O Gospel da Igreja Renascer em Cristo e suas justificativas para a garantia de vitória (2015)

June 1, 2017 | Autor: Thiago Marconato | Categoria: Teologia, Música, Neopentecostalismo, Música Gospel
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[In: Práxis Evangélica, n. 25, 2015, p. 133-146]

O GOSPEL DA IGREJA RENASCER EM CRISTO E SUAS JUSTIFICATIVAS PARA A GARANTIA DE VITÓRIA Thiago Leme Marconato1

RESUMO A música gospel começou a ser difundida no Brasil na década de 1980 pela Igreja Apostólica Renascer em Cristo, através de seu principal grupo musical, o Renascer Praise. As músicas dessa banda trazem em suas letras uma ênfase muito forte na vitória que o crente tem assegurada por Deus em todas as áreas. Dessa forma, o presente artigo aborda as justificativas que são apresentadas para essa certeza de vitória nas músicas do grupo em questão, transcrevendo algumas das letras como exemplos dos pontos levantados.

PALAVRAS-CHAVE Vitória; Música Gospel; Renascer Praise; Neopentecostalismo.

ABSTRACT The gospel music began to be disseminated in Brazil in the 1980s by Renascer em Cristo Apostolic Church, through its main musical group, Renascer Praise. The songs of this band bring in their letters a very strong emphasis on victory the believer has assured by God in all areas. Thus this article discusses the reasons presented to the certainty of victory in the songs of the group in question, transcribing some of the letters as examples of the points raised.

KEYWORDS Victory; Gospel Music; Renascer Praise; Neo-Pentecostalism.

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Graduando em Música pela [email protected]

Universidade

Estadual

de

Londrina

(UEL).

Email:

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Introdução No Brasil, é bastante nítida a presença da música nos cultos e celebrações das comunidades cristãs como um elemento litúrgico intrínseco e indispensável a essas reuniões. Na década de 1980, com a fundação da Igreja Apostólica Renascer em Cristo (IRC) e de sua principal banda, Renascer Praise, uma nova produção musical religiosa começou a ser divulgada no Brasil: a música gospel (Dolghie, 2004, p. 202). Essa nova tendência musical se apresentou inicialmente como uma proposta para as novas formas de culto neopentecostais da IRC e rapidamente se difundiu no mercado musical nacional e entre várias outras denominações. Várias características diferem esse novo estilo musical dos produzidos anteriormente no campo religioso, como a instrumentação e os gêneros musicais explorados. Em relação à questão poética, a música gospel carrega algumas abordagens até então incomuns aos cultos cristãos, como a ênfase em bênçãos imediatas, a propagação da Teologia da Prosperidade e da batalha espiritual contra o diabo e seus representantes terrenos. Com essas influências, as músicas do Renascer Praise trazem em suas letras uma garantia de vitória, da parte de Deus, que o convertido tem em todas as áreas de sua vida. Dolghie (2005, p. 90) observa que esse é o tema central e absoluto das canções da banda, já que a vitória sempre é tida como algo certo. Partindo desse pressuposto, este estudo busca reconhecer as principais justificativas através das quais essa vitória é garantida nas músicas do grupo em questão, apresentando as letras dessas canções transcritas ao longo da discussão. 1. Um breve resgate histórico A hinódia protestante tradicional brasileira sempre se identificou com hinos congregacionais, que em sua maioria eram importados da hinódia folclórica norte-americana, traduzidos da língua inglesa e compilados em hinários. Esses hinos chegavam ao Brasil e logo eram incorporados aos cultos cristãos como elementos genuinamente sagrados (Dolghie, 2004, p. 206). Por causa dessa importação de músicas litúrgicas estrangeiras, que geralmente estavam ligadas à música popular de seus países de origem, os gêneros musicais populares brasileiros sempre ficavam excluídos dos ambientes de culto, já que não eram considerados apropriados para essas reuniões. Em meados da década de 1950, começaram a despontar no Brasil composições musicais independentes, conhecidas como corinhos ou cânticos (Dolghie, 2004, p. 206). Inicialmente essas músicas não foram consideradas litúrgicas, sendo utilizadas apenas em algumas reuniões

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específicas de jovens e por instituições para-eclesiásticas. Mas ao longo dos anos seguintes, esses não hinos foram sendo agregados aos cultos de forma bastante lenta e sutil, sempre com muita resistência. No entanto, toda a marginalização e resistência que essas músicas receberam frente à hinódia tradicional geraram certo descontentamento religioso e insatisfação musical por parte de alguns grupos das comunidades cristãs, como os jovens e os músicos (Dolghie, 2004, p. 206), que consumiam e produziam certas tendências musicais fora dos ambientes da igreja, mas não podiam compartilhá-las no culto. Na década de 1980, Estevam e Sônia Hernandes fundaram a IRC em São Paulo. Sendo uma igreja neopentecostal, a IRC, de acordo com Ricardo Mariano, se caracteriza: “1) pela ênfase na guerra espiritual contra o diabo e seus representantes terrenos; 2) pela difusão da Teologia da Prosperidade; 3) e pelo abandono de grande parte dos tradicionais e estereotipados usos e costumes puritanos de santidade” (Mariano, 2003, p. 21). Dessa forma, os fundadores da IRC, cientes da realidade de descontentamento litúrgico e musical de vários cristãos, começaram a divulgar no Brasil a música gospel, como uma nova proposta musical religiosa (Dolghie, 2004, p. 202). Tratando o gospel como elemento central e oficial em seus cultos e renunciando a antiga hinódia protestante (Dolghie, 2004, p. 209), a IRC conseguiu proporcionar aos jovens a inserção nos cultos dos tipos de música com que estavam habituados fora dos ambientes de igreja. Também gerou mais liberdade artística na atuação dos compositores e instrumentistas, valorizando a qualidade musical dos cultos e a boa condição técnica dos músicos. Por meio dessas inovações estético-musicais e litúrgicas, a IRC obteve sucesso ao convergir a procura religiosa desses grupos insatisfeitos com a música gospel, na qualidade de produto ofertado adequadamente a essa procura (Maduro, Apud. Dolghie, 2005, p. 72). Além de satisfazer o descontentamento litúrgico de muitos cristãos, a IRC também atraiu para seus cultos muitos fiéis que buscavam mudanças. Nesse sentido, Martinoff (2010, p. 72) observa que: a música utilizada no culto atua como elemento de comunhão com o sagrado e também entre os fiéis, e, ao mesmo tempo, serve para estabelecer e conservar a identidade do grupo. Assim, podemos dizer que o tipo de música utilizado e o teor de suas letras não apenas identifica a comunidade religiosa do ponto de vista teológico e doutrinário, mas é também um fator decisivo na definição do estilo de culto adotado.

Assim sendo, o gospel se caracteriza no Brasil por ser uma tendência musical que combina diversos gêneros, antes classificados apenas como seculares (tais como rock, rap, dance music, baladas, samba,

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sertanejo, pagode e axé), com conteúdo religioso cristão (Cunha, Apud. Reck, 2010, p. 12), possibilitando ainda a inserção de ritmos brasileiros no contexto religioso. A grande maioria da produção gospel brasileira é composta por sequências harmônicas simples, melodias claramente definidas e de fácil aprendizado, com letras geralmente relacionadas a sentimentos pessoais e questões sociais, e trechos que se repetem várias vezes (Martinoff, 2010, p. 70). Desse modo, as músicas gospel e as demais músicas populares passam a se diferenciar apenas no que tange ao conteúdo das letras, e não mais acerca do ritmo ou instrumentação (Reck, 2010, p. 11). Apesar de ser algo inicialmente projetado para os cultos neopentecostais, o gospel se difundiu entre igrejas protestantes tradicionais (Dolghie, 2005, p. 71). Também se consolidou rapidamente no cenário musical nacional, o que proporcionou uma concorrência comercial com as demais músicas populares (Dolghie, 2004, p. 202), ao ponto de, atualmente, ambas estarem igualmente ativas e ocupando quase que os mesmos espaços no mercado. 2. O Renascer Praise A IRC foi fundada em meados da década de 1980 em São Paulo, por Estevam e Sônia Hernandes. Em relação a essa igreja, Dolghie (2004, p. 202) observa que: A Renascer é reconhecida pelo estilo novo e despojado de seus pastores e pastoras, pelo culto vibrante e de caráter festivo, pelas programações inovadoras para jovens e, acima de tudo, pela música gospel. A marca gospel, patenteada pela Fundação [Renascer], é um dos maiores atrativos dessa igreja, principalmente para o público jovem.

Dentro da estrutura musical da IRC, se encontra o Renascer Praise, concebido por Sônia Hernandes, bispa e líder nacional da IRC, na mesma época da fundação da igreja. A banda é o principal nome de divulgação das músicas da igreja e sempre foi um dos maiores destaques do cenário gospel nacional. Dominando quase totalmente os meios de divulgação do gospel, o Renascer Praise foi responsável não somente pelo início da divulgação da música gospel no Brasil, mas também pela explosão de novas músicas de louvor que foram propagadas e inseridas em muitas outras comunidades (Dolghie, 2005, p. 88). De acordo com o site oficial da banda: O Renascer [Praise] foi idealizado pela Bispa Sonia, que [...] recebeu um chamado muito especial [...]. O Renascer Praise nasceu de duas vontades que combinaram: a de Deus, em querer abençoar o povo e habitar no meio dele (porque a Bíblia diz que Deus habita no meio dos louvores)

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e a vontade da Igreja Renascer e da Bispa Sonia em adorar ao Senhor de todas as formas, com todos os instrumentos e ritmos. A primeira formação do Renascer Praise é de 1984, com uma grande expectativa diante de uma responsabilidade, afinal, era o primeiro trabalho que seria distribuído ao povo de Deus e que sairia das paredes da igreja. [...] De lá para cá, anos se passaram e o Renascer Praise passou por diversos palcos, com apresentações em casas como Credicard Hall, Olympia, Teatro Elis Regina, Ginásio Ibirapuera, Estádio do Pacaembu, Museu do Ipiranga e a Igreja Renascer em Cristo Sede. [...] O Renascer Praise influenciou a música evangélica tradicional brasileira ao adicionar instrumentos, utilizar ritmos e introduzir a ministração em cada música. Suas canções são ministradas em todas as denominações, derrubando preconceitos e unindo o desejo que os cristãos têm em comum: o de louvar a Deus. O Renascer Praise é reconhecido no mercado gospel como um dos maiores grupos de louvor da América Latina. Como reconhecimento pelo trabalho, o Renascer Praise já recebeu seis discos de Ouro (RENASCER PRAISE, 2014).

O Renascer Praise não é um grupo com integrantes definidos, já que todos os músicos da IRC podem fazer parte (Dolghie, 2005, p. 89), embora a grande maioria dos músicos seja conhecida no meio gospel. Além da realização de shows, a banda já realizou gravações de dezoito álbuns, entre CDs e DVDs, que quase sempre são grandes espetáculos, com orquestras e coros com vários integrantes e danças coreográficas. Em sua grande maioria, as letras das músicas do Renascer Praise são compostas por Sônia Hernandes. As canções são direcionadas para o momento de louvor nos cultos, sendo então músicas congregacionais (Dolghie, 2005, p. 89). 3. A questão teórica A produção musical do Renascer Praise pode ser considerada como um recorte de grande importância dentro do gospel nacional. Por ser o grupo responsável pelo início da divulgação desse estilo no Brasil e por estar atuante desde esse período, sempre com destaque no cenário nacional, o Renascer Praise se mostra como uma banda de bastante influência para a produção gospel atual. Campos (Apud. Dolghie, 2004, p. 204) comenta que, com o neopentecostalismo, houve uma submissão da religião aos interesses dos fiéis, trazendo “discussões sobre a interioridade das pessoas, suas fantasias, desejos e sonhos, matéria-prima que sempre ligou magia e religiosidade popular”. Dolghie (2004, p. 204) também ressalta que: Junto com a crise da religião tradicional, portadora de um sentido único e universalizante, surgem religiões dispostas a darem um sentido não universal, mas subjetivo e individual, aos problemas materiais da existência humana. Podemos dizer que tais igrejas se enquadram dentro do quadro de relatividade e atomização da pós-modernidade. Nesse sentido, essas “novas religiões” caminham na lógica do mercado,

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segundo a qual os consumidores têm que ser atendidos na realização de seus desejos e necessidades pessoais.

Mariano (2003, p. 22) ainda observa que, dentro dessa “acirrada competição entre as empresas religiosas”, as antigas ênfases na espera pelo Messias, na redenção paradisíaca e na vida eterna são trocadas pelas promessas de recompensas e bênçãos concretas no presente. Exemplificando essas mudanças, Dolghie (2005, p. 91) compara as letras do hinário Salmos e Hinos2, que geralmente abordavam a abnegação pessoal e a renúncia de posses terrenas e apontavam para a resiliência (suportar tudo, até mesmo o sofrimento e a vergonha) com o objetivo de seguir a Jesus; e as canções do Renascer Praise, que enfatizam a ideia de que estar com Jesus corresponde a uma vida vitoriosa, próspera e honrada diante de todos. Com a música A minha vida é um milagre, por exemplo, o crente na IRC canta: “Eu sou aquele/ Pra quem as portas se abrem/ Jesus é a minha verdade/ E a minha vida é um milagre/ Eu sou aquele/ Que não conhece o difícil/ Meu Deus é o Deus do impossível”. Assim, percebe-se que a produção musical do Renascer Praise, assim como a do gospel em geral, traz consigo esses fenômenos de maneira bastante evidente, já que é um produto musical adaptado para os novos moldes dos cultos neopentecostais. O gospel não trata Jesus exclusivamente como Senhor, mas também o apresenta como algo que é meu e que sempre está à minha disposição tendo algo para me dar. Nas canções do Renascer Praise, a maior dádiva que Jesus concede aos seus, é a vitória em todas as áreas da vida, o que é plenamente garantido na grande maioria das músicas. Apesar de não ser o tema principal de todas as canções, não se percebe em nenhuma delas indício algum de que essa vitória possa não acontecer. Até mesmo com a presença de guerras, batalhas, problemas sociais e outras condições adversas, a vitória é plenamente assegurada de várias formas. Fatareli (2008, p. 136-137) comenta que os conteúdos das músicas religiosas contemporâneas “têm sido, na maior parte das vezes, semelhantes uns aos outros, tanto no que se refere à sua temática como no que tange à sua qualidade poética e textual”. Dolghie (2005, p. 30) ainda observa que quase todas as letras das músicas mesclam mais de um tema, o que dificulta uma classificação. Especialmente na produção musical do Renascer Praise, embora a grande maioria das canções aborde mais de um tema, há forte tendência em apresentar uma garantia de vitória em diversos aspectos da vida:

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Primeiro hinário protestante brasileiro, organizado por Sarah Poulton Kalley em 1861.

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As teologias da prosperidade e da batalha espiritual presentes na Renascer dão o enfoque para o chamado a uma vida de vitória. A maioria das letras está voltada para esse aspecto. O convertido da Renascer tem, da parte de Deus, a garantia de uma vida próspera e vitoriosa em todas as áreas. Esse é o tema central e, por que não dizer, o tema absoluto das canções (Dolghie, 2005, p. 90).

Uma das justificativas para essa certeza ser tão forte, é que a vitória é algo inato ao que crê. Dessa forma, o crente pode passar por qualquer dificuldade, já que sabe que graças a Jesus ele sempre vencerá. Na canção Nasci pra vencer, o cristão nasceu para viver o chamado de Deus de um destino de vitórias, conquistas, triunfos e prosperidade: Esquecendo-me o que passou/ Teu chamado vou viver/ Tempo de deserto acabou/ Em teu nome vou conquistar/ Os teus dias serão os meus dias/ Meu futuro de vitórias/ Por mais impossível que seja/ Bem maior é o que habita em mim/ Nasci pra vencer, conquistar/ Este é o meu destino, meu lugar/ Vou vencer, triunfar/ Este é meu chamado, meu lugar/ Vou vencer, conquistar/ Sou a terra que a tua palavra faz prosperar/ Nasci pra vencer, nasci pra vencer/ Nasci pra vencer em Jesus.

A garantia de vitória do crente se fundamenta principalmente na vitória de Jesus sobre a morte, sendo que a ênfase de muitas músicas recai sobre o Cristo vitorioso e a ressurreição que o fez vencedor (Dolghie, 2005, p. 91-92). A ressurreição de Jesus é tratada como uma fundamentação teológica para as vitórias presentes, pois a vitória de Cristo sobre a morte não se deu de forma isolada, mas com a de todos os seus seguidores (Dolghie, 2005, p. 92), já que ao ressuscitar Cristo também conquistou e concedeu a ressurreição para os seus fiéis. A música Cristo vencedor, por exemplo, relata que “Todo preço já foi pago, Cristo já nos libertou/ E como herança a vitória nos deixou”. É através da ressurreição que Jesus concede a vitória ao crente, como representado em Ressurreição: Essa vida que eu vivo hoje/ É a vida que eu sempre quis viver/ Parecia estar muito longe/ Me faltava muitas vezes até forças pra viver/ Mas o bem venceu o mal e me deu luz eterna/ Nunca mais na minha vida vai ter trevas/ Nunca mais eu vou ter medo de encarar a guerra/ Porque hoje Deus me deu ressurreição eterna/ Esse é o poder da ressurreição/ Que Ele conquistou pra mim/ Com sua vida e o seu perdão/ A sua cruz me dá ressurreição/ Com seu sangue me marcou/ Sangue vivo de paixão.

Dessa forma, há uma inserção do crente na vitória de Cristo, chegando ao ponto de se confundir Jesus e seu povo como o sujeito que ressuscitou. Em Somos teu povo, por exemplo, o povo é descrito como quem venceu a morte: “Somos um povo que venceu a morte/ Rompendo o jugo de toda escravidão”. Apesar de não ficar explícita em muitas músicas, essa relação

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entre a vitória de Cristo e a do crente ainda se dá de maneira inversa, já que a vitória do crente também é apresentada como uma grande evidência da vitória de Cristo sobre a morte. A canção Eu sei que estás comigo, por exemplo, ilustra essa relação declarando: “Agora eu abro a minha boca e tenho um canto/ Ao Cordeiro do Deus santo que venceu/ E que hoje vence através de mim”. Dessa forma, a derrota para o crente é algo inconcebível, pois significaria que a ressurreição de Cristo não o fez vencedor sobre a morte. Apropriando-se dos versículos iniciais do capítulo 53 de Isaías, o sofrimento pelo qual Jesus passou antes de sua morte, apesar de não ser tão valorizado, também é apresentado dando a certeza de vitória, paz, curas e libertações ao crente. Se a vitória de Jesus é compartilhada com seu povo, o sofrimento que precedeu sua vitória também é. Essa relação é estabelecida em canções como Sou livre: “Tuas marcas eu trago em meu corpo/ Alto preço pagou por mim/ Tuas chagas trouxeram-me cura/ Eu tudo posso em ti/ O teu sangue anulou a sentença”. A música Bendito ainda relata: “Bendito é aquele que se humilhou/ Morrendo na cruz, maldição se fez/ De sua glória se esvaziou só por amor a mim/ De escravo em rei me transformou/ Pra que hoje com ele eu possa reinar”. Outra temática bastante presente nas músicas do Renascer Praise é a batalha espiritual, que na grande maioria das vezes busca inspirações nas guerras descritas no Antigo Testamento entre o povo de Israel e nações inimigas. No neopentecostalismo, assim como na música gospel, essas batalhas são utilizadas na perspectiva da teologia da batalha ou guerra espiritual e contextualizadas em uma nova realidade de condições pessoais e sociais adversas, como fome, desemprego, pobreza, doenças, brigas, depressão e vícios (Dolghie, 2005, p. 92-93). Devido à ênfase do gospel na subjetividade pessoal e na experiência pessoal com Cristo (Dolghie, 2005, p. 82), cada crente na IRC pode interpretar o inimigo descrito nas canções de uma forma diferente, de acordo com a realidade pessoal e social na qual está inserido. Contudo, independente da interpretação que houver, assim como Deus concedeu vários livramentos e vitórias para o seu povo, também concede vitórias para os crentes hoje. Dolghie (2005, p. 92) ainda observa que essa abordagem se relaciona muito bem com o tipo de Jesus monarca celestial e vencedor que é apresentado nas músicas. Essa abordagem aparece em diversas canções, como em Poderoso nas batalhas: Poderoso nas batalhas, outro igual não há/ Dá vitórias ao seu povo, ô aleluia!/ Faz do fraco forte em guerra, poder pra guerrear/ Poderoso nas batalhas, outro igual não há/ Ele fere o inimigo pra nos fazer reinar/ Quebra o arco, corta a lança, ô aleluia!/ Queima carros, cavaleiros; homem

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de guerra é Jeová/ Poderoso nas batalhas, outro igual não há/ Então se ouvirá o povo todo cantar: ô aleluia! ô aleluia!/ Então se verá o povo todo dançar: ô aleluia! ô aleluia!/ Então se ouvirá o povo todo gritar: ô aleluia! ô aleluia!/ Então se verá o povo todo pular: ô aleluia! ô aleluia! [...].

Lima (2012, p. 6) comenta que “no imaginário evangélico sobre o mal é importante notar que o mundo se divide em apenas duas partes, os cristãos e os outros”. O autor ainda observa que o mal sofrido por um grupo religioso é facilmente atribuído aos seus inimigos, sendo eles físicos ou não, e dessa forma homens e demônios podem se misturar nesse discurso, já que o inimigo é algo subjetivo (Lima, 2012, p. 5-6). Dessa forma, combater e resistir a Satanás e seus demônios é o mesmo que combater e resistir a esses outros homens. Dessa forma, assim como a Bíblia apresenta o diabo sendo derrotado (Ap. 20.10), também no plano terreno tudo que se apresenta se opondo aos crentes também não prevalece. Isso aparece explicitamente em várias canções, como em Se não fora o Senhor: Se não fora o Senhor/ Se não fora o Senhor/ Se não fora o Senhor dos exércitos/ Se não fora o Senhor que esteve ao nosso lado/ Quando os homens contra nós se levantaram/ O inimigo em sua ira nos teria consumido/ Nossa alma, por completo destruído/ Mas Deus nos livrou, libertou como pássaro/ Que escapa das garras de um caçador/ Todo laço foi quebrado, nossa alma voa livre/ O Senhor é nosso auxílio.

Com essa abordagem de guerra o poder, a força e a grandiosidade de Deus são elementos muito citados nas músicas, pois através desses atributos Deus vence o poder do mal e garante a vitória aos crentes. Em Poderoso, por exemplo, está descrito: “Poderoso, grandioso/ É quem garante a vitória nos dar/ Poderoso, Deus tremendo/ Em tua força ninguém nos resistirá”. Contudo nem sempre a vitória é alcançada exclusivamente por Deus, pois o ser humano também participa ativamente da batalha. É um dever do cristão aderir ao combate contra as forças das trevas no campo terreno e espiritual para concretizar a obra de Deus e reverter as obras do mal (Mariano, 2003, p. 25). Em contrapartida, Deus concede a unção de conquista e vitória sobre o seu povo, capacitando-o para vencer as batalhas. A música Deus é por nós, por exemplo, exemplifica essas ações conjuntas: Persegui meus inimigos e os alcancei/ Só voltei depois de os destruir/ De força pro combate me cobriu o Senhor/ Fez fugir os que me odiavam/ Ele do seu templo ouviu minha voz/ E com fogo atendeu meu clamor/ Não por força nem mesmo poder/ Pelo Espírito, diz o Senhor/ Deus é por nós, Deus é por nós/ Não há perigo ou espada/ Que possa contra o servo de Deus/ Deus é por nós, Deus é por nós/ E quando age Deus, o meu Senhor/ Não há quem o possa vencer/ Toda vez que me pergunta-

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ram:/ Onde está a tua vitória, teu Deus?/ Com palavras vieram pra me humilhar/ Eu voltei meu olhar pra Jesus/ Com o escudo da fé não deixei me abalar/ Pois eu sei em quem tenho crido/ E jamais confundido em guerra serei/ Poderoso e tremendo é o Senhor.

Essa correlação também está presente em várias outras músicas, mas em algumas delas tem-se uma contradição: a participação do crente no processo de vitória ainda é necessária mesmo com a vitória já conquistada. A canção Avanço exemplifica essa relação: “Com Ele [Jesus] nosso inimigo está vencido, mas a gente vai ter que lutar/ Com Ele nosso bom lugar tá garantido, só depende da gente conquistar”. Devido à teologia da batalha espiritual, essa ênfase na necessidade constante de guerra é muito forte, como ocorre ainda em As nossas armas: As armas da nossa milícia são poderosas em guerra/ A unção de conquista está sobre nós/ Quem poderá nos vencer?/ O Senhor dos exércitos é o nosso general/ Quebremos o vaso, levantemos a tocha/ Toquemos bem alto as nossas trombetas/ Tragada foi a morte pela vida/ Vencido o inimigo pelo sangue do Cordeiro/ Maior é o que está em nós/ Do que aquele que no mundo está/ Nas nossas mãos o Senhor entregou/ O inimigo e suas hostes/ Hoje é dia de vitória/ Conquistemos a terra em nome do Senhor

Apesar de toda a responsabilidade que o povo tem de guerrear, as canções esclarecem que a vitória depende de Deus. Por isso o louvor também é um elemento que está entranhado em todo o processo de vitória e até mesmo depois do seu alcance, como um elemento de reconhecimento e gratidão a Deus. Entretanto Dolghie (2005, p. 81) observa que na música gospel há uma dificuldade em se definir o que é o louvor quando se atenta na parte poética das canções. Em Na força do louvor, por exemplo, o louvor é abordado com uma força através da qual o crente pode avançar rumo à vitória: Já posso ouvir trombetas e trovões/ É a voz de Deus quebrando o jugo/ Nos dando vestes de louvor/ Já posso ouvir os ossos que se juntam/ Se levantam como um povo/ É o exército de Deus/ Já posso ver diante do seu trono/ Sete tochas de fogo ardente/ Sete espíritos de Deus/ Estão aqui para revestir a cada um de nós/ Com vestes de louvor/ Na força do louvor eu vou conquistar/ Na força do louvor eu vou avançar/ Na força do louvor eu vou edificar a ti, Senhor/ Pra ti agora nos erguemos/ Na força deste louvor/ E que as vitórias/ Sejam marcas da tua presença em nós/ Aleluia, aleluia, aleluia ao rei/ Deus poderoso, Deus tremendo/ Maravilhoso rei.

A crente, já que vê a de Deus

felicidade também é tida como uma evidência da vitória do que “A alegria terrena é certa. Como ser um povo de Deus, sua glória e não gozar de felicidade? A característica de povo está sempre aliada com uma felicidade plena” (Dolghie, 2005,

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p. 94). A música Pacto de amor, por exemplo, traz a felicidade como algo que supera dor, angústia, fome e perseguição, e vem através de Jesus, já que ele é o único caminho para a felicidade: Olhar nos teus olhos e ter forças pra seguir/ Lembrar de tuas palavras e não me impressionar/ Com a dor ou angústia, fome ou perseguição/ Pois nada pode me impedir de viver, cantar e de sorrir/ Conheço o caminho que me faz feliz/ Pois nada pode me impedir de viver, cantar e de sorrir/ Jesus é o caminho que me faz feliz/ Hoje eu tenho aliança, eu fiz pacto de amor/ Com aquele que é mais que vencedor/ Só preciso me lembrar que a verdade é o que Ele diz/ Que a cada dia com Jesus serei mais feliz/ Viver teu amor, esperar o que farás/ Na luz de tuas palavras eu posso brilhar/ Espírito Santo, vem me ajudar/ Eu não abro mão, não vou desistir/ De a cada dia com Jesus ser mais feliz.

A felicidade do crente está relacionada ainda com a alegria de Deus, que também dá a certeza de vitória ao crente, pois o fortalece para guerrear (Ne. 8.10). Se Deus está alegre, o crente deve estar, pois terá forças para a batalha e, consequentemente, será vitorioso. Essa relação se dá, por exemplo, na canção A alegria do Senhor: A alegria do Senhor a nossa força é/ A alegria do Senhor ninguém pode tirar/ Ninguém pode roubar, ninguém pode tirar/ As águas vivas inundam a alma/ Como o mar a invadir a praia/ Fonte de vida que nutre e sustenta/ E faz transbordar nossos corações/ Durante as horas escuras da noite/ Não deixará abater seu povo/ Fortalecidos no Espírito Santo/ Quem tem alegria não pode parar/ Um, dois, três, preste atenção/ Cante comigo nesta canção e venha/ Venha, não há problema, não tema/ A alegria do Senhor sempre foi nosso lema/ A tempestade vem, uma hora tem um fim/ Não há problema que seja tão ruim/ Tão certo como o sol brilha ao amanhecer/ Eu não vou me abater, eu sei que vou vencer/ Meu Deus está comigo sei pra onde ir/ Não há motivo pra desistir/ Quanto maior a luta, maior a vitória/ Com meu Jesus eu vou de glória em glória/ Chega mais, eu tô na paz, é assim que se faz/ Se Deus está feliz, pra mim está tudo bem/ Pois o Senhor é minha força também.

A presença de Deus no meio do seu povo também é outro fundamento para a certeza de vitória. Nas músicas há a indicação que Jesus está sempre à disposição da comunidade, de modo que ela possa o encontrar onde e quando quiser. Na força do louvor declara: “E que as vitórias/ Sejam marcas da tua presença em nós”. A canção Isaías 41 ainda exemplifica: “Os que pelejam contra ti/ Você vai procurar, mas não vai encontrar/ Porque Eu estou contigo/ Meu nome é grande e todo poderoso/ Eu sou o Senhor”. Todas essas justificativas são motivadas pela fidelidade de Deus. Como descreve Dolghie (2005, p. 94), “Deus é fiel às promessas de bênção, de prosperidade e de cura e, portanto, a fidelidade de Deus me torna mais que vencedor”. Isso fica claro em Deus é fiel:

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[In: Práxis Evangélica, n. 25, 2015, p. 133-146]

Deus é fiel/ Não vou me preocupar/ Não vou me apavorar/ Com as lutas desta vida/ Com Cristo eu sei que sou/ Eu sei que sempre sou/ Mais que vencedor/ Mesmo que for difícil/ Parecer impossível/ Eu vou continuar/ Não existe doença, miséria, angústia, vício/ Ou droga ou feitiçaria que possa me parar/ Deus nunca me abandonou/ Não é homem que minta/ Nem filho do homem pra que se arrependa/ Deus lá do céu me amou, nem se filho poupou/ Pra que eu viva na terra uma vida de rei/ Com Cristo eu venço um exército/ Ando em vitória, sou mais que vencedor.

Diante disso, crer nas promessas de vitória de Deus ainda é mais uma responsabilidade que o crente possui no processo de vitória. O Renascer Praise não estrutura as músicas apenas em forma de confissão de fé; indo mais além, a própria fé é tratada como elemento que leva à vitória do crente, como revela Oração de Neemias: “Profetizo e tomo posse que o Senhor/ Está me livrando dos inimigos que se levantam/ Contra a minha constituição, contra a minha casa/ Contra a minha família”. Mariano (2003, p. 22) analisa que nesse contexto “a fé em Deus assume, sem subterfúgios, um caráter predominantemente instrumental e utilitário: constitui meio ou recurso para o fiel se dar bem no mundo”. O autor ainda comenta que o crente é incentivado a usar de sua fé para requerer recompensas materiais (Mariano, 2003, p. 23). Isso pode ser exemplificado com a canção Fé: Fé é a certeza do que não pode se ver/ Esperança que do céu vem para acender/ Chama viva em nós que move o coração de Deus/ E traz a existência até o impossível/ Fé que muda a história de quem crê/ E o tempo faz até retroceder/ Pela fé tenho forças para tocar em Deus/ Pela fé eu posso ver o impossível/ Já me enxergo no milagre/ Que eu sei que vou viver/ É a fé que me protege do inimigo/ Pela fé eu vou lutar/ Pela fé eu vou vencer/ Pela fé em ti, Jesus, vou viver.

Por ser uma igreja apostólica3, a IRC também coloca essa característica denominacional nas músicas do Renascer Praise como fundamento para a vitória. Quando uma letra trata do aspecto apostólico, a vitória pode ser abordada tanto em caráter coletivo quanto pessoal, mas sempre se limita à comunidade da IRC. Assim a vitória sempre incide sobre essa comunidade, como se subentende em Povo apostólico: Somos um povo apostólico/ Nada nos deterá/ Marchamos abrindo caminhos/ Representamos o rei/ Em nós habita a palavra/ Que traz poder, restauração/ Sinais e prodígios são as marcas/ Da unção de Deus sobre nós/ Vinde, reunidos edifiquemos/ A mão de Deus nos ajudará/ Nem coisa grande ou pequena/ Nada nos faltará/ Tudo será restaurado/ É o fim de toda assolação/ Não haverá mais miséria e opróbrio/ O tempo da honra chegou/ Das cinzas renascemos/ Povo apostólico que 3

A IRC se define como uma igreja apostólica por considerar o dom espiritual de apóstolo apresentado no Novo Testamente (1 Co. 12.28; Ef. 4.11) como disponível na atualidade. Além de fundador e líder da igreja, Estevam Hernandes também é considerado apóstolo.

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anda em poder/ Ao inimigo que nos afrontava/ Seu braço forte Deus já mostrou/ A obra está acabada

Nesse sentido, a canção Pés apostólicos traz: “Eu tenho o envio do meu Deus/ Pés apostólicos me deu/ Pra essa terra conquistar/ Todo lugar que eu pisar/ O Deus forte me dará/ Ninguém poderá me resistir”, indicando o objetivo de expansão e vitória da IRC, inclusive sobre outras comunidades religiosas. Essa ênfase na questão apostólica é sempre enfatizada nas músicas de maneira entusiasta. Na abertura do álbum Apostólico, na canção Na força do louvor, Sônia Hernandes convida o público a entoar o som do povo apostólico, seu grito de guerra. Ela se refere a um motivo melódico4, que também está presente nas músicas Sou apostólico e Povo apostólico. Esse motivo melódico é sempre repetido várias vezes pelos vocalistas como um brado de vitória, reforçando a ideia de que o povo apostólico – especialmente o da IRC – sempre é vitorioso. Considerações finais Como se pode perceber, a música gospel surge no cenário musical religioso como um novo produto da vertente neopentecostal. Trazido ao Brasil pela Igreja Apostólica Renascer em Cristo e divulgado pelo seu principal grupo musical, o Renascer Praise, o gospel rapidamente se difundiu para outras denominações e pelos meios de comunicação, ao ponto de concorrer no mercado de igual modo às demais músicas comerciais. A produção musical gospel do Renascer Praise possui uma forte ênfase em garantir uma vida vitoriosa aos seus convertidos. Além do crente já nascer destinado a vencer, essa certeza é apresentada nas letras com algumas justificativas, sendo a principal delas a vitória de Jesus sobre a morte. Isso não se deu exclusivamente com Jesus, mas ao ressuscitar sua vitória foi compartilhada com seus fiéis. A garantia de vitória também é apresentada mesmo com guerras e batalhas, que assumem um caráter muito pessoal, de acordo com a realidade de cada crente. Portanto, assim como Deus concedeu vitórias ao povo israelita no Antigo Testamento, seu povo também é vitorioso contra inimigos no contexto em que está inserido atualmente. Por Deus ser fiel, suas promessas de vitória não serão frustradas, e assim o crente pode guerrear tranquilamente, já que sabe que a fidelidade de Deus conduzirá à vitória. Outros

pontos

também

são

apresentados

nas

músicas

como

4

Esse motivo melódico é composto por quatro notas, na sequência 1-5-2-1 da tonalidade em que estão inseridas.

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premissas para a vitória, como a presença de Deus, a felicidade do fiel em Jesus, o louvor, a fé em Deus e até mesmo a característica da IRC ser uma igreja apostólica. Contudo fica bastante claro que, embora o crente tenha certa responsabilidade no processo de vitória, seu alcance é totalmente dependente de Deus.

Referências bibliográficas DOLGHIE, Jacqueline Ziroldo. A Igreja Renascer em Cristo e a consolidação do mercado de música gospel no Brasil: Uma análise das estratégias de Marketing. In: Ciencias Sociales y Religión/Ciências Sociais e Religião, Porto Alegre, v. 6, n. 6, p. 201-220, 2004. ______. O gospel da Renascer em Cristo e suas relações com o campo protestante brasileiro. In: Ciências da Religião, São Paulo, n. 3, p. 67-101, 2005. FATARELI, Uéslei. A influência da Teologia da Libertação em composições musicais protestantes brasileiras. In: Cadernos CERU, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 129-156, 2008. LIMA, Anderson de Oliveira. A recepção do mal personificado nas igrejas evangélicas brasileiras. In: Âncora – Revista Digital de Estudos em Religião, v. 7, p. 1-16, 2012. Disponível em: . Acesso em 04 de Mar. de 2015. MARIANO, Ricardo. Guerra espiritual: o protagonismo do diabo nos cultos neopentecostais. In: Debates do NER, Porto Alegre, v. 4, n. 4, p. 21-34, 2003. MARTINOFF, Eliane Hilario da Silva. A música evangélica na atualidade: algumas reflexões sobre a relação entre religião, mídia e sociedade. In: Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 23, p. 67-74, 2010. RECK, André Müller. Educação musical e identidades religiosas: reflexões sobre o ensino de música nas escolas públicas e a música evangélica. In: ANPED SUL, 2010, Londrina. Formação, Ética e Políticas: Qual pesquisa? Qual Educação?, Londrina, 2010, p. 1-15. RENASCER Praise. Renascer Praise: Biografia. 2014. Disponível em: . Acesso em: 04 de Mar. de 2015.

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