O jornalista na obra queirosiana: A Capital

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O jornalista na obra queirosiana:

A Capital

Ficha técnica:

Tipo de trabalho Título do trabalho Estudante Curso Unidade Curricular Docente Ano letivo

“Figuras da ficção”: o modo como o jornalista é construído e composto na obra queirosiana O jornalista na obra queirosiana: A Capital Mariana Martins Ribeiro Licenciatura em Jornalismo Portefólio – vertente jornalismo de investigação Doutora Ana Teresa Peixinho 2014/2015

Introdução Segundo Jean Chalaby (2003) o jornalismo é, não só uma invenção do século XIX, como também uma invenção anglo-americana, sendo “(…) a profissão de jornalista e o discurso jornalístico (…) produto da emergência, durante este período, de um campo especializado e autónomo de produção discursiva, o campo jornalístico” (Chalaby, 2003: 30 apud Chalaby,1996). Este surge na América, onde emerge um discurso jornalístico próprio, “(…) porque os escritores não conseguiram impor aos jornalistas os valores e normas literárias” (Chalaby, 2003: 38). A partir de uma comparação do jornalismo impresso entre 1830 e 1920, defende que os jornalistas americanos e britânicos desenvolveram as práticas e estratégias que caracterizam o jornalismo, como a conceção moderna de notícia, a reportagem e a entrevista. Se estas se pautavam por dar um maior destaque à informação noticiosa - exata, factual e credível, sobretudo a partir de 1850 -, a imprensa francesa - “modelo” de influência para o resto da Europa - era marcada por uma difusa distinção entre factos e opiniões e por uma clara promiscuidade entre Literatura, Política e Jornalismo. Neste contexto, destacava-se a figura do homem de letras, um “fenómeno tipicamente europeu” (Peixinho A. , 2011: 95), ilustrando a acumulação comum, à época, das funções de escritor e de jornalista. Eça de Queirós (1845-1900) funciona como exemplo claro desta relação no contexto do campo literário oitocentista, “ (…) fortemente estribado numa relação íntima entre periodismo e literatura (…) ” (Peixinho A., 2011: 94 apud Outeirinho, 2000/2001), muito por influência francesa1. Eça entendia o jornalismo como “um campo sensível onde era necessário intervir criticamente, a fim de alertar para maus hábitos e vícios instalados” (Peixinho A. , 2011: 134), além de que este era um discurso comprometido, parcial, um meio de expressão política, ideológica e/ou estética. Sendo influenciado por diferentes autores franceses2, o escritor-jornalista tinha, assim, uma visão crítica e negativa sobre a Imprensa: quer a sua participação no jornalismo (entre 1866 e 1897), quer as suas obras refletem o “olhar crítico do romancista sobre as práticas, os profissionais e a conceção do jornalismo ao longo do século XIX” (Peixinho

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De realçar que Eça viveu uma boa parte da sua vida em Paris, onde se fixa depois de ser nomeado cônsul da cidade, em 1889. 2 Como Vítor Hugo, Michelet, Balzac, entre outros.

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A. , 2011: 134). À Imprensa é, por conseguinte, oferecida especial atenção, como é percetível na obra A Capital. Romance póstumo publicado em 19253 pelo filho do romancista, “A Capital (que o autor deixou inédita) trata especialmente da corrupção dos meios literários de Lisboa e também dos meios mundanos de segunda ordem (…)” (SARAIVA & LOPES, 1982: 926). Eça, que viveu desde 1872 fora de Portugal e contactou com a “mais prestigiada imprensa europeia” (Peixinho A. , 2011: 143), retrata a sociedade do final do século XIX não só através de uma detalhada descrição dos costumes da época, como pela construção psicológica e ambições das diferentes personagens que se cruzam na vida de Artur Corvelo, protagonista da obra. Este contacta de perto com o “mundo” dos jornalistas, com o “mundo” das redações4, que nos é descrito minuciosamente e com recurso a diferentes personagens ligadas ao jornalismo, figuras essas que compõem os espaços socioculturais da narrativa e que se caracterizam por uma considerável carga disfórica. Neste contexto, pretendemos analisar o modo como o jornalista é construído e composto na obra A Capital. Posto isto, o desenvolvimento do presente trabalho contará com um breve resumo da história narrada, seguido de uma proposta de grelha de análise baseada na caracterização das várias personagens que, de alguma forma, estão relacionadas com o jornalismo. De realçar que, como escreveu a Téofilo Braga, Eça de Queirós tinha a ambição de “(…) pintar a sociedade portuguesa, tal qual a fez o Constitucionalismo desde 1830” (SARAIVA & LOPES, 1982: 926). Face a tal objetivo, não é de estranhar que o jornalista, dado a conhecer de forma caricatural, seja uma personagem-tipo da obra queirosiana: segundo António José Saraiva e Óscar Lopes (1982), o caráter intencionalmente típico das personagens é outra das características evidentes das suas obras: cada uma destas representa um elemento social, um grupo ou classe profissional da sociedade oitocentista. Respeitando a “regra”, a construção das personagens da obra em análise não é exceção, sendo o resultado de uma “(…) observação do real circundante (…) produto dos contextos sociais e culturais que o escritor pretende retratar” (Peixinho A. , 2011: 136). 3

Ainda que a primeira referência ao romance date de 1877. Em especial com a do diário O Século - jornal que surge nos finais de 1880, sendo extinta a “Empresa Pública Jornal O Século e Popular” pelo Decreto-lei nº162/79 de 29 de dezembro (Arquivo Nacional Torre do Tombo, 2008). 4

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O jornalista na obra queirosiana: A Capital A Capital é a narração das aventuras e desventuras de Artur Corvelo. Jovem da província, após os estudos em Coimbra e a morte dos pais é criado por duas idosas tias. O seu maior desejo é triunfar no meio intelectual e social lisboeta, do qual nos são oferecidas pinturas um tanto cruéis, nomeadamente no que toca ao retrato da vida literária da capital, criticada ferozmente pelo escritor, que destaca os seus vícios e a forma como acolhe o jovem. Este imagina a sociedade lisboeta como sendo culta e sofisticada, contrariamente ao meio rural onde se encontra inserido – Oliveira de Azeméis. Face a tal deslumbramento, a narrativa queirosiana em análise funciona como uma dura e crítica descrição da sociedade do século XIX, com recurso a personagens que ilustram dados “tipos sociais” – fruto de uma construção que vai ao encontro do olhar crítico que o escritor tem sobre a sociedade oitocentista, em geral, e sobre o jornalismo, em particular. Além do seu talento para a escrita, exalta-se face à “(…) influência da Imprensa (…)” (Queirós, Eça de, 1845-1900: 100)5, vendo-a como um veículo para o reconhecimento público. Neste contexto, a obra narra uma verdadeira “odisseia” de hilariantes e sarcásticos acontecimentos fruto da tentativa modesta e ingénua de Artur Corvelo de se afirmar na sociedade lisboeta. Enquanto tenta alcançar este seu objetivo, relaciona-se com várias figuras que considera ilustres. Estas diferentes personagens6 têm em comum o reconhecimento de uma certa ingenuidade do protagonista e desta acabam por conseguir retirar algum proveito. Assim sendo, Eça recorre a um estilo irónico para descrever a falta de sorte7 que o protagonista vai tendo na capital.

Grelha de análise Quanto a figuras ligadas ao jornalismo, todas elas personagens-tipo8, destacam-se:

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A partir desta referência seguiremos a seguinte edição da obra citada: Queirós, Eça de. (1845-1900). A Capital / de Eça de Queiroz. Lisboa: Livros do Brasil, [D.L. 1993]. 6 Consultar grelha de análise. 7 Quer a nível profissional, quer a nível pessoal, como os amores entre Ovar e Lisboa e o romance com Concha. 8 Como referido na Introdução deste trabalho.

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Melchior Cordeiro – Personagem secundária de extrema importância na diegese do romance. É o jornalista com quem Artur Corvelo vai falar ao chegar a Lisboa, a pessoa aconselhada pelo seu amigo Rabecaz. Melchior, medríocre redator do Século, era um “literato” (p.121) com o qual Artur esperava manter uma conversa sobre “livros, estilos, escolas” (p.121). Tinha “a calva precoce, chamada do deboche, sobre a qual repuxava um cabelo fino como teias de aranha; sob o nariz carnudo, arqueava-se um bigode espesso” (p.121), as mãos “papudas” e alguma tremura, como era habitual. No diário tinha algum poder de decisão mas era pouco trabalhador, ativo ou autónomo, importando-se mais com o lazer. Torna-se um “mentor” do jovem durante a sua estadia na capital, aproveitando-se do pretexto de o apresentar a figuras ilustres dos meios literários para deste se servir em favor das suas pândegas, jantares de luxo e aventuras amorosas. Apesar de, inicialmente, admirar Melchior, Artur vai descobrindo os seus defeitos: não era pontual nem cumpria com os seus compromissos, era um gabarolas, um pândego, que apenas usa o protagonista para se mostrar em público e acaba como um traidor, envolvendo-se com Concha, a amada de Artur. Face a tal desilusão, este vê o jornalista como um “pelintra, caloteiro, cobarde, debochado, imbecil, [e] bêbedo” (p.331). Ao jornalista Melchior Cordeiro podemos associar a denúncia de alguns vícios dos homens da imprensa oitocentista feita por Balzac, na sua célebre Monographie9: “a falta de verdade, a vaidade, a ausência de uma formação adequada, a levianidade dos juízos e a promiscuidade entre política, jornalismo e dinheiro” (Peixinho A. , 2011: 121); Esteves – Personagem secundária à qual é oferecida uma breve referência na obra. Jornalista do Século, um mero ajudante de Melchior, no fundo, que acatava as suas ordens e “cortava tiras” (p.121) de jornais. “Um rapazito de blusa azul” (…), de cabelo à escovinha, escaveirado e de lunetas defumadas (…)” (p.121) que levou Artur a conhecer a redação do diário e o próprio Melchior. De realçar que as personagens associadas à imprensa, na obra de Eça, revelam uma certa submissão ao poder – neste caso à figura de Melchior -, ilustrando, assim, a pouca aptidão técnica e a falta de autonomia da profissão no século XIX;

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Publicada em 1843, Monographie de la presse parisienne, d’Honoré de Balzac, tornou-se um clássico da crítica da imprensa e objeto de múltiplas reedições (Maler, 2013).

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Sr. Saavedra – Personagem secundária. Diretor do Século referido várias vezes ao longo da narrativa. Era um “ricaço de ideias” (p.123), um sujeito de “face branca e balofa, com lunetas de oiro e um bigode tão espesso que parecia de crepe postiço(…)” (p.123). Há uma clara supremacia desta figura por ser o “chefe” de redação, aquele que dita propostas de notícias – pautadas por um discurso parcial, comprometido e opinativo10 -, sem aceitar as críticas de Melchior, as correções que este aponta, irritando-o qualquer reparo. Para ele o trabalho tem de ser feito na hora, “à pressa” e segundo as suas ordens e indicações, segundo a sua vontade. É descrito como uma figura autoritária do diário e é visto como um “diabo” no “rochedo de Sísifo”11 (p.128). Saavedra, ao ditar e impor a redação de notícias, demonstra que as questões do estilo eram sobrevalorizadas em detrimento do conteúdo, além de demonstrar uma clara falta de autonomia do jornalista. Mais ainda, reflete a parcialidade, dependência política e a promoção que era feita a certas individualidades – numa lógica de “troca de favores” -, nomeadamente no que dizia respeito à divulgação de artistas e literatos; Vilela – Personagem secundária. Correspondente de Oliveira de Azeméis para a Verdade, um jornal do Porto, o que, para os amigos de Artur, fazia dele uma autoridade. Tal justifica-se pelo entendimento da Imprensa e das Letras como veículo para reconhecimento público. Esta personagem era entendida, portanto, como alguém respeitável, acima de algumas profissões. O protagonista – que ilustra a opinião de Eça – vê em Vilela alguém capaz de proclamar oposição ao governo, de ser uma influência local. A esta personagem, dado o pouco sustento que possuía, surgiu a ideia de fundar um jornal na referida Vila, o que muito entusiasmou Artur. À época, um jornal seria um privilegiado instrumento democrático ao serviço da formação de uma consciência pública. No entanto, a ideia não chegou a passar da teoria, não obtendo grande adesão local; António de Moura – Personagem secundária. Fundador de um jornal de oposição em Beja e tio de Melchior: “um sujeito grosso e rubicundo, de xale-manta, o ar hílare e nédio (…)” (p.173). Era proprietário em Beja, interessava-se pelas questões de política local e ardia de ódio pelo Governador Civil, daí querer fundar um jornal de oposição, A Voz do Distrito. Não tendo encontrado em Beja um escritor que se pretendia 10

De realçar que o diário se empenhou, na sua fase inicial, na afirmação do projeto republicano, fazendo oposição ao governo. 11 Descrição da Imprensa, segundo Artur.

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“destemido, com palavreado, e sem escrúpulos, para dar para baixo” (p.174), decidiu procurar um que tivesse tais qualidades na capital. À época, era para “«dar para baixo»” (p.242) que também servia o jornalismo – muito associado a cores políticas, servia de meio de reivindicação e de intervenção. Neste contexto, Eça aponta um defeito ao jornalismo do seu tempo, o de ”fomentar na sociedade uma nova forma de vaidade: o reclamo (…)” (Peixinho A. , 2011: 128). Esta ideia espelha a opinião de Eça sobre a imprensa no século XIX enquanto “nova força social e cultural” (Peixinho A. , 2011: 119), tendo o jornalismo um papel civilizador com “demasiadas e elevadas responsabilidades em todos os setores sociais” (Peixinho A. , 2011: 122); Bento Correia – Personagem secundária,“é uma celebridade antiga, quase clássica, jornalista, funcionário” (p.193). Vê o jornal como um meio sério, credível, influente. Artur descrevia-o como tendo uma face “grossa (…) lustrosa (…), olhar amortecido, (…) mastigação vagarosa (…)” (p.194). Considerava-o um “homem ilustre” (p.194), para o qual ele era apenas um insignificante “calemburista”12. Tal como Vilela, esta é uma personagem que espelha o vislumbre de Artur pela Imprensa, como meio de ascensão social, motivo esse que lhe aumenta o desejo de vingar e de se afirmar na sociedade lisboeta. Ainda que Eça veja o jornalista com sérias reservas - enquanto construtor de consciências -, o protagonista revela um fascínio pelo “mundo” das redações; Xavier – Personagem secundária. Folhetinista do Século, “esse Jules Janin13 da imprensa portuguesa (…)” (p.183). De realçar a referência aos famosos folhetins: espaços reservados à Literatura no rodapé da primeira página dos jornais oitocentistas. Os escritores começaram por encarar a Imprensa como um meio eficaz para publicitarem as suas obras, as quais eram enviadas para jornais e revistas – espaços de diálogo e interseção entre Literatura e Jornalismo. Como tal, muitas das produções dos grandes nomes da Literatura do século XIX, numa primeira fase, passaram “pela secção do folhetim, antes de serem [vendidas] no mercado livreiro” (Peixinho A. , 2011: 108).

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Um fazedor de calembures. Jules Janin, também conhecido como “Júlio Janin” na literatura lusófona, “foi um escritor e crítico literário e dramático francês” (Jules Janin, 2014). 13

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Conclusão O jornalista, dado a conhecer de forma crítica e disfórica, é uma personagemtipo da obra queirosiana, a partir da qual o escritor retrata “caricaturalmente a sociedade portuguesa de oitocentos” (Peixinho A. , 2011: 135). Na obra em análise, numa descrição quase que paradoxal, assistimos a um constante contrassenso entre o fascínio de Artur pela profissão de jornalista e pelo ambiente das redações, e o olhar crítico do narrador que dá voz à denúncia dos vícios e hábitos do jornalismo que Eça tanto condenava. Artur Corvelo preocupa-se e interessa-se pelo mundo da Arte e da Literatura, onde se incluem os jornalistas e homens de letras. Logo no primeiro capítulo o autor faz referência aos “rapazes extremamente literários, redatores ardentes do jornalzinho o Pensamento” (p.20) – uma revista semanal. Aqui não se refere aos companheiros de casa de Teodósio e de Artur como jornalistas mas, sim, uns “Sacerdotes da Ideia” (p.21), um grupo de jovens que se denominava Cenáculo, onde se discutia desde a Arte, Religão, entre outros assuntos. No entanto, quando o autor descreve Lisboa como o meio literário desejado pela personagem principal faz várias referências ao “mundo dos jornalistas” (p.72), vistos por esta como profissionais sérios, credíveis. Este “mundo” é, sobretudo, algo que fascina o protagonista: imagina-o como sinónimo de uma grande azáfama, onde se critica o que está mal mas se eleva os bons feitos, “um ruído incessante de máquinas de impressão, salas de redação resplandescentes de gás (…)” (p.72), um “mundo” onde se imagina – “Via-se lá, revendo provas, lendo o seu nome em cada jornal, fazendo civilização!” (p.72) No entanto, Rabecaz alerta-o para a realidade: se quer trabalhar, poderá não ser em redações porque nestas “(…) está tudo atulhado. A maior parte escreve de graça (…)” (p.74), alertando para o dinheiro que não teria. Também Venâncio reitera que “Ninguém conhece semelhante gente” (p.119), deixando Artur “profundamente despeitado” (p.119). Este concebe o jornalista como uma figura de poder, respeitável, acima de algumas profissões e capaz de proclamar oposição ao Governo, vendo a Imprensa como um veículo para o reconhecimento público. No entanto, se no início da obra os jornalistas e o seu mundo é algo que entusiasma Artur, no final, sobretudo pela figura de Melchior, o protagonista sente-se frustrado e revoltado com este grupo de profissionais, jurando “dedicar-se aos

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republicanos, (…) os únicos homens de justiça e de verdade que até aí encontrara” (p.264). Na obra em análise, a partir de episódios associados ao “mundo” das redações e da caracterização de personagens ligadas à Imprensa, Eça denuncia dois grandes defeitos do jornalismo de oitocentos: a falta de autonomia e profissionalização dos jornalistas, bem como a escassa preparação técnica e intelectual dos mesmos. Por outro lado, o escritor realça a crescente importância do “jornalismo como força social no século XIX” (Peixinho A. , 2011: 134). No entanto, aponta-lhe vícios e maus hábitos, condenando os defeitos (que também partilha) da prática jornalística, ao mesmo tempo que promove uma “teoria do jornalismo” (Peixinho A. , 2011: 124), defendendo a imparcialidade, a justiça, a liberdade e, no fundo, um agir profissional “em nome de ideais bem definidos” (Peixinho A. , 2011: 124). Em conclusão, Eça oferece-nos, portanto, uma imagem disfórica do jornalismo de oitocentos, associado a valores e significados negativos, “uma atividade pouco prestigiada que, a pouco e pouco, (…) se foi afirmando profissionalmente (…)” (Vargues, 2003: 180). Por conseguinte, a Imprensa na sua obra resume-se, assim, a uma “perigosa arma social, sem prestígio e sem ética” (Peixinho A. , 2011: 138), que, como descreveria Fradique Mendes a Bento de S., “com a sua maneira superficial, leviana e atabalhoada de tudo afirmar, de tudo julgar, mais enraizou no nosso tempo o funesto hábito dos juízos ligeiros” (Queirós, Eça de, 1900: 228).

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Referências bibliográficas Bibliografia ativa Queirós, Eça de. (1845-1900). A Capital / de Eça de Queiroz. Lisboa: Livros do Brasil, [D.L. 1993].

Bibliografia passiva António José Saraiva, Óscar Lopes. (1982). História da Literatura Portuguesa. Porto: Porto Editora, Limitada. Baptista, J. (1993). «Eça jornalista». In A. C. Matos, Dicionário de Eça de Queiroz (pp. 321-327). 2ªed. Lisboa: Caminho. Chalaby, J. (2003). «O jornalismo como invenção anglo-americana. Comparação entre o desenvolvimento do jornalismo francês e anglo-americano (1830-1920)». Obtido de Media&Jornalismo,

Nov.2003,

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Outras fontes Arquivo Nacional Torre do Tombo. (2008). EMPRESA PÚBLICA JORNAL O SÉCULO. Obtido de DGLAB

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das

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http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=1009215 Estudos queirosianos. (s.d.). Obtido de Eça de Queirós. Investigação, ensino e debate sobre temas queirosianos: http://queirosiana.wordpress.com/estudos-queirosianos/ Jules Janin. (27 de junho de 2014). Obtido de Wikipédia - A enciclopédia livre : http://pt.wikipedia.org/wiki/Jules_Janin Maler, H. (19 de setembro de 2013). Lire : Monographie de la presse parisienne, d’Honoré de Balzac (1843). Obtido de Observatoire des Médias - ACRIMED, Action - Critique Médias: http://www.acrimed.org/article4136.html#nb1 Reis, C. (25 de julho de 2012). Dicionários de personagens. Obtido de Figuras da Ficção: https://figurasdaficcao.wordpress.com/category/dicionarios/

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