O Museu Paranaense e a etnoarqueologia no Brasil

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O MUSEU PARANAENSE E A ETNOARQUEOLOGIA NO BRASIL Arqueóloga Dra. Claudia Inês Parellada Setor de Arqueologia, Museu Paranaense [email protected] Fotos: Vladimir Kozák, Wanda Hanke, Macaxeira, Claudia Parellada Acervo Museu Paranaense

O estudo busca revelar a importância para a etnoarqueologia brasileira de atividades e publicações no Museu Paranaense, como o artigo sobre tecnologia cerâmica Kaingang em São Paulo de Tom Miller de 1978 nos Arquivos do Museu Paranaense e, especialmente um curso em 1987 que contribuiu para formar uma geração de arqueólogos com posicionamento teórico diferenciado devido a convivência intensa com alguns dos expoentes de discussões teóricas da arqueologia no Brasil naquele momento. O Museu Paranaense é uma instituição fundada, em 1876, em Curitiba, Paraná, que possui um rico acervo arqueológico e etnográfico, onde aconteceram cursos internacionais de arqueologia, alguns coordenados por Loureiro Fernandes entre 1950 e 1970.

Com várias coleções relevantes, inclusive sobre indígenas Xetá, da família linguística Tupi-Guarani, que tiveram contato intenso e documentação ampla, inclusive imagética, no oeste do Paraná entre 1955 e 1967, o Museu Paranaense sediou em 1987, entre 5 e 30 de janeiro, um curso concentrado de etnoarqueologia para 30 alunos de todo o Brasil, a maioria graduados e que já atuavam na arqueologia brasileira. O curso, marco na etnoarqueologia do Brasil, visava propiciar reflexões sobre questões teóricas e práticas importantes na arqueologia mundial, tendo professores como Irmhild Wust, Ulpiano Bezerra de Meneses, Tânia Andrade Lima e Tom Miller Jr, entre outros, que trouxeram novos horizontes e possibilidades para as pesquisas. No curso houve discussões relativas a arqueologia como ciência social, as modalidades, a natureza e o trabalho de campo em etnoarqueologia, arqueologia experimental, replicação de técnicas em líticos e cerâmica e análise de uso-desgaste, padrões de assentamento, cultura material e antropologia, processos de formação de refugo, sistemas culturais e a etnoarqueologia frente a outras correntes teóricas. Os dados relativos a populações Xetá foram usados como exemplos práticos no decorrer do curso. Os reflexos deste curso e de outras ações no Museu Paranaense relativas à etnoarqueologia e temáticas associadas alcançaram reflexos importantes em anos posteriores, inclusive parcerias institucionais. Ao longo do tempo muitos dos participantes, em diferentes instituições brasileiras e internacionais, continuaram em suas trajetórias profissionais as discussões teóricas e práticas apontadas neste curso, replicando conhecimentos, ampliando questões, além de desenvolver diferentes estudos etnoarqueológicos e/ ou orientando profissionais/ alunos em todo o Brasil.

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