O movimentado centenário do ano de ouro da ciência

June 3, 2017 | Autor: Adilson Ramos | Categoria: Dentistry
Share Embed


Descrição do Produto

Editorial

O movimentado centenário do ano de ouro da ciência O ano de 2005 celebra o centenário do ano de ouro da ciência. Há exatos 100 anos, Einstein formulou sua mais famosa teoria e desencadeou uma série de transformações científicas para a humanidade. Einstein dizia que “viver é como andar de bicicleta, para manter o equilíbrio, é preciso continuar se movendo”. E no século XX, principalmente a partir da segunda metade, houve um movimento acelerado. O centenário ficou conhecido como aquele no qual o homem mais avançou cientificamente. Desde a invenção da penicilina até o desvendamento do genoma humano, o homem desfrutou de descobertas que lhe trouxeram melhor qualidade de vida, aumentaram sua expectativa de existência, abrandaramlhe o sofrimento físico e, de quebra, solucionaram muitos dos mistérios da vida. Quando pensamos sobre tudo isso, destacamos um aspecto importante: salvo algumas exceções - toda descoberta surgiu da pesquisa científica e todo benefício foi testado à exaustão antes de ser utilizado. O meio acadêmico, por seu envolvimento com o ensino e suas extensões, sempre proveu situações favoráveis à pesquisa, ao intercâmbio e à prática docente, sendo conseqüentemente o berço dos maiores cientistas do mundo. No Brasil, a Universidade é ainda a maior geradora de pesquisas científicas e, ultimamente, apresenta uma sintonia maior com a indústria. Esperamos que essa aproximação se traduza em agilidade para transformar a pesquisa em conhecimento aplicável e útil para a comunidade. No que tange as comemorações desse ano para a ciência, devemos incluir a discussão sobre a relevância da pesquisa acadêmica para a sociedade em geral. Fazer pesquisa apenas para cumprir as exigências legais da faculdade, optando por um modelo já existente, é no mínimo falta de interesse pala ciência.Apesar de muitos sucumbirem diante da ineficácia dos laboratórios e equipamentos, da escassez de pessoal especializado, além da falta de verbas para a ciência nacional, há muito que se possa fazer quando o foco passa a ser a aplicação da pesquisa. Por exemplo, uma pesquisa que não acrescenta conhecimento à prática da Ortodontia, pode ser descartada ainda quando projeto acadêmico. É preciso que nossos mestres ajam com rigor e, principalmente, com abnegação para orientar

R Dental Press Ortodon Ortop Facial



seus pupilos no sentido de trazerem, senão novidades transformadoras, informações que tornem a escolha do tratamento ortodôntico mais segura para os clínicos e seus pacientes. Negar essa necessidade é desvalorizar o poder que a sociedade em geral transfere para essas instituições. Muitos temas como o crescimento, o desempenho de novos materiais, a biologia que envolve a movimentação dentária, reações morfológicas da face diante de determinados tratamentos são assuntos que, embora pareçam batidos, ainda aperfeiçoam as soluções para o cotidiano do ortodontista. Claro que a idealização de técnicas biológicas revolucionárias e pesquisas genéticas abrangendo o contexto das más oclusões comporão, quiçá, um futuro próximo. Enquanto aperfeiçoa-se a tecnologia, novidades e descobertas devemos acreditar nas soluções que temos à mão, tornando-as plenamente claras. Na concepção dessa edição levamos todos esses aspectos em consideração.Abordando a tecnologia e, em especial, a informática na Ortodontia, nossa entrevista traz a palavra do Dr. Cléber Bidegain Pereira, conhecido como um dos primeiros ortodontistas a falar e a utilizar o computador em seu trabalho. A inovação e a pesquisa de ponta no mundo da Odontologia passarão também, a partir dessa edição, a serem abordadas na Seção “O que há de novo da Odontologia”, sob a coordenação do Dr. Jorge Faber. Num esforço para reunir o maior número possível de artigos, estamos publicando 13 estudos de variados profissionais do país. São estudos que fazem sentido não só como pesquisas acadêmicas, mas também como informações pertinentes para a especialidade. Enfim, nessas 160 páginas de ciência buscamos captar a essência do que ocorre no país da Ortodontia. Resultados de idéias e pesquisas que refletem o movimento de nossos cientistas. Queremos iniciar o ano de ouro da ciência mundial, com o ouro de nossos pesquisadores. Queremos incentivá-los a acreditarem cada vez mais no valor da ciência, no valor das pesquisas relevantes, no valor das pesquisas que são aplicadas à prática. Que continuemos nos movimentando! Adilson Luiz Ramos Editor

Maringá, v. 10, n. 1, p. 5, jan./fev. 2005

Novos Produtos

DX Pliers A Ortho Organizers acaba de lançar vários alicates da linha DX Pliers. Fabricados em aço inoxidável cirúrgico de alta qualidade, os novos alicates não possuem parafusos em suas articulações, permitindo maior firmeza e precisão no trabalho ao ortodontista. Além disso, essa característica aumenta a durabilidade do material. O polimento das bordas dos DX Pliers aumenta a facilidade de manuseio, ampliando o conforto aos pacientes. A Ortho Organizers dá uma garantia inédita de 12 anos ao produto. No Brasil, a Orthoghia é a representante exclusiva dos produtos Ortho Organizers, desde outubro de 2002, e a única autorizada pelo fabricante a comercializar e atender seus clientes. Representante exclusivo no Brasil:

Informações: 0800-162699 – fone (11) 5561-5554

[email protected]

Novidades Editoriais

Mecânica Ortodôntica Corretiva em Typodont Mais um lançamento da Editora Santos, Mecânica Ortodôntica Corretiva em Typodont tem a coordenação do Prof. Mário Vedovello Filho da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Com mais de 100 páginas ilustradas e em cores, a obra aborda tópicos importantes para o ensino e aprendizado do Typodont. Os quatro capítulos principais: Montagem da Aparelhagem, Instalação de Meios Auxiliares da Ancoragem, Fase de Nivelamento e Alinhamento, Arco Ideal Superior, Arco Ideal Inferior, abordam todos os aspectos do Typodont demonstrando passo a passo a forma correta da confecção de bandas, da colagem e descolagem de acessórios entre outras informações relevantes. A linguagem prática aliada ao grande número de ilustrações presentes no livro fazem de Mecânica Ortodôntica uma obra de grande importância para o ortodontista. Informações: Editora Santos Fone: (11) 5574-1200 Fax: (11) 5573-8774 www.editorasantos.com.br

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

10

Maringá, v. 10, n. 1, p. 10, jan./fev. 2005

O

que há de novo na

Odontologia

Transplante de células tronco mesenquimais pode auxiliar a regeneração periodontal A regeneração parcial dos tecidos periodontais pode ser obtida por meio de uma série de técnicas, tais como a regeneração tecidual guiada e uso de fatores de crescimento polipeptídicos. Uma técnica recente, que tem sido aplicada na regeneração tecidual de diferentes tecidos e órgãos, é a colonização da área afetada por células tronco da medula óssea. Essas células podem ser obtidas com facilidade e já se demonstrou que podem se diferenciar em osteoblastos, condrócitos, adipócitos, células musculares, entre outras. Pesquisadores da Universidade de Hiroshima, no Japão, fizeram um transplante de células tronco mesenquimais da medula óssea de cães para tratar defeitos de furca de Classe III em cães, e relataram seus achados no fascículo de setembro de 2004 do Journal of Periodontology. Inicialmente, as células tronco foram aspiradas da crista ilíaca dos animais, cultivadas em meios de cultura, e armazenadas em nitrogênio líquido até o momento de seu emprego. Quando defeitos de furca de Classe III foram criados, suspensões de células tronco em diferentes concentrações foram transplantadas para

o defeito, embebidas em um veículo em gel contendo colágeno do Tipo I. Os animais foram mortos, e blocos de tecido foram removidos, descalcificados e processados para microscopia de luz. Os autores quantificaram a regeneração dos tecidos periodontais e compararam a regeneração ocorrida nos cães que receberam diferentes concentrações de células tronco com aquela apresentada por animais controle, que não receberam o transplante celular. Os resultados desse trabalho mostraram que as células tronco, nas condições do estudo, aumentaram à quantidade de regeneração periodontal. O aprimoramento dessa técnica, em conjunto com a facilidade de obtenção das células tronco, pode trazer novas perspectivas para o tratamento de pacientes com periodonto reduzido. Isso também poderá aumentar o potencial das correções ortodônticas. KAWAGUCHI, H., et al. Enhancement of Periodontal Tissue Regeneration by Transplantation of Bone Marrow Mesenchymal Stem Cells. J Periodontol, Chicago, v. 75, n. 9, p. 1281-1287, sept. 2004.

Descoberto um novo mecanismo de defesa celular contra infecções bacterianas A autofagia para degradação de componentes citoplasmáticos em células eucarióticas é um importante processo da vida celular. Ela ocorre pelo englobamento de parte do citoplasma por uma membrana e o conjunto recebe o nome de autofagossomo. Posteriormente à sua formação, o conteúdo do autofagossomo é degradado através da fusão deste com lisossomos, que possuem enzimas específicas para esse fim. Um grupo de pesquisadores japoneses se debruçou sobre a possível participação da autofagia no processo de defesa celular de células não envolvidas diretamente no processo imunológico. Esse grupo, formado em sua maior parte por dentistas, relatou seus achados no fascículo de 5 de novembro de 2004 da revista Science. Eles acompanharam o destino do Streptococcus pyogenes dentro das células avaliadas. Essa bactéria é também denominada Streptococcus do Grupo A (SGA), sendo o agente etiológico de um grande número de doenças humanas. Os autores puderam observar, através de técnicas imunohistoquímicas, que os SGA, inicialmente, eram incluídos em autofagossomos.

Testes adicionais demonstraram que a maquinaria celular dessas estruturas foi capaz de matar os SGA e conter a expansão da infecção, todavia, a fusão dessas vesículas com lisossomos foi importante para matar as bactérias de uma forma eficaz. Outros ensaios demonstraram que decorridas 24 horas da infecção com SGA, aproximadamente 50% das células realizaram apoptose (morte programada) e esses resultados sugerem que a morte das bactérias SGA pelo mecanismo de autofagia não é capaz de proteger as células. Todavia, é possível que esse mecanismo contribua de forma importante para diminuir a virulência dos SGA, porque a morte das bactérias dentro das células reduz a quantidade de SGA no meio extracelular, atenuando a infecção. Essa descoberta poderá trazer novos entendimentos a respeito do mecanismo de defesa do organismo contra infecções, como o que ocorre na doença periodontal inflamatória crônica. NAKAGAWA, I., et al. Autophagy Defends Cells Against Invading Group A Streptococcus. Science, v. 306, n. 5698, p. 1037-1040, nov. 2004.

Essa seção é realizada pelo Dr. Jorge Faber, Doutor em Biologia Animal, Laboratório de Microscopia Eletrônica - UnB e Mestre em Ortodontia - UFRJ ([email protected]) . Envie suas sugestões e opiniões para o e-mail [email protected].

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

11

Maringá, v. 10, n. 1, p. 11, jan./fev. 2005

Entrevista

Cléber Bidegain Pereira Temos a honra de apresentar, nesta edição, o consultor da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, Cléber Bidegain Pereira. Podemos considerar sem dúvida o Dr. Cléber como um homem à frente de seu tempo. Dedicado e determinado sobre o trabalho que realiza, sempre antecipou-se no uso das tecnologias e inovações que surgem na Ortodontia, testando-as, analisando-as e, o mais importante de tudo, transmitindo os conhecimentos adquiridos de forma benévola, imparcial e apaixonante. Suas experiências com os índios Yanomamis, no início da década de 70, tornaram-se referenciais para o mapeamento da saúde bucal nos diversos rincões do país, além da contribuição para a pesquisa. Pioneiro na introdução da Informática na Ortodontia, o Dr. Cléber fala-nos sobre as mudanças que o dia-a-dia do consultório pode sofrer com a tecnologia e com a presença do computador, sobre certificação digital e sobre como manter a paixão pela Ortodontia após tantos anos de profissão. Adilson Luiz Ramos

1) Dr. Cléber, o que o Sr. poderia nos informar sobre a atual legislação e procedimentos quanto à legalidade das imagens digitais? Adilson Luiz Ramos A Legislação vigente é muito clara e determinante. Pela Medida Provisória 2200-2, de 24 de agosto de 2001, foram criadas as Autoridades Certificadoras, que estão credenciadas para emitir Certificados Digitais, os quais correspondem à Carteira de Identidade eletrônica do indivíduo. Com este Certificado, de baixo custo e validade de dois anos, pode-se assinar arquivos digitais, em qualquer formato e em qualquer quantidade, dentro da validade do Certificado. Este procedimento confere ao arquivo digital inquestionável legalidade, tendo o mesmo valor jurídico que documentos em papel com assinatura reconhecida em Cartório. Isto é, tem maior valor do que papéis assinados sem reconhecimento de firma. É oportuno comentar que os Três Poderes da República estão migrando rapidamente para o digital, exigindo, em muitos casos, do público, empresas e instituições que todos os trâmites sejam em digital, com Certificado. Um dos muitos exemplos: o MEC só aceita inscrições para bolsas pela internet com assinatura digital (http://www.mec.gov.br/prouni/Digital.asp).

• Cinco Livros editados, 91 Trabalhos publicados, 105 conferências e 41 cursos ditados no Brasil e Exterior. • Pesquisador no Burlington Growth Centre da Universidade de Toronto. • Seis Medalhas, entre elas “Dr. Luiz Cesar Pannain”Ortodontia 1.990. • Ex-presidente e atual Vice-presidente da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE USUÁRIOS DE COMPUTADORES NA ODONTOLOGIA. • Presidente do I, II, III, IV, V e VI SIMPÓSIO DE INFORMÁTICA NA ORTODONTIA E ORTOPEDIA, SPO, São Paulo. • Presidente do I CONGRESSO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA ORTODONTIA - SOGAOR, Porto Alegre, 1.997. • Membro da Academia Gaúcha de Odontologia.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

12

Maringá, v. 10, n. 1, p. 12-17, jan./fev. 2005

Pereira, c. b.

disser: “pai não dá prá agüentá esta minha máquina, é muito lenta, tem pouca memória e sua placa de vídeo não serve para os joguinhos avançados que meus amigos têm”... Então você compra outro computador para ele e fica com o dele que lhe servirá muito bem, pelo menos de início, até chegar a níveis mais altos...Segunda prioridade: uma câmara fotográfica digital. Não precisa ser uma super câmara, apenas o suficiente para que permita documentar seus casos, com fotos intrabucais e da face. O antes e depois pode ser feito nos Serviços de Documentação, mas o trans-tratamento deverá ser feito por nós mesmos. Fotografar a evolução do tratamento é uma fonte de aprendizado e estímulo para o profissional e paciente. Eu continuo um aprendiz de Ortodontia – em casa, revejo as fotografias do dia e, algumas vezes, observo detalhes que me haviam passado desapercebidos... Nestes 50 anos de fotografias ortodônticas tenho apreendido muito vendo e revendo imagens. Em minhas fotografias de anos passados aprendo na escola da vida. É quase como se tivesse uma bola de cristal... Não é possível guardar modelos por toda uma vida.... Imagens sim. E imagens digitais mais fácil ainda... (http://www.cleber.com.br/50depois. html). Mandar fotos trans-tratamento, via internet, para o paciente fotografado, e para o clínico que nos recomendou este paciente, é uma poderosa maneira de mostrar o que estamos fazendo. Minha amada mãe me ensinou: não é suficiente fazer bem feito, é preciso mostrar o bem que realizamos. Saibas que estas imagens têm valor jurídico se forem assinadas com Certificado Digital, e podem ser valioso elemento de prova em caso de demanda judicial.

as comunicações com o paciente serão através da internet. Tudo será falado de viva voz e, posteriormente, remetido pela internet, com Certificado Digital, e pedido de confirmação do recebimento. Ao invés de passar-lhes informações em papel, que carecem da assinatura do paciente concordando e nos obrigando a guardar estes papéis, teremos tudo digital, facilmente armazenado e encontrado, possibilitando múltiplas cópias idênticas, sem custo, a qualquer hora. É um sonho que se realiza. Mensagem pelo correio com o sistema AR será coisa do passado. Mais garantia nos dá a mensagem autenticada. Remarcação de consultas, registro de falhas na freqüência de visitas, registro de descuido com a escovagem, com o uso de gomas, tudo ficará documentado, com valor legal, se for remetido pela internet, com Certificado Digital. E isto será feito sem constrangimento, como um procedimento natural de confirmação. O paciente até vai gostar e vai valorizar a nossa sistemática. Ao contrário de quando lhe damos uma cópia de receita etc. etc. e lhe pedimos que assine e declare que recebeu o original de igual teor, o que é legalmente necessário.

Adilson Luiz Ramos - Professor da Universidade Estadual de Maringá - UEM. - Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Ortodontia e Ortopedia Facial - Especialização Latu sensu, promovido pela Associação Maringaense de Odontologia (regional ABO – Maringá). - Mestre e Doutro em Ortodontia.

Kurt Faltin Júnior - Pós-graduado em Ortopedia Maxilar pela Universidade de Bonn – Alemanha. - Doutorado (Dr. Medicina Dentística) em Ortopedia pela Universidade de Bonn – Alemanha. - Professor Titular da disciplina de Ortodontia da UNIP. - Presidente da Associação Brasileira de Ortodontia.

13) Quais os horizontes da aplicação da Informática na clínica odontológica? Como será o consultório do futuro? Ricardo Nakama Para todos os lados que olharmos encontramos o computador presente. Assim, no futuro próximo o computador estará em todos os consultórios, com agenda de horário, ficha clínica, administração em geral... Será o suporte de todas as nossas atividades clínicas e administrativas. Antevejo que

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

Ricardo Nakama - Mestre – especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial. - Doutor em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Estadual Paulista Unesp/Araraquara.

17

Maringá, v. 10, n. 1, p. 12-17, jan./fev. 2005

Artigo Inédito

Diagnóstico e tratamento das assimetrias dentofaciais João Luiz Carlini*, Kelston Ulbricht Gomes**

Resumo

A assimetria facial é uma característica humana comum, que muitas vezes não é notada pelo próprio paciente nem pelas pessoas com quem ele convive. Entretanto, ela se torna relevante quando o próprio paciente relata alguma alteração. A avaliação profissional deve ser requisitada para que a etiologia seja estabelecida através de diversos métodos de diagnóstico. A deformidade poderá decorrer de fatores genéticos, como encontrado em pacientes portadores de microssomia hemifacial, ou adquirida em traumas e patologias. O tratamento das assimetrias faciais tem como objetivo um resultado estético satisfatório e, principalmente, estabilidade oclusal e funcional. O plano de tratamento é elaborado de acordo com a etiologia, a severidade da deformidade, a idade do paciente e as áreas afetadas, corrigindo a deformidade instalada ou impedindo sua evolução. O propósito deste trabalho é revisar a literatura no que diz respeito à etiologia, métodos de diagnóstico e às formas de tratamento das assimetrias faciais, exemplificando com casos clínicos as diferentes formas de abordagem das assimetrias. Palavras-chave: Cirurgia. Assimetria facial. Tratamento.

nética, patológica ou traumática será fundamental para a orientação do plano de tratamento. Os métodos de diagnóstico são decisivos no planejamento, principalmente no que se refere às estruturas atingidas, pois há limitações da Ortodontia e da Cirurgia, em virtude da complexidade de estruturas anatômicas envolvidas, sendo necessário variações das técnicas em casos específicos.

Introdução Considerando que todas as faces são assimétricas, o que determinará a necessidade de tratamento é a questão estética relatada pelo paciente, a importância clínica com relação à estabilidade oclusal e a etiologia da deformidade. Uma vez identificado o problema, deve-se avaliar as áreas da face afetadas, a intensidade da deformidade, interceptar a evolução ou corrigir a deformidade já instalada, buscando um resultado que ofereça estética, função e estabilidade. A definição da etiologia da assimetria, seja ge-

FATORES ETIOLÓGICOS As assimetrias craniofaciais podem ser divididas em fatores de origem genética e adquiridas.

* Universidade Federal do Paraná - UFPR; CAIF - Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Lábio Palatal. Professor Adjunto de Cirurgia I da Universidade Federal do Paraná. Staff do Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do CAIF. ** Cirurgião Dentista formado pela Universidade Federal do Paraná em 2002. Estagiário do Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do CAIF.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

18

Maringá, v. 10, n. 1, p. 18-29, jan./fev. 2005

Carlini, J. L.; Gomes, K. U.

Diagnosis and treatment of dentofacial asymmetry Abstract

Facial asymmetry is a common human characteristic, which is not notice by the patients themselves many times, not even by those who live with them. The facial asymmetry becomes important when the patient itself relates some alteration. Professional evaluation should be required in order to establish the etiology, through efficient methods of diagnosis. The facial asymmetry can be caused by genetic factors, as found in patients with hemifacial microsomia, or by trauma and pathologies. The treatment for the facial asymmetry has the purpose to bring a satisfactory esthetic result and mainly functional and oclusal stability. The treatment plan is elaborated following the etiology, severity, age and affected areas, correcting the deformity installed or avoiding its progress. The purpose of this study is to review the literature about the etiology, methods of diagnosis and treatment of facials asymmetries, exemplifying with clinical cases the different types of treatment. Key words: Surgery. Facial asymmetry. Treatment.

Referências 1. 2. 3. 4. 5.

6. 7. 8.

9.

BENSON, K. J.; LASKIN, D. M. Upper lip asymmetry in adults during smiling. J Oral Maxillofac Surg, Philadelphia, v. 59, p. 396-398, 2001. CHO, B. C.; SHIN, D. P.; PARK, J. W.; BAIK, B. S. Bimaxillary osteodistraction for the treatment of facial asymmetry in adults. Br J Plast Surg, Edinburgh, v. 54, p. 491-498, 2001. CORCORAN, J.; HUBLI, E. H.; SALYER, K. E. Distraction osteogenesis of costochondral neomandibles: a clinical experience. Plast Reconstr Surg, Baltimore, no. 100, p. 311-315, 1997. DAHAN, J. A simple digital procedure to assess facial asymmetry. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 122, no. 1, p. 110- 116, 2001. FERRARIO, V. F. et al. The effect of sex and age on facial asymmetry in healthy subjects: a cross-sectional study from adolescence to mid-adulthood. J Oral Maxillofac Surg, Philadelphia, v. 59, p. 382-388, 2001. EPKER, B. N.; FISH, L. C. Dentofacial Deformities. St. Louis: C. V. Mosby, 1986. GUROL, M. et al. Correction of posttraumatic maxillary deficiency by anterolateral alveolar osteotomy. Int J Adult Orthod Orthognath Surg, Chicago, v. 13, no. 4, p. 327-331, 1998. KRAGSKOV, J.; BOSCH, C.; GYLDENSTED, C.; SINDET-PEDERSEN, S. Comparisonos the reliability of craniofacial anatomic landmarks based on cephalometric radiographs and three-dimensional CT scans. Cleft Palate Craniofac J, Pittsburgh, v. 34, no. 2, p. 111-116, 1997. KULA, K.; ESMAILNEJAD, A.; HASS, A. Dental arch asymmetry in children with large overjects. Angle Orthod, Appleton, v. 68, no. 1, p. 45-52, 1998.

10. LANDES, C. A. et al. Introduction of a three-dimensional anthropometry of the viscerocranium. Part II: evaluating osseous and soft tissue changes following orthognathic surgery. J Craniomaxillofac Surg, Stuttgart, v. 30, p. 25-34, 2002. 11. MONASTERIO, O. F.; MOLINA, F.; ANDRADE, L.; RODRIGUEZ, C.; ARREGUI, J. S. Simultaneous mandibular and maxillary distraction in hemifacial microsomia in adults: avoiding occlusal disasters. Plast Reconstr Surg, Baltimore, no. 100, p. 852-861, 1997. 12. PEREDA, J. C.; VARELA, M.; PÉREZ, D. M. Preparing a hemimandibulectomy patient for delayed reconstructive surgery. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 118, p. 572-577, 2000. 13. PETERSON, L. J. et al. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 14. PIRTTINIEMI, P. Normal and increased functional asymmetries in the craniofacial area. Acta Odontol Scand, Oslo, v. 56, p. 342345, 1998. 15. SHAFER, W. G.; HINE, M. K.; LEVY, B. M. Patologia bucal. 3. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1979. p. 560-573. 16. SJURSEN, R. C.; LEGAN, H. L.; WERTHER, J. R. Case Report: Assessment, documentation, and, treatment of a developing facial asymetry following early chidhood injury. Angle Orthod, Appleton, v. 69, no. 1, p. 89-94, 1999. 17. VARGERVIK, K. Mandibular malformations: growth characteristics and management in hemifacial microsomia and Nager syndrome. Acta Odontol Scand, Oslo, v. 56, p. 331-338, 1998. 18. YOON, H. J.; KIM, H. G. Intraoral mandibular distraction osteogenesis in facial asymmetry patients with unilateral temporomandibular joint bony ankylosis. Int J Oral Maxillofac Surg, Copenhagen, v. 31, p. 544-548, 2002.

Endereço para correspondência João Luiz Carlini Rua Bruno Filgueira, 369 - Cj.1502 Batel - Curitiba - PR CEP: 80240-220 E-mail: [email protected]

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

29

Maringá, v. 10, n. 1, p. 18-29, jan./fev. 2005

Artigo Inédito

Aparelho Herbst: Protocolos de tratamento precoce e tardio Omar Gabriel da Silva Filho*, Carlos Alberto Aiello*, Marcelo Veloso Fontes**

Resumo

Até que ponto o crescimento mandibular pode ser realmente influenciado pelos aparelhos ortopédicos de reposicionamento anterior, ainda permanece indecifrável. Mas a lógica leva a crer que se existe alguma chance de potencializar o deslocamento anterior da mandíbula, ela será mais certa quando se utiliza aparelhos de avanço contínuo. O presente artigo discorre sobre os protocolos de tratamento precoce e tardio para a correção da deficiência mandibular com o aparelho Herbst. Palavras-chave: Aparelho Herbst. Má oclusão de Angle Classe II. Mandíbula.

O que fica claro na literatura é que o aparelho Herbst, depois da sua reintrodução e crescente popularidade na Ortodontia, ganhou diferentes versões. A ancoragem original prevê uma estrutura metálica fixa em ambos os arcos dentários. Uma das possibilidades de ancoragem metálica fixa é o apoio no maior número de dentes posteriores mediante o emprego de uma armação metálica fundida ou sua estrutura mais próxima, que corresponde à armação metálica soldada usando bandas como elemento de união intra-arcos15,27,28,29,31,34,35. Tendo como um dos motivos a fragilidade estrutural nos locais de solda, pontos de constante quebra, a estrutura metálica soldada também tem sido substituída pelo esplinte de acrílico cobrindo toda a extensão dos arcos dentários. O esplinte pode ser colado somente no arco dentário inferior12 ou em ambos os arcos dentários11,13,14, e até mesmo ser removível inferior44, ou removível em ambos os arcos dentários2,22,41. As ancoragens alternativas

Ancoragem na dentadura permanente O aparelho Herbst consiste num aparelho intrabucal de ancoragem intermaxilar recíproca. Isso implica que a ação do aparelho em avançar a mandíbula provoca uma reação igual e contrária no arco dentário superior. Assim, a instalação do mecanismo Herbst induz uma força superior e posterior nos dentes superiores (reação) e uma força inferior e anterior nos dentes inferiores (ação). A utilização de uma ancoragem pesada (Fig. 1,2,3) tem pretensões de transformar a ação do mecanismo telescópico em resposta ortopédica (remodelação da ATM e aumento no comprimento mandibular) e neutralizar a força de reação. Neste contexto, o planejamento da ancoragem retoma o propósito de minimizar o efeito ortodôntico em benefício do ganho ortopédico quando da adaptação do mecanismo telescópico bilateral responsável pelo avanço mandibular contínuo.

* Ortodontistas do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo (HRAC/USP), Bauru-SP. ** Aluno do Curso de Especialização em Ortodontia da Sociedade de Promoção Social do Fissurado Lábio-Palatal (PROFIS), Bauru-SP.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

30

Maringá, v. 10, n. 1, p. 30-45, jan./fev. 2005

Aparelho Herbst: protocolos de tratamento precoce e tardio

bular intermitente1,18,21,22, além de potencializar o crescimento mandibular, o aparelho de Herbst induz as nem sempre bem-vindas alterações ortodônticas, que podem alcançar mais de 50% do efeito total do aparelho38. As alterações ortodônticas podem ser consideradas “perda de ancoragem” e incluem: distalização e intrusão dos molares superiores23,32,29, verticalização dos incisivos superiores, vestibularização dos incisivos inferiores e extrusão e mesialização dos molares inferiores34. Pancherz29 menciona que mais de 40% da correção obtida com o aparelho Herbst pode ser atribuída ao reposicionamento posterior dos dentes posteriores superiores.

eletromiográfico em humanos10, e dentro de 8 a 12 semanas em macacos20. Essa adaptação muscular precede as alterações morfológicas remodelativas esperadas no côndilo e na fossa articular. No que se refere aos efeitos ortopédicos, os conceitos correntes admitem, além da remodelação da ATM, aumento no comprimento mandibular e redução no comprimento maxilar29,31. O fato é que, como conseqüência do avanço contínuo da mandíbula, o aparelho Herbst aponta melhora oclusal, porém de impacto facial imprevisível e, muito provavelmente, determinado pelo padrão de crescimento mandibular. Assim como os aparelhos de avanço mandi-

Enviado em: Julho de 2003 Revisado e aceito: Setembro de 2003

The Herbst appliance: early and late treatment protocol Abstract

The question as to what extent mandibular growth may be influenced by orthopedic appliances remains unanswered. However, it seems reasonable to believe that the use of continuous forces potentialize the anterior displacement of the mandible. The current paper describes the early and late protocols of treatment of the mandibular deficiency with the Herbst appliance. Key words: Herbst appliance. Angle Class II malocclusion. Mandibular.

Referências 1.

2. 3. 4.

ALMEIDA, M.R.; HENRIQUES, J. F. C.; FREITAS, M. R.; PINZAN, A. Avaliação cefalométrica comparativa da interceptação da má oclusão de Classe II, 1a. divisão utilizando os aparelhos de Frankel e Bionator de Balters. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 6, p.11-27, nov./dez. 2001. AMORIC, M. Thermoformed Herbst appliance. J Clin Orthod, Boulder, v. 29, no. 3, p.173, Mar. 1995. BREMEN, J. V.; PANCHERZ, H. Efficiency of early and late Class II Division 1 treatment. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 121, no. 1, p. 31-37, Jan. 2002. COELHO FILHO, C. M. Emprego clínico do aparelho para projeção da mandíbula. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 3, n. 5, p. 69-130, set./out. 1998.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

5.

DE VINCENZO, J. P. Changes in mandibular length before, during and after successful orthopedic correction of class II malocclusions, using a functional appliance. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 99, no. 3, p. 241-257, Mar. 1991. 6. DISCHINGER, T. G. Edgewise bioprogressive Herbst appliance. J Clin Orthod, Boulder, v. 23, no. 9, p. 608-617, Sept. 1989. 7. FIRESTONE, A.; HÄSLER, R. U.; INGERVALL, B. Treatment results in dental school orthodontic patients in 1983 and 1993. Angle Orthod, Appleton, v. 69, no. 1, p.19-26, Feb. 1999. 8. GOODMAN, P.; MCKENNA, P. Modified Herbst appliance for the mixed dentition. J Clin Orthod, Boulder, v. 19, no.11, p. 811-814, Nov. 1985.

44

Maringá, v. 10, n. 1, p. 30-45, jan./fev. 2005

silva Filho, O. G.; Aiello, C. A.; Fontes, M. V.

9. 10.

11. 12. 13. 14. 15. 16. 17.

18.

19. 20. 21.

22. 23.

24. 25. 26.

27. PANCHERZ, H. The effect of continuous bite jumping on the dentofacial complex: a follow-up study after Herbst appliance treatment of Class II maloclusions. Eur J Orthod, London, v. 3, no. 1, p. 49-60, 1981. 28. PANCHERZ, H. The Herbst appliance its biological effects and clinical use. Am J Orthod, St. Louis, v. 87, no.1, p.1-20, Jan. 1985. 29. PANCHERZ, H. The mechanism of class II correction in Herbst appliance treatment: a cephalometric investigation. Am J Orthod, St. Louis, v. 82, no. 2, p.104-113, Aug. 1982. 30. PANCHERZ, H. The nature of Class II relapse after Herbst appliance treatment. A cephalometric long-term investigation. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 100, no. 3, p. 220-233, Sept. 1991. 31. PANCHERZ, H. Treatment of Class II maloclusions by jumping the verte with the Herbst appliance: a cephalometric investigation. Am J Orthod, St. Louis, v. 76, no. 4, p. 423-441, Oct. 1979. 32. PANCHERZ, H.; ANEHUS-PANCHERZ, M. The headgear effect of the Herbst appliance: a cephalometric long-term study. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 103, no. 6, p. 510-520, June 1993. 33. PANCHERZ, H.; HAAG, V. Dentofacial orthopedics in relation to somatic maturation. Am J Orthod, St. Louis, v. 88, no. 4, p. 273287, Oct. 1985. 34. PANCHERZ, H.; HANSEN, K. Occlusal changes during and after Herbst treatment: a cephalometric investigation. Eur J Orthod, London, v. 8, no. 4, p. 215-228, Nov. 1986. 35. SILVA FILHO, O. G. et al. Aparelho de Herbst: variações para uso na dentadura mista. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 5, no. 5, p. 58-67, set./out. 2000. 36. SILVA FILHO, O. G. et al. O aparelho Herbst e as alterações adaptativas na ATM: revisão de literatura. J Bras Ortodon Ortop Facial, Curitiba, v.7, n. 41, p. 426-437, set./out. 2002. 37. TULLOCH, J. F. C.; PHILLIPS, C.; PROFITT, W. R. Benefit of early Class II treatment: progress report of two-phase randomized clinical trial. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 113, no. 1, p. 62-72, Jan. 1998. 38. VALANT, J. R.; SINCLAIR, P. M. Treatment effects of Herbst appliance. Am J Orthod, St. Louis, v. 95, no. 2, p.138-147, Feb. 1989. 39. WHITE, L. W. Current Herbst appliance therapy. J Clin Orthod, Boulder, v. 28, no. 5, p. 296-309, May 1994. 40. WIESLANDER, L. et al. Intensive treatment of severe Class II malocclusions with a headgear-Herbst appliance in the early dentition. Am J Orthod, St. Louis, v. 86, no. 1, p. 1-13, July 1984. 41. WINDMILLER, E. C. The acrylic-splint Herbst appliance: a cephalometric evaluation. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v.104, no. 1, p. 73-84, July 1993. 42. WOODSIDE, D. G.; METAXAS, A.; ALTUNA, G. The influence of functional appliance therapy on glenoid fossa remodeling. Am J Orthod, St. Louis, v. 92, no. 3, p. 181-198, Sept. 1987. 43. WOODSIDE, D. G. et al. Primate experiments in malocclusion and bone induction. Am J Orthod, St. Louis, v. 83, no. 6, p. 460-468, June 1983. 44. ZREIK, T. A fixed - removable Herbst appliance. J Clin Orthod, Boulder, v. 28, no. 4, p. 246-248, Apr. 1994.

HAEGGLUND, P.; SEGERDAL, S. The Sweedish style integrated Herbst appliance. J Clin Orthod, Boulder, v. 31, no. 6, p. 378390, June 1997. HIYAMA, S. et al. Neuromuscular and skeletal adaptations following mandibular forward positioning induced by the Herbst appliance. Angle Orthod, Appleton, v. 70, no. 6, p. 442-453, 2000. HOWE, R. P. The acrylic splint Herbst: problem solving. J Clin Orthod, Boulder, v.18, no. 7, p. 497-501, July 1984. HOWE, R. P. The bonded Herbst appliance. J Clin Orthod, Boulder, v.16, no.10, p. 663-667, Oct. 1982. HOWE, R. P. Updating the bonded Herbst appliance. J Clin Orthod, Boulder, v. 17, no. 2, p.122-124, Feb. 1983. HOWE, R. P.; McNAMARA Jr., J. A. Clinical management of the bonded Herbst appliance. J Clin Orthod, Boulder, v. 17, no. 7, p. 456-463, July 1983. LANGFORD Jr., N. M. The Herbst appliance. J Clin Orthod, Boulder, v.15, no. 8, p. 558-561, Aug. 1981. LANGFORD Jr., N. M. Updating fabrication of the Herbst appliance. J Clin Orthod, Boulder, v.16, no. 3, p. 173-174, Mar. 1982. LIVIERATOS, F. A.; JOHNSTON, L. E. A comparison of one-stage and two-stage nonextraction alternatives in matched classe II samples. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v.108, no. 2, p.118-131, Aug. 1995. MARTINS, J. C. R. Avaliação cefalométrica comparativa dos resultados da interceptação da má oclusão de Classe II, divisão 1a de Angle, efetuados com o aparelho extrabucal ou com o bionator. 1997. 333 f. Tese (Livre-Docência) - Faculdade de Odontologia de Araraquara, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 1997. McNAMARA Jr., J. A. Components of Class II malocclusion in children 8 - 10 years of age. Angle Orthod, Appleton, v. 51, no. 3, p.177-202, July 1981. McNAMARA Jr., J. A. Neuromuscular and skeletal adaptations to altered function in the orofacial region. Am J Orthod, St. Louis, v. 64, no. 6, p. 578-606, Dec. 1973. McNAMARA Jr., J. A.; BOOKSTEIN, F. L.; SHAUGHNESSY, T.G. Skeletal and dental changes following functional regulator therapy on class II patients. Am J Orthod, St. Louis, v. 88, no. 2, p. 91-110, Aug. 1985. McNAMARA Jr., J. A.; HOWE, R. P. Clinical management of the acrylic splint Herbst appliance. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 94, no. 2, p.142-149, Aug. 1988. McNAMARA Jr., J. A.; HOWE, R. P.; DISCHINGER, T. G. A comparison of the Herbst and the Frankel appliances in the treatment of class II malocclusion. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 98, no. 2, p.134-144, Aug. 1990. NIELSEN, I. L. Facial growth during treatment with the function regulator appliance. Am J Orthod, St. Louis, v. 85, no. 5, p. 401410, May 1984. O’BRIEN, K. D. et. al. The effectiveness of Class II Division 1 treatment. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 107, no.3, p. 329-334, Mar. 1995 PANGRAZIO-KULBERSH, V.; KACZYNSKI, R.; SHUNOCK, M. Early treatment outcome assessed by the Peer Assessment Rating index. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v.115, no. 5, p. 544-550, May 1999.

Endereço para correspondência Omar Gabriel da Silva Filho Setor de Ortodontia do HRAC/USP Rua Silvio Marchione, 3-20 CEP: 17043-900 Bauru - SP E-mail: [email protected]

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

45

Maringá, v. 10, n. 1, p. 30-45, jan./fev. 2005

Artigo Inédito

Apresentação de um caso clínico de Classe III de Angle, tratado com o aparelho extrabucal basculante inferior de ação reversa, proposto por Baptista Sylvio Gonçalves Filho*, Andrea Chaves**, Miguel Neil Benvenga***

Resumo

As más oclusões de Classe III são as de menor incidência em nossas clínicas. Porém, a intervenção precoce têm-se mostrado muito importante para que não haja um agravamento do quadro, influenciando o comportamento psicossocial do paciente. Neste artigo serão demonstrados os resultados com um aparelho muito simples de usar, com boa colaboração dos pacientes e resultados animadores. Palavras-chave: Classe III. Ancoragem extra-oral reversa do Dr. Baptista. Tratamento interceptador.

diagnosticada a má oclusão, independente do tipo de Classe III, para prevenir que o problema se torne mais severo e, ocasionalmente, evitar ou reduzir a necessidade de cirurgia ortognática.

INTRODUÇÃO As más oclusões da Classe III de Angle se caracterizam por uma relação sagital entre os arcos dentários, na qual a arcada dentária inferior oclui mesialmente à superior. Não é raro que o paciente apresente algum grau de comprometimento também no sentido transversal. Essa anomalia afeta o aspecto estético, funcional e psicossocial do paciente, por seu efeito altamente deformante, o que nos permite reconhecêla como uma verdadeira síndrome. As Classes III dentárias podem também refletir uma relação esquelética de Classe III. O diagnóstico preciso é fundamental para avaliar que tipo de terapêutica é a mais indicada. O tratamento deve ser iniciado tão logo seja

REVISÃO De LITERATURA De acordo com Monti10, a utilização de forças ortopédicas extrabucais para a correção das más oclusões das Classes III foi iniciada por Cellier, em 1802, que usava um dispositivo semelhante à mentoneira atual. As mentoneiras são usadas como um dos dispositivos ortopédicos para tratamento das más oclusões Classes III. Levi et al.8 mencionaram Farrar, Kingsley, Angle e Case, como precursores do uso de forças extrabucais do tipo mentoneira para a corre-



* Especialista em Ortodontia pela Universidade São Francisco – Bragança Paulista – São Paulo, Ex-Professor Assistente do Curso de Especialização em Ortodontia da Universidade São Francisco – Bragança Paulista – São Paulo. ** Especialista em Ortodontia pela Universidade São Francisco - Bragança Paulista – São Paulo. *** Pós-Graduado em Ortodontia pela Universidade de São Paulo, Ex-Professor Coordenador do Curso de Especialização da Universidade São Francisco – Bragança Paulista – São Paulo, Membro da Academia Brasileira de Odontologia.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

46

Maringá, v. 10, n. 1, p. 46-58, jan./fev. 2005

Apresentação de um caso clínico de Classe III de Angle, tratado com o aparelho extrabucal basculante inferior de ação reversa, proposto por Baptista

Apresentation of a Angle Class III clinic case, treated with lower headgear of reverse action appliance, suggested by Baptista Abstract Early treatment in patients with Class III maloclusion can avoid psychological disordes.The effects of orthopedic therapy an mandibular growth with Batista’s reverse arch is showd in this case, indicating that is possible to solve this maloclusion with efficacy. Key words: Class III maloclusion. Reverse anchorage. Interceptive treatment.

Referências 1. 2.

3.

4. 5.

6.

7.

BAPTISTA, J. M. Aparelho de ancoragem extrabucal cérvico-occiptal com arco facial basculante inferior de ação reversa. Revista de Ortodontia Paranaense, Curitiba, n. 2, p. 105-113, jul./dez. 1986. BENVENGA, M. N. Diagnóstico diferencial y tratamiento ortodóncico-quirúrgico de las maloclusiones de la clase III de Angle. Rev Soc Argent Ortodoncia, Argentina, v. 58, n. 115, p. 5-35, enero/jun. 1994. CAPELOZZA FILHO, L. et al. Tratamento ortodôntico da classe III: revisando o método (ERM e Tração) por meio de um caso clínico. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 6, p. 99 – 119, 2002. ELLIS, E.; McNAMARA Jr., J. A. Components of adult class III maloclusion. J Oral Maxillofac Surg, Philadelphia, v. 42, no. 5, p. 295-305, May 1984. DELAIRE, J. L’articulation fronto-maxilare. Bases théoriques et príncipes généraux dáplication des forces extra-orales postéroantérieures sur masque orthopédique. Revue Stomatol, Paris, v. 77, n. 7, p. 921-930, 1976. FURQUIM, L. Z.; SANT’ANNA, E.; IWAKI, L. F. Tratamento ortodôntico cirúrgico de um caso de classse III esquelética, agravado pela ausência total dos dentes superiores. R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v.1, n.1, p. 23-36, fev./mar. 2002. LANGLADE, M. Diagnóstico ortodôntico. 1. ed. São Paulo: Ed. Santos, 1993.

8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.

16.

LEVI, J. A. A. et al. Orthopedic effect of the extraoral chin cup appliance on the mandible. Am J Orthod, St. Louis, v. 69, p. 29-42, Jan. 1976. MOLLIN, A. D. Universal light arch techinique for treatment of maloclusion. New York: Bruder, 1966. MONTI, A. D. Técnica ortodoncica de Mollin. 1. ed. Argentina: Mundi, 1968. PETIT, H. P. Syndromes rognathiques: squemas de traitement ‘global’. Rev Orthop Dento Faciale, Paris, v.16, p. 381-411, Oct. 1982. RICKETTS, R. M. Orthodontic Diagnosis and Planning. [S.l.]: Rocky Mountain Orthodontics, 1982. SCHULHOF, R. J. et al. Predicction of abnormal growth in Class III maloclusion. Am J Orthod, St. Louis, v. 71, p. 21-430, Apr. 1977. SILVA FILHO, O. G. et al. Early treatment of the class III maloclusion with rapid maxillary protraction. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 113, no. 2, p. 196-203, Feb. 1998. SOUZA JUNIOR, J. B. Alterações ortopédicas e movimentações ortodônticas através de forças extrabucais de tração reversa. 1991. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ortodontia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1991. TURLEY, P. K. Orthopedic correction of class III maloclusion with palatal expansion and protaction headgear. J Clin Orthod, Boulder, v. 22, no. 5, p. 314-325, 1988.

Endereço para correspondência Sylvio Gonçalves Filho Rua Siqueira Campos, 560 – 8o andar Centro Santo André – SP CEP: 09.020-240 E-mail: [email protected]

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

58

Maringá, v. 10, n. 1, p. 46-58, jan./fev. 2005

Artigo Inédito

Oclusão normal na dentadura mista: reconhecimento das características oclusais por alunos de graduação José Augusto Mendes Miguel*, Ione Portela Brunharo**, Priscila Tayah Garcia Esperão***

Resumo

O propósito deste artigo foi avaliar o grau de conhecimento sobre o desenvolvimento normal da oclusão durante a fase da dentadura mista. A amostra foi composta de 138 alunos do último período de graduação de dez Faculdades de Odontologia do Estado do Rio de Janeiro, que foram avaliados por meio de questionários com perguntas fechadas. Foram apresentados aos alunos fotografias e modelos de estudo de um paciente Classe I de Angle na fase do “patinho feio” (oclusão normal). Constatou-se que há certa facilidade por parte dos estudantes em diagnosticar a Classe I de Angle (n=120 ou 87,6%), assim como a presença de trespasse horizontal aumentado (n=109 ou 79,6%) e a existência de diastemas (n=112 ou 81,7%). Em relação à sobremordida, observou-se que 40 (28,9%) alunos identificaram um aumento da mesma, e apenas um número muito reduzido da amostra considerou estas características compatíveis com a fase da dentadura mista. Apenas 10,1% entenderam que não havia necessidade de tratamento ortodôntico, já que a oclusão era totalmente compatível com a fase de desenvolvimento. Os resultados mostraram que uma grande parte dos alunos termina o curso de graduação com dificuldades em identificar as características normais do desenvolvimento, o que pode levar a tratamentos desnecessários ou encaminhamentos tardios. Palavras-chave: Ortodontia. Dentadura mista. Crescimento.

característica desta etapa é a presença de incisivos inferiores desalinhados, que não devem ser corrigidos precocemente, pois na maioria das vezes apresentam melhora ao final da dentadura mista5,6,11. Embora não necessite de tratamento, muitos clínicos interpretam como necessária a intervenção ortodôntica em pacientes nesta fase do desenvolvimento da oclusão. Este fato tem especial importância quando se leva em consideração que o clínico geral e o odontopediatra são geralmente os primeiros

Introdução A dentadura mista é marcada por diversas mudanças no arco dentário e faz parte do desenvolvimento normal o aparecimento de algumas características oclusais transitórias, muitas vezes confundidas com má oclusão. Um período característico deste estágio da dentadura é a fase do “patinho feio”, quando os incisivos superiores apresentam-se projetados vestibularmente, divergência do longo eixo de apical para incisal, sobremordida profunda e diastemas. Outra

* Mestre e Doutor em Odontologia. Professor Adjunto e Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FO-UERJ). ** Mestre e Doutoranda em Ortodontia da FO-UERJ. *** Especialista em Odontopediatria e aluna do Curso de Especialização em Ortodontia da FO-UERJ.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

59

Maringá, v. 10, n. 1, p. 59-66, jan./fev. 2005

Oclusão normal na dentadura mista: reconhecimento das características oclusais por alunos de graduação

portante para o tratamento do caso, visto que apenas 8% entenderam que a correção de possíveis más posições dentárias em uma paciente Classe I com a oclusão normal não depende do surto de crescimento.

4) Para 34,8% dos alunos, a fase pais propícia para o tratamento seria durante a fase de dentadura decídua ou mista, enquanto para 46,4% ao final da dentadura mista, desconhecendo que muitas das características encontradas no caso seriam corrigidas fisiologicamente. 5) O surto de crescimento foi considerado im-

Enviado em: Julho de 2003 Revisado e aceito: Outubro de 2003

Normal occlusion during mixed dentition: recognition of occlusal traits by dental students Abstract

The aim of this study was to evaluate the knowledge degree about normal occlusion development during the mixed dentition phase. The sample was composed of 138 students in their senior year from 10 Dental Schools in the Rio de Janeiro state. After observing photographs and study casts of a Class I patient showing normal occlusion during mixed dentition, students were evaluated through a questionnaire. It was found that was fairly easy for them to diagnose a Class I patient (n=120 or 87.59%), as much as the increased overjet (n=109 or 79.6%) and diastemas (n=112 or 81.7%). Considering the overbite, it was observed that 40 students (28.9%) were able to identify the increase of such occlusal trait, and only a small part of the sample considered these characteristics as normal during the period of mixed dentition. Only 10.1% perceived that there was no orthodontic treatment need, since the occlusion was compatible with the normal development. It was concluded that toward the end of the Dental School Program in Rio de Janeiro, a great amount of students had difficulties to identify normal occlusal traits present during the children’s development, what can cause unnecessary treatment or even avoidable referrals for a specialist. Key words: Orthodontics. Mixed dentition. Growth.

Referências 1.

2. 3. 4. 5. 6. 7.

GIANELLY, A.A. Crowding: timing of treatment. Angle Orthod, Appleton, v. 64, p. 415-417, 1994. 9. HAN, U. K.; VIG, K. L; WEINTRAUB, J. A.; VIG, P.S.; KOWALSKI. Consistency of orthodontic treatment decisions relative to diagnostic records. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 100, p. 212-219, 1991. 10. JACOBS, R. M. Ten-year study of strategies for teaching clinical inference in predoctoral orthodontic education. J Dent Educ, Washington, DC, v. 41, p. 477-478, 1977. 11. MOYERS, R. E. Ortodontia. 4. ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 1991.

ACKERMAN, J. L; PROFFIT, W. R. The characteristics of malocclusion: a modern approach to classification and diagnosis. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 56, p. 443-454, 1969. AMERICAN Association of Dental Schools Curricular Guidelines for Orthodontics. J Dent Educ, Washington, DC, v. 44, p. 223225, 1980. ANGLE, E. H. Classification of malocclusion. Dental Cosmos, Philadelphia, v. 41, p. 350-357, 1898. BRIGHTMAN, B.; HANS, M. G.; WOLF, G. R.; BERNARD, H. Recognition of malocclusion: An education outcomes assessment. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 116, p. 444-451, 1999. CHU, F. C. S.; SIU, A. S. C.; NEWSOME, P. R. H.; WEI, S. H. Y. Management of median diastema. Gen Dent, Chicago, v. 49, no. 3, p. 282-289, 2001. DIBIASE, A. The timing of orthodontic treatment. Dent Update, London, v. 29, p. 434-441, 2002. FLEMING, H. B. An investigation of the vertical overbite during the eruption of the permanent dentition. Angle Orthod, Appleton, v. 31, p. 53-62, 1961.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

8.

Endereço para correspondência José Augusto Mendes Miguel Rua Mem de Sá, 19 sala 706 - Icaraí Niterói – RJ CEP 24220-261 E-mail: [email protected]

66

Maringá, v. 10, n. 1, p. 59-66, jan./fev. 2005

Artigo Inédito

Características cefalométricas dos indivíduos Padrão I Sílvia Augusta Braga Reis*, Leopoldino Capelozza Filho **, Maurício de Almeida Cardoso***, Marco Antônio Scanavini****

Resumo

As características cefalométricas de uma amostra de 30 pacientes brasileiros, adultos, leucodermas, Padrão I, selecionados a partir da avaliação morfológica de fotografias do perfil, foram estudadas em telerradiografias laterais com o objetivo de definir um padrão de referência, considerando-se as médias e, principalmente, os desvios padrões para estudos comparativos com amostras portadoras de discrepâncias esqueléticas. Na avaliação do padrão de crescimento facial obteve-se 9,4°± 3,2° para o ângulo do plano palatino e 121,4°± 5,3° para o ângulo goníaco, ambos apresentando dimorfismo sexual. O ângulo do plano mandibular apresentou média de 29,2°± 4,2°, sem diferença entre os gêneros. Os valores obtidos para as alturas faciais total, inferior, média e posterior foram, respectivamente, 123,0mm± 8,3mm; 68,8mm± 6,6mm; 55,9mm± 3,5mm e 62,6mm± 4,7mm. Todas essas variáveis foram significativamente maiores no gênero masculino. Os valores das medidas que definiram a relação maxilo-mandibular corroboraram o equilíbrio esquelético da amostra, pois observou-se 82,2° ± 2,9° para o SNA; 79,8° ± 2,5° para o SNB e 2,4° ± 1,4° para o ANB, sem dimorfismo sexual. Os valores obtidos para os comprimentos efetivos da maxila e da mandíbula foram 95,2mm ± 5,7mm e 124,2mm ± 8,2mm, respectivamente, sendo as variáveis do gênero feminino significativamente menores que as do masculino. Os incisivos superiores e inferiores apresentaram-se mais inclinados que as médias da literatura, ou seja, 115,2° ± 5,5° para o 1.PP e 93,9° ± 5,7° para o IMPA. Palavras-chave: Cefalometria. Má oclusão. Análise facial.

te por Andrews como o portador de má oclusão normal. Contrariamente aos indivíduos Padrão II, Padrão III, Padrão Face Longa e Padrão Face Curta, os pacientes objeto de estudo desse artigo não apresentam discrepância esquelética, seja ela sagital ou vertical que, geneticamente determinadas,

Introdução Favorecido pela normalidade das relações esqueléticas estabelecidas geneticamente e perpetuadas pelo crescimento, o paciente Padrão I foi definido por Capelozza Filho2 como o indivíduo normal com má oclusão, denominado anteriormen-



* Especialista em Ortodontia pela PROFIS-USP-Bauru; Mestre em Ortodontia pela Universidade Metodista de São Paulo; Professora Assistente do Departamento de Ortodontia de Universidade Metodista de São Paulo. ** Professor Doutor da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, USP-Bauru e membro do setor de Ortodontia do HRAC da Universidade de São Paulo, USP-Bauru. *** Mestre em Ortodontia pela Universidade do Estado de São Paulo, UNESP-Araçatuba. **** Professor Doutor Titular da Faculdade de Odontologia da Universidade Metodista de São Paulo, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade de São Paulo.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

67

Maringá, v. 10, n. 1, p. 67-78, jan./fev. 2005

Reis, S. A. B.; Capelozza Filho, L.; Cardoso, M. A.; Scanavini, M. A.

fornece os padrões de normalidade para comparação com grupos discrepantes dessa mesma população, permitindo quantificações mais realistas dos erros apresentados e oferecendo referências para correções na direção do normal do grupo ao qual o paciente pertence. Os desvios-padrão devem ser considerados, pois os indivíduos podem se encontrar nos extremos dos mesmos e ainda apresentarem uma face normal. Para os casos cirúrgicos, por exemplo, planeja-se a correção da face de um indíviduo Padrão Face Longa considerando como comparativo as característica do Padrão I dolicofacial. Desse modo, admite-se portanto, perfil mais convexo, alturas faciais anteriores aumentadas e incisivos mais verticalizados. Para o Padrão Face Curta o resultado almejado é o Padrão I braquifacial, com medidas cefalométricas situadas no extremo oposto do caso anteriormente citado. O presente estudo, propõe, portanto, um conjunto de medidas a serem utilizadas como referência para a comparação com outras amostras brasileiras portadoras de discrepâncias, considerando a média e o desvio padrão de cada variável estudada.

Considerações Finais Uma das validades dos estudos cefalométricos é quantificar erros de amostras discrepantes comparando-os com valores normativos. Entretanto, devese considerar as características das amostras a partir das quais estas normas foram definidas. A princípio, as mesmas deveriam ser estabelecidas para cada população, devido às características peculiares de cada grupo, decorrentes, principalmente, da miscigenação. Outra consideração é o critério de seleção da amostra padrão. A oclusão normal foi, por muitos anos, considerada o indício de normalidade. Observamos, entretanto, que da mesma forma que faces equilibradas, denominadas Padrão I, podem apresentar qualquer tipo de má oclusão, a oclusão normal pode ser observada em faces Padrões II, III, Face Longa ou Face Curta com discrepâncias moderadas, passíveis de compensações dentárias naturais ou ortodônticas2. Portanto, a característica oclusal não deve ser a referência para a seleção de faces equilibradas, selecionadas, então, a partir da avaliação morfológica da face nas visões frontal e lateral. Portanto, o estudo cefalométrico das faces Padrão I

Enviado em: Novembro de 2003 Revisado e aceito: Dezembro de 2004

Cephalometric characteristics assessment of Pattern I Abstract The aim of this study was to determine cephalometric characteristics of Pattern I patients, to establish averages, and mainly, standard deviation references to be used comparatively with values of skeletally compromised cases. The sample was comprised by 30 white brazilian adults selected by morphologic facial analysis in lateral photographs. In the study of facial growth pattern, the palatine plane angle was 9,4°± 3,2°, while goniac angle was 121,4°± 5,3°, both with sexual dimorphism. For the mandibular plane angle, the value was 29,2°± 4,2°, without sexual dimorphism. The average values for total, lower, medium and posterior facial height were, respectively, 123,0mm± 8,3mm, 68,8mm± 6,6mm, 55,9mm± 3,5mm e 62,6mm± 4,7mm. For all those measures, feminine values were smaller then masculine ones. Cephalometric position of maxillary and mandibular bones confirmed the skeletal balance of the sample. SNA was 82,2° ± 2,9°, SNB was 79,8° ± 2,5° and ANB was 2,4° ± 1,4°, without sexual dimorphism. Maxillary length was 95,2mm ± 5,7mm, while mandibular length was 124,2mm ± 8,2mm, with sexual dimorphism. Upper and lower incisors were more protruded them those of literature samples. Upper incisors were studied by 1.PP angle, and the average was 115,2° ± 5,5°, while the value for IMPA was 93,9° ± 5,7°. Key words: Cephalometry. Malocclusion. Facial analysis.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

77

Maringá, v. 10, n. 1, p. 67-78, jan./fev. 2005

Características cefalométricas dos indivíduos Padrão I

Referências 1. 2. 3.

4.

5. 6.

7.

BRONS, R. Facial harmony: standards for orthognathic surgery and orthodontics. London: Quintessence, 1998. p. 166. CAPELOZZA FILHO, L. Diagnóstico em Ortodontia. Maringá: Dental Press Editora, 2004. CAPELOZZA FILHO, L.; SOUZA, S. L. M. C.; CAVASSAN, A. O.; OZAWA, T. O. A altura facial anterior inferior na Classe II, divisão primeira por deficiência mandibular. R Dental Press Ortodon Ortop Maxilar, Maringá, v. 9, n. 6, p. 39-47, nov./dez. 2004. CARDOSO, M. A. Estudo das características cefalométricas do padrão face longa. 2003. 163 f. Dissertação (Mestrado em Ortodontia) – Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2003. HERZBERG, B. L. Facial esthetics in relation to orthodontic treatment. Angle Orthod, Appleton, v. 22, no. 1, p. 3-22, Jan. 1952. MARTINS, D. R. Estudo comparativo dos valores cefalométricos das análises de Downs e Tweed, com os de adolescentes brasileiros leucodermas, de origem mediterrânea. Ortodontia, São Paulo, v.14, n. 2, p.101-116, maio 1981. MARTINS, D. R. et al. Atlas de crescimento crânio-facial. 1. ed. São Paulo: Ed. Santos, 1998.

8. 9.

10. 11. 12. 13. 14.

NAHOUM, H. I. Vertical proportions and the palatal plane in anterior open-bite. Am J Orthod, St. Louis, v. 59, p. 273-282, 1971. REIS, S. A. B. Análise facial numérica e subjetiva do perfil e análise da relação oclusal sagital em brasileiros, adultos, leucodermas, não tratados ortodonticamente. 2001. 271f. Dissertação (Mestrado em Ortodontia) – Faculdade de Odontologia, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2001. RIEDEL, R. A. The relation of maxillary structures to cranium in malocclusion and in normal occlusion. Angle Orthod, Appleton, v. 22, no. 3, p.142-145, July 1952. SUGUINO, R. et al. Análise facial. R Dental Press Ortodon Ortop Maxilar, Maringá, v.1, n.1, p. 86-107, set./out. 1996. VASCONCELOS, M. H. F. Avaliação de um programa de traçado cefalométrico. 2000. 178 f. Tese (Doutorado em Ortodontia) – Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, Bauru, 2000. WAH, P. L. Y.; COOKE, M. S.; HAGG, U. Comparative cephalometric errors for orthodontic and surgical patients. Int J Adult Orthodon Orthognath Surg, Chicago, v. 10, p. 119-226, 1995. WUERPEL, E. H. Ideals and idealism. Angle Orthod, Appleton, v. 1, p.14-31, 1931.

Endereço para correspondência Sílvia A. Braga Reis Rua Timbiras, 1560 - Conj. 308 Lourdes Belo Horizonte/MG CEP: 30140-061 E-mail: [email protected]

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

78

Maringá, v. 10, n. 1, p. 67-78, jan./fev. 2005

Artigo Inédito

Previsibilidade das medidas ANB e 1-NA da análise cefalométrica de Steiner* Maria Fernanda Martins-Ortiz**, Arnaldo Pinzan***, Célia Pinzan****, Décio Rodrigues Martins*****

Resumo

Objetivou-se, no presente estudo, verificar nas fases - final de tratamento ortodôntico corretivo e aproximadamente 5 anos (último controle) - a previsibilidade das medidas ANB e 1-NA estimadas inicialmente na elaboração da análise de Steiner, considerando-se os padrões de crescimento. A amostra constou dos valores registrados do ANB e 1-NA, da análise de Steiner, de 149 brasileiros leucodermas, da região de Bauru, descendentes de portugueses, italianos e/ou espanhóis; apresentando Classes I e II de Angle, tratados com e sem extrações de quatro pré-molares, pela técnica de Edgewise, divididos em grupos: horizontal (com 27 pacientes), equilibrado (com 79 pacientes) e vertical (com 43 pacientes), pareados por idade. De acordo com a metodologia empregada e com os resultados obtidos, foi possível constatar que: houve influência do padrão facial no comportamento do ANB, mas não no comportamento do 1-NA; ocorreu diferença estatisticamente significante entre o ANB proposto, o final e o obtido no último controle somente nos grupos horizontal e equilibrado. Observou-se diferença estatisticamente significante entre o 1-NA proposto, o final e o obtido no último controle, nos três grupos estudados; o 1-NA aumentou estatisticamente com o evolver da idade, nos grupos pesquisados. Clinicamente, o erro das estimativas do ANB e 1-NA apresenta-se pouco relevante. Portanto, pode-se concluir que: seria mais interessante que os tratamentos fossem planejados vislumbrando os resultados a longo prazo; as limitações destas estimativas não invalidam o seu emprego desde que, conscientes de suas deficiências, sejam utilizadas com restrições. Palavras-chave: Cefalometria. Análise de Steiner. ANB. 1-NA.

* Dissertação de mestrado realizada na Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP, originalmente intitulada: “Estudo comparativo entre os valores propostos e os obtidos, nas fases final de tratamento e pós-contenção, das medidas ANB E 1-NA, da análise cefalométrica de Steiner”. ** Mestre em Ortodontia e Doutora em Patologia Bucal pela FOB – USP. *** Professor Livre Docente da Disciplina de Ortodontia da FOB-USP. **** Mestre e Doutoranda em Ortodontia pela FOB-USP. ***** Professor Titular da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

79

Maringá, v. 10, n. 1, p. 79-87, jan./fev. 2005

Martins-Ortiz, M. F.; Pinzan, A.; Pinzan, C.; Martins, D. R.

Predictability of ANB and 1-NA values from Steiner cephalometric analysis Abstract The purpose of our study was to verify in the beginning, at the end of treatment, and approximately 5 years posttreatment, the predictability of the estimated values for ANB and 1-NA during treatment planning when using the Steiner analysis. The sample consisted of 149 caucasian patients, descending on spaniards, italians and portuguese, from the Bauru county, with Class I or II malocclusions, who had undergone Edgewise therapy with and without extraction of four premolars. The sample was divided in three groups according to the facial pattern: horizontal (27 patients), balanced (79 patients) and vertical (43 patients), matched by age. According to the methodology used the results showed that there was correlation between the facial pattern and ANB, but no correlation with the behavior of 1-NA; the estimated ANB was statistically different compared to the end of treatment and 5 years posttreatment, except for the vertical group. The estimated values for 1-NA where statistically different compared to the end of treatment and 5 posttreatment in all three groups; the 1-NA value raised significantly with age. The error of the estimated values for ANB and 1-NA are not very relevant clinically, therefore they could still be used as long as they remain as a flexible tool and not a strict parameter. Key words: Cephalometrics. Steiner analysis. ANB. 1-NA.

Referências 1. 2.

3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

10. 11. 12. 13.

BISHARA, S. E.; FAH, J. A.; PETERSON, L. C. Longitudinal changes in the ANB angle and Wits appraisal: clinical implications. Am J Orthod, St. Louis, v. 84, no. 2, p. 133-139, Aug. 1983. COURA, L.C.; PINZAN, A.; FREITAS, M.R. Estudo cefalométrico longitudinal do complexo mandibular em pacientes adultos do sexo masculino tratados ortodonticamente com extração de 4 pré-molares. Ortodontia, São Paulo, v. 30, n. 1, p. 19-30, jan./abr. 1997. DOWNS, W. B. Variations in facial relationships: their significance in treatment and prognosis. Am J Orthod, St. Louis, v. 34, p. 812-840, 1948. FARRET, M. M. B.; ARAÚJO, M. C. M. Comportamento da análise de Steiner em casos tratados ortodonticamente. Ortodontia, São Paulo, v. 14, n. 3, p. 164-172, set./dez. 1981. HARRIS, J. E.; KOWALSKI, C. J.; WALKER, G. F. Discrimination between normal and Class II individuals using Steiner’s analysis. Angle Orthod, Appleton, v. 42, no. 3, p. 212-20, July 1972. HOLDAWAY, R. A. apud STEINER, C.C.97, p.11, 1953. KOWALSKI, C. J.; WALKER, G. F. The use of incisal angles in the Steiner cephalometrics analysis. Angle Orthod, Appleton, v. 42, no. 2, p. 870-895, Apr. 1972. MARGOLIS, H. I. A basic facial pattern and its applications in clinical orthodontics. Am J Orthop Surg, New York, v. 33, p. 631-641, 1947. MARTINS, D. R. Estudo comparativo dos valores cefalométricos das análises de Downs, Tweed, Steiner e Alabama, com os de adolescentes brasileiros, leucodermas, de origem mediterrânea. 1979. 141 f. Tese (Livre Docência) – Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, 1979. MARTINS, D. R. et al. Atlas de crescimento craniofacial. São Paulo: Ed. Santos, 1998. RIEDEL, R. A. The relation of maxillary structures to cranium in malocclusion in normal occlusion. Angle Orthod, Appleton, v. 22, no. 3, p. 142-145, July 1952. RIEDEL, R. A. An analysis of dentofacial relationships. Am J Orthod, St. Louis, v. 43, p. 103-119, 1957. SILVA, L. G.; MARTINS, D. R. Determinação dos valores cefalométricos 1. NA, 1. NB, 1-NA e 1-NB para adolescentes brasileiros, leucodermas, com “oclusão normal”. (estudo longitudinal e comparativo). Ortodontia, São Paulo, v. 11, p. 108-16, 1978.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

14. SILVA, M. L. A.; PINZAN, A.; ALMEIDA, R. R. Estudo cefalométrico semilongitudinal (fases inicial, final de tratamento e pós-contenção) de jovens brasileiros, leucodermas, tratadas ortodonticamente, portadoras inicialmente de Classes I e II, divisão 1 e comparadas com as de oclusão normal. Ortodontia, São Paulo, v. 21, p.18-33, 1988. 15. STEINER, C. C. Cephalometrics for you and me. Am J Orthod, St. Louis, v. 39, p. 729-755, 1953. 16. STEINER, C. C. Cephalometrics in clinical practice. Angle Orthod, Appleton, v. 29, p. 8-29, 1959. 17. STEINER, C. C. The use of cephalometrics as an aid to planning and assessing orthodontic treatment. Am J Orthod, St. Louis, v. 46, p. 721-735, 1960. 18. STEINER, C. C. Cephalometrics as a clinical tool. In: KRAUS, B. S.; RIEDEL, R. A. (Ed.). Vistas in orthodontics. Philadelphia: Lea & febgier, 1962. p. 131-161. 19. WALKER, G. F.; KOWALSKI, C. J. On the use of SNA and SNB angles in cephalometrics analysis. Am J Orthod, St. Louis, v. 64, no. 5, p. 517-523, Nov. 1973. 20. WYLIE, W. L. A quantitative method for the comparison of cranio-facial pattern in different individuals. Its application to study of parents and springs. Angle Orthod, Appleton, v. 18, no. 1/2, p. 36-37, Jan./ Apr. 1948.

Endereço para correspondência Maria Fernanda Martins-Ortiz Rua Caetano Sampieri, 5-38 Vila Universitária Bauru/SP - CEP: 17012-533 E-mail: [email protected]

87

Maringá, v. 10, n. 1, p. 79-87, jan./fev. 2005

Artigo Inédito

Análise da qualidade de adesão de diferentes bases de braquetes metálicos Danielle Morello Park*, Fábio Lourenço Romano**, Ary dos Santos-Pinto***, Lídia Parsekian Martins****, Darcy Flávio Nouer*****

Resumo

Diante das diferenças existentes nas características das bases dos braquetes usados atualmente, objetivou-se neste trabalho comparar entre si três tipos de bases de braquetes metálicos (Monobloc, Equilibrium e Dynalock). Foram utilizados 36 pré-molares humanos, divididos em 3 grupos de 12 dentes. Os dentes foram incluídos em troquéis com gesso pedra tipo IV e posicionados com suas faces vestibulares perpendiculares à base do troquel. Todos os braquetes foram colados com o compósito Concise Ortodôntico e submetidos ao ensaio de cisalhamento em uma Máquina Universal com uma velocidade de 0,5 mm por minuto. O braquete Monobloc obteve o maior valor médio de resistência adesiva (x = 28,19 Kgf/cm2), sendo superior estatisticamente aos braquetes Equilibrium (x = 18,07 Kgf/cm2) e Dynalock (x = 18,24 Kgf/cm2). Em relação ao ARI (Índice de Remanescente Resinoso), não foi encontrada diferença estatística entre os braquetes testados. Palavras-chave: Ortodontia. Colagem. Resistência ao cisalhamento. Braquetes. Base.

rios ortodônticos, exigindo adequada adesão ao esmalte para que não ocorram falhas clínicas. Segundo Santos Pinto et al.19, a queda de acessórios ortodônticos acontece devido a falhas na técnica de colagem, pouca retentividade de determinadas bases de braquetes e ação da força mastigatória. Com o intuito de melhorar a resistência adesiva do acessório ortodôntico ao dente, diversos tipos de base de braquetes têm sido testadas2,4,5,8,9,10,13,20,21.

INTRODUÇÃO A avaliação dos materiais de colagem é extremamente importante para verificação da qualidade de adesão ao esmalte, porém, o tipo de braquete, principalmente as características estruturais de sua base, assim como o número e forma de suas retenções também devem ser analisados. Retief e Sadowsky14 relataram que forças no sentido ocluso-gengival, ou seja, forças de cisalhamento, são as que mais incidem sobre os acessó-



* Faculdade de Odontologia de Araraquara/ UNESP; Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial; Aluna do Curso de Mestrado em Ortodontia. ** Faculdade de Odontologia de Piracicaba/ UNICAMP; Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial; Aluno do Curso de Mestrado em Ortodontia. *** Faculdade de Odontologia de Araraquara/ UNESP; Professor Adjunto do Departamento de Clínica Infantil; Professor Livre Docente. **** Faculdade de Odontologia de Araraquara/ UNESP; Professora Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil; Professora Doutora. ***** Faculdade de Odontologia de Piracicaba/ UNICAMP; Professor responsável pela área de Ortodontia da FOP / UNICAMP; Professor Titular.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

88

Maringá, v. 10, n. 1, p. 88-93, jan./fev. 2005

Análise da qualidade de adesão de diferentes bases de braquetes metálicos

adequada adesão ao esmalte e/ou pode ter havido durante a descolagem fraturas na estrutura do esmalte. Esta segunda hipótese poderá ser confirmada somente com análise microscópica do esmalte dos dentes da amostra.

Dynalock e Equilibrium. Entre estes dois últimos grupos não foram encontradas diferenças estatísticas significantes, apesar da retenção de suas bases serem totalmente diferentes. Divergindo deste estudo, Beltrami et al.3 relataram que um braquete experimental com sulcos retentivos na base apresentou superioridade estatística em relação aos braquetes Dentaurum 705-0225, Unitek 019-321, Unitek 019-312/377, Morelli nº 15, entre outros. A avaliação da superfície dentária após descolagem dos acessórios é de vital importância para verificar o remanescente de material de colagem em diferentes tipos de braquetes, para isto foi utilizado os escores de Artun e Bergland1. Assim, não foi encontrada diferença estatística significante entre os grupos da amostra em relação ao ARI (Índice de Remanescente Resinoso). Nesta avaliação, constatamos que na maioria dos corpos de prova, menos da metade do compósito utilizado na colagem ficou aderido ao esmalte. Diante deste fato pode não ter ocorrido uma

CONCLUSÕES Em concordância com os resultados obtidos, podemos concluir que: 1) O grupo formado por braquetes Monobloc foi estatisticamente superior aos grupos dos braquetes Dynalock e Equilibrium em relação à resistência ao cisalhamento da colagem; 2) Não houve diferença estatística significante entre os grupos com braquetes Dynalock e Equilibrium em relação à resistência ao cisalhamento da colagem; 3) Na avaliação do ARI, não houve diferença estatística significante entre os grupos testados; 4) Durante o processo de descolagem o maior número de fraturas ocorreu entre o esmalte e o braquete nos três grupos estudados. Enviado em: Janeiro de 2003 Revisado e aceito: Abril de 2003

Analysis of the adhesion quality of different metallic bracket bases Abstract Considering the differences in the bracket bases currently used, it was performed a study with the purpose of comparing three different metallic bracket bases commercially available. It was used 36 human bicuspids divided into 3 groups of 12 teeth. These teeth were immersed in a troquel with gypsy stone type IV and positioned with their buccal face perpendicular to the troquel base. For each group of teeth it was bonded one of the three brackets using Concise Orthodontic composite. Afterwards they were submitted to a shear bound strength test in a universal machine calibrated for a 0,5mm/minute speed. Monobloc bracket base showed the greater mean value of adhesive resistance (x = 28,19 Kgf/cm2), result statistically superior to that shown by Equilibrium (x = 18,07 Kgf/cm2) and Dynalock (x = 18,24 Kgf/cm2) ones. The ARI (Adhesive reminiscent index) showed no statistically difference among the bracket bases studied. Key words: Orthodontic. Bonding. Shear bond strength. Bracket. Base.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

92

Maringá, v. 10, n. 1, p. 88-93, jan./fev. 2005

Park, D. M.; Romano, F. L.; santos-Pinto, A.; Martins, L. P.; Nouer, D. F.

Referências 1.

ARTUN, J.; BERGLAND, S. Clinical trials with crystal growth conditioning as an alternative to acid-etch enamel pretreatment. Am J Orthod, St. Louis, v. 85, no. 4, p. 333 – 340, Apr. 1984. 2. ASSIS, R. D.; JANSEN, W. C.; MOTA, J. M. L. F. Influência do microjateamento na retentividade de bráquetes metálicos de fabricação nacional. Arquivos em Odontologia, Belo Horizonte, v. 35, n. 1/2, p. 71 – 83, jan./dez. 1999. 3. BELTRAMI, L. E. R. et al. Desenvolvimento de um bráquete para colagem direta de sulcos retentivos na base e sua comparação com os similares com tela. Ortodontia, São Paulo, v. 17, n. 3, p. 5 - 14, jan./dez. 1984. 4. BELTRAMI, L. E. R.; FREITAS, C. A.; MARTINS, D. R. Bráquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratório por testes de tração, cisalhamento e torção. Ortodontia, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 27- 39, maio/ago. 1996. 5. FLORIANO, H. et al. Estudos da resistência à tração de braquetes metálicos colados em relação a alguns tipos de base. Rev Paul Odontol, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 20 - 23, mar./abr. 2001. 6. GANDINI, M. R. E. A. S. et al. Bráquetes para colagem direta: estudo das características referentes à base de fixação. Ortodontia, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 5 – 13, jan./abr. 1989. 7. GWINNETT, A. J. Acid etching for composite resins. Dent Clin North Am, Philadelphia, v. 25, no. 2, p. 271 – 289, Apr. 1981. 8. KNOX, J. et al. The influence of bracket base design on the strength of the bracket-cement interface. Eur J Orthod, London, v. 27, no. 3, p. 249 – 254, Sept. 2000. 9. MAIJER, R.; SMITH, D. C. Variables influencing the bond strength of metal orthodontic bracket bases. Am J Orthod, St. Louis, v. 79, no. 1, p. 20 –34, Jan. 1981. 10. MAIJER, R.; SMITH, D. C. Improvements in bracket base design. Am J Orthod, St. Louis, v. 83, no. 4, p. 277 – 281, Apr. 1983. 11. MARDAGA, W. J.; SHANNON, I. L. Decreasing depth of etch for direct bonding in orthodontics. J Clin Orthod, Boulder, v. 16, no. 2, p. 130 – 132, Feb. 1982.

12. PUS, M. D.; WAY, D. C. Enamel loss due to orthodontic bonding with filled and unfilled resins using various clean-up techniques. Am J Orthod, St. Louis, v. 77, no. 3, p. 269 – 283, Mar. 1980 13. REGAN, D.; VAN NOORT, R. Bond strengths of two integral bracket-base combinations: an in vitro comparison with foil-mesh. Eur J Orthod, London, v. 11, no. 2, p. 144 – 153, May 1989. 14. RETIEF, D. H.; SADOWSKY, P. L. Clinical experience with the acid- etch technique in orthodontic. Am J Orthod, St. Louis, v. 68, no. 6, p. 645 – 654, Dec. 1975. 15. REYNOLDS, I. R.; FRAUNHOFER, J. A. Direct bonding in orthodontics: A comparison of attachments. Br J Orthod, London, v. 4, no. 2, p. 65 – 69, 1976. 16. RICHARD, G. M. Condicionamento ácido do esmalte dentário: efeito do tempo sobre a resistência ao cisalhamento e modos de fratura da colagem. 1993. Dissertação (Mestrado em Ortodontia) – Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1993. 17. RIPA, L. W.; GWINNETT, A. J.; BUONOCORE, M. G. The “prismless”outer layer of decidous and permanent enamel. Arch Oral Biol, Oxford, v. 11, no. 1, p. 41 – 48, Jan. 1996. 18. ROMANO, F. L. Estudo comparativo da resistência ao cisalhamento da colagem e do Índice de Remanescente Resinoso (ARI) entre os compósitos concise e superbond: estudo “in vitro”. 2001. 100 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial) - Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas, Alfenas, 2001. 19. PINTO, Ary dos Santos et al. A reciclagem de bráquetes na clínica ortodôntica. Ortodontia, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 63-67, maio/ago. 1996. 20. SMITH, N. R.; REYNOLDS, I. R. A comparison of three bracket bases: an in vitro study. Br J Orthod, London, v. 18, no.1, p. 29 – 35, Feb. 1991. 21. THANOS, C. E.; MUNHOLLAND, T.; CAPUTO, A. A. Adhesion of mesh-base direct-bonding brackets. Am J Orthod, St. Louis, v. 75, no. 4, p. 421 – 430, Apr. 1979.

Endereço para correspondência Danielle Morello Park Rua Campos Sales, 1191 Apto. 92 - Higienópolis Ribeirão Preto – SP Cep: 14015-110 E-mail: [email protected]

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

93

Maringá, v. 10, n. 1, p. 88-93, jan./fev. 2005

Artigo Inédito

Avaliação in vitro da influência do polimento superficial de resina acrílica para aparelhos ortodônticos na adesão e remoção de Streptococcus mutans* Selma Sano Suga**, Antonio Carlos Guedes-Pinto***, Maria Regina L. Simionato****

Resumo

No presente estudo, foi realizada análise microbiológica in vitro da superfície interna de placas para arcadas superiores, confeccionadas em resina acrílica utilizadas em aparelhos ortodônticos. Procurou-se avaliar se o fator polimento químico e polimento mecânico estavam associados à adesão microbiana de Streptococcus mutans.Também foi analisada a limpeza química e mecânica dos aparelhos. Na pesquisa, foram examinados 48 aparelhos, divididos em 3 grupos, sendo que cada grupo foi subdividido em 2 subgrupos, referente aos tipos distintos de polimento. O Grupo 1 serviu como controle; no Grupo 2 foi realizado a higienização mecânica das placas em resina acrílica, através da limpeza com escova para prótese total (Denture Brush, Kolynos) e no Grupo 3 realizou-se a higienização dos aparelhos através de 30 minutos de imersão em solução de perborato de sódio (Limpador Efervescente de Próteses e Aparelhos Ortodônticos, Farmácia Fórmula & Ação). Pelos resultados estatísticos, através de análise descritiva, conclui-se que o tipo de polimento realizado na face interna da resina acrílica não influencia a adesão de Streptococcus mutans. A análise inferencial, realizada através de comparações entre os grupos avaliados, indica que houve redução na remoção do biofilme formado pela contaminação por Streptococcus mutans nos grupos, sendo que a utilização do limpador químico foi mais eficiente do que a limpeza mecânica através da escovação. Não houve, entretanto, diferenças entre os subgrupos, o que confirma que o tipo de polimento (químico e mecânico) não interfere na adesão e remoção de Streptococcus mutans. Palavras-chave: Resina acrílica. Aparelhos ortodônticos removíveis. Streptococcus mutans.

tuem-se em regiões preferenciais de colonização de determinados microorganismos. Com isto, o uso de aparelhos ortodônticos e protéticos favorece a retenção de biofilme e alimentos. Vários fatores físicos são importantes na colo-

INTRODUÇÃO É do conhecimento dos cirurgiões–dentistas que o biofilme dental é fator necessário para o desenvolvimento da doença cárie e que a presença de áreas retentivas de superfícies sólidas consti-

*Dissertação (Mestrado) ** Especialista (UNISA), Mestre e Doutoranda (FOUSP) em Odontopediatria; Professora Adjunta das disciplinas de Odontopediatria e Ortodontia - Ortopedia Facial – UNICSUL. *** Professor Titular da Disciplina de Odontopediatria – FOUSP. **** Professora do Departamento de Microbiologia Oral – ICB II USP – São Paulo.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

94

Maringá, v. 10, n. 1, p. 94-107, jan./fev. 2005

Avaliação in vitro da influência do polimento superficial de resina acrílica para aparelhos ortodônticos na adesão e remoção de Streptococcus mutans

CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos no presente estudo, pode-se concluir que: - O tipo de polimento, químico ou mecânico, realizado na face interna da resina acrílica utilizada para confecção de aparelhos ortodônticos não influencia a adesão de Streptococcus mutans. - O tipo de polimento realizado na face interna da resina acrílica não influencia a remoção de Streptococcus mutans através de limpeza química e mecânica. - A limpeza química, através da imersão em solução de perborato de sódio, durante 30 minutos, é mais eficiente do que a limpeza mecânica, realizada pela escovação, na remoção de Streptococcus mutans aderidos na face interna da resina acrílica, sendo que o ideal seria conjugar os dois métodos de higienização.

como recursos para motivação: evidenciação do biofilme dental e do acessório ortodôntico, orientação de escovação associada à imersão em produtos químicos, retornos periódicos e instruções por escrito. Este trabalho, cujo objetivo inicial foi verificar se o tipo de polimento realizado em aparelhos ortodônticos intrabucais em crianças influenciaria na adesão de Streptococcus mutans, mostrou-nos que este capítulo deve ainda ser pesquisado de forma a nos levar a conclusões clínicas palpáveis que venham a beneficiar o cotidiano de nosso trabalho. Isto porque os resultados que obtivemos, ainda que cientificamente corretos, mostraram-nos a necessidade de pesquisas com outras variáveis para elucidar o que ainda não pudemos avaliar neste estudo.

Enviado em: Julho de 2003 Revisado e aceito: Outubro de 2003

In vitro evaluation of the influence of resin acrylic surface polishing for orthodontic appliances on adhesion and removal of Streptococcus mutans Abstract The aim of this in vitro microbiologic analysis was to evaluate the adhesion of microorganisms on the internal surface of intra oral removable plates made in acrylic resin for orthodontic and prosthetic appliances. The hypothesis to be tested was that there is an association between chemical or mechanical polishing and the microbilogical adhesion of Streptococcus mutans. The chemical and mechanical cleasing of the appliances was also checked. Forty eight appliances were prepared and divided into 3 groups. Each group was subdivided in 2 groups, concerning the different types of polishing. Group 1) control; Group 2) mechanical brushing of the acrylic resin plates with Denture Brush, Kolynos; Group 3) hygiene (chemical cleansing) of the appliances by immersing them in sodiun perborate solution for 30 minutes (Fizzy Cleanser of Prosthetic and Orthodontic Appliances, “Fórmula & Ação” Pharmacy). By the statistical results, obtained from the described analysis, it was concluded that the polishing type performed in the internal surface of acrylic resin did not influence the adhesion of Streptococcus mutans. The inferential analysis, implemented by comparing the assessed groups, determined that there was a reduction in the removal of biofilm formed by the contamination of Streptococcus mutans in the groups. The chemical cleanser was more efficient than the mechanical brushing. However there was no difference between the subgroups, confirming that polishing type (chemical or mechanical) did not influence the adhesion and removal of Streptococcus mutans. Key words: Resin acrylic. Removable orthodontic appliance. Streptococcus mutans.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

106

Maringá, v. 10, n. 1, p. 94-107, jan./fev. 2005

Suga, S. S.; Guedes-Pinto, A. C.; Simionato, M. R. L.

Referências 1. 2. 3. 4.

5.

6.

7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19.

20.

ABELSON, D. C. Denture plaque and denture cleansers. J Prosthet Dent, St. Louis, v. 45, no. 4, p.376-679, Apr. 1981. ABELSON, D. C. Denture plaque and denture cleansers: review of the literature. Gerodontics, Copenhagen, v.1, no. 5, p. 202206, Oct. 1985. ADDY, M.et al. The effect of orthodontic appliances on the distribution of Candida and plaque in adolescents. Br J Orthod, London, v. 9, no. 3, p.158-163, July 1982. ALALUUSUA, S.; RENKONEN, O. U. Streptococcus mutans establishment and dental caries experience in children from 2 to 4 years old. Scand J Dent Res, Copenhagen, v. 91, no. 6, p. 453-457, Dec. 1983. AMITHA, H.; MUNSHI, A. K. Effect of chlorhexidine gluconate mouth wash on the plaque microflora in children using intra oral appliances. J Clin Pediatr Dent, Birmingham, v. 20, no. 1, p. 23-29, Fall 1995. ARENDORF, T.; ADDY, M. Candidal carriage and plaque distribution before, during and after removable orthodontic appliance therapy. J Clin Periodontol, Copenhagen, v. 12, no. 5, p. 360-368, May 1985. AUGSBURGER, R. H.; ELAHI, J. M. Evaluation of seven denture cleansers. J Prosthet Dent, St. Louis, v. 47, no. 4, p. 356-359, Apr. 1982. BALENSEIFEN, J. W.; MADONIA, J. V. Study of dental plaque in orthodontic patients. J Dent Res, Chicago, v. 49, no. 2, p. 320324, Mar./Apr. 1970. BERKOWITZ, R. J. et al. The early establishment of Streptococcus mutans in the mouths of infants. Arch Oral Biol, Oxford, v. 20, no. 2, p.171-174, Feb. 1975. BRADEN, M. The absorption of water by acrylic resins and other materials. J Prosthet Dent, St. Louis, v.14, no. 2, p. 307-316, Mar./Apr. 1964. BUDTZ-JÖRGENSEN, E.; KAABER, S. Clinical effects of glazing denture acrylic resin bases using an ultraviolet curing method. Scand J Dent Res, Copenhagen, v. 94, no. 6, p. 569-574, Dec. 1986. CHACONAS, S. J. Removable orthodontic appliances. J Clin Orthod, Boulder, v. 5, no. 7, p. 363-375, July 1971. CONNOR, J. N. E. et al. An evaluation of an enzyme denture cleanser. J Prosthet Dent, St. Louis, v. 37, no. 2, p.147-157, Feb. 1977. DAVENPORT, J. C. The denture surface. Br Dent J, London, v. 133, no. 3, p.101-105, Aug. 1972. DILLS, S. S. et al. Comparison of the antimicrobial capability of an abrasive paste and chemical-soak denture cleansers. J Prosthet Dent, St. Louis, v. 60, no. 4, p. 467-470, Oct. 1988. GWINNWTT, A. J.; CAPUTO, L. The efectiveness of ultrasonic denture cleaning: a scanning electron microscope study. J Prosthet Dent, St. Louis, v. 50, no.1, p. 20-25, July 1983. HEINTZE, S. D. et al. Oral health for the orthodontic patient. 1st ed. Illinois: Quintessence Books, 1999. JAGGER, D. C.; HARRISON, A. Denture cleansing. Br Dent J, London, v.178, no.11, p. 413-417, June 1995. KÖHLER, B. et al. The effect of caries-preventive measures in mothers on dental caries and the oral presence of the bacteria Streptococcus mutans and Lactobacilli in their children. Arch Oral Biol, Oxford, v. 29, no.11, p. 879-883, Nov. 1984. LANGWELL, W. H. The cleansing of artificial dentures. Br Dent J, London, v. 99, no.10, p. 337-339, Nov. 1955.

21. LUNDSTRÖM, F.; KRASSE, B. Streptococcus mutans and lactobacili frequency in orthodontic patients; the effetc of chorhexidine treatments. Eur J Orthod, London, v. 9, no. 2, p.109-116, May 1987. 22. MacCALLUM, M. et al. Which cleanser? A report on a survey of denture cleansing routine and the development of a new denture cleanser. Dent Pract Dent Rec, Bristol, v. 19, no. 3, p. 83-89, Nov. 1968. 23. MITTELMAN, J. S. Denture cleansers. J Am Dent Assoc, Chicago, v. 56, no. 4, p. 561, Apr. 1958. 24. NEILL, D. J. A study of materials and methods employed in cleaning dentures. Br Dent J, London, v. 124, no. 3, p.107-115, Feb. 1968. 25. PAZZINI, N. et al. Higienizadores para dentaduras artificiais. RGO, Porto Alegre, v. 20, n. 4, p. 282-286, out./dez. 1972. 26. PETIT, H. et al. Disinfection of removable appliances. J Clin Orthod, Boulder, v.19, no. 4, p. 293-295, Apr. 1985. 27. REQUA-CLARK, B. Denture cleansers. J Am Dent Assoc, Chicago, v.106, no.1, p. 77-79, Jan. 1983. 28. ROSE, E. C. et al. Contribution to the biological assessment of orthodontic acrylic materials. J Orofac Orthop, München, v. 61, no. 4, p. 246-257, Apr. 2000. 29. SAMARANAYAKE, L. P.; MacFARLANE, T. W. An in vitro study of the adherence of Candida albicans to acrylic surfaces. Arch Oral Biol, Oxford, v. 25, no. 8-9, p.603-609, Aug./Sept. 1980. 30. SARLAS, C. H.; ORE, D. E. Intraoral bacterial changes with various pedodontic-orthodontic appliances. ASDC J Dent Child, Chicago, v. 28, no. 6, p. 385-386, Nov./Dec. 1971. 31. SCHLOSSBERG, A. The removable orthodontic appliance. Dent Clin North Am, Philadelphia, v.16, no. 3, p. 487-496, July 1972. 32. SCHLOSSBERG, A. Problems associated with removable orthodontic appliances. J Acad Gen Dent, Chicago, v. 21, no. 3, p. 36-38, May/June 1973. 33. SCHEIE, A. A. et al. Effect of orthodontic treatment on prevalence of Streptococcus mutans in plaque and saliva. Scand J Dent Res, Copenhagen, v. 92, no. 3, p. 211-217, June 1984. 34. SHARP, E. W.; VARRAN, M. S. Denture cleansers and in vitro plaque. J Prosthet Dent, St. Louis, v. 53, no. 4, p. 584-585, Apr. 1985. 35. SESMA, N. et al. Eficiência de métodos caseiros de higienização e limpeza de próteses parciais removíveis. Rev Assoc Paul Cirur Dent, São Paulo, v. 53, n. 6, p. 463-468, nov./dez. 1999. 36. SIEGEL, S. Estatística não – paramétrica: para as ciências do comportamento. 1. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1975. 37. TAYLOR, R. L. et al. The influence of substratum topography on bacterial adhesion to polymethyl methacrylate. J Mater Sci Mater Med, London, v.123, no. 9, p.17-22, June 1998. 38. VERRAN, J.; MOTTERAM, K. L. The effect of adherent oral streptococci on the subsequent adherence of Candida albicans to acrylic in vitro. J Dent, Bristol, v.15, no. 2, p. 73-76, Apr. 1987. 39. WESTERGREEN, G.; KRASSE, B. Evaluation of a micromethod for determination of Streptococcus mutans and lactobacillus infection. J Clin Microbiol, Washington, DC, v. 7, no. 1, p. 82-83, Jan. 1978.

Endereço para correspondência Selma Sano Suga – Rua Tonelero, 510-93 São Paulo – SP CEP: 05056-000 E-mail: [email protected]

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

107

Maringá, v. 10, n. 1, p. 94-107, jan./fev. 2005

Artigo Inédito

Estudo da função muscular peribucal, do grau de inclinação vestíbulo-lingual e da discrepância de modelo dos incisivos inferiores permanentes em crianças respiradoras nasais e bucais com oclusão normal e má oclusão de Classe I Sabine W. Vieira**, Orlando M. Tanaka***, Hiroshi Maruo****, Luiz Renato C. Essenfelder****, Sérgio Vieira*****

Resumo

O objetivo deste trabalho foi verificar a existência de correlação entre o modo respiratório bucal, o comportamento dos músculos orbicular inferior da boca e mentoniano e a determinação de características oclusais específicas, na região anterior do arco dentário inferior. A amostra constituiu-se de 88 crianças brasileiras, leucodermas, sendo 49 do gênero masculino e 39 do gênero feminino, com média de idade de 6 anos e 11 meses, dividida em 4 subgrupos, portadores de: oclusão normal e modo respiratório nasal (ONRN); oclusão normal e modo respiratório bucal (ONRB); má oclusão de Classe I e modo respiratório nasal (CLIRN) e má oclusão de Classe I e modo respiratório bucal (CLIRB). Foram realizados 22 testes eletromiográficos, avaliação do grau de inclinação vestíbulo-lingual (FMIA) e da discrepância de modelo (DM) dos incisivos inferiores permanentes. Após terem sido submetidos à análise estatística os resultados indicaram que, quando comparados os subgrupos, não houve diferença estatisticamente significativa para as variáveis dentárias e para a maioria das variáveis eletromiográficas avaliadas. Desta forma, a alteração do modo respiratório não pôde ser relacionada às características oclusais e aos comportamentos musculares estudados. Palavras-chave: Eletromiografia. Respiração bucal. Musculatura peribucal. Inclinação dentária.

(respiração bucal), a disfunção muscular peribucal e a alteração de determinadas características dentofaciais. Alusões ao possível significado das forças musculares lábio-linguais, no estabelecimento das más

INTRODUÇÃO E Revisão de literatura Diversas foram as teorias elaboradas ao longo do tempo na tentativa de explicar a possível existência de uma relação de causa-efeito entre a manifestação do modo respiratório alterado

* Resumo de Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre em Odontologia (Ortodontia). ** *** **** ****

Mestre em Odontologia (Ortodontia). Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Professor Doutor em Odontologia (Ortodontia) - UFRJ. Professor Doutor em Odontologia (Ortodontia) - UNICAMP. Professor Doutor em Odontologia (Dentística) - FOB-USP.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

108

Maringá, v. 10, n. 1, p. 108-116, jan./fev. 2005

Vieira, S. W.; Tanaka, O. M.; Maruo, H.; Essenfelder, L. R. C.; Vieira, S.

A perioral muscles activity, buccal-lingual inclination and space discrepancy of the lower incisors study, in mouth or nasal breathing children with normal or Class I malocclusion Abstract

The purpose of this study was to verify the existence of any correlation between the mouth breathing, the

inferior orbicularis oris and mentalis muscles activity and specific dental features in the anterior area of the lower dental arch. A sample formed by 88 leucodermas brazilian children, 49 boys and 39 girls, with a medium age of 6 years and 11 months, was divided into 4 subgroups according to the oclusal type and breathing mode presented: normal occlusion and nasal breathing (ONRN), normal occlusion and mouth breathing (ONRB), Class I malocclusion and nasal breathing (CLIRN) and Class I malocclusion and mouth breathing (CLIRB). This research involved the performance of 22 electromyographic tests, the quantitative assessment of the buccal-lingual inclination (FMIA) and space discrepancy (DM) of the permanent lower incisors. Obtained results were submitted to statistic methods and showed no significant statistical difference for the dental variables and for the majority of the electromyographic variables studied. In this way, the clinically assessed mouth breathing could not be associated to the oclusal features and muscular functions studied. Key words: Electromyography. Mouth breathing. Perioral muscles. Dental inclination.

Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6.

7. 8.

9. 10. 11. 12.

ANGLE, E. H. Classification of malocclusion. Dent Cosmos, Philadelphia, v. 41, n. 3, p. 248-64, 1899. ANGLE, E. H. Treatment of malocclusion of the teeth. 7. ed. Philadelphia: S. S. White, 1907. BALLARD, C. F. Some bases for aetiology and diagnosis in Orthodontics. Dent Rec, London, v. 68, no. 6, p. 133-145, June 1948. _____. Factors of skeletal and soft tissue morphology affecting prognosis and treatment planning in orthodontics. Dent J Aust, Sydney, v. 25, p. 254-264, Nov./Dec. 1953. _____. The clinical significance of innate and adaptive postures and motor behaviour. Dent Pract, Bristol, v. 12, no. 6, p. 219228, Feb. 1962. BEHLFELT, K.; LINDER-ARONSON, S.; McWILLIAM, J. et al. Dentition in children with enlarged tonsils compared to control children. Eur J Orthod, London, v. 11, no. 4, p. 416-429, 1989. _____. Cranio-facial morphology in children with and without enlarged tonsils. Eur J Orthod, London, v. 12, p. 233-243, 1990. BRESOLIN, D.; SHAPIRO, P. A.; SHAPIRO, G. G. et al. Mouth breathing in allergic children: its relationship to dentofacial development. Am J Orthod, St. Louis, v. 83, no. 4, p. 334-340, Apr. 1983. BRODIE, A. G. Considerations of musculature in diagnosis, treatment and retention. Am J Orthod, St. Louis, v. 38, p. 823-835, 1952. _____. Muscular factors in the diagnosis and treatment of malocclusions. Angle Orthod, Appleton, v. 23, no. 2, p. 71-77, Apr. 1953. COOPER, B. C. Nasorespiratory function and orofacial development. Otolaryngol Clin North Am, Philadelphia, v. 22, no. 2, p. 413-441, Apr. 1989. ESSENFELDER, L. R. C. Análise eletromiográfica dos músculos orbicularis em jovens portadores de oclusão normal.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

1975. Dissertação (Mestrado) - UNICAMP, Piracicaba, 1975. 13. ESSENFELDER, L. R. C.; VITTI, M. Análise eletromiográfica dos músculos orbicularis oris em jovens portadores de oclusão normal. Ortodontia, São Paulo, v. 10, n. 3, p. 180-191, set./dez. 1977. 14. GUSTAFSSON, M.; AHLGREN, J. Mentalis and orbicularis oris activity in children with incompetent lips. Acta Odontol Scand, Stockholm, v. 33, p. 355-363, 1975. 15. GWYNNE-EVANS, E. The organization of the orofacial muscles in relation to breathing and feeding. Br Dent J, London, v. 91, no. 6, p. 135-142, Sept. 1951. 16. _____. An analysis of the orofacial structures with special reference to muscle behaviour and dental alignment. Am J Orthod, St. Louis, v. 40, p. 715-720, 1954. Abstracts and reviews. 17. GWYNNE-EVANS, E.; BALLARD, C. F. Discussion on the mouth-breather. Proc R Soc Méd, London, v. 51, p. 279-285, Oct. 1957. 18. HARRADINE, N. W. T.; KIRSCHEN, R. H. E. S. Lip and mentalis activity and its influence on incisor position - a quantitative electromyographic study. Br J Orthod, London, v. 10, no. 3, p. 114-127, July 1983. 19. HAWKINS, A. C. Mouth breathing as the cause of malocclusion and other facial abnormalities. Tex Dent J, Dallas, v. 83, p. 1015, June 1965. 20. _____. Mouth breathing and its relationship to malocclusion and facial abnormalities. N M Dent J, Albuquerque, no. 8, p. 18-21, May 1969. 21. HOVELL, J. H. The relationship of the oro-facial musculature to occlusion: current British thought. In: KRAUS, B. S.; RIEDEL, R. Vistas in Orthodontics, Philadelphia: Lea & Febiger, 1962, p. 328-345. 22. LEECH, H. L. A clinical analysis of orofacial morphology and behaviour of 500 patients attending an upper respiratory research clinic. Dent Pract, Ewell, v. 9, no. 4, p. 57-68, Dec. 1958.

115

Maringá, v. 10, n. 1, p. 108-116, jan./fev. 2005

Estudo da função muscular peribucal, do grau de inclinação vestíbulo-lingual e da discrepância de modelo dos incisivos inferiores permanentes em crianças respiradoras nasais e bucais com oclusão normal e má oclusão de Classe I

23. LIMA, M. H. Estudo morfofuncional dento-muscular em indivíduos com oclusão normal e maloclusão Classe II, divisão 1, que apresentam modos respiratórios predominantemente nasal e bucal. 2002. Dissertação (Mestrado) – PUCPR, Curitiba, 2002. 24. LINDER-ARONSON, S. Adenoids. Their effect on mode of breathing and nasal airflow and their relationship to characteristics of the facial skeleton and the dentition. Acta Otolaryngol, Stockholm, v. 265, p. 1-132, 1970. Suppl. 25. _____. Effects of adenoidectomy on dentition and nasopharynx. Am J Orthod, St. Louis, v. 65, no. 1, p. 1-15, Jan. 1974. 26. _____. Respiratory function in relation to facial morphology and the dentition. Br J Orthod, London, v. 6, p. 59-71, 1979a. 27. _____. Naso-respiratory function and craniofacial growth. In: McNAMARA Jr., A. J. Naso-respiratory function and craniofacial growth. Ann Arbor: Center of Human and Development, University of Michigan, 1979b., Craniofacial Growth Series, Monograph 9. 28. LINDER-ARONSON, S.; BÄCKSTRÖM, A. A comparison between mouth and nose breathers with respect to occlusion and facial dimensions. Odontol Revy, Lund, v. 11, no. 4, p. 343-376, 1960. 29. MARCHIORI, S. C. Análise eletromiográfica do músculo orbicular da boca em indivíduos com oclusão normal e com maloclusões Classes I, II divisão 1 e III de Angle. 1993. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista de Botucatu, Botucatu, 1993. 30. MOLLER, E. The chewing apparatus. Acta Physiol Scand, Stockholm, v. 280, no. 69, p. 9-229, 1966. Suppl. 31. MOYERS, R. E. Temporomandibular muscle contraction patterns in Angle Class II, division 1 malocclusions: an electromyographic analysis. Am J Orthod, St. Louis, v. 35, no. 11, p. 837-857, Nov. 1949. 32. PALLÚ, V. R.; MAGNANI, M. B. B. A.; BERZIN, F.; BEVILAQUA, D. Alterações musculares em indivíduos respiradores bucais. Publicatio UEPG, Ponta Grossa, v. 2, n. 1, p. 73-89, 1996. 33. RICKETTS, R. M. Esthetics, environment, and the law of lip relation. Am J Orthod, St. Louis, v. 54, no. 4, p. 272-289, Apr. 1968a. 34. RIX, R. E. Deglutition and the teeth. Dent Rec, London, v. 66, no. 5, p. 103-108, May 1946. 35. _____. Some observations upon the environment of the incisors. Dent Rec, London, v. 73, p. 427-441, Apr. 1953.

36. SALES, R. D.; VITTI, M. Análise eletromiográfica dos músculos orbicularis oris em indivíduos portadores de má-oclusão Classe I, antes e após submetidos a tratamento ortodôntico. Rev Ass Paul Cirurg Dent, São Paulo, v. 33, n. 5, p. 399-410, set. 1979. 37. SCOTT, J. The role of the soft tissues in determining normal and abnormal dental occlusion. Dent Practnr, Ewell, v. 11, no. 9, p. 302-308, May 1961. 38. SILVA, A. M. T.; MARCHIORI, S. C.; RIBEIRO, E. C.; CECHELLA, C. Electromyography: evaluation of orbicularis oris muscles in rest and maximum contraction in mouth breathers children, before and after myotherapy. [S.l.]: ISEK, 2002. 39. SIMPSON, M. M. Lip incompetence and its relationship to skeletal and dental morphology - an electromyographic investigation. Br J Orthod, London, v. 3, no. 3, p. 177-179, 1976. 40. _____. An electromyographic investigation of the perioral musculature in Class II division 1 malocclusion. Br J Orthod, London, v. 4, no. 1, p. 17-22, 1977. 41. STRANG, R. H. W. The fallacy of denture expansion as a treatment. J Clin Orthod, Boulder, v. 19, no. 1, p. 12-22, 1949. 42. TOMÉ, M. C.; MARCHIORI, S. C. Estudo eletromiográfico dos músculos orbiculares superior e inferior da boca em crianças respiradoras nasais e bucais durante o repouso com e sem contato labial. JBO, Curitiba, v. 3, n. 5, p. 59-66, maio/jun. 1998. 43. TOMES, C.S. The bearing of the development of the jaws on irregularities. Dent Cosmos, Philadelphia, v.15, p.292-6, 1873. 44. TOSELLO, D. O. Análise eletromiográfica dos músculos orbicular da boca e mentoniano, em indivíduos portadores de maloclusão Classe II divisão 1 de Angle. 1995. Tese (Doutorado) – UNICAMP, Piracicaba, 1995. 45. TWEED, C. H. The Frankfort-mandibular incisor angle (FMIA) in orthodontic diagnosis, treatment planning and prognosis. Angle Orthod, Appleton, v. 24, no. 3, p. 121-77, July 1954. 46. VIEIRA, S. Introdução à bioestatística. 5. ed. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1988. 47. ZILLI, A. S. Estudo eletromiográfico dos músculos orbiculares da boca, segmentos superior e inferior (região medial), em jovens com maloclusão Classe I de Angle. 1994. Dissertação (Mestrado) – UNICAMP, Piracicaba, São Paulo. 48. WAGNITZ, S. J. V. Avaliação do grau de confiabilidade do diagnóstico clínico do modo respiratório bucal. 2000. Dissertação (Mestrado) – PUCPR, Curitiba, Paraná.

Endereço para correspondência Sabine Westphal Vieira Rua Martim Afonso, 779 – Apto. 501 CEP: 80430-100 Curitiba-PR E-mail: [email protected]

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

116

Maringá, v. 10, n. 1, p. 108-116, jan./fev. 2005

Artigo

de

Fonoaudiologia

Distância interincisiva máxima em crianças na dentadura mista Débora Martins Cattoni*, Fernanda Dreux Miranda Fernandes**

Resumo

A distância interincisiva máxima é muito importante na avaliação miofuncional orofacial, pois distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais podem limitar a abertura da boca. O objetivo deste estudo foi descrever a distância interincisiva máxima e verificar se há diferença estatisticamente significante entre as médias desta medida, segundo idade e gênero. Participaram 253 crianças, com idades entre 7,0 e 11,11 anos, leucodermas, na dentadura mista, sem queixas fonoaudiológicas. Os resultados mostram que a média da distância interincisiva máxima foi, no total das crianças, 44,75mm e apresentou diferença estatisticamente significante entre as médias das idades, no gênero masculino. As meninas apresentaram médias inferiores às dos meninos. Como conclusão da pesquisa, aponta-se a importância de considerar a idade e o gênero durante a avaliação da distância interincisiva máxima em crianças Palavras-chave: Face. Medidas. Boca. Criança.

abertura da boca e da distância interincisiva máxima nos portadores de distúrbios que envolvem a articulação têmporo-mandibular3, bem como nas vítimas de queimaduras de face e pescoço, ocasionando seqüelas da motricidade oral e disfunções estomatognáticas, entre elas a abertura bucal reduzida16. Durante a avaliação miofuncional oral, investigase os aspectos morfológicos e posturais, do tônus e da mobilidade dos órgãos fonoarticulatórios, bem como das funções de mastigação, respiração, deglutição e fala10, incluindo o exame da sensibilidade da região orofacial7 e da postura corporal12. A avaliação fonoaudiológica da motricidade oral envolve a constatação da existência de alterações funcionais e de relações desencadeantes do problema,

Introdução O interesse para a realização desta pesquisa cresceu à medida em que se observou a escassez de estudos nacionais sobre os referenciais da normalidade, em crianças da nossa população, para a distância interincisiva máxima, bem como de padronização dos critérios de avaliação empregados. Dado que os indivíduos com distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais podem apresentar limitações na abertura da boca, revela-se a importância de investigar a medida esperada para as estruturas faciais em crianças saudáveis, para melhor análise dos dados obtidos durante a avaliação fonoaudiológica. Faz-se importante a investigação sobre a distância interincisiva máxima, pois verifica-se limitação da



* Fonoaudióloga clínica. Especialização em Saúde Coletiva pela Faculdade de Medicina Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Motricidade Oral pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa). Mestre em Ciências pela FMUSP. ** Fonoaudióloga. Professora Livre-Docente do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

117

Maringá, v. 10, n. 1, p. 117-121, jan./fev. 2005

Cattoni, d. m.; Fernandes, F. D. M.

A dentadura mista foi o período de desenvolvimento da dentadura escolhido, sendo que a presença dos quatro primeiros molares permanentes erupcionados também foi critério para selecionar as crianças, uma vez que importantes transformações ocorrem na cavidade oral, entre os 5 e 6 anos de idade, em decorrência da erupção desses dentes8,13. Assim, foi possível obter uma amostra mais homogênea quanto ao desenvolvimento da dentadura.

Conclusão A média da distância interincisiva máxima foi, no total das crianças, 44,75mm e apresentou diferença estatisticamente significante entre as médias das idades, no gênero masculino. As meninas apresentaram médias inferiores às dos meninos, exceto aos 8 anos de idade. Enviado em: Outubro de 2003 Revisado e aceito: Fevereiro de 2004

Maximum interincisal distance in children in mixed dentition period Abstract

The maximum interincisal distance is very important during the orofacial myofunctional evaluation, because orofacial myofunctional disorders can modify this measurement. The aim of this study was to describe the maximum interincisal distance and to verify if there is statistically significant difference among the averages of this measurement, according age and gender. 253 children participated, with ages ranging from 7,0 to 11,11 years, leukoderm, in mixed dentition period, with no history of speech and swallowing disorders. The results showed that the average of the maximum interincisal distance was 44,75mm and showed statistically significant difference among averages according age, in male. Girls showed lower averages than boys. As conclusion of this reseach, it is observed the importance of considering the age and the gender during the evaluation of the maximum interincisal distance. Key words: Face. Measurements. Mouth. Child.

Referências 1.

2.

3.

4. 5.

6. 7. 8. 9.

BIANCHINI, E. M. G. Avaliação fonoaudiológica da motricidade oral: distúrbios miofuncionais orofaciais ou situações adaptativas. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 3, p. 73-82, maio/jun. 2001. BIANCHINI, E. M. G. Mastigação e ATM: avaliação e terapia. In: MARCHESAN, I. Q. Fundamentos em fonoaudiologia: aspectos clínicos da motricidade oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. p. 37-49. BIANCHINI, E. M. G. Avaliação fonoaudiológica da motricidade oral: anamnese, exame clínico, o quê e por que avaliar. In: BIANCHINI, E. M. G. (Org.). Articulação temporomandibular: implicações, limitações e possibilidades fonoaudiológicas. Carapicuíba: Pró-fono, 2000. p.191-253. BRADLEY, R. Fisiologia oral básica. São Paulo: Panamericana, 1981. CARVALHO, G. D. Amamentação e o sistema estomatognático. In: CARVALHO, M. R.; TAMEZ, R. N. Amamentação: bases científicas para a prática profissional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 37-59. DOUGLAS, C. R. Tratado de fisiologia aplicada à fonoaudiologia. São Paulo: Robe, 2002. GOMES, I. C. D. et al. Avaliação e terapia da motricidade oral. In: FERREIRA, L. P. et al. Temas de fonoaudiologia. 5. ed. São Paulo: Loyola, 1993. p. 61-119. GUEDES-PINTO, A. C.; ISSÁO, M. Manual de odontopediatria. 10. ed. São Paulo: Pancast, 1999. HAMAZAKI, C. M. et al. Verificação da amplitude dos movimentos mandibulares em crianças. Cefac, São Paulo, v. 4, n.1, p. 35-39, jan./abr. 2002.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

10. JUNQUEIRA, P. S. Avaliação miofuncional. In: MARCHESAN, I. Q. Fundamentos em Fonoaudiologia: aspectos clínicos da motricidade oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. p. 13-21. 11. MARCHESAN, I. Q. Avaliando e tratando o sistema estomatognático. In: LOPES-FILHO, O. (Ed.). Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 1997. p. 763-780. 12. MARCHESAN, I. Q. Avaliação e terapia dos problemas da respiração. In: MARCHESAN, I. Q. Fundamentos em Fonoaudiologia: aspectos clínicos da motricidade oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. p. 23-36. 13. NAKATA, M.; WEI, S. H. Y. Guia de oclusão em odontopediatria. 2. ed. São Paulo: Ed. Santos, 1995. 14. RÍSPOLI, C. M.; BACHA, S. M. C. Terapia miofuncional: intervenção fonoaudiológica breve. In: MARCHESAN, I. Q.; ZORZI, J. L.; GOMES, I. C.(Org.). Tópicos em Fonoaudiologia. São Paulo: Lovise, 1998. p. 545-585. 15. RODRIGUES, L. Avaliação odontológica. In: BIANCHINI, E. M. G. (Org.). Articulação temporomandibular: implicações, limitações e possibilidades fonoaudiológicas. Carapicuíba: Pró-fono, 2000. p.133-166. 16. TOLEDO, P. N. Atuação fonoaudiológica com pacientes queimados: uma proposta clínica. 2001. Dissertação (Mestrado) Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2001. Endereço para correspondência Débora Martins Cattoni Rua Paulo Franco, 142 - Apto. 111 - São Paulo/SP - CEP: 05305-030 E-mail: [email protected]

121

Maringá, v. 10, n. 1, p. 117-121, jan./fev. 2005

Revisão

de

Literatura

A influência de medicamentos na movimentação ortodôntica - Uma análise crítica da literatura Ligiane Vieira Tokano Ramos*, Laurindo Zanco Furquim**, Alberto Consolaro***

Resumo

Neste trabalho analisou-se criteriosamente a literatura pertinente sobre a influência de medicamentos na movimentação dentária induzida, avaliando os métodos experimentais para correlacioná-los com a aplicabilidade e extrapolação para a clínica ortodôntica. Devido aos trabalhos experimentais serem feitos em animais, que têm um tempo de vida curto, as doses dos medicamentos são elevadas e os períodos de administração muito longos. Portanto, não se pode afirmar sobre qualquer alteração na movimentação dentária induzida causada por algum tipo de medicamento que o paciente faça uso durante o tratamento ortodôntico. Palavras-chave: Medicamentos. Movimentação ortodôntica.

deradas de mediadores químicos. Em situações de hipóxia, compressão mecânica ou numa hiperfunção, há uma liberação excessiva destes mediadores. Dentre eles estão as citocinas, os fatores de crescimento, os produtos do ácido aracdônico e outros, como o óxido nítrico, estrógenos, etc. O ácido aracdônico é proveniente da quebra de fosfolipídios da membrana celular, pela ação das enzimas fosfolipases, que são ativadas pelo acúmulo de íons cálcio dentro da célula. Estas moléculas de ácido aracdônico sofrem a ação das enzimas cicloxigenases e lipoxigenases, também existentes no citosol, originando as prostaglandinas e os leucotrienes, respectivamente. Portanto, quando uma célula entra em estresse, ocorre uma maior entrada de cálcio extracelular para dentro da célula, pelos canais de cálcio das integrinas.

Introdução Para que haja entendimento sobre a influência de medicamentos sobre a movimentação ortodôntica, faz-se necessário compreender a biopatologia da movimentação dentária induzida. Esta acontece graças a uma série de eventos biológicos que alteram o nível local de mediadores químicos relacionados à remodelação óssea, como resposta ao estímulo, representado pelas forças aplicadas via aparelho ortodôntico. Os mediadores químicos são os responsáveis pela intercomunicação celular, ou seja, as células só exercem sua função mediante a liberação destas substâncias, que interagem com os receptores de membrana de outra célula, transmitindo a mensagem seqüencialmente. Quando uma célula está em equilíbrio iônico, libera quantidades mo-

* Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela AMO (Associação Maringaense de Odontologia) / ABO. Consultora Científica de traduções publicadas no site www.dentalpress.com.br ** Especialista em Ortodontia pela PROFIS – USP – Bauru. Professor de Ortodontia do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá – UEM. Doutor em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo USP – Bauru. *** Professor Titular e Chefe do Departamento de Estomatologia da FOB-USP.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

122

Maringá, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005

A influência de medicamentos na movimentação ortodôntica - Uma análise crítica da literatura

ortodôntico causava um aumento na velocidade da movimentação dentária. Já nas infusões intermitentes, não houve diferenças entre os grupos tratados com PTH e o grupo controle. Os autores concluem que o paratormônio liberado localmente e continuadamente in situ durante o movimento ortodôntico apresenta perspectiva terapêutica. A calcitonina estimula a neoformação e inibe a reabsorção óssea. Na revisão de Tyrovola e Spyropoulos67, isto atrasaria o tratamento ortodôntico. Esta afirmativa não tem fundamentação revelada ou citada. Os autores mesmos recomendam mais estudos sobre a influência dos medicamentos e dos fatores sistêmicos na movimentação dentária induzida e sugerem uma análise particular de cada caso clínico. De um modo geral, ler trabalhos sobre a influência de medicamentos na movimentação dentária requer cuidado: são experimentais e para detectar os efeitos dos medicamentos sobre os tecidos, as doses são elevadas e os períodos muito longos, se considerarmos o tempo de vida destes animais. O rato, por exemplo, vive em média 1,5 ano e submetem-no à medicação por 2 a 3 meses, o equivalente a 1/6 da sua vida média. Desta forma, observam-se microscopicamente os efeitos dos medicamentos nos tecidos, mas a extrapolação para a clínica requer uma boa dose de responsabilidade14.

CONCLUSÕES Um medicamento, para ser capaz de interferir no turnover ósseo maxilar, deve se basear em um efeito altamente específico para esta região ou então sua aplicação deverá ser local. A dose deve ser alta e o período de ação muito prolongado. Os analgésicos e os antiinflamatórios, apesar de atuarem sobre certos mediadores locais da remodelação óssea, são administrados em doses pequenas e em curtos períodos de tempo, não interferindo significantemente na velocidade da movimentação dentária. Os corticosteróides podem levar à osteoporose quando administrados por longos períodos e doses elevadas, mas nos maxilares, isto só acontecerá em uma fase muito avançada, quando a doença já tiver sido detectada. Os trabalhos experimentais aqui relatados são feitos com animais experimentais e para detectar estes efeitos dos medicamentos sobre os tecidos, as doses são elevadas e os períodos muito longos, uma vez que estes animais têm um tempo de vida curto. Portanto, não se pode afirmar sobre qualquer alteração na movimentação dentária induzida causada por algum tipo de medicamento que o paciente faça uso durante o tratamento ortodôntico.

Enviado em: Outubro de 2003 Revisado e aceito: Dezembro de 2003

The influence of medication on orthodontic tooth movement - a critical review of the literature Abstract

In this work the pertinent literature concerning the influence of medication in the induced dental movement appraising the experimental methods to correlate them with the applicability and extrapolation was critically analyzed for the orthodontic clinic. Owed the experimental works they be done in animals, that they have a time of life short, the doses of the medicines are high and the very long administration periods. Therefore, one cannot affirm about any alteration in the induced dental movement caused by some medication type that the patient makes use during the orthodontic treatment. Key words: Medication. Orthodontic movement.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

128

Maringá, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005

Ramos, L. V. T.; Furquim, L. Z.; Consolaro, a.

Referências 1. ADACHI, H. et al. Effects of topical administration of a bisphosphonate (Risedronate) on orthodontic tooth movements. J Dent Res, Washington DC, v. 73, no. 8, p.1478-1786, Aug. 1994. 2. ARAÚJO, F. F; PRIETSCH, J. R. Utilização clínica de mediadores químicos da inflamação (prostaglandinas) no tratamento ortodôntico. Ortodontia Gaúcha, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p.163173, jul./dez. 2000. 3. ASHCRAFT, M. B.; SOUTHARD, K. A.; TOLLEY, E. A. The effect of corticosteroid-induced osteoporosis on orthodontic tooth movement. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 102, no. 4, p. 310-319, Oct. 1992. 4. BARAN, S.; HAMAMCI, O.; AKALAR, M. An investigation of the effects of experimental tooth movement in rats. J Marmara University Dental Faculty, Istanbul, v. 2, no. 2-3, p. 557-561, Sept. 1996. 5. BAUMRIND, S. A reconsideration of the propriety of the “pressure-tension” hypothesis. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 55, no. 1, p. 12-22, Jan. 1969. 6. BERTOZ, F. A.; MENDONÇA, M. R.; CUOGHI, O A., PERCINOTO, C. Efeito da prostaglandina E1 e da indometacina na movimentação ortodôntica em cães: estudo clínico e histológico. Ortodontia, São Paulo, v. 23, n. 3, p.16-24, set./dez. 1990. 7. BOLLEN, A. M. Commentary: Orthodontic treatment for a patient after menopause. Angle Orthod, Appleton, v. 66, no. 3, p. 179-180, 1996. 8. BURROW, S. J.; SAMMON, P. J.; TUNCAY, O. C. Effects of diazepam on orthodontic tooth movement and alveolar bone camp levels in cats. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 90, no. 2, p. 102-105, Aug. 1986. 9. BRUDVIK, P.; RYGH, P. Root resorption after local injection of prostaglandin E2 during experimental tooth movement. Eur J Orthod, London, no. 13, p. 255-263, 1991. 10. CHAO, C. et al. Effects of prostaglandin E2 on alveolar bone resorption during orthodontic tooth movement. Acta Anat, Basel, v. 132, no. 4, p. 304-309, Aug. 1988. 11. CHRISTIANSEN, R. L. Commentary: tyroxine administration and its effects on root resorption. Angle Orthod, Appleton, v. 64, no. 5, p. 399-400, May 1994. 12. CHUMBLEY, A. B.; TUNCAY, O. C. The effect of indomethacin (an aspirin-like drug) on the rate of orthodontic tooth movement. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 89, p. 312-314, Apr. 1986. 13. COLLINS, M. K.; SINCLAIR, P. M. The local use of vitamin D to increase the rate of orthodontic tooth movement. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 94, no. 4, p. 278-284, Oct. 1988. 14. CONSOLARO, A. Medicamentos versus Ortodontia. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 2, n. 2, p. 100, abr./maio 2003. 15. CONSOLARO, A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. Maringá: Dental Press, 2002. 16. DUURSMA, S. A et al. Estrogen and bone metabolism. Obstet Gynecol Surv, Baltimore, v. 47, no. 1, p. 38-44, Jan. 1992. 17. ENGSTRÖM, C.; GRANSTRÖM, G.; THILANDER, B. Effect of orthodontic force on periodontal tissue metabolism. A histologic and biochemical study in normal and hypocalcemic young rats. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 93, no. 6, p. 486-495, June 1988. 18. FLEISCH, H. Mechanisms of action of the bisphosphonates. Medicine, New York, v. 57, p. 65-75, 1997. 19. FRANCISCHONE, T. R. C. G. Reabsorção dentária: determinação de sua freqüência em pacientes com endocrinopatias. 2002. Tese (Doutorado) - Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, 2002. 20. FURQUIM, L. Z. Perfil endocrinológico de pacientes ortodônticos com e sem reabsorções dentárias: correlação com a morfologia radicular e da crista óssea alveolar. 2002. Tese (Doutorado) - Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, 2002.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

21. GIANELLY, A. A.; SCHNUR, R. M. The use of parathyroid hormone to assist orthodontic tooth movement. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 55, no. 3, p. 305, Mar. 1952. 22. GIUNTA, D. et al. Influence of indomethacin on bone turnover related to orthodontic movement in miniature pigs. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v.105, no. 4, p. 369-374, Abr. 1994. 23. GOLDIE, R. S.; KING, G. J. Root resorption and tooth movement in orthodontically treated calcium deficient and lactating rats. Am J Orthod, St. Louis, v. 85, no. 5, p. 424-430, May 1984. 24. GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1983, v. 2, p. 775-1559. 25. GRIER, R. L.; WISE, G. E. Inhibition of tooth eruption in the rat by a bisphosphonate. J Dent Res, Chicago, v. 77, no. 1, p. 8-15, Jan.1998. 26. HASHIMOTO, F. et al. Administration of osteocalcin accelerates orthodontic tooth movement induced by a closed coil spring in rats. Eur J Orthod, London, v. 23, p. 535-545, 2001. 27. HAUSCHKA, et al. Direct identification of the calcium binding amino acid-carboxyglutamate in mineralized tissue. Proc Nad Acad Sci, New York, v. 72, no. 10, p. 3925-3929, Oct. 1975. 28. HELLSING, E.; HAMMARSTRÖM, L. The effects of pregnancy and fluoride on orthodontic tooth movements in rats. Eur J Orthod, London, v. 13, no. 3, p. 223-230, June 1991. 29. HILL, P. A. Bone remodelling. Br J Orthod, London, v. 25, no. 2, p. 101-107, May 1998. 30. HUGHES, D. et al. bisphosphonates promote apoptose in culture osteoclasts in vitro and in vivo. J Bone Miner Res, Washington, DC, v. 10, no. 20, p. 478-487, 1995. 31. IGARASHI, K. et al. Anchorage and retentive effects of a bisphosphonate (AHBuBP) on tooth movements in rats. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 106, p. 279-289, 1994. 32. KAMATA, M. Effect of parathyroid hormone on tooth movement in rats. Bull Tokyo Med Dent Univ, Tokyo, v. 19, no. 4, p. 411425, Dec. 1972. 33. KEHOE, M. J. et al. The effect of acetaminophen, ibuprofen, and misoprostol on prostaglandin E2 synthesis and the degree and rate on orthodontic tooth movement. Angle Orthod, Appleton, v. 66, no. 5, p. 339-350, 1996. 34. KING, G. J.; KEELING, S. D. Orthodontic bone remodeling in relation to appliance decay. Angle Orthod, Appleton, v. 65, no. 2, p.129-140, 1995. 35. KOBAYASHI, Y. et al. Effects of local administration of osteocalcin on experimental tooth movement. Angle Orthod, Appleton, v. 68, no. 3, p. 259-266, 1998. 36. KYRKANIDES, S., O’BANION, M. K.; SUBTELNY, J. D. Nonsteroidal anti-inflammatory drugs in orthodontic tooth movement: Metalloproteinase activity and collagen synthesis by endothelial cells. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 118, p. 203-209, 2000. 37. LEE, W. Experimental study of the effect of prostaglandin administration on tooth movement- with particular emphasis on the relationship to the method of PGE1 administration. Am J Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 98, no. 3, p. 231-241, Sept. 1990. 38. LEIKER, B. J. et al. The effect of exogenous prostaglandins on orthodontic tooth movement in rats. Am J Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 108, no. 8, p. 380-388, Oct. 1995. 39. LOBERG, E. L.; ENGSTRÖM, C. Thyroid administration to reduce root resorption. Angle Orthod, Appleton, v. 64, no. 5, p. 395-400, May 1994. 40. MAZZIERO, E. T. Bisfosfanatos e movimentação dentária induzida: avaliação de seus efeitos. 1999. 152 f. Tese (Doutorado) - Faculdade de odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, 1999. 41. MAZZIERO, E. T.; CONSOLARO, A. A dinâmica óssea e o movimento ortodôntico . Parte I - Revisão de literatura. Revista do CROMG, Belo Horizonte, v. 6, n. 1, p. 10-17, jan./abr. 2000.

129

Maringá, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005

A influência de medicamentos na movimentação ortodôntica - Uma análise crítica da literatura

42. MAZZIERO, E. T.; CONSOLARO, A. A dinâmica óssea e o movimento ortodôntico. Parte II - O metabolismo do cálcio e a influência das drogas. Revista do CROMG, Belo Horizonte, v. 6, n. 2, p. 106-112, maio/ago., 2000. 43. MEGHJI, S. Bone remodelling. Br Dent J, London, v. 21, no. 172, p. 235-242, 1992. 44. MIDGETT, R. J.; SHAYE, R.; FRUGE, J. F. The effect of altered bone metabolism on orthodontic movement. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 80, no.3, p. 256-262, Sept. 1981. 45. MITSUYA, K. The effect of high protein low calcium on tooth movement in the rat. Nippon Kyosei Shika Gakkai Zasshi, Tokyo, v. 41, no. 1, p. 46-70, Mar. 1982. 46. MIYAJIMA, K.; NAGAHARA, K.; LIZUKA, T. Orthodontic treatment for a patient after menopause. Angle Orthod, Appleton, v. 66, no. 3, p. 173-178, 1996. 47. MOHAMMED, A.; TATAKIS, D.; DIZIAK, R. Leukotrienes in orthodontic tooth movement. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 95, no. 3, p. 231-237, Mar. 1989. 48. MUNDY, G. R. Inflammatory mediators and the destruction of bone. J Periodont Res, Copenhagen, v. 26, no. 3, p. 212-217, May 1991. 49. NGAN, P. et al. The effect of ibuprofen on the level of discomfort in patients undergoing orthodontic treatment. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 106, no. 1, p. 88-95, July 1994. 50. OHKAWA, S. Effects of orthodontic forces and anti-inflammatory drugs on the mechanical strength of the periodontum in the rat mandibular first molar. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 81, no. 6, p. 498-502, June 1982. 51. ONG, C. K. L. et al. Orthodontic tooth movement in the prednisolone - treated rat. Angle Orthod, Appleton, v. 70, no. 2, p. 118-125, 2000. 52. PEREIRA, A. A. C. Avaliação microscópica da influência de anticoncepcional e gravidez na movimentação dentária induzida, em especial nos fenômenos da reabsorção dentária. 1995. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, 1995. 53. PEREIRA, S. L. S. et al. Efeito da calcitonina de salmão sobre a cicatrização de defeitos ósseos. Estudo radiográfico e histológico em coelhos. Rev Odontol UNESP, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 471-488, 1997. 54. POUMPROS, E.; LOBERG, E.; ENGSTRÖM, C. Thyroid function and root resorption. Angle Orthod, Appleton, v. 64, no. 5, p. 389-393, May 1994. 55. POVOLNY, B. Commentary: thyroid function and root resorption. Angle Orthod, Appleton, v. 64, no. 5, p. 394, May 1994. 56. PRICE, P. A.; WILLIAMSON, M. K. Primary structure of bovine matrix Gla protein: a new vitamin K-dependent bone protein. J Biol Chem, Baltimore, v. 260, no. 28, p. 14971-14975, Dec. 1985. 57. PROFFIT, W. R. et al. Ortodontia contemporânea. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1995. cap. 9, p. 244-264. As bases biológicas da terapia ortodôntica. 58. RESENDE, A. C. A influência do ácido acetilsalicílico no movimento dentário ortodôntico. 1999. 152 f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1999.

59. RIBEIRO, A.; CUOGHI, O. A. ; RIBEIRO, F. C. Influência de diferentes drogas sobre a movimentação dentária induzida. R Dental Press Biologia Oral, Maringá, v. 1, n.1, p. 5-16. jan./abr. 2000. 60. ROCHE, J.; CISNEROS, G.; ACS, G. The effect of acetaminophen on tooth movement in rabbits. Angle Orthod, Appleton, v. 67, no. 3, p. 231-236, July 1997. 61. RODAN, G. A. Bone mass homeostasis and bisphosphonate action. Bone, Elmsford, v. 20, no. 1, p. 1-4, Jan. 1997. 62. SANDY, J. R.; HARRIS, M. Prostaglandins and tooth movement. Eur J Orthod, London, v. 6, no. 3, p. 175-182, Aug., 1984. 63. SANDY, J. R. et al. Recent advances in understanding mechanically induced bone remodeling and their relevance to orthodontic theory and practice. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St, Louis, v. 103, no. 3, p. 212-222, Mar. 1993. 64. SOMA, S. et al. Effects of continuous infusion of PTH on experimental tooth movement in rats. J Bone Miner Res, Washington, DC, v. 14, no. 4, p. 547-554, Apr. 1999. 65. SELAIMEN, C. R. P. et al. Ortodontia Gaúcha, Porto Alegre, v. 1, n. 2, maio/dez. 1997. 66. SOMA, S. et al. Local and chronic application of PTH accelerates tooth movements in rats. J Dent Res, Chicago, v. 79, no. 9, p. 171, Sept. 2000. 67. TYROVOLA, J. B.; SPYROPOULOS, M. N. Effects of drugs and systemic factors on orthodontic treatment. Quintessence Int, Berlin, v. 28, no. 5, p. 365-371, May 2001. 68. VASCONCELOS, M. H. F. Análise morfológica comparativa do periodonto de sustentação submetido a forças biologicamente excessivas em ratas adultas sem e sob o uso de anticoncepcionais e em ratas prenhes. 1996. 148 f. Dissertação (Mestrado em Patologia Bucal) - Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, 1996. 69. WARITA, H. et al. Effects of local injection with bisphosphonate (HEBP) on experimental tooth movement. J Jpn Orthod Soc, Tokyo, v. 51, no. 4, p. 292-301, 1992. 70. WONG, A.; REYNOLDS, E. C.; WEST, V. C. The effect of acetylsalicylic acid on orthodontic tooth movement in the guinea pig. Am J Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 102, no. 4, p. 246-250, Apr. 1999. 71. YAMANE, A.; FUKUI, T.; CHIBA, M. In vitro measurement of orthodontic tooth movement in rats given ß - aminoproprionitrile or hydrocortisone using a time-lapse videotape recorder. Eur J Orthod, London, v. 19, no.1, p. 21-28, Feb. 1997. 72. YAMAZAKI, K. The role of cyclic AMP, calcium and prostaglandins in the induction of osteoclastic bone resorption associated with experimental tooth movement. J Dent Res, Chicago, v. 8, no. 62, p. 877-881, Aug. 1983. 73. YAMAZAKI, K.; SHIBATA, Y.; FUKUHARA, T. The effect of prostaglandins on experimental tooth movement in monkeys (Macaca fuscata). J Dent Res, Chicago, v. 61, no. 12, p. 1444-1446, Dec. 1982. 74. YAMAZAKI, K. et al. Clinical application of prostaglandin E1 (PGE1) upon orthodontic tooth movement. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 85, no. 6, p. 508-518, June 1984.

Endereço para correspondência Ligiane Vieira Tokano Ramos Rua Luiz Gama, 933 - sala 2 Maringá - PR CEP: 87013-320

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

130

Maringá, v. 10, n. 1, p. 122-130, jan./fev. 2005

Revisão

de

Literatura

Correlação entre os estágios de mineralização dentária na arcada inferior e a idade esquelética. Revisão da literatura Luiz Fernando Eto*, Enio Tonani Mazzieiro**

Resumo

O objetivo do presente trabalho foi o de revisar a literatura buscando uma correlação entre os estágios de mineralização dentária e a idade esquelética. Enquanto alguns trabalhos não encontraram nenhuma correlação entre essas idades biológicas, outros mostraram uma íntima relação entre elas, sugerindo a determinação da idade esquelética a partir da mineralização radicular de dentes específicos, principalmente no arco inferior. Portanto, um levantamento minucioso das opiniões acerca do assunto poderá colaborar para uma melhor compreensão das controvérsias existentes. Palavras-chave: Mineralização dentária. Surto de crescimento puberal. Idade esquelética.

sendo chamado de surto de crescimento puberal (SCP). Para a Ortodontia, o SCP apresenta grande importância, pois nessa época, melhores resultados de tratamento são obtidos num período de tempo relativamente curto, principalmente na presença de más oclusões associadas a desvios esqueléticos. Isto se deve à relação existente entre o SCP e as dimensões faciais da maxila e da mandíbula4. De acordo com Chertkow10, quando se possui uma informação precisa desse surto, pode-se determinar se o pico de velocidade de crescimento é eminente, presente ou completo. Para determinar o estágio que um indivíduo atingiu no seu desenvolvimento, podemos utilizar, além da idade cronológica, a idade fisiológica e a idade biológica44. As três formas mais utilizadas

Introdução Para alcançar a maturidade, um indivíduo passa por processos contínuos de desenvolvimento. Segundo Marcondes30, a maturidade é o produto final de um processo, isto é, um estado acabado e a maturação é o processo através do qual este estado é atingido. O desenvolvimento do homem possui características próprias, com dois períodos de aceleração ao longo do crescimento. O primeiro desses dois períodos ocorre entre as idades de seis a oito anos e é chamado de surto de crescimento infantil. O segundo, mais acentuado e evidente, ocorre durante a puberdade, envolvendo os fenômenos físicos que acompanham a maturação do aparelho genital e o alcance da capacidade reprodutiva33,

* Especialista e Mestre em Ortodontia pela PUC-MINAS. Professor do curso de especialização em Ortodontia da F.O.U. Itaúna. ** Doutor em Ortodontia pela USP-Bauru, Profesor Adjunto III da PUC/Minas, Coordenador do Mestrado em Ortodontia da PUC/Minas.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

131

Maringá, v. 10, n. 1, p. 131-138, jan./fev. 2005

Eto, L. F.; Mazzieiro, E. T.

tram contradições em seus resultados e ao longo do tempo percebemos alternância de opiniões entre os autores. As contradições dos resultados podem estar relacionadas ao tamanho das amostras utilizadas, metodologias de avaliação e validade dos resultados estatísticos. Isto deixa margem para um trabalho com metodologia clara e objetiva, amostra compatível e principalmente análise estatística adequada para os objetivos propostos. Alem disso, resaltamos a necessidade de se avaliar tais dados em relação à população brasileira, uma vez que são extremamente escassas pesquisas direcionadas a nossa população, indiscutivelmente diferente das demais pesquisadas em relação às características genéticas, ambientais e até mesmo nutricionais.

ceiros molares em relação à idade cronológica e esquelética. Como conclusão de seus trabalhos, os autores encontraram uma forte correlação entre o desenvolvimento do terceiro molar e a maturação esquelética (r =0.77). Eles discutem seus resultados sugerindo que um número menor de estágios de mineralização associado a uma mineralização mais longa do terceiro molar permite uma comparação mais precisa com os eventos de maturação esquelética. Parece que independente do dente examinado, a idade dentária está mais relacionada à idade cronológica do que à idade esquelética20,43. CONCLUSÕES Pelo exposto acima pode-se concluir que muitas dúvidas ainda persistem na literatura sobre a possibilidade de correlação entre as idades esquelética e dentária. Os trabalhos publicados mos-

Enviado em: Maio de 2003 Revisado e aceito: Outubro de 2003

Correlationship between the stages of tooth mineralization on the lower arch and the skeletal age. Literature review Abstract

The aim of this work was to get a correlationship between the stages of tooth mineralization and the skeletal age. This work was carried on in order to clean the controverses find in the literature about this subject. While some articles don’t get any correlationship between those biological age, some show a great relation between them, suggesting the possibility of determine the skeletal age using the stages of tooth mineralization. Key words: Tooth mineralization. Puberal growth spurts. Skeletal age.

Referências 1. 2.

ACHESON, R. M. The Oxford method of assessing skeletal maturity. Clin Orthop, [S.l.], v. 10, p.19-39, 1957. ANDERSON, D.L.; THOMPSON, G.W.; POPOVICH, F. Interrelationships of dental maturity, skeletal maturity, height and weight from age 4 to 14 years. Growth, Philadelphia, v. 39, p. 453-462, 1975.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

3. 4.

137

BJÖRK, A. Timing of interceptive orthodontic measures based on stages of maturation. Trans Eur Orthod Soc, London, p. 6174, 1972. BJÖRK, A.; HELM, S. Prediction of the age of maximum puberal growth in body height. Angle Orthod, Appleton, v. 37, no. 2, p.134-143, Apr. 1967.

Maringá, v. 10, n. 1, p. 131-138, jan./fev. 2005

Correlação entre os estágios de mineralização dentária na arcada inferior e a idade esquelética. Revisão da literatura

5. 6. 7. 8.

9. 10. 11.

12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24.

25. 26. 27.

BOWDEN, B. D. Sesamoid bone appearance as an indicator of adolescence. Aust Orthod J, Brisbane, v. 2, no. 6, p. 242-248, June 1971. BOWDEN, B. D. Epiphysial changes in the hand/wrist area as indicators of adolescent stage. Aust Orthod J, Brisbane, v. 4, no. 3, p. 87-104, 1976. BROWN, T. Skeletal maturity and facial growth assessment. Aust Orthod J, Brisbane,v. 2, no. 3, p. 80-87, Feb. 1970. CARVALHO, D. A. Estudo da relação entre dois estimadores de maturidade: desenvolvimento esquelético e dentário. 1999. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Odontologia de Araraquara, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 1999. CHERTKOW, S.; FATTI, P. The relationship between tooth mineralization and early radiographic evidence of the ulnar sesamoid. Angle Orthod, Appleton, v. 9, no. 4, p. 282-288, Oct. 1979. CHERTKOW, S. Tooth mineralization as an indicator of the pubertal growth spurt. Am J Orthod, St. Louis, v. 77, no.1, p. 79-91, Jan. 1980. COUTINHO, S.; BUSCHANG, P. H.; MIRANDA, F. Relationships between Mandibular canine calcification stages and skeletal maturity. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 104, p. 262-268, Sept. 1993. DEMIRJIAN, A.; GOLDSTEIN, H.; TANNER, J. M. A new system of dental age assessment. Hum Biol, Detroit, v. 45, no. 2, p. 211-227, May 1973. DEMIRJIAN, A. et al. Interrelationships among measures of somatic, skeletal, dental, and sexual maturity. Am J Orthod, St.Louis, v. 88, no. 5, p. 433-438, Nov. 1985. DEMISH, A. E.; WARTMANN, P. Calcification of the mandibular third molar and its relation to skeletal and chronological age in children. Child Dev, Lafayette, v. 27, p. 459-473, 1956. ENGSTROM, C.; ENGSTROM, H.; SAGNE, S. Lower third development in relation to skeletal maturity and chronological age. Angle Orthod, Appleton, v. 42, p. 98-105, 1983. FISHMAN, L. S. Radiographic evaluation of skeletal maturation. A clinically oriented method based on hand-wrist films. Angle Orthod, Appleton, v. 52, no. 2, p. 88-111, Apr. 1982. GANDINI, P. et al. Dental age and skeletal age: correlation study. Mondo Ortod, Milano, v. 14, no. 2, p. 207-210, Mar./Apr. 1989. GARN, S.M.; LEWIS, A. B. BONNÉ, B. Third molar formation and its developmental course. Angle Orthod, Appleton, v. 32, no. 4, p. 270-278. Oct. 1962. GRAVE, K.. C.; BROWN, T. Skeletal ossification and the adolescent growth spurt . Am J Orthod, St.Louis, v. 69, no. 6, p. 611-619, June 1976. GREEN, L. J. The interrelationships among height, weight and chronological, dental and skeletal ages. Angle Orthod, Appleton, v. 31, no. 3, p.189-193, July 1961. GREULICH, W. W.; PYLE, I. S. Radiographic atlas of the skeletal develepment of the hand and wrist. 2 nd ed. Stanford: Stanford Universit Press, 1959. HÄGG, U.; TARANGER, J. Menarche and voice change as indicators of the pubertal growth spurt. Acta Odont Scand, Stockholm, v. 38, p.179-186, 1980. HELM, S. et al. Skeletal maturation of the hand in relation to maximum puberal growth in body height. Tidsskr Prakt Tandlaeg, Copenhagen, v. 6, p.1223-1234, 1971. HYPÓLITO, S. G. C. Avaliação do surto de crescimento puberal através do exame clínico e radiográfico dos estágios de calcificação do segundo pré-molar inferior. 1992. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1992. HUNTER, C. J. The correlation of facial growth with body height and skeletal maturation at adolescence. Angle Orthod, Appleton, v. 36, no.1, p. 44-54, Jan. 1966. KULLMAN, L. Accuracy of two dental and one skeletal age estimation method in Swedish adolescents. Forensic Sci Int, Lausanne, v. 75, no. 2/3, p. 225-36. Oct. 1995. LAMONS, F. F.; GRAY, S. W. A study of the relationship between tooth eruption age, skeletal development age, and chronological age in sixty-one Atlanta children. Am J Orthod, St.Louis, v. 44, no. 9, p. 687-691, Sept. 1958.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

28. LEWIS, A. B. Comparisons between dental and skeletal ages. Angle Orthod, Appleton, v. 61, p. 87-92, 1991. 29. LEWIS, A. B.; GARN, S. M. The relationship between tooth formation and other maturational factors. Angle Orthod, Appleton, v. 30, no. 2, p. 70-77, 1960. 30. MARCONDES, E. Idade óssea em pediatria. Pediatria, São Paulo, v. 2, p. 297-311, 1980. 31. MARTINS, J.C.R. Surto de crescimento puberal e maturação óssea em ortodontia. 1979. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1979. 32. MARTINS, J. C. R.; SAKIMA, T. Considerações sobre a previsão do surto de crescimento puberal. Ortodontia, São Paulo, v.10, n. 3, p.164-170, dez. 1977. 33. MERCADANTE, M. M. N. Radiografia de mão e punho. In: FERREIRA, F. V. Ortodontia: diagnóstico e planejamento clínico. São Paulo: Artes Médicas, 1996. p.187-216. 34. MOORREES, C. F. A.; FANNING, E. A.; HUNT Jr., E. E. Age Variation of formation stages for ten permanent teeth. J Dent Res, Chicago, v. 42, no. 6, p.1490-1502, 1963. 35. MORAES, M. E. L. Surto de crescimento puberal: relação entre mineralização dentária, idade cronológica, idade dentária e idade óssea. Método radiográfico. 1997. Tese (Doutorado em Radiologia) - Faculdade de Odontologia, UNESP, São José dos Campos, 1997. 36. MORAES, M. E. L.; MÉDICI FILHO, E.; MORAES, L. C. Surto de crescimento puberal-Relação entre mineralização dentária, idade cronológica, idade dentária e idade óssea: método radiográfico. Rev Odontol UNESP, São José dos Campos, v. 27, n. 1, p. 111-29, jan./ jun. 1998. 37. ROBINOW, M. Appearance of ossification centers. Am J Dis Child, Chicago, v. 64, p. 229-236, 1942. 38. ROSSI, R. R.; AMORIM, S. G.; PACHECO, M. C.T. Correlação entre estágios de mineralização dos dentes e estimativa da maturação esquelética. Ortodontia, São Paulo, v. 32, n. 3, p. 49-57, set./dez. 1999. 39. SANTOS, S. C. B. N.; ALMEIDA, R. R. Estudo comparativo de dois métodos de avaliação da idade esquelética utilizando telerradiografias em norma lateral e radiografias carpais. Ortodontia, São Paulo, v. 32, n. 2, p. 33-45, maio/ago. 1999. 40. SIERRA, A. M. Assessment of dental and skeletal maturity. A new approach. Angle Orthod, Appleton, v. 57, no. 3, p. 194-208, July 1987. 41. TANNER, J. M.; WHITEHOUSE, R. H. Standards for skeletal age. Paris: International Children’s Center, 1959. 42. TANNER, J. M. Growth at adolescence. 1st ed. Oxford: Blackwell Scientific, 1962. 43. VALLEJO-BOLANÕS, E.; ESPAÑA-LOPEZ, A. J. The relationship between dental age, bone age and chronological age in 54 children with short familial stature. Int J Paediatr Dent, Oxford, v. 7, p.15-17. 1997. 44. LINDEN, F. P. G. M. van Der Crescimento físico geral. In: _____. Crescimento e ortopedia facial.São Paulo: Ed. Santos, 1990. p.17-39. 45. VAN ERUM, R. et al. Short stature of prenatal origin: craniofacial growth and dental maturation. Eur J Orthod, London, v. 20, no. 4, p. 417-25, Aug. 1998.

Endereço para correspondência Luiz Fernando Eto Rua Professor Saul Macedo 212 - Belvedere Belo Horizonte - MG CEP: 30320-490 E-mail: [email protected]

138

Maringá, v. 10, n. 1, p. 131-138, jan./fev. 2005

Tópico Especial

Análise cefalométrica Padrão Unesp Araraquara Luiz G. Gandini Jr.*, Ary dos Santos-Pinto**, Dirceu Barnabé Raveli**, Maurício Tatsuei Sakima*, Lidia Parsekian Martins*, Tatsuko Sakima***, João Roberto Gonçalves*, Cristiana Silveira Barreto****

Resumo

O objetivo desse artigo é descrever a análise cefalométrica que vem sendo aplicada nos cursos de mestrado, doutorado e especialização da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. A mesma foi desenvolvida utilizando medidas cefalométricas já existentes e descritas na literatura as quais foram agrupadas em campos a fim de permitir que o profissional faça a interpretação adequada de cada área e tenha, no final da mesma, todas as informações necessárias para um correto diagnóstico e plano de tratamento. Da mesma forma, após o tratamento, a comparação das diferentes medidas e áreas de análise permitirão a interpretação de quais foram os efeitos provocados pelo tratamento aplicado. Palavras-chave: Análise cefalométrica. Cefalometria. Padrão Unesp.

que fornecem informações sobre tamanhos e formas dos componentes craniofaciais, suas posições relativas e orientações. Desde a introdução do cefalostato, várias análises cefalométricas foram publicadas, como as análises de Tweed19, Donws3,4, Steiner17,18, Ricketts14,15, McNamara11,12, Wits9,10 e Interlandi6,7,8, entre outras. Por meio delas são possíveis a descrição, comparação, classificação e a comunicação dos casos clínicos. Estas análises utilizam padrões de normalidade, numéricos ou morfológicos, para comparar as características esqueléticas, dentárias e faciais encontradas no paciente. Cada autor estipulou pontos, linhas e planos cefalométricos próprios para reproduzir as posições dentárias e esqueléticas, através de medidas angulares e lineares. O resultado disso é um número expressivo de medidas com o mesmo objetivo.

Introdução A cefalometria durante algum tempo pertenceu mais à pesquisa científica e à craniometria anatômica do que à Ortodontia. Posteriormente, mostro-se um método válido de diagnóstico, na avaliação dos padrões de normalidade do complexo craniofacial, na observação do crescimento, na determinação do plano de tratamento e na avaliação dos resultados terapêuticos13. O surgimento da telerradiografia, com Broadbent2 e Holfrath5, em 1931, possibilitou a medição com relativa precisão das diversas grandezas cefalométricas de interesse ortodôntico, levando muitos profissionais e instituições a desenvolverem inúmeras técnicas e sistemáticas para a caracterização da arquitetura esquelética da face. A partir do agrupamento das diversas medidas cefalométricas, surgiram análises cefalométricas,

* ** *** ****

Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP. Professor Livre-docente do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP. Professor Titular aposentado do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. Aluna do curso de Especialização da EAP-APCD/UNESP de Araraquara.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

139

Maringá, v. 10, n. 1, p. 139-157, jan./fev. 2005

Gandini Jr., L. G.; Santos-Pinto, A.; Raveli, D. B.; Sakima, M. T.; martins, L. P.; Sakima, T.; Gonçalves, J. R.; Barreto, C. S.

Castro, Márcia Regina E. Ap. Schiavon Gandini, Daniel Ianni, Sérgio Penido, Acácio Fuziy, Patrícia Zambonato de Freitas, Raquel Kioko Sakima, Kioto Myamoto, Cassi Panitz Selaimen e Ronald Paixão pela colaboração na elaboração da primeira versão dessa análise, sob a coordenação do Prof. Luiz G. Gandini Jr.

tratamento com aparelho funcional Bionator de Balters. O caso está ilustrado apenas na fase de correção esquelética com o aparelho ortopédico. Este relato tem por finalidade exemplificar a aplicação clínica da Análise Cefalométrica Padrão Unesp Araraquara. Agradecimentos Os autores agradecem os alunos do curso de pós graduação nível de mestrado Adriano de

Enviado em: Dezembro de 2002 Revisado e aceito: Abril de 2003

unesp Araraquara cephalometric analysis Abstract

The purpose of this paper is to describe the cephalometric analysis that have been used in Master, PhD and Certificate Programs at Araraquara Dental School - UNESP. This analysis was developed by cephalometric measurements existent and described in literature, organized by fields to allow the professional to do a correct interpretation of each area and to have all necessary information to the correct diagnose and treatment plane in the end of the analysis. In the same way the comparison among the different measurements and areas, before and after treatment, will allow the interpretation of the treatment results. Key words: Cephalometrics analysis. Cephalometric. Unesp pattern.

Referências 12. McNAMARA Jr., J. A.; BRUDON, W. L. Tratamiento ortodoncico y ortopedico en la denticion. 3. ed. Ann Arbor: Needham, 1995. p. 13-54,. 13. MOYERS, R. E. Ortodontia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. p. 209-215. 14. RICKETTS, R.M. Foundation for cephalometric communication. Am J Orthod, St. Louis, v. 46, no. 5, p. 330-357, May 1960. 15. RICKETTS, R.M. Cephalometric analysis and synthesis. Angle Orthod, Appleton, v. 31, no. 3, p.141-156, July 1961. 16. RIEDEL, R. A. The relation of maxillary structures to cranium in malocclusion and normal ocllusion. Angle Orthod, Appleton, v. 22, no. 3, p.142-145, July 1952. 17. STEINER, C.C. Cephalometric for you and me. Am J Orthod, St. Louis, v. 39, no.10, p. 729-755, Oct. 1953. 18. STEINER, C. C. Cephalometric in a clinical pratice. Angle Orthod, Appleton, v. 29, no.1, p. 8-29, Jan. 1959. 19. TWEED, C. H. Clinical Orthodontics. St Louis: C. V. Mosby, 1966. v. 2.

1.

ARNETT, G. W. Facial keys to orthodontic diagnosis and treatment planning. Part I. Am J Orthod Dent Facial Orthdop, St. Louis, v. 103, p. 395-401, 1993. 2. BROADBENT, B. H. A new x-ray technique and its application to ortodontia. Angle Orthod, Appleton, v.1, p. 45-66, 1931. 3. DOWNS, W. B. Variations in facial relationships: their significance in treatment and prognosis. Am J Orthod, St. Louis, v. 34, p. 812-840, 1948. 4. DOWNS, W. B. The role of cephalometrics in orthodontic case analysis and diagnosis. Am J Orthod, St. Louis, v. 38, p.162-182, 1952. 5. HOLFRATH, H. Die bedeutung der rontgenfern und abstand saufhame fur die diagnostik der kieferanomallin. Fortschr Orthod, [S.l.], v.1, p. 238-258, 1931. 6. INTERLANDI, S. Linha “I” na análise morfodiferencial para o diagnóstico ortodôntico. Rev Fac Odontol São Paulo, São Paulo, v. 9, p. 289-309,1971. 7. INTERLANDI, S. Ortodontia: bases para a iniciação. 4. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1999. 8. INTERLANDI, S.; SATO-TSUJI, A: “Projeção USP na relação cefalométrica maxilo-mandibular. In: INTERLANDI, S. Ortodontia: bases para a iniciação. 4. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1999. p. 225-237. 9. JACOBSON, A. The Wits appraisal of jaw disharmony. Am J Orthod, St. Louis, v. 67, no. 2, p.125-138, 1975. 10. JACOBSON, A. Application of the Wits appraisal. Am J Orthod, St. Louis, v. 70, no. 2, p. 179-89, 1976. 11. McNAMARA Jr., J. A. A method of cephalometric evaluation. Am J Orthod, St. Louis, v. 86, p. 449-469, 1984.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

Endereço para correspondência Luiz Gonzaga Gandini Jr. Rua Humaitá, 1680 - Centro CEP: 14801-903 - Araraquara - SP E-mail: [email protected]

157

Maringá, v. 10, n. 1, p. 139-157, jan./fev. 2005

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.