O jogo esportivo como conteúdo da Educação Física

October 11, 2017 | Autor: Renato Sampaio | Categoria: Educação Física Escolar, PEDAGOGIA DO ESPORTE, Esporte Escolar
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CAPÍTULO 11 O JOGO ESPORTIVO COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Renato Sampaio Sadi Introdução Este texto tem como objetivo demonstrar os fundamentos gerais do ensino de esportes por meio de jogos. Utilizamos a classificação da pedagogia do esporte que divide os jogos em categorias, a saber: jogos de invasão, jogos de rede/parede, jogos de rebatida/campo e jogos de alvo (Tabela 1). Tal classificação supõe uma divisão por faixa etária pertinente à educação básica (Tabela 2). Para discutir esta temática optamos por focar o esporte como manifestação humana, cultural, e de relação social complexa, deixando claro que a forma jogo-esporte deve ser a mais utilizada no interior das escolas. Em outras palavras estamos situados entre o jogo como brincadeira e o esporte formal, ou seja, concebemos o jogo no meio do caminho destes pólos, isto é, o jogo se torna jogo esportivo, não é apenas uma brincadeira e, também não chega a ser esporte. O papel da Educação Física na formação humana, principalmente no processo de escolarização da educação básica envolve um emaranhado de temáticas, fluxos e dinâmicas. Da simples vivência em atividades, jogos e esportes, esta área se encontra hoje, na trilha do conhecimento pedagógico necessitando de aportes legítimos para re-definir sua identidade própria diante das expectativas de quem participa no ensino ou na aprendizagem. A apresentação de níveis e seqüência pedagógica pode gerar algumas dúvidas aos professores num primeiro momento. Por exemplo, como o(a) professor(a) pode adaptar ou adequar o conteúdo de jogos esportivos na sua realidade educacional? O que privilegiar? Como fazer para tornar seu ensino eficaz? O jogo como meio de ensino do esporte deve ser entendido como um componente – entre outros componentes – que contribui para que o aluno se aproprie do conhecimento esportivo. É uma rica ferramenta de ensinoaprendizagem. A fim de evitar confusões é preciso pontuar esta questão: O jogo, não deve ser visto como um componente capaz de esgotar o conhecimento sobre o esporte, ou seja, não pode substituí-lo. Entretanto, por ser bastante atrativo e motivante, contribui, de forma decisiva, para o processo ensino-aprendizagem de esportes, ou seja para uma educação esportiva. Entre o jogo e o esporte, portanto, reside um processo de múltiplas dimensões. Por tais razões, preferimos a utilização do termo jogo esportivo para caracterizar nossa proposta pedagógica. Nesta direção é importante estabelecer um reposicionamento das táticas e das técnicas no ensino e na aprendizagem dos esportes coletivos, tendo como objetivos centrais a vivência dos esportes coletivos por meio de jogos buscando refletir e aprofundar conceitos relativos ao mundo do esporte e da educação física. TABELA 1 - Sistema de classificação de jogos por categoria Invasão

Rede/parede

Bandeira

Badminton

Bete

Basquete

Handebol de parede

Cortada

Bocha

Frisbee

Peteca

Softbol

Boliche

Flagbol

Ping-pong

T-Bol

Dardo

Futebol misto

Raquetebol

Handebol

Voleibol

Passa seis

Rebatida/Campo

Alvo Arco e Flecha

Queimada com pinos

TABELA 2 – Idade, ano e nível da Pedagogia do Esporte no Ensino Fundamental (Sadi, 2010) Idade

07/08 6

09/10 T

11/12

13-14

15-17

Ano do Ensino Fundamental

21 e 3

4 e 5T

6e7

8e9

EM

NP2

T

Nível da Pedagogia do Esporte

NP1

1

2

3

4

NP = Nível Preparatório; EM = Ensino Médio; T = Transição O ensino de esporte por meio de jogos Selecionar e organizar conteúdos de ensino é uma tarefa que depende das condições e adaptações ditadas pelos professores. O jogo esportivo como uma situação de competição na qual duas equipes equilibradas, cada uma com sua oportunidade de marcar aprendem as bases do esporte é o ponto de partida do fazer docente/discente. A Pedagogia do Esporte como concepção, tem como princípio fundamental, o ensino (de esporte) por meio de jogos. Não qualquer jogo, mas aqueles que se aproximam dos esportes, os jogos esportivos. É possível pensar que os alunos (crianças e jovens) possam adquirir compreensões cognitivas (conhecimento) sobre o jogo mais facilmente que habilidades físicas? Para responder a tal pergunta é preciso visualizar com clareza o conceito de cognição. A cognição como uma articulação da compreensão e da ação motora (habilidade) pode ser expressa em cinco características intrínsecas à lógica dos jogos: 1 – Desenvolvimento da habilidade de „jogar sem a bola‟; 2 – Transferência de exercícios e formas de treinamento para dentro de jogos; 3 – Desenvolvimento da autonomia e independência de jogadores; 4 – Intensificação de uma plataforma de motivação; 5 – Promoção de uma natureza inclusiva dos jogos (modificação de jogos para incluir um maior número de praticantes) (cf. Light & Fawns, 2003) Entretanto, é pouco produtivo pensar na cognição como um fragmento do ser social. A totalidade do esporte educacional/escolar envolve o aluno nas suas possibilidades de absorção do mundo vivido, isto é, no emaranhado de relações sociais complexas. A discussão de uma pedagogia do esporte na infância (e adolescência) que rejeite o pensamento simplista, ou seja, aquele que separa a parte do todo, isolando e hierarquizando os elementos de um dado sistema e, na contramão desta ideologia, considere o paradigma da complexidade/totalidade é um dos temas mais importantes da formação escolar. (cf. Santana, 2004) Os Objetivos (Gerais e Específicos) no jogo Ensino e aprendizagem são, ao mesmo tempo, frente e verso da educação. A condução deste processo requer uma compreensão clara e segura de como as pessoas aprendem, bem como, de quais condições internas e externas que são necessitadas. Quando estabelecemos objetivos educacionais pautados por necessidades e desejos de mudança efetiva, pensamos, muitas vezes, em formas ideais e utópicas desconfigurando os limites e as possibilidades concretas da pedagogia. Nesse sentido os objetivos de um jogo ou de uma unidade de jogos devem ser claros e flexíveis o suficiente para se adequarem quando for o caso. Dentro de um conjunto de aulas, cinco procedimentos metodológicos indicam como a estruturação da atividade docente pode cumprir e esgotar os conteúdos: 1 – O (A) professor(a) apresenta os objetivos de ensino e aprendizagem estimulando os alunos no desejo de obter os novos conhecimentos; 2 – O(A) professor(a) transmite e os alunos assimilam a matéria nova. Este momento depende de antecedentes e pré-requisitos, mas o fundamental é o exercício do pensamento; 3 – Consolidação e aprimoramento dos conhecimentos e habilidades; 4 – Aplicação dos conhecimentos e habilidades; 5 – Verificação dos conhecimentos e habilidades. (cf. Libâneo, 1994)

Os cinco procedimentos podem aparecer dentro de uma ou mais aulas e estão contidos na prática dos jogos.

O ensino durante o jogo

O que ensinar e como ensinar são questões que estão no horizonte de muitos professores de Educação Física. Jogos e competições realizados de forma freqüente e dirigida são essenciais para os alunos desenvolverem a capacidade de tomada de decisões, uma vez considerada uma adequada quantidade de tempo para que eles possam buscar o engajamento no jogo. Ensinar esporte por meio da compreensão das táticas implica em um “ensino dentro do jogo”. Primeiramente é importante observar os alunos no jogo, desde o início. Conhecer e familiarizar-se com os alunos possibilita uma intervenção mais qualificada principalmente pelo fato de que, em muitas das turmas é possível observar uma “exclusão espontânea” das atividades de jogos e esportes. Talvez por que o individualismo prevaleça sobre o coletivo ou por que a afetividade se sobreponha na escolha de equipes ou mesmo em função de temas sexistas, a responsabilidade do ensino deve ser garantida sob pena de se quebrar o respeito individual e coletivo durante o jogo. Por isso os professores não podem permitir, em hipótese alguma a exclusão dos considerados “sem habilidade”, até para assegurar sua regência e autoridade como liderança máxima da turma. Deve-se ter em mente as seguintes questões: 

O que está acontecendo neste(s) jogo(s)?



É isso que eu quero?



Quais mudanças devem ser feitas para ajudar os alunos a jogar com maior eficácia?



Devo mudar as regras do jogo?

Durante o jogo, dois importantes procedimentos metodológicos devem ser fixados, reconstruídos e repetidos (normalmente acompanhados pela aprendizagem do jogo).



Fixar o jogo. Os alunos necessitam de um pré-arranjo em forma de pistas e indicações e o professor

deve parar os jogos quando perceber uma situação de tal tipo. Para fixar o jogo é importante que os alunos fixem a situação concreta do contexto a fim de não perdê-la; Mapear mentalmente quais alunos estão “fixando o jogo”; para isso, não basta solicitar ao aluno prestar atenção no(a) professor(a); é necessário que o(a) professor(a) preste atenção no aluno, ativando sua fixação no jogo. Isso pode parecer óbvio, mas as cobranças diretas e discursivas aos alunos, muitas vezes não tem logrado êxito.



Reconstruir e repetir o jogo. Depois de fixado o jogo, o professor deve utilizar o processo de

reconstrução para identificar o que aconteceu e estimular pensamentos e performances. A reconstrução deve ser baseada na crítica construtiva para que o processo de repetição facilite a aprendizagem indicando o como deveria ocorrer. Reconstrução e repetição são potencialmente úteis para o ensino de tomada de decisões. Em síntese, apresentamos cinco reflexões da concepção desenhada acima sobre o jogo esportivo como conteúdo da educação física na educação básica 1 – Mudanças na estrutura física das escolas e na qualidade dos materiais pedagógicos precisam ser experimentadas. Isso implica na pintura das quadras, na limpeza e preservação do espaço, incluindo questões de gerência e manutenção de equipamentos, agilidade para pequenas reformas e permanente adequação às atividades, entre outras questões; 2 – O ensino e a aprendizagem devem ser vistos como um processo localizado em um tempo necessário e flexível nos ajustes do planejamento e avaliação dos professores. Isso implica em dosar e sequenciar um conhecimento básico de jogos e esportes. A formação de esportistas vista a partir desta ótica é aquela que prima por um

desenvolvimento ético de longo prazo, ou seja, que enfatiza a formação geral não paenas como degrau para a especialização mas como formação para a vida (Barbanti, 2005); 3 - Os desafios em promover o conhecimento em Educação Física e esportes podem ser avaliados dentro dos jogos, na convivência com os alunos, mas para isso é preciso que os professores criem relações mais democráticas, participativas e heterárquicas, reconstruindo suas plataformas de concepção e avaliação na área. Reverdito et.al (2008) indicam a necessidade de mudanças na configuração das competições esportivas estudantis. Observando que muitos dos jogos estão pautados em moldes e características de competições para adultos, os autores sugerem um reposicionamento em relação ao tema. 4 - Dentro de cada uma das categorias, os jogos são divididos em problemas táticos, que passam a ser o conteúdo do plano de ensino, a vivência concreta do aluno. Categorizar jogos e organizar problemas táticos é uma tarefa fundamental, além de se apresentar como uma interessante perspectiva de trabalho para os professores. 5 - Os alunos aprendem a resolver problemas táticos durante o jogo e a competição, tomando as seguintes decisões: utilizam movimentos quando estão sem a posse de bola e habilidades quando estão com a posse de bola. Torna-se fundamental, nesta proposta, a diretividade do professor no tocante ao pensamento, à cognição, à compreensão. Assim, é necessária, após o jogo, uma reflexão das principais ocorrências no jogo. Na sequencia, apresentamos os principais jogos esportivos em forma de blocos de orientação para professores de educação física. Os blocos podem se constituir como aula ou grupo de aulas ou ainda, eventos competitivos e pedagógicos. Bloco de orientação 1 = Passa Dez Bloco de orientação 2 = Flagbol Bloco de orientação 3 = Queimada com pinos Bloco de orientação 4 = Queimada de garrafas Bloco de orientação 5 = Softbol Bloco de orientação 6 = Minivôlei Bloco de orientação 7 = Mini Basquete Bloco de orientação 8 = Mini Hand Bloco de orientação 9 = Ping-pong Bloco de orientação 10 = Futebol misto Cada bloco é acompanhado de um Conteúdo (problema tático), Objetivos (Geral e Específico) e uma breve Descrição do jogo. A idéia do problema tático como esfera central do conteúdo se refere à possibilidade do jogador esgotar seus conhecimentos dentro do jogo. Esta orientação compõe o conjunto de metas do jogo, ou seja, um conjunto de informações essenciais iniciadas por um verbo para deixar claro o que se quer. As aulas devem iniciar e terminar com jogos seguidos por uma avaliação das habilidades e movimentos praticados. As descobertas esportivas devem ser orientadas, ajustadas, modificadas e esgotadas pelo(a) professor(a), de acordo com as necessidades e o envolvimento das turmas. PASSA SEIS CONTEÚDO (problema tático): Jogar e passar. OBJETIVO GERAL: Passar e se deslocar observando o espaço; OBJETIVO ESPECÍFICO: Aproveitar espaços vazios e efetuar passes longos e curtos. 1. DESCRIÇÃO DO JOGO: Em um jogo 6 X 6 os jogadores devem manter a posse de bola e contar os passes tentando atingir o sexto passe sem que o adversário pegue a bola Condições: Não andar com a bola; Não bater nas mãos ou braços do adversário; Cada vez que o adversário

tocar na bola, iniciar nova contagem FLAGBOL CONTEÚDO (problema tático): Atacar e desmarcar-se. OBJETIVO GERAL: Passar e se deslocar observando o espaço; OBJETIVO ESPECÍFICO: Aproveitar espaços vazios e efetuar passes longos e curtos. 1. DESCRIÇÃO DO JOGO: Trata-se de uma adpatação do Rugby. Em um jogo 6 X 6 os jogadores devem conduzir a bola oval até a linha de fundo (vale correr com a bola agarrada, passando-a entre o time conforme condições descritas abaixo). Para parar jogadores adversários não é permitido agarrar; a defesa tenta roubar uma das fitas que será pendurada na cintura de todos os jogadores. Assim que ocorrer uma tomada de fita, o árbitro apita, parando o jogo. Condições: Meninos não podem parar meninas. Apenas as meninas podem parar todos (as) jogadores(as). Meninos podem parar apenas meninos. Há um jogador líbero neste jogo que pode passar a bola em qualquer direção. Os demais jogadores devem passar a bola apenas para trás. QUEIMADA COM PINOS CONTEÚDO (problema tático): Derrubar os pinos (cones) para conhecer a força, precisão e direção dos arremessos, refletindo sobre as opções táticas. OBJETIVO GERAL: Os alunos deverão aprender a derrubar os alvos (pinos – cones) e queimar/carimbar adversários. OBJETIVO ESPECÍFICO: Compreender a lógica do jogo criando oportunidades individuais e coletivas de ataque e defesa. DESCRIÇÃO DO JOGO: O jogo é realizado com duas bolas diferentes: uma utilizada para queimar pessoas; outra, para acertar (queimar) o cone. O objetivo do jogo é acertar (queimar) pessoas e cone de tal forma que a bola utilizada para queimar pessoas não pode queimar o cone e a bola utilizada para queimar o cone não pode queimar pessoas; Obs: Devem ser utilizadas, preferencialmente, bolas de Vôlei, não totalmente cheias (para queimar pessoas) e bolas de borracha (para queimar o cone do adversário) A equipe que derrubar o cone escolhe um jogador da equipe adversária para ir ao cemitério ou “morto” (área alargada = laterais e fundo de ambos os lados – parte externa da quadra de voleibol. A área interna de jogo é a própria quadra oficial de voleibol (18 x 09 metros). Cada cone deve estar situado extamente no meio de cada meia quadra. Quando um cone ou pessoa for carimbado, ambas as bolas devem parar (utilizar apito) e o reinício do jogo ocorre com uma bola para cada equipe. Não vale segurar ou obstruir a área do cone. (cf. Sadi, 2008, p.1) QUEIMADA DE GARRAFAS CONTEÚDO (problema tático): Derrubar as garrafas no menor tempo para conquistar a vitória do grupo. OBJETIVO GERAL: Criar oportunidades de pontuação, derrubando garrafas e trazendo-as para seu campo de jogo. OBJETIVO ESPECÍFICO: Compreender a lógica do jogo criando oportunidades individuais e coletivas de ataque e defesa. DESCRIÇÃO DO JOGO: Duas equipes de 06 jogadores cada disputam o jogo. No meio da quadra estão dispostos dois bancos suecos formando uma linha de divisão. Sobre os bancos estão dispostas 20 garrafas de plástico, de cores diferentes (10 garrafas verdes para a equipe A e 10 garrafas azuis para a equipe B). Cada equipe inicia o jogo com várias bolas destinadas apenas a derrubar as garrafas específicas (ou verdes ou azuis). Há uma bola destinada a queimar o adversário que é disputada e jogada por todos. O objetivo do jogo é derrubar as garrafas da cor de sua equipe. Assim que cada garrafa for derrubada, os jogadores devem tentar pegá-la e levar até o seu campo (linha de fundo), sem

ser queimado/carimbado. Caso o jogador seja queimado/carimbado, deverá devolver a garrafa e voltar ao seu campo. Caso a garrafa derrubada for da equipe adversária, um jogador dessa equipe pode tentar recuperar a garrafa para seu campo, sem ser queimado/carimbado. Condições: Não é permitido segurar a bola de queimada de pessoas por mais de 5 segundos. Obs: Este jogo foi criado a partir do jogo Queimada com pinos e segue a lógica de utilização de bolas distintas para funções específicas. Recomenda-se a utilização de dois árbitros. SOFTBOL ADAPTADO

CONTEÚDO (problema tático): Acertar a rebatida, correr, posicionar-se e observar o posicionamento dos demais jogadores. OBJETIVO GERAL: Compreender a dinâmica dos jogos de rebatida OBJETIVO ESPECÍFICO: Dominar a rebatida da bola e chegar na base estabelecida envolvendo-se com o grupo. DESCRIÇÃO DO JOGO: Duas equipes de seis jogadores cada (ataque e defesa) disputam o jogo. A primeira equipe a atacar organiza a ordem dos jogadores (um ataque por vez). A bola deverá ser lançada (adaptar a distância de lançamento conforme o grupo) por um jogador da equipe adversária. O jogador, de posse do taco, rebate a bola (que deve ir para frente) e inicia a corrida em volta das quatro extremidades do campo demarcado (quadra de tamanho 9 x 9 metros com bases 1, 2, 3 e 4 nas extremidades) A equipe da defesa busca a bola jogada e a lança para a base 1 que lança para a base 2 que lança para a base 3 que lança para a base 4. Durante estes lançamentos por parte da equipe de defesa, o atacante (rebatedor) tenta alcançar a base 4 e marcar um ponto. Caso a bola chegue antes, ele poderá parar em uma base para não ser anulado. Obs: O atacante tem três chances para rebater e o lançador, três chances para lançar. A bola deverá ser lançada de baixo para cima. Utilizar bola de borracha preferencialmente. PING-PONG CONTEÚDO (problema tático): Dominar corporalmente o espaço do jogo rebatendo a bola com mãos e pés. OBJETIVO GERAL: Formar bases cognitivas e motoras para o jogo de voleibol. OBJETIVO ESPECÍFICO: Jogar, de forma criativa tentando movimentar o adversário nos vários espaços “vazios” da quadra. DESCRIÇÃO DO JOGO: Rebatida da bola com mãos e/ou pés em um jogo 3 x 3 de espaço reduzido com uma rede baixa, tipo Tênis. Parecido com o Minivôlei, o saque é um lançamento sem golpear a bola e a recepção é um toque na bola (com as mãos ou pés) após um pingo da bola no solo. Condições: Após o pingo a equipe tem direito à três toques e deve devolver a bola para a equipe adversária por cima da rede, que por sua vez também terá direito à um pingo antes do primeiro toque. MINIVÔLEI CONTEÚDO (problema tático): Reconhecer o espaço no seu lado da rede. OBJETIVO GERAL: Cobrir a quadra nos espaços de um jogo 3 x 3. OBJETIVO ESPECÍFICO: Compreender a lógica do jogo e do rodízio, utilizando uma única formação: um(a) jogador(a) à frente e dois(duas) jogadores atrás, com o(a) jogador(a) da frente na função de levantador(a). Condições específicas para eventos competitivos: Os torneios devem ser realizados com trios masculino, feminino ou misto, sendo que o torneio misto é subdividido em torneio misto 1, com dois jogadores e uma jogadora e

torneio misto 2 com duas jogadoras e um jogador por trio. MINIBASQUETE CONTEÚDO (problema tático): Manter a posse de bola. OBJETIVO GERAL: Passar e receber a bola. OBJETIVO ESPECÍFICO: Reconhecer os espaços da quadra e completar com sucesso os diferentes tipos de passes. DESCRIÇÃO DO JOGO: Jogo 3 x 3 sem funções específicas. Altura da tabela = 2.00 a 2.50 m; Tempo de jogo = 5 minutos. Não vale arremessar de dentro da área estabelecida para o garrafão. Condições específicas para eventos competitivos: Os torneios devem ser realizados com trios masculino, feminino ou misto, sendo que o torneio misto é subdividido em torneio misto 1, com dois jogadores e uma jogadora e torneio misto 2 com duas jogadoras e um jogador por trio.

MINIHAND CONTEÚDO (problema tático): Manter a posse de bola. OBJETIVO GERAL: Passar e receber a bola atacando, sem se descuidar da defesa. OBJETIVO ESPECÍFICO: Reconhecer os espaços da quadra e completar com sucesso os diferentes tipos de passes. DESCRIÇÃO DO JOGO 1: Jogo de posse de bola no formato 2 x 2 ou 3 x 3 sem goleiro(a) fixo(a) em quadra de tamanho 12 x 5m. As traves devem ter medidas de 2,40 x 1,60 metros. DESCRIÇÃO DO JOGO 2: Jogo de posse de bola no formato 4 x 4 com ou sem goleiro(a) fixo(a) em quadra de tamanho 20 x 13 metros. As traves devem ter medidas de 2,40 x 1,60 metros.

FUTEBOL MISTO CONTEÚDO (problema tático): Conhecer as possibilidades de espaço no campo (gramado de futebol society). OBJETIVO GERAL: Jogar, correr, conduzir, passar, lançar e criar entrosamento na equipe. OBJETIVO ESPECÍFICO: Movimentar-se com e sem a bola criando espaços no ataque para finalização com o pé ou a cabeça. DESCRIÇÃO DO JOGO: 9 x 9, sendo 4 jogadoras e 5 jogadores. Os componentes do sexo masculino não podem fazer gol de dentro da grande área a não ser de cabeça. Duração do jogo = dois tempos de 10 minutos. Considerações Finais As atividades descritas podem ser experimentadas pelos professores em aulas, treinamentos e competições. Os eventos devem ser tratados como laboratório de experiência e construção de novas regras. Modificar e inovar para se pensar o ensino, a educação esportiva e a aprendizagem de esportes deve ser sempre uma perspectiva dos professores. Testamos, em diferentes espaços de quadras e campos os jogos esportivos aqui apresentados, incluindo uma série de variações e mudanças em regras. Ao trabalhar com princípios democráticos na construção de eventos esportivos, ensinamos os alunos a competir. Isso faz com que a motivação para as atividades seja elevada, de acordo com as possibilidades dos jogos. Entendemos, portanto, que o jogo esportivo como conteúdo da educação física na educação básica terá importância destacada no desenvolvimento de novos caminhos para a Pedagogia do Esporte, a curto e médio prazo.

Referências BARBANTI, Valdir. Formação de esportistas. Rio de Janeiro, Manole, 2005. LIBÂNEO, José. Carlos. Didática. São Paulo, Cortez, 1994. LIGHT, R & FAWNS, R. Knowing the game: Integrating speech and action in games teaching through TgfU. National Association for Physical Education in Higher Education, 2003. REVERDITO, Riller.S. et. al. Competições escolares: reflexão e ação em Pedagogia do Esporte para fazer a diferença na escola. Goiânia, Pensar a Prática, v. 11, nº 1, 2008. SADI, Renato Sampaio. Pedagogia do Esporte: descobrindo novos caminhos. São Paulo, Ícone, 2010. ___________________. Ensino/aprendizagem de esportes coletivos a partir de um jogo de queimada. Revista Digital, Buenos Aires, ano 13, v. 119, p. 1-2, abr, 2008. SANTANA, Wilton Carlos de. Futsal: apontamentos pedagógicos na iniciação e na especialização. Campinas, Autores Associados, 2004.

Renato Sampaio Sadi Possui Graduação em Educação Física, Especialização em Ciência da Preparação Física, Especialização em Educação Física Escolar, Mestrado em Educação: História, Política, Sociedade e Doutorado em Educação: História, Política, Sociedade, ambos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Foi Professor Adjunto da Universidade Federal de Goiás. Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal de São João Del-Rei - Departamento das Ciências da Educação Física e Saúde, Curso de Educação Física - Licenciatura. Experiência na área de Educação Básica e Ensino Superior. Desenvolve projetos de pesquisa, assessoria, consultoria e supervisão em Pedagogia do Esporte, Teoria Geral da Educação Física, Políticas Públicas, Estudos do Lazer e Treinamento Esportivo.

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