O GOVERNO COMO PROMOTOR DA CULTURA DE INOVAÇÃO EDUCACIONAL
Patrick Vieira Ferreira Faculdade de Humanidades e Direito Programa de Pós-Graduação em Educação Universidade Metodista de São Paulo
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Poderíamos definir inovação como a introdução bem sucedida de uma ideia, método ou objeto em uma determinada situação que são novos para essa circunstância. Isto significa saber o que funciona e o porquê, o que é essencial e o que não é, como aprender com o fracasso, e como fechar as lacunas encontradas frequentemente entre conhecimento e ação. A maneira como a educação acontece no sistema de educação de níveis infantil, fundamental e ensino médio reflete as necessidades e aspirações educacionais de um país. É essencial que essas modalidades de ensino tenham incentivos tanto para encontrar o que funciona melhor quanto para compartilhar isto. Enquanto somos parte de uma comunidade global, não deveríamos ser dependentes de ideias e práticas que acontecem no exterior para orientar o avanço do nosso sistema da educação. Deveríamos antes valorizar e reconhecer a inovação educacional como ocorre em ambientes ou situações localizadas em todo o país. Processos conflitantes de fundos governamentais limitados destacam a importância de buscar continuamente maneiras de aumentar o valor obtido a partir do investimento público. Em todas as áreas de investimentos e não apenas referente a educação, devem ser feitos esforços para alcançar mais para cada real gasto. A inovação é fundamental para a melhoria contínua da qualidade e excelência na educação. Promover a inovação desenvolve um pensamento de nível superior, incentiva as pessoas a enxergar novas possibilidades, e provoca uma cultura de melhoria contínua. Inovação acontece quando as pessoas (por exemplo: pais, professores, gestores, etc) sentem que a sua experiência e conhecimentos são valorizados, e seu compromisso de alcançar a qualidade e a excelência é reconhecida.
Muitos tipos de inovação poderiam apoiar a melhoria contínua dos serviços de educação já existentes, incluindo a sua concepção, implementação e gestão. Igualmente importante, dada a falta de acesso à educação de qualidade, a inovação pode levar ao desenvolvimento de novos serviços para aqueles que atualmente enfrentam dificuldades em se adaptar aos serviços adequados. Os primeiros anos da infância e adolescência são cruciais para a aprendizagem e o desenvolvimento do ser humano. Pesquisas internacionais mostram que a educação na primeira infância pode ser de valor significativo nos anos posteriores. Embora haja muito para ser admirado na política de educação vigente e as práticas no Brasil, é também oportuno para avaliar o que pode ser melhorado. Um ambiente de apoio, tanto para o sucesso da inovação e a sua posterior divulgação, é essencial para uma educação de qualidade. Isso pode acontecer se alguns princípio fossem seguidos, tais como: promover a inovação em todo o setor educacional; promover o crescimento qualitativo; assegurar o uso eficiente de recursos, geralmente públicos; incentivar a diversidade cultural; permitir o acesso de todos; e incentivar a avaliação qualitativa da instituição. Indivíduos, comunidades e governos, todos têm papéis na promoção da inovação. Mas vamos nos concentrar sobre o que o governo e o sistema de educação pode fazer. O governo tem o potencial para ser um facilitador da inovação educacional. Ele deve torna-la mais fácil, e mostrar que vale a pena empreender nessa área. Pode ajudar a remover barreiras à inovação; e fornecer suporte para a realização de compartilhamento de inovações bem sucedidas. Além de incentivar a inovação, ele precisa, entretanto, para garantir a segurança das crianças, exigir o cumprimento de normas adequadas; garantir a eficácia do investimento através de uma política baseada em evidências; e avaliar as inovações através mecanismos metodologicamente rigorosos e monitoramento contínuo. O papel fundamental do sistema educacional é aproveitar o entusiasmo, criatividade e inovação que existe em diversos serviços por todo o país, e garantir que a melhoria contínua seja uma parte essencial da prestação de contas da educação. Isto pode desencadear uma mudança de cultura necessária em todo o setor; fazer da inovação uma atividade reconhecida, valorizada e legitimada.
A inovação é tipicamente conduzida por líderes de mudança no nível local. As políticas educacionais devem permitir que as comunidades se apropriem do processo de inovação, e incentivem e apoiem líderes de mudança. Os líderes de transformação devem estar bem informados e capazes de definir claramente os problemas; revelar evidências adequadas; manter a objetividade; e, acima de tudo, ser comprometidos com a melhoria da qualidade da educação. O governo pode ajudar na mudança de liderança, oferecendo outros tipos de apoio. Por exemplo, através da oferta de um desenvolvimento mais profissional focado na inovação, e apoiar a gestão educacional enquanto a inovação está em andamento. As ações de indivíduos e organizações descentralizadas pode não ser suficientes para invocar e difundir inovações de forma eficaz. Isso pode não ser necessariamente relacionado com as características da inovação em particular, é mais provável que esteja relacionado a fatores dentro da organização inovadora, e na comunidade onde a organização está localizada. O governo pode desempenhar um papel na disponibilização dos canais de comunicação de todo o setor. Esses insights podem ser aplicados a educação. Eles sugerem que precisamos de políticas que aumentam os incentivos para reduzir as barreiras. As inovações educacionais são estruturas históricas que produzem a esperança de que é possível estabelecer cursos mais adequados para a educação. E isso pode amenizar as dificuldades em encontrar respostas para a escolarização, porque fornecem possibilidades de construção de práticas executadas por indivíduos e não responsabilizam apenas o Governo e suas políticas.
