O inabarcável da rua em movimento – uma apresentação

June 13, 2017 | Autor: Ana Godoy | Categoria: Political Science, Anarquismo, Filosofia
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O inabarcável da rua em movimento – uma apresentação

Essa história começa ao rés do chão, com passos. Michel de Certeau

Faz algum tempo Roberto da Matta disse que se não se quer perder de vista as relações sociais e seus paradoxos não se “pode construir casamatas, mas apenas cabanas, barracos e choças. Moradas feitas de espaços abertos”1, destinadas ao encontro naquelas “conversações onde se ama o que se fala”. A lembrança deste pequeno trecho tem muito a ver com o modo pelo qual este número foi organizado, com aqueles que dele participam e como o fazem e com o que, ao final, é oferecido ao leitor da Revista Alegrar. Pois bem, em julho de 2013, recebi o generoso convite para organizar este número da revista tendo como eixo o movimento que tomou as ruas no mundo e mais especialmente no Brasil, desde junho. Movida pela euforia, e também por certa fúria, ambas decorrentes das então recentes experiências paulistanas na rua, aceitei sem nem pestanejar. Mas à medida que os dias passavam e que tanto as ruas quanto a rede experimentavam embates, flutuações, redirecionamentos, me ocorreu toda sorte de pensamento: que o mundo era muito grande... que o Brasil era uma enormidade... que o movimento tinha uma amplitude difícil de abarcar.... que não faltariam livros, revistas e especialistas debruçando-se sobre ele, coisa que sem dúvida fariam muito melhor do que eu... Ocorreu-me ainda que, entre julho e dezembro, mês em que este número seria publicado, muita coisa aconteceria, e o número em questão poderia facilmente ser derrotado por aquilo que pretendia abordar: o movimento. Pensei então que talvez pudesse fazer “muito pior”, ao estilo de Da Matta, e apresentar também eu uma construção inacabada, uma espécie de ocupação, de abrigo para as tantas experiências, tentativas, aproximações, incisivas e apaixonadas afirmações que, ao longo 1

Da Matta, R., 1997, p. 12.

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desses meses, se espalharam pelas ruas e pela rede. E se podemos nos arriscar a dizer que este, afinal, é o caráter da rua quando suspensas as datas que autorizam a ocupá-la e os padrões que estabelecem como se deve fazê-lo, por outro lado, a própria novidade da experiência ‘rueira’ não é separável de um certo uso da rede, num jogo móvel de confluências, alternâncias, sobreposições, alavancamentos e interrupções, em que hashtags e práticas de jamming não são de modo algum indiferentes ao encontro de corpos na rua. Enquanto pensava no rumo que daria à organização deste número, lembrei-me de uma mensagem recebida via e-mail de um dos grupos do quais participo. Nela, havia uma pequena crônica, escrita por Eduardo Losicer, acompanhada pela resposta que lhe dera, também via e-mail, Osvaldo Saidon. A lembrança oportuna definiu não somente o modo de montagem do dossiê – em rede – e o meio utilizado para compor as sessões – a própria rede –, mas sobretudo a perspectiva que me pareceu mais convidativa e desafiadora, e que dá nome a este número: Na rua/Em movimento. Mas qual seria o desafio afinal de contas? Começar ali, “ao rés do chão”, em meio a uma certa atmosfera indefinível, e surpreender a rua em movimento [o incalculável da política] desde a rede formada por estas inúmeras escrituras, imagens, pessoas, ideias. A barra interpolada no título tem aqui um papel importante: diz de uma certa precaução, uma vez que o movimento não começa nem acaba na rua, e a materialidade da rua imprime a ele ritmos disparatados. Pois na rua | em movimento, como disse um jovem em meio ao gás lacrimogêneo, “a coisa já é sempre outra” – intensa ondulação que se expande e retrai. Pois na rua, em movimento, experimenta-se sobretudo uma estranha movência nas coisas. De outra parte, bastaria fazer um recorrido das inúmeras transformações concretas que a rua sofreu, e vem sofrendo, para perceber que ela nunca deixou de arrastar consigo a ameaça de desorganização dos estratos da cidade. Tomá-la, ocupá-la, caotizar seus fluxos, seja por qual meio for, nos lembra de que a rua, em sua mais alta intensidade, é farra e fúria – zona onde os corpos e toda uma constelação de valores são postos em jogo no variado embate com o “não pode” e o “não deve”, determinações negativas de uma subsistência paralisante, tanto mais insuportável quanto mais intoleráveis são os meios de produzi-la.

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Mas é na rua | em movimento, por força de uma transumância que nos arrasta, em meio aos mais violentos enfrentamentos e aos mais suaves e delicados encontros, que somos arrancados de nós mesmos e nos tornamos outra coisa que não pedestres ou transeuntes; e as pequenas permanências que surgem - ocupações, acampamentos, demonstrações, atos, manifestações – são o suficiente para que fabulemos uma outra terra desde um outro corpo que não o habitual.

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Quando abrir a porta e assomar a escada, saberei que lá embaixo começa a rua; não a norma já aceita, não as casas já conhecidas, não o hotel em frente; a rua, a floresta viva onde cada instante pode jogar-se em cima de mim como uma magnólia [...] Julio Cortázar

João do Rio disse certa vez que “as ruas matam os substantivos transformando a significação dos termos”2. Em que pesem outras compreensões que disso poderíamos ter, prefiro pensar que ali onde se pensa ter matado a rua, aniquilando certa potência insurrecional pela designação de seus “frequentadores” como malandros, marginais, vândalos, etc., é o próprio movimento que ao tomá-la, premidos por uma frequentação que em muito ultrapassa sua materialidade, que mata tudo aquilo que se impõe na pretensão de abafar, sob o peso das instituições e dos discursos, aquilo que ali se enseja. Assim é que se as ruas matam os substantivos é porque, como diria o poeta Roberto Juarroz, “qualquer movimento mata algo”3. É desta perspectiva que pouco importa onde a rua esteja e qual ela seja, é para ela que se vai, é nela que se põem em jogo os corpos e o que somos capazes de criar, e é o que nela se experimenta e o modo como se experimenta que configura a rede da qual ela é inseparável. Assim, sua vastidão, seus insuspeitados prolongamentos e encadeamentos, sua latejante 2 3

Rio, J., 1997. Roberto Juarroz, poema 66, 2001, p. 162-63.

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inquietude é o que insiste e não nos deixa esquecer que os discursos que a pretendem dominar, bem como controlar aquilo que acontece, vêm sempre carregados de componentes legais e jurídicos. Talvez, porque nossa experiência civilizacional destinou à rua os insolentes e os desregrados, talvez, porque ela seja a própria experiência da insolência, do desregramento, da insubordinação, a rua, o estar nela e o que nela acontece, foi e permanece sendo “caso de polícia”, forma pela qual se procura garantir e perpetuar um dado conjunto de relações, bloqueando o que Deleuze e Guattari chamaram de “a aventura própria das cidades”4. No entanto, o acontecimento rua jamais pode ser esmagado sob a força policial e apreendido pela lei. Ao institucional, ao jurídico-legal que dele tentam se apossar, seja pelo viés explicativo ou meramente informativo, seja por aquele normativo ou excessivamente formal, é precisamente o singular, o informal que responde. Na rua/Em movimento o que há para dizer e para ver, o que há para fazer se insurge diante do como deve ser dito, visto e feito. Começamos então pela rua, embora saibamos que a rua não é o começo, mas um meio... E ali, ao rés do chão, começamos com passos, os passos e as pessoas, as pessoas e as ações Ensaia-se algo (nas ocupações, nos acampamentos, nas manifestações, nos atos), tenta-se, e já se está em meio à aventura própria das cidades. Passa-se algo, e talvez o que se passa não coincida com o que nos leva para a rua. Talvez essa não coincidência seja o próprio movimento, que atesta as modificações que sofremos... Mais uma vez é preciso repetir, o movimento não começa e nem acaba na rua. E é preciso insistir, a materialidade da rua não é menos importante que o acontecimento que ela porta. Isso porque é na rua em movimento que a própria vida é posta em jogo. E se podemos ora nos aproximar de uma ora de outro, desta ou daquela maneira, sem dúvida não podemos ignorar o que nos move ou comove, ou ainda aquilo que vemos onde dizem não haver nada para ser visto. Daí porque o convite estendido aos participantes insistia na ideia de compor o dossiê com trabalhos elaborados por todos aqueles que, independentemente de suas especialidades, foram pegos ou arrastados pelo movimento ou nele se lançaram e engajaram, ou aqueles 4

Deleuze, G.; Guattari, F., 1997, p. 125.

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cujas práticas os colocaram no meio do que se passa ou ainda encontraram nele a ocasião para pensar desde um aspecto ou experiência que considerassem relevantes. A intenção era reunir textos breves, ensaios, notas, tentativas de aproximação que, de uma forma ou de outra, deixassem entrever/entre-sentir as singularidades que o movimento porta desde a rua. Por esta razão, este dossiê é igualmente um ensaio, uma tentativa; de certo modo, é também ele uma ocupação, no sentido de uma ação política direta no assim chamado espaço acadêmico, uma vez que no seu arranjo diz-se e faz-se o que se deseja até o ponto em que interessa, sem com isso significar que não haja mais nada a ser dito ou feito. Assim, aqui se encontram ensaios escritos e fotográficos, cartas, poemas, intervenções, vídeos, breves notas de gente vinda de muitas partes, compondo as sessões desse dossiêocupação. As sessões, por sua vez, são esse breve tempo em que nos reunimos, nos voltamos ou dedicamos a algo para em seguida avançarmos, recuarmos, partirmos ou regressarmos. Uma pequena permanência em que ressoam aquelas tantas que foram criadas e as que ainda serão. Os sete ensaios escritos que compõem a primeira sessão são um desafio e um convite para o leitor abandonar a tranquilidade das casamatas. Longe de pacificar as inquietações ou os combates nos quais os corpos se veem implicados, a liberdade temática e formal que distingue os trabalhos aqui reunidos é antes a abertura para que não nos apartemos da vida e de suas expressões concretas, para que não as aprisionemos nos padrões do que cabe na política, para que não desprezemos as ferramentas e seus usos, para que não percamos de vista o lugar de experiência, as exigências que ela nos endereça, sua amplitude e radicalidade e a novidade que se produz. A segunda sessão do dossiê reúne, por sua vez, sete ensaios fotográficos pautados pelo mesmo convite feito aos participantes da sessão anterior. Cada ensaio fotográfico se faz acompanhar de um pequeno texto escrito pelos fotógrafos, uma vez que aqui o fotógrafo não é menos importante do que a fotografia. Em meio ao que se passa, o fotógrafo na rua se move acoplado à câmera, saltando por estas e aquelas regiões perceptivas, permutandoas, ocupando pontos de vista, seguindo algo, algo que nos chega de cima ou debaixo, de fronte ou de viés. Algo que talvez seja o próprio ato fotográfico, a abertura da percepção ALEGRAR nº12 - dez/2013 - ISSN 18085148 www.alegrar.com.br

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para deixar-se tornar um receptor para o movimento e assim criar o tempo em que isso acontece. Há algo de testemunho, sim, nestes ensaios, mas o que eles testemunham é sobretudo nossa capacidade de nos inquietarmos, nossa corajosa nudez diante do que nos afronta e à vida, ou pretende aniquilá-la. Intercalada entre a sessão de ensaios fotográficos e a sessão seguinte, uma experimentação em intervenção urbana que põem em jogo a relação entre a fotografia e a rua, as manifestações e as pessoas, por meio da ocupação do espaço da cidade. Nascidos na rua e em meio ao movimento, como tantos outros em tantos lugares, a ideia e o coletivo são esse necessário investimento na disseminação dos relatos, de modo que o que se passou na rua ocupe outras ruas, reverberando pela cidade, enfrentando tanto a injunção totalizadora do boato, que a mídia alimenta, quanto a própria privatização dos relatos pelos indivíduos e grupos, que impede a passagem para outras paisagens. A última sessão intitula-se Cartas da Rua. De fato, a ideia dessa sessão precede todas as outras. Ela foi construída inteiramente através do facebook via um convite que, caso aceito, implicava na indicação de alguém a quem o mesmo convite seria dirigido. As cartas me foram entregues entre os meses de junho e outubro, e reportam-se a dias, momentos, mais ou menos distantes. São 17 relatos vindos de cidades diversas. Aqui, o que interessa é tanto assinalar a importância da topologia em rede que as relações descrevem, e que tem um papel fundamental no movimento e na rua, no Brasil e fora dele, como o modo pelo qual a rua em movimento nos afeta, se imprime em nossa sensibilidade, marca nossos corpos. Não há a boa carta. Há somente cartas. Cartas que dizem da perplexidade, das dores, dos amores, dos encantamentos e dos terrores que nos tomam logo ali, ao irmos para a rua, ao dobrarmos uma esquina, ao nos debruçarmos numa janela, em que cada instante pode atirar-se sobre nós como uma magnólia, como uma espécie de esplendor pressagiando o início de incontáveis e ínfimas primaveras. Elas dizem do modo como respondemos ao incalculável da rua e à variação do movimento. São também, em alguma medida, manifestos e testemunhos de luta, de liberação, de combate consigo, de perda de sentido, de criação, de paixão, e de um certo exílio. E se escrevê-las pode ser uma forma de narrar o acontecido, dando a ele algum contorno, é também um meio de acolher o que nos acontece em meio ao que acontece.

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Enquanto as cartas mal haviam começado a chegar, no transcurso do mês de julho, um poeta publica na rede uma série de três poemas que acompanham momentos cruciais do movimento nas ruas do Rio de Janeiro e a crescente violência da polícia em todo o Brasil. Em São Paulo, no mesmo mês, valendo-se de vídeos do movimento no Rio, postados no youtube, outro poeta lança na rede um videoprotesto. Em agosto, quando a mídia oficial define abertamente seus alvos, aliando-se à força policial, às vésperas da lei das máscaras, intensificando o processo de criminalização do movimento, novo poema é publicado na rede. Em 29 de setembro, após a violenta retomada da Câmara pela polícia no Rio de Janeiro, que assinala o ponto extremo do que foi chamado setembro negro em várias capitais, circula na rede um poema de 2011. São apenas estilhaços. E estes pequenos estilhaços lançados na rede assinalam os muitos estilhaçamentos vividos na rua e os infra-ritmos que o movimento experimenta. Se testemunham algo é antes o apego da poesia às coisas e ao mundo, aquele sem o qual nada criamos, e uma certa desafeição para com tudo que lhes roube o impossível. Ao final, encerrando o dossiê, um vídeo-documentário realizado por um coletivo, gravado durante uma manifestação de rua que aconteceu em 19 de junho e durante as que seguiram até o mês de julho. Neste período, o termo vandalismo ganha espaço na grande mídia e se instala definitivamente como marcador policial que insistentemente procura destituir o movimento e a rua das nuanças que lhe são imprescindíveis. O vídeo é acompanhado do relato de um dos participantes do coletivo sobre a experiência de fazê-lo, mas principalmente sobre a experiência de aprender a fazer enquanto a própria experiência se faz. Talvez seja este o aspecto mais importante do movimento e da rua quando tomada por ele: aprender enquanto a própria experiência se faz, uma vez que não se sabe antes o que vai acontecer. Não há como saber. E aquilo que se sabe ou se sabia até então, sofre remanejamentos por vezes violentos. Na rua, em movimento, qualquer coisa é por um triz.

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Todavia, seja em meio à farra ou à fúria, “a gesta ambulatória” da rua em movimento joga com todas as formas de organização, e por isso ela é o próprio efeito dos encontros que a transformam. Assim, cada rua e cada ensaio, cada pequeno texto, cada carta, imagem e poema presentes neste dossiê participa de uma “geografia nebulosa de sentidos”; são constelações que acompanham os incontáveis percursos, mais ou menos visíveis, às vezes imperceptíveis, que se desenham nos corpos e nas ruas do Brasil e do mundo. São elas as ruas de Fortaleza, de São Paulo, de Belo Horizonte, do Rio de Janeiro, do México, de Porto Alegre, de Vitória, de Manaus, de Belém. São eles Luiz B. L. Orlandi, Nildo Avelino, Peter Pál Pelbart, Natalia Montebello, Bernardo Gutierrez, Elizabeth de Araújo Lima, Stine Krøijer, Ricardo Chacal, Ma Cca, André Queiroz, Coletivo FotoProtestoSP, Coletivo Nigéria, Coletivo selvaSP , Ana Carolina Fernandes, Guilherme Minoti, Leonardo Carrato, Leonardo Merçon, Luiz Roberto Lima, Marcio Garcia, Eduardo Losicer, Oswaldo Saidon, Silvia D’Almeida, Agilson Jânio C. Lobato Junior, A. B. M., Isadora Szklo, J. L., Ana Cernov, L. G., Danilo Bezerra, C. M., Michael Franklin Donatti, I. F., Jony Pupo, J. A., Sylvia, Diego, W. V., e ainda Estefan Radovicz, Marcos Camargo, Walther Von Der Vogelweide, Patrícia Zapletal, Kátia Kasper, Cíntia Vieira da Silva, Jonathan Braga e tantos outros.

Hoje, enquanto escrevo essa apresentação, para aqueles que acompanham o movimento pela grande mídia, o movimento é o que não há, nunca houve. Há apenas fatos policiais e administrativos, uma empobrecida e desvitalizada cena que insistentemente se apresenta como a Cidade, o Mundo. Mas o horizonte esboçado nas ruas, nesse aqui dilatado e inabarcável que se confunde com a própria existência individual e coletiva, é radicalmente outro. Estar aqui é mover-se. Ana Godoy São Paulo, 15 de novembro de 2013.

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Referências DA MATTA, Roberto. A casa e a rua. 5. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997. GILLES, Deleuze; GUATTARI, Félix. Mil Platôs - capitalismo e esquizofrenia, v. 5. Coord. da trad. Ana Lúcia de Oliveira. São Paulo: Ed. 34. JUARROZ, Roberto. Poesía vertical. Antología essencial. Buenos Aires: Emecé, 2001. RIO, João. A alma encantadora das ruas. Organização de Raul Antelo. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

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