. (1998) e Morelli & Pereira (2004) relacionam tanto C. appendiculatum Schlechter quanto C. gladiatorium K. G. Lacerda, como sendo espécies diferentes. Adotouse para esta revisão a legitimação do RBG-Kew que as consideram como uma só espécie. Seguindo o mesmo raciocínio, adotou-se C. pulchrum N. E. Br. para todas as referências ao C. cirrhaeoides Hoehne. Macedo et al. (2002) referem o Catasetum saccatum Lindley para a Área de Aproveitamento Múltiplo do Rio Manso – APM-MANSO. Como os exemplares coletados por Macedo e sua equipe são cultivados no Orquidário do Herbário Central UFMT, foi possível conferir a determinação correta da espécie como Catasetum osculatum K. G. Lacerda e V. P. Castro. Como resultado final apresenta-se a lista das espécies reconhecidas na Tab. 3. DISCUSSÃO

Fig. 4. Complexo radicular de Catasetum sp. Foto: Evanil R. Fernandes.

Araújo (2006), partindo de uma lista compilada com o auxílio de pesquisadores brasileiros e estrangeiros e internautas, e comparando com a literatura, apresenta lista de 20 espécies de Catasetum L. C. Rich. Por ser a única a referir o C. parguazense G. A. Romero & Carnevalli para o

O número de espécies obtido pela presente revisão bibliográfica para o gênero Catasetum L. C. Rich ex Kunth no estado de Mato Grosso ficou acima dos números apresentados por todos os autores pesquisados. O que pode indicar que estudos de campo podem aumentar consideravelmente a representação do gênero no Estado. A sua distribuição exata continua uma incógnita para a grande maioria das espécies levantadas, dadas as informações incompletas ou desencontradas fornecidas pelos autores pesquisados. Impossível determinar se a ausência dos dados de localização de origem das espécies é

www.orchidstudium.com

27

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

proposital (como forma de proteger as espécies da REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ação predatória de coletores) ou baseia-se apenas em levantamentos superficiais deficientes. Po essa ABRACC - Associação Brasileira dos Cullacuna nos trabalhos que foram analisados, não foi tivadores de Catasetíneas. 2006. Catasetíneas. possível estabelecer dados concretos da distribui- Disponível em: ção do gênero em Mato Grosso. http://www.orkideas.com.br/abracc/default .html . (20/05/2006). Araújo, D. 2006. Ocorrência das espécies de Orchidaceae nos atuais Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Brazil Orchids. Disponível em: http://www.delfinadearaujo.com/estados/m atagros.html (23/06/2006). Baptista, D.H. 2006. Catasetum. Disponível em: http://www.dalholl.hpg.ig.com.br/generos/ Fig. 5. Mapa da área de estudo, o estado de Mato Catasetum/Catasetum.html (02/08/2006). Grosso. Fonte: IBGE, 2007. Bicalho, H.D. 1964a. Um novo Catasetum http://mapas.ibge.gov.br/divisao/ viewer.htm L. C. Rich. (Orchidaceae) da flora brasileira. O desmatamento e as queimadas, provoca- Orquídea, Vol. 26, nº 5, pp. 261-262, set-out. Bicalho, H.D. 1964b. Uma nova espécie de dos por produtores rurais para a abertura de novas áreas de plantio ou de criação de gado, constituem Catasetum da flora do Estado de Mato Grosso. as principais ameaças ao meio ambiente mato- Orquídea, Vol. 26, nº 6, pp. 325-326, nov-dez. Castro Neto, V.P.; Campacci, M.A. 2003. grossense. Entre 1996 e 1999, foram derrubados quase 900 mil ha de floresta, de acordo com o Icones Orchidacearum Brasiliensis I. São Paulo: Ibama (Soares-Filho, 2005). Entre junho e agosto CAOB. 100 pranchas:200p. Centro de Previsão de Tempo e Estudos de 1999, conforme o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC, quase Climáticos - CPTEC. 2006. Banco de dados sobre 40% dos focos de incêndio registrados no país se queimadas no Brasil. Disponível em: http://www.cptec.inpe.br/queimadas/ localizam em Mato Grosso, atingindo 20 mil ha de áreas de conservação ambiental (CPTEC, (05/06/2006). Cretella Jr., J.; Cintra, G.U. 1956. Dicioná2006). Como conseqüência, as nascentes dos principais rios sofrem os efeitos da erosão e do rio Latino-Português. São Paulo: Companhia assoreamento causados pela destruição das matas Editora Nacional. Dubs, B. 1998. Prodromus Florae Matociliares. grossensis. Series B, nº 3. Betrona-Verlag. 444p. Dungs, F.; Pabst, G.F.J. 1973. Orchidaceae Propõe-se o desenvolvimento de pesquisa de campo com varredura ou levantamentos pon- Brasiliensis. Orquídea, Vol. 30, nº 2, pp. 65-67, tuais, para a confirmação dos dados compilados e mar-abr. Endsfeldz, W.F. 2001a. Galeria das Espéapresentados por este trabalho. cies. Revista O Mundo das Orquídeas, nº 16, p. Importante ressaltar a urgência de estudos 30. São Paulo:Editora On Line. Endsfeldz, W.F. 2001b. Galeria das Espénos diversos biomas que compõem a vegetação do estado de Mato Grosso. Os impactos ambientais cies. Revista O Mundo das Orquídeas, nº 19, pp. ocasionados pela ocupação humana têm afetado 22-41. São Paulo:Editora On Line. Endsfeldz, W.F. 2002. Galeria das Espédrasticamente os habitats e, conseqüentemente, a cies – Catasetum rooseveltianum. Revista O diversidade da fauna e da flora mato-grossense.

www.orchidstudium.com

28

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

Mundo das Orquídeas, nº 28, p. 25. São Paulo:Editora On Line. Ferreira, A.B.H. 1989. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 15ª ed. Rio de Janeiro:Nova Fronteira. 1499p. Font-Quer, P. 1985. Diccionario de Botânica. Madrid:Ed. Labor. 1244p. Hoehne, F.C. 1942. Flora Brasílica, Fasc. 5, Vol. XII, VI. São Paulo:Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo. Hoehne, F.C.; Kulmann, J.G. 1951. Índice Bibliográfico e Numérico das Plantas Colhidas pela Comissão Rondon. São Paulo:Instituto de Botânica de São Paulo – Secretaria de Agricultura de São Paulo. Lohmüller, F.A. 2005. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the Linnean Society 141 (4), 399-436. Macedo, M.; Carvalho, J.M.K.; Nogueira, F.L. 2002. Plantas medicinais e ornamentais da Área de Aproveitamento Múltiplo de Manso, Chapada dos Guimarães, Mato Grosso. abá:FURNAS/UFMT. 188p. Machado, E.F. 1998. Catasetum – uma orquídea diferente. Mundo das Orquídeas, nº 4, p. 56. Moraes, C.L. 2005. Aspectos fitofisionômicos de uma área de Cerrado e as Orchidaceae ocorrentes na Fazenda São Sebastião, Município de Rondonópolis, MT. Cuiabá:UNIC. 40 p. Morelli, I.; Pereira, J.A. 2004. Galeria de Orquídeas Guiratinguenses. Revista SOS Orquídeas, nº 01, maio-2004, pp. 18-21. Paula, C.C.; Silva, H.M.P. 2006. Orchids. Botany and Growing. Viçosa:UFV. 106p. Petini-Benelli, A. 2006. Ocorrência de Espécies da Família Orchidaceae em Áreas Protegidas de Chapada dos Guimarães, MT. Cuiabá:IB/UFMT. 77p. Petini-Benelli, A.; Shiraiwa, M.C.S. 2006. Situação atual do conhecimento da flora orquidácea nativa do estado de Mato Grosso, Brasil. Cuiabá:Pró-Orquídea.

Piaia, I.I. 1999. Geografia de Mato Grosso. Cuiabá:EdUnic. 191p. Pimenta, S.M. 1998. Epífitas vasculares (Angiospermae) de uma mata de brejo, município de Jaciara – Mato Grosso – Brasil. Cuiabá:IB/UFMT. Portal Brasil. 2006. O Estado de Mato Grosso. Disponível em: http://www.portalbrasil.net/estados_mt.ht m (25/09/2006). Pott, A.; Pott, V.J. 2003. Plantas do Pantanal. Corumbá, MS:EMBRAPA-SPI. 320p. Raposo, J.G. 1998. Dicionário etimológico das orquídeas do Brasil – A etimologia a serviço dos orquidófilos. São Paulo: Ave Maria. Rocha, A.E.S.; Silva, J.B.F. 2001. Variações Morfológicas do Labelo de Catasetum barbatum (Lindl.) Lindl. (Orchidaceae). Acta Amazônica, 31(3), pp. 365-373. Belém:UFPA. Romero, G.A.; Jenny, R. 2006. Contributions toward a monograph of Catasetum (Catasetinae, Orchidaceae) I: A check-list of species, varieties and natural hybrids. Havard Papers, 4:59-84. Disponível em: http://www.huh.harvard.edu/ Publications/ . (25/06/2006). Royal Botanic Gardens, Kew. 2006. Genus Catasetum. Disponível em: Erro! A referência de hiperlink não é válida. . (15/05/2006). Santos, Á.P.; Lacerda Júnior, K.G. 1998. As catasetíneas e suas representantes brasileiras. Mundo das Orquídeas, nº 4, p. 11-13. Scaglia, J.A.P. 1998. Como classificar corretamente um Catasetum. Mundo das Orquídeas, nº 4, p. 7-10. Soares-Filho, B.S. 2005. Análise das mudanças de cobertura do solo no Norte do Mato Grosso, Brasil. Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, 16-21 abril, INPE. p. 3357-3364. Warren, R.; Miller, D. 1996. Orquídeas do Alto da Serra – da Mata Atlântica Pluvial do Sudeste do Brasil. Rio de Janeiro:Salamandra.

www.orchidstudium.com

29

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

Tab. 1. Tab. 1. Lista das espécies reconhecidas e seus sinônimos para o gênero Catasetum L. C. Rich. referidas para o Brasil. Fonte: Royal Botanic Garden – Kew, 2006. 1. Catasetum aculeatum F.E.L.Miranda & K.G.Lacerda 2. Catasetum albovirens Barb.Rodr. 3. Catasetum arietinum Miranda & Lacerda 4. Catasetum aripuanense Bicalho 5. Catasetum ariquemense Bicalho 6. Catasetum atratum Lindl. Catasetum adnatum Steud. Catasetum atratum var. mentosum Mansf. Catasetum mentosum Lem. Catasetum pallidum Klotzsch 7. Catasetum barbatum (Lindl.) Lindl. Catasetum appendiculatum Schltr. sensu Dunst. Catasetum barbatum var. probiscidium Lindl. Catasetum barbatum var. spinosum Rolfe Catasetum brachybulbon Schltr. sensu Dunst. Catasetum buchtienii Kraenzl. sensu Dunst. Catasetum comosum Cogn. Catasetum craniomorphum Hoffmgg. ex Heynh. Catasetum crashleyanum St. Leger Catasetum crinitum Linden Catasetum cristatum var. spinigerum Hook. Catasetum cristatum var. spinosum Hook. Catasetum garnettianum Rolfe sensu Dust. Catasetum macrocarpum Stein non Rich. ex Kunth Catasetum polydactylon Schltr. sensu Dunst. Catasetum proboscideum Lindl. Catasetum randii Rolfe sensu Dunst. Catasetum rivularium Barb.Rodr. sensu Dunst. Catasetum spinosum Lindl. sensu Dunst. Catasetum tridentatum Pfitzer non Hook. Catasetum variabile Rodrig. Myanthus barbatus Lindl. Myanthus spinosus Hook. sensu Dunst. 8. Catasetum bergoldianum Foldats 9. Catasetum blackii Pabst 10. Catasetum boyi Mansf. 11. Catasetum brachybulbon Schltr. 12. Catasetum callosum Lindl. Catasetum acallosum Lindl. ex Rchb.f. Catasetum arachnoides Ames Catasetum callosum var. carunculatum Mansf. Catasetum callosum var. crenatum Regel Catasetum callosum var. eucallosum Mansf. Catasetum callosum var. grandiflorum Hook. in Curtis Catasetum callosum var. typum Hoehne Catasetum carunculatum Rchb.f. & Warz. Catasetum darwinianum Rolfe Catasetum fuliginosum Rolfe non Lindl. Catasetum landsbergii (Reinw. & de Vriese) Lindl. & Paxton Myanthus callosus (Lindl.) Beer Myanthus grandiflorum Beer Myanthus landsbergii Reinw. & de Vriese 13. Catasetum caputinum da Silva 14. Catasetum carolinianum F.E.Miranda & K.G.Lacerda 15. Catasetum cernuum (Lindl.) Rchb.f. Catasetum cernuum var. cernuum Mansf. Catasetum cernuum var. revolutum Cogn. Catasetum cernuum var. rodigasianum Mansf. Catasetum cernuum var. typum Hoehne Catasetum cernuum var. umbrosum Cogn. Catasetum cernuum var. umbrosum (Barb.Rodr.) Cogn. Catasetum rodigasianum Rolfe Catasetum rohrii Pabst Catasetum trifidum Hook. Catasetum umbrosum Barb.Rodr. Catasetum viride Lindl. Monachanthus viridis (Lindl.) Rchb.f. Myanthus cernuus Lindl. 16. Catasetum collare Cogn.

www.orchidstudium.com

30

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

17. Catasetum complanatum F.E.Miranda & K.G.Lacerda 18. Catasetum confusum G.A.Romero 19. Catasetum costatum Rchb.f. 20. Catasetum cristatum Lindl. Catasetum cristatum var. monstruosum Hook. Catasetum cristatum var. stenosepalum Rchb.f. Catasetum cristatum var. supralobatum Branger Monachanthus cristatus (Lindl.) Lindl. Myanthus cristatus (Lindl.) Lindl. 21. Catasetum cucullatum A.T.Oliveira & da Silva 22. Catasetum deltoideum (Lindl.) Mutel Myanthus deltoideus Lindl. 23. Catasetum denticulatum Miranda 24. Catasetum discolor (Lindl.) Lindl. Catasetum cassideum Linden & Rchb.f. Catasetum claesianum L.Lind & Cogn. Catasetum discolor forma genuinum Hoehne Catasetum discolor var. bushnani Cogn. Catasetum discolor var. claesianum (L. Linden & Cogn.) Mansf. Catasetum discolor var. claesianum Mansf. Catasetum discolor var. discolor Mansf. Catasetum discolor var. viridiflorum Cogn. Catasetum gardneri Schltr. Monachanthus bushnani Hook. Monachanthus discolor Lindl. Monachanthus discolor var. bushnani Hook. Monachanthus discolor var. viridiflorus Hook. 25. Catasetum faustii Hort. ex da Silva 26. Catasetum ferox Kraenzl. Catasetum brichtiae Bicalho 27. Catasetum fimbriatum (Morren) Lindl. & Paxton Catasetum cogniauxii L.Linden Catasetum fimbriatum var. aurantiacum Porsch Catasetum fimbriatum var. brevipetalum Porsch Catasetum fimbriatum var. cogniauxii L. Catasetum fimbriatum var. fissum Rchb.f. Catasetum fimbriatum var. inconstans Mansf. Catasetum fimbriatum var. micranthum Porsch Catasetum fimbriatum var. morrenianum Mansf. Catasetum fimbriatum var. ornithorrhynchum Mansf. Catasetum fimbriatum var. platypterum Rchb.f. Catasetum fimbriatum var. subtropicale Hauman Catasetum fimbriatum var. viridulum Rchb.f. Catasetum inconstans Hoehne Catasetum negrense Schltr. Catasetum ornithorhynchum Porsch. Catasetum pflanzii Schltr. Catasetum wredeanum Schltr. Myanthus fimbriatus Morren 28. Catasetum franchinianum K.G.Lacerda 29. Catasetum fuchsii Dodson & vasquez 30. Catasetum galeatum K.G.Lacerda 31. Catasetum galeritum Rchb.f. Catasetum galeritum var. galeritum Mansf. Catasetum galeritum var. pachyglossum Rchb.f. 32. Catasetum garnettianum Rolfe 33. Catasetum georgii Mansf. Catasetum huebneri Mansf. non Schltr. 34. Catasetum gladiatorium K.G.Lacerda Catasetum appendiculatum Schltr. 35. Catasetum globiflorum Hook. Catasetum globiferum Beer (sphalm) 36. Catasetum gnomus Lind. & Rchb.f. Catasetum gnomus var. phasma (Rchb.f.) Cogn. Catasetum heteranthum Barb.Rodr. Catasetum huebneri sensu Romero & Jenny Catasetum phasma Rchb.f. 37. Catasetum hookeri Lindl. Catasetum hookeri var. labiatum (Barb.Rodr.) Cogn. Catasetum hookeri var. triste (Rchb.f.) Rchb.f. Catasetum imschootianum L.Lind & Cogn.

www.orchidstudium.com

31

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

Catasetum labiatum Barb.Rodr. Catasetum milleri Lodd. ex Lindl. Catasetum triste Rchb.f. 38. Catasetum huebneri Schltr. 39. Catasetum imperiale L.Lind & Cogn. 40. Catasetum juruense Hoehne 41. Catasetum kleberianum Braga 42. Catasetum kraenzlinianum Mansf. Catasetum micranthum Kraenzl. non Barb.Rodr. 43. Catasetum lanceanum Miranda 44. Catasetum lanciferum Lindl. Catasetum appendiculatum Schltr. sensu K.G.Lacerda 45. Catasetum lemosii Rolfe Catasetum roseum Barb.Rodr. non (Lindl.) Rchb.f. 46. Catasetum linguiferum Schltr. 47. Catasetum longifolium Lindl. Monachanthus longifolius (Lindl.) Hook. 48. Catasetum longipes F.E.Miranda & K.G.Lacerda 49. Catasetum luridum (Link) Lindl. Anguloa lurida Link Catachaetum craniomorphum Hoffmgg. Catachaetum lituratum Hoffmgg. Catachaetum purpurascens Hoffmgg. Catachaetum squalidum Hoffmgg. Catachaetum turbinatum Hoffmgg. Catasetum abruptum Hook. Catasetum lituratum Hoffmgg. Catasetum purpurascens Hoffmgg. ex Heynh. Epidendrum ollare Vell. 50. Catasetum macrocarpum Rich. ex Kunth Catasetum claveringii Lindl. Catasetum floribundum Hook. Catasetum grandis Hort ex Planchon Catasetum integerrimum var. flavescens (Cogn.) Mansf. Catasetum macrocarpum var. amplissimum (Planchon) Cogn. Catasetum macrocarpum var. bellum Rchb.f. Catasetum macrocarpum var. brevifolium (Mutel) Cogn. Catasetum macrocarpum var. carnosissimum Cogn. Catasetum macrocarpum var. chrysanthum Lind & Rod Catasetum macrocarpum var. genuinum (Mutel) Cogn. Catasetum macrocarpum var. globoso-connivens (Mutel) Cogn. Catasetum macrocarpum var. lindeni O'Brien Catasetum macrocarpum var. pallidum (Mutel) Cogn. Catasetum macrocarpum var. unidentatum (Mutel) Cogn. Catasetum macrocarpum var. viridi-eburneum (Mutel) Cogn. Catasetum macrocarpum var. viridi-sanguineum (Mutel) Cogn. Catasetum maculatum var. flavescens Cogn. Catasetum menthaeodorum Hort. ex Planchon Catasetum tricolor Hort. ex Planchon Catasetum tridentatum Hook. Catasetum tridentatum var. amplissimum Planchon Catasetum tridentatum var. breviflorum Mutel Catasetum tridentatum var. claveringii Planchon Catasetum tridentatum var. floribundrum (Hook.) Planchon Catasetum tridentatum var. geniunum Mutel Catasetum tridentatum var. globoso-connivens Mutel Catasetum tridentatum var. macrocarpum Planchon Catasetum tridentatum var. maximum Planchon Catasetum tridentatum var. pallidum Mutel Catasetum tridentatum var. unidentatum Mutel Catasetum tridentatum var. viridi-eburnem Mutel Catasetum tridentatum var. viridiflorum Hook. in Curtis Catasetum tridentatum var. viridi-sanguinem Mutel 51. Catasetum maranhense K.G.Lacerda & De Silva 52. Catasetum mattogrossense Bicalho 53. Catasetum mattosianum Bicalho 54. Catasetum meeae Pabst 55. Catasetum micranthum Barb.Rodr. 56. Catasetum mocuranum Schltr. 57. Catasetum mojuense A.T.Oliveira & da Silva 58. Catasetum multifidum Miranda

www.orchidstudium.com

32

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

59. Catasetum ollare L.Linden 60. Catasetum ornithoides Pabst 61. Catasetum osculatum K.G.Lacerda & V.P.Castro 62. Catasetum parguazense G.A.Romero & Carnevali 63. Catasetum pileatum Rchb.f. Catasetum bungerothi N.E.Br. Catasetum bungerothi var. album Linden & Rodigas Catasetum bungerothi var. aurantiacum Cogn. Catasetum bungerothi var. lindeni Cogn. Catasetum bungerothi var. pottsianum Linden & Rodig Catasetum bungerothi var. randi Rodigas Catasetum bungerothi var. regale Cogn. Catasetum bungerothii var. imperiale Cogn. Catasetum pileatum var. album (Linden & Rodigas) Hoehne Catasetum pileatum var. aurantiacum (Cogn.) Hoehne Catasetum pileatum var. imperiale (Linden & Cogn.) Cogn. Catasetum pileatum var. lindeni (Gower) Hoehne Catasetum pileatum var. pottisianum (Linden & Rodigas) Hoehne Catasetum pileatum var. randii (Rodigas) Hoehne Catasetum pileatum var. regale (Gower) Hoehne 64. Catasetum planiceps Lindl. Catachaetum recurvatum (Lindl.) Hoffmans. Catasetum hymenophorum Cogn. Catasetum recurvatum Link, Klotzsch & Otto 65. Catasetum polydactylon Schltr. 66. Catasetum pulchrum N.E.Br. Catasetum cirrhaeoides Hoehne Catasetum cirrhaeoides var. hoehnei Mansf. Catasetum cirrhaeoides var. longicirrhosa Mansf. Catasetum jarae Dodson & D.E.Benn. 67. Catasetum punctatum Rolfe 68. Catasetum purum Nees & Sinning Catachaetum purum (Nees & Sinning) Hoffmanns. Catachaetum semiapertum (Hook.) Hoffmanns. Catasetum immaculatum Hort ex Planchon Catasetum inapertum Steud. Catasetum semiapertum Hook. 69. Catasetum quadridens Rolfe 70. Catasetum randii Rolfe 71. Catasetum regnellii Barb.Rodr. 72. Catasetum reichenbachianum Mansf. 73. Catasetum richteri Bicalho 74. Catasetum rivularium Barb.Rodr. 75. Catasetum rolfeanum Mansf. Catasetum stenochilum Kraenzl. 76. Catasetum rondonense Pabst 77. Catasetum rooseveltianum Hoehne 78. Catasetum saccatum Lindl. Catasetum baraquinianum Lem. Catasetum christyanum Rchb.f. Catasetum christyanum var. chlorops Rchb.f. Catasetum christyanum var. obscurum Rchb.f. Catasetum colossus Schltr. Catasetum cruciatum Schltr. Catasetum histrio Klotzsch ex Rchb.f. Catasetum japurense Mansf. Catasetum saccatum var. album Hort. ex Pabst & Dungs Catasetum saccatum var. chlorops (Rchb.f.) Mansf. Catasetum saccatum var. christyanum (Rchb.f.) Mansf. Catasetum saccatum var. eusaccatum Mansf. Catasetum saccatum var. incurvum (Klotzsch) Mansf. Catasetum saccatum var. pliciferum Rchb.f. Catasetum saccatum var. typum Hoehne Catasetum saccatum var. viride Hoehne 79. Catasetum schmidtianum F.E.L.Miranda & K.G.Lacerda 80. Catasetum semicirculatum Miranda 81. Catasetum spinosum (Hook.) Lindl. Myanthus spinosus Hook. 82. Catasetum spitzii Hoehne Catasetum spitzii var. album L.C.Menezes Catasetum spitzii var. roseum L.C.Menezes Catasetum spitzii var. sanguineum L.C.Menezes

www.orchidstudium.com

33

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

83. Catasetum taguariense L.C.Menezes & G.J.Braem Catasetum taguariense var. album L.C.Menezes 84. Catasetum taquariense Bicalho, Barros & Moutinho 85. Catasetum tenebrosum Kraenzl. Catasetum tenebrosum forma smaragdinum D.E.Benn., Christenson & Collantes 86. Catasetum tigrinum Rchb.f. Catasetum hoehnei Mansf. 87. Catasetum triodon Rchb.f. Catasetum monodon Kraenzl. Catasetum tricolor Rchb.f. (sphalm) Catasetum triodon var. guttulatum Hoehne 88. Catasetum trulla Lindl. Catasetum liechtensteinii Kraenzl. Catasetum socco (Vell.) Hoehne Catasetum trulla var. liechtensteinii Mansf. Catasetum trulla var. maculatissimum Rchb.f. Catasetum trulla var. subimberbe Rchb.f. Catasetum trulla var. trilobatum Schltr. ex Mansf. Catasetum trulla var. trulla Mansf. Catasetum trulla var. typum Hoehne Cypripedium cothurnum Vell. Cypripedium socco Vell. Paphiopedilum cothurnum (Vell.) Pfitzer Paphiopedilum socco (Vell.) Pfitzer 89. Catasetum turbinatum Hoffmgg. ex Heynh. 90. Catasetum tucuruiense A.T.Oliveira & da Silva 91. Catasetum uncatum Rolfe 92. Catasetum vibratile (Bass.) Cpm. 93. Catasetum vinaceum Hoehne Catasetum trulla ssp. vinaceum Hoehne Catasetum vinaceum var. album (L.C.Menezes) L.C.Menezes Catasetum vinaceum var. splendidum L.C.Menezes 94. Catasetum violascens Rchb.f. & Warz.

www.orchidstudium.com

34

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

Tab. 2. Lista dos híbridos naturais e seus sinônimos para o gênero Catasetum L. C. Rich. referidas para o Brasil. Fonte: Royal Botanic Garden – Kew, 2006.

www.orchidstudium.com

35

Orchidstudium – International Journal of Orchid Study 2(1): 23-36, 2007

Tab. 3. Lista das espécies reconhecidas do gênero Catasetum L. C. Rich. para o Estado de Mato Grosso e as fontes de referência.

www.orchidstudium.com

36

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.