O LUGAR DOS CLÁSSICOS NO DESENVOLVIMENTO DO PESQUISADOR

September 12, 2017 | Autor: Mara Brum | Categoria: Teacher Education
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O LUGAR DOS CLÁSSICOS NO DESENVOLVIMENTO DO PESQUISADOR RODRIGUES, Lívia Malta Pontes1 - UFPel LEIRIA, Rossana Daniela Cordeiro2 - FURG BERTINETI, Elizane Pegoraro 3 - UFPel Grupo de Trabalho História da Educação Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo Este trabalho visa refletir sobre a importância de estudar os autores clássicos no contexto da pós-graduação. Esta reflexão parte da própria experiência enquanto estudante do Mestrado em Educação que nos possibilitou o contato com diversas teorias. A escolha de um programa de pós- graduação interdisciplinar implica em necessariamente sair da zona de conforto que comporta o nosso saber acadêmico. Esse processo de ampliação acontece por meio de disciplinas cursadas como completares aos créditos exigidos em cada curso, bem como as leituras paralelas que não serão necessariamente aproveitadas diretamente no trabalho de pesquisa, mas que desenvolvem a percepção do sujeito leitor contribuindo para seu aprimoramento pessoal e sua compreensão de mundo. Esse texto é fruto da experiência de cursar uma disciplina chamada História das Ideias Pedagógicas, cujo objetivo é refletir por meio de textos e discussões, promovendo uma ampla noção dos teóricos clássicos da Filosofia da Educação. O livro “Porque ler os clássicos” de Calvino (2007) nos possibilita perceber que o refinamento teórico não deve ser pensado de maneira utilitarista, apenas para embasar nossas pesquisas e práticas educacionais, mas sim, ser parte de um processo de formação do pesquisador. Entendemos que a escolha de determinado teórico envolve nossas inquietações intelectuais e estas estão associadas a nossa visão de mundo. Assim, neste trabalho refletimos também sobre o conceito de Paradigma e os nossos desafios ao dialogar com autores que nos eram desconhecidos e nos proporcionaram diferentes visões no estudo destes clássicos. Essa experiência inicial nos possibilitou compreender que as leituras dos clássicos contribuem para 1

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da FaE/UFPel. Psicóloga pela Universidade Católica de Pelotas. E-mail: [email protected]. 2 Acadêmica do Curso de Ciências Econômicas – FURG. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da FaE/UFPel. Licenciada em Matemática( FURG). E-mail: [email protected]. 3 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da FaE/UFPel, Licenciada em Pedagogia – UFPEL; Pós-Graduada em Gestão Escolar; tutora a Distância do Curso Licenciatura em Educação do Campo/UFPEL/UAB e Professora Efetiva de Rede Municipal de Canguçu/RS. e-mail: [email protected].

formação no sentido que possibilita compreender a historicidade dos escritos, dialoga com o aprendizado de compreender e contribui para o nosso desenvolvimento como pesquisador. Palavras-chave: Leitura de Clássicos. Formação. Pesquisador. Introdução Ser aprovado em um programa de pós-graduação não significa tornar-se de imediato pesquisador. A formação do papel de pesquisador exige desenvolvimento e caminhos que são dotados de uma maturação pessoal e intelectual, ou seja, envolve um processo. Um determinante na formação é o interesse pela temática e autor, que mobiliza e envolve o pesquisador em busca de suas inquietações, seja para entender o pensar do autor e de sua teoria ou mesmo para ajudar a compreender alguma situação presente na vida cotidiana. Ao assumirmos o caminho da pesquisa na pós-graduação, encontramos diversos autores que nos instigam a refletir sobre o mundo e suas problemáticas. Nesse sentido, a leitura dos clássicos na disciplina de História das Ideias Pedagógicas, nos possibilitou o primeiro contato com estes clássicos e temos como objetivo compartilhar nossas reflexões no contexto da referida disciplina e suas contribuições na formação acadêmica. Caminhos percorridos pelo pesquisador Para chegar a um problema de pesquisa com aceitação científica se faz necessário trilhar caminhos teóricos que fundamente as nossas hipóteses e sustente a justificativa de seguir com os estudos nos moldes da academia. Ainda são necessárias algumas decisões precedidas de questões que nem sempre estão diretamente ligadas ao pretenso objeto de estudo. São questões impostas ao pesquisador, que o afetam do ponto de vista pessoal, como a escolha do programa de pós- graduação, a escolha do orientador, se será possível conciliar trabalho e estudo, se a pesquisa contará com saída a campo, ou será bibliográfica. Todos estes elementos, que num primeiro momento nos parecem estar separados, desprendidos de nosso objeto formal de estudo são sistematizados, tanto quanto aquilo que estamos nos propondo a investigar, sob pontos de vistas filosóficos e sociológicos. A trajetória acadêmica do estudante pode contribuir para sua formação científica, principalmente, quando este tem participação em projetos de extensão, iniciação científica e estudos que contribuem para sua percepção de mundo no âmbito de seu desenvolvimento profissional e acadêmico. Dessa forma, pode compreender a evolução da ciência, para

posicionar-se enquanto escolha de uma visão de mundo, de uma postura científica, da maneira como lançar o olhar para determinado objeto de estudo. Essas possibilidades e decisões se constroem internamente no pesquisador a partir da compreensão dos diferentes paradigmas e a partir deles constituir caminhos para sanar dúvidas no que concerne sua trajetória acadêmica e pessoal. Ao considerarmos a responsabilidade com a nossa formação de pesquisador, no decorrer deste trabalho pretendemos demonstrar a importância do refinamento teórico, enquanto descoberta de conceitos, que vai sendo construído pelo pesquisador em meio ao seu aprimoramento intelectual frente às novas responsabilidades assumidas no meio científico. Bem como, as contribuições que a leitura dos clássicos traz para esse processo de formação partindo da experiência do pesquisador que se desafia na busca de uma área do conhecimento pouco conhecida por ele e do “descanso”, utilizado aqui no sentido de repouso, quando consegue, enfim fazer a escolha da base teórica que percorrerá para alcançar respostas a suas inquietações. Ao fazer esta escolha, o pesquisador, limita-se a um campo teórico restrito dado a diversidade de caminhos que oferece a Ciência, porém a certeza e um caminho a ser seguido são fundamentais para dar norte aos caminhos a serem percorridos. Percebemos hoje em nosso processo de formação que a leitura de clássicos é de fundamental importância para a formação de pesquisadores e educadores, mas no início do século XXI, houve uma desvalorização da leitura de clássicos na formação acadêmica no campo educacional, sendo que como conseqüência se vê uma redução significativa na carga horária de disciplinas de cunho filosófico, passando a serem valorizadas as disciplinas de cunho prático. Os clássicos apresentam grande significado tanto para a formação profissional dos indivíduos como também na formação acadêmica e de pesquisador, pensar em Clássicos nos remete ao pensamento de algo superior, perfeito e que merece destaque em nossas escritas de pesquisa Porém podemos e devemos também analisar os clássicos pelo viés da historicidade, pois cada obra foi escrita em um contexto, em um dado momento histórico que justifica muitos dos escritos e das ideias que cada um traz. Estas obras, justamente porque se situam em um dado período da história, expressam a vivência desta época, os conflitos presenciados, os valores predominantes da época e principalmente as vivências de um tempo que para nós está distante. Considerando esta distância que separa o passado e o presente, podemos dizer que os Clássicos têm a função de

nos ajudar a compreender a história e todos os processos de mudanças que ocorrem principalmente no que tange a educação. O diálogo com os clássicos quando estamos em observância da realidade é fundamental nos sentido de compreendermos o processo de construção desta realidade, afinal ela não é uma realidade estanque, pelo contrário vem se constituindo ao longo do tempo, sendo que traz heranças de um passado que podemos conhecer através desta interlocução do passado com o presente. Recorrer aos clássicos, nos leva a uma visita ao passado com o propósito de buscar conhecer neste passado o processo histórico que implica na nossa realidade mesmo que indiretamente. Na situação levantada sobre o resgate da história a partir dos clássicos, esta que nos permite analisar as mudanças, as semelhanças entre as diferentes épocas. A história a partir dos clássicos abre inúmeras possibilidades que podem dar suporte ao pesquisador e educador para a compreensão das diferentes concepções de mundo, de homem e de sociedade em distintas épocas da nossa história. A partir desta compreensão chegamos a uma análise mais sólida da realidade, pois através do diálogo com o passado que nos permitimos compreender de fato o presente. O diálogo com o passado nos permite observar que os homens sempre buscaram entender sua essência, sua humanidade e formar indivíduos virtuosos e felizes, ou, ao menos, capazes de viver em sociedade. É o processo histórico impressionante e complexo, formador de quem hoje somos que intencionamos, ao máximo quanto for possível, compreender (COSTA et al, 2010, p. 17).

Nesse sentido, podemos ver os clássicos se colocam registros de extremo valor sobre o passado da nossa educação. Eles nos mostram e nos trazem as marcas do tempo, mesmo que elaborados em um contexto diferente, são eles que abrem os caminhos para o pesquisador, de forma que estes ampliam os horizontes das pesquisas e se tornam ferramentas fundamentais na compreensão de nossos problemas de pesquisa, mesmo que estejamos vivendo em outro momento e com realidades que em termos se diferem. Os clássicos podem ser considerados em uma rica e fundamental fonte de pesquisa para as diversas áreas: Educação, Filosofia, História. O diálogo que se pode estabelecer com o passado através dos Clássicos é o que fundamental para as nossas pesquisas, pois no diálogo com as estas fontes clássicas nos é possibilitado discutir a [...] dinâmica e a permanência de valores produzidos historicamente com a preocupação de direcionar o homem na busca do ser ideal e entender por que eles não permanecem reféns de um tempo ou de uma época específica (COSTA et al, 2010, p.23).

Sendo assim os clássicos são consideradas fontes importantíssimas, pois a partir deles nos é permitido analisar caminhos que já foram percorridos em diferentes épocas e contextos, ou seja, nos permite compreender a construção da humanidade e antes de tudo os processos e caminhos pelo qual perpassaram a nossa educação. Papel do pesquisador na Filosofia e na constituição dos Paradigmas Para ponderar sobre desenvolvimento do papel de pesquisador tomaremos a teoria dos papéis de Jacob Levy Moreno (1892 – 1974). Este autor desenvolveu a teoria psicodramática, ideia que nasce do teatro. Assim vários conceitos dentro de sua teoria nascem também deste contexto. O conceito de papel é um deles e é definido pelo autor da seguinte maneira: A forma de funcionamento que um indivíduo assume no momento específico em que reage a uma situação específica, na qual outras pessoas e outros objetos estão envolvidos (MORENO, 2006, p. 27).

Podemos sintetizar este conceito ao compreender que os papéis são formas de agir, ou seja, “jeitos” de funcionamento do indivíduo em relação ao meio. No meio estão incluídos os objetos, a natureza, os animais, a tecnologia, o outro e o mundo interno do indivíduo. Assim, por exemplo, quando o indivíduo caminha solitário pode desempenhar o papel de observador da natureza, o papel de “autoconfidente” diante de uma reflexão interpessoal; ou o papel de pedestre, quando complementa o papel do motorista. Nesse sentido, se faz necessário compreender que a ideia de papel para Moreno existe em três dimensões: 1) Papéis sociais: expressando a dimensão social; 2) Papéis psicossomáticos, que expressam a dimensão fisiológica; 3) Papéis psicodramáticos, que constituem a expressão da dimensão psicológica do eu. Esses papéis sociais desenvolvem-se numa fase subsequente e apoiam-se nos papéis psicossomáticos e psicodramáticos, como formas anteriores da experiência. Aqui pretendemos tratar apenas do papel social, abordando especificamente o papel de pesquisador (MORENO, 2006, p.28). Acreditamos que no decorrer do processo é importante o pesquisador ir tomando consciência de que tanto a filosofia enquanto ciência, quanto a sociologia são conhecimentos sistemáticos, interpretativos da própria vida. Assim, a busca de uma base teórica para resolver nosso problema, significa também uma busca de quem somos ou de como somos no mundo, mesmo que essa se dê enquanto processo inconsciente.

Pensar as ideias pedagógicas da perspectiva da filosofia significa irmos apreendendo o trajeto que a razão humana constituiu ao longo do tempo até termos a educação formal instituída no modo como a conhecemos hoje. Na medida em que a filosofia vai apresentando suas discussões e posições a cerca das questões reais e opostas com as quais lidamos todos os dias, como o útil e o inútil, a teoria e a prática, o ser e o ter, por exemplo, vamos sendo capazes de desenvolver nossa visão de mundo e ter mais subsídios para responder as questões - problema, organizadas por nós na tentativa de compreender os processos educativos. Paralelamente a esse movimento se faz necessário refletirmos como se dão os processos sociais do ensino. Jamais podemos desconsiderar que a educação se dá no contexto de uma sociedade que, por sua vez também é fruto da educação. É preciso aventurar-se nessa disciplina que se preocupa com os agrupamentos humanos para que, a partir da compreensão de como os estudiosos que nos precederam exploraram a estrutura social, possamos aos poucos fazer recortes de realidade conscientes e coerentes de análise. Dessa maneira, no momento em que vamos compreendendo as teorias à luz do que estamos vivendo em nosso contexto social atual, sem perder de vista, também a história, podemos ir afinando-nos com um determinado paradigma e tomando então as decisões que nos ajudarão tanto a formular quanto a responder as perguntas que surgirem nas nossas pesquisas. Nesse momento se faz necessário compreendermos o que é um paradigma, visto que esse termo já apareceu algumas vezes neste texto, e claro, não por acaso. Sendo assim, o que é um paradigma? Quem nos ajuda a pensar a respeito é Araújo (1996), este nos aponta suas “considerações sobre o termo paradigma”, no qual discorre definindo este como uma significação implícita de um modelo ou de um padrão que se impõe progressivamente aos indivíduos e grupos. Em sua acepção corriqueira, a noção de paradigma representa efetivamente o sucesso no reconhecimento partilhado de uma determinada solução apresentada a problemas emergentes – de caráter particular ou geral – solução que propicia a adesão, refletida ou não, por parte dos participantes de uma comunidade, de um movimento, de uma nação, ou mesmo a humanidade como um todo (ARAÚJO, 1996, p.15).

O texto tece um discurso “próprio” sobre o termo recorrendo também a um autor importante dentro dessa discussão, Thomas S. Kuhn. Como não poderia deixar de ser, já que é quem de fato se dedicou a compreender e estruturar as mudanças e revoluções científicas.

Apresenta os paradigmas como “visões de mundo” – e, portanto, mais amplos que as teorias – que orientam a atividade normal de uma comunidade científica. O papel dos Clássicos no desenvolvimento do pesquisador Expostos os conceitos de papel e paradigma, nosso terceiro movimento é retornarmos a busca pela compreensão do lugar dos clássicos no desenvolvimento do papel de pesquisador. E Ítalo Calvino com sua obra “Por que ler os clássicos” nos dá a base para a reflexão. O autor considera que a juventude é uma idade em que o encontro com o mundo e com os clássicos cmo parte do mundo vale exatamente como primeiro encontro (CALVINO 2007, p. 10): Os clássicos são livros que exercem uma influência particular quando se impõem como inesquecíveis e também quando se ocultam na dobras da memória, mimetizando-se como inconsciente coletivo ou individual.

A sociedade em que vivemos hoje, da maneira com está organizada é fruto de uma revolução da burguesia que reduziu tudo a quantidades econômicas. Em O Capital vamos percebendo uma realidade articulada ao preço de mutilar dessa realidade seus elementos qualitativos. Com isso, o modelo social que se institui a partir desse princípio não dá conta do ser humano na sua integralidade, um ser humano emancipado. Mas afinal de contas, para que “serve” tantas descobertas e reflexões? Questão inerente em nossa sociedade utilitarista. Claro que Calvino já prepara o terreno para essa resposta de maneira tão profunda que nem precisaríamos nos dar ao trabalho de contemplá-la “Os clássicos servem para entender quem somos e aonde chegamos”. (CALVINO, 2007, p.16) e ainda, “Não se pense que os clássicos devem ser lidos porque “servem” para qualquer coisa. A única razão que se pode apresentar é que ler os clássicos é melhor do que não ler os clássicos”. Porém, apesar dessas justificativas inquestionáveis acrescenta-se a importância de tantas descobertas e reflexões a possibilidade de compreensão do objeto de estudo escolhido pelo pesquisador. De possuir diferentes olhares, diferentes perspectivas, na tentativa de não permanecer preso a aparência deste objeto. Oliveira (2004) nos atenta para a distância entre as formas de aparecimento das coisas e o movimento interno da realidade. Importante salientar que muitas vezes um objeto de estudo ou assunto “dão-nos a idéia”, aparecem de uma maneira, mas o autor nos ajuda a

compreender a importância de questionar o que “aparece” lembrando que, em qualquer situação, a forma de aparecimento fixa-se espontaneamente ao pensamento corrente, enquanto o fundo oculto da realidade precisa ser descoberto. Só mesmo pela reflexão sistemática, por um acesso filosófico mediatizado, que no linguajar marxiano é identificado como ciência, é possível superar essa aparência visível invertida (OLIVEIRA, 2004, p.182).

Esse é o grande movimento que o pesquisador precisa compreender de que tem que fazer para responder de forma satisfatória suas grandes questões. Encarar a aparência, iniciar uma relação com ela, que mediada pela teoria, nos dará o entendimento da lógica imanente do determinado contexto. A essência, enquanto forma mediata, manifesta-se sempre em algo diferente daquilo que ela é. Manifestar a essência é a atividade da aparência. Em suma, o verdadeiro conhecimento não é destruição da aparência, mas de sua pretensão de passar-se por núcleo essencial da realidade (OLIVEIRA, 2004, p.183).

Podemos concluir pelo menos com uma afirmação, o processo de desenvolvimento do papel de pesquisador é bastante complexo, nada linear e repleto de reflexões. Tanto acerca do tema a ser pesquisado quanto a reflexões a cerca de si mesmo. O refinamento teórico será de suma importância tanto para dar uma boa base para a pesquisa, quanto para dar segurança ao pesquisador. A escolha de um paradigma, tarefa inevitável, e nem sempre fácil, é parte determinante do processo. Considerações finais O lugar dos clássicos é defendido neste artigo como algo significativo, certo e inquestionável. Porém, do ponto de vista do pesquisador, ou seja, o quanto o próprio pesquisador entende o contato com os clássicos como importante, não é algo dado, mas define a visão de mundo que este pesquisador possui. Talvez não seja possível neste momento concluirmos esta análise sobre a importância dos Clássicos na Formação do pesquisador, já que ainda estamos neste processo de descobertas e de buscas de leituras clássicas que possam embasar as nossas pesquisas acadêmicas. Podemos assegurar que se faz imprescindível retomar as leituras clássicas para uma fundamentação que contribua para as pesquisas acadêmicas e que assim se possibilite uma leitura da realidade e que se manifeste uma capacidade de atuação para transformação.

Nossas inquietações surgiram no momento que nos vimos no papel de pesquisadores, pois neste momento vem à dúvida sobre quais caminhos percorrer e de onde devemos partir. Muitas são as formas de dar início a uma pesquisa, porém a leitura dos clássicos faz com que possamos compreender o processo histórico dos acontecimentos. Defendemos a leitura dos clássicos e a experiência com a pesquisa neste momento é o que nos faz valorizar estas leituras como fundamentais para este processo de pesquisa, pois o refinamento teórico e a compreensão histórica do que se pesquisa são fundamentais para que tenhamos segurança ao discutir os conceitos que permeiam nossas pesquisas. Ao recorremos aos clássicos estamos recorrendo ao passado para que possamos caminhar na compreensão da realidade, ou seja, há nos clássicos a possibilidade de diálogo entre o passado e presente para que possamos compreender o que nos aproxima e o que nos distancia em épocas distintas. Compreendemos que o estudo dos clássicos é de suma importância para percebermos o contexto histórico que proporcionou as reflexões e motivações de escritas dos autores. Assim como nos proporciona refletir sobre a nossa condição humana na perspectivas de sujeitos históricos possibilitando uma interlocução com os fatos atuais. A leitura dos clássicos contribui ainda para nossa formação intelectual, pois esclarece a importância da escrita e leitura em nossa na nossa formação de pesquisador. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Luiz Bernardo. Considerações sobre o termo “Paradigma”. Teologia e novos paradigmas. São Paulo. Loyola. 15-34. 1996. CALVINO, Italo. Porque ler os clássicos. Tradução Nilson Moulin, São Paulo: Companhia das letras, 2007. COSTA, Célio Juvenal; MELLO, Joaquim José Pereira; FABIANO, Luiz Hermenegildo. Fontes e métodos em história da educação. Dourados, MS: Ed.UFGD, 2010. MORENO, Jacob Levy. Psicodrama.Cultrix, 10ª Ed.São Paulo, 2006. OLIVEIRA, Avelino. Sobre o alcance teórico do conceito “exclusão”. Civitas, Porto Alegre, v. 4, nº 1, jan – jun. 2004

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