O Olhar Xamânico

July 1, 2017 | Autor: Allison Lima | Categoria: Photography
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Descrição do Produto

SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO VALE DO IPOJUCA - SESVALI FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA – FAVIP/DeVry COORDENAÇÃO DE JORNALISMO CURDO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

Allison Lucas Alexandrino de Lima

O OLHAR XAMÂNICO Fotodocumentário de uma cerimônia xamânica como forma de preservação da cultura

CARUARU 2013

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ALLISON LUCAS ALEXANDRINO DE LIMA

O OLHAR XAMÂNICO Fotodocumentário de uma cerimônia xamânica como forma de preservação da cultura

Relatório de Trabalho de conclusão de Curso (TCC) apresentado ao curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo da Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP), como requisito obrigatório à obtenção do título de bacharel em Jornalismo. Professor Orientador: Ian Costa

CARUARU 2013

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Catalogação na fonte Biblioteca da Faculdade do Vale do Ipojuca, Caruaru/PE L732o

Lima, Allison Lucas Alexandrino de. O Olhar Xamânico: fotodocumentário de uma cerimônia xamânica como forma de preservação da cultura / Allison Lucas Alexandrino de Lima. – Caruaru: FAVIP, 2013. 28 f.: il. Orientador(a): Ian Costa. Trabalho de Conclusão de Curso (Jornalismo) - Faculdade do Vale do Ipojuca. 1. Fotojornalismo. 2. Fotodocumentarismo. 3. Xamânismo. I. Lima, Allison Lucas Alexandrino de. II. Título. CDU 070[14.1]

Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367

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ALLISON LUCAS ALEXANDRINO DE LIMA

Relatório de Trabalho de conclusão de Curso (TCC) apresentado ao curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo da Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP), como requisito obrigatório à obtenção do título de bacharel em Jornalismo. Professor Orientador: Ian Costa

Trabalho aprovado em: 02/12/2013

Banca examinadora Ian Costa Professor Orientador Heleniza Saldanha Primeiro Professor examinador Tenaflae Lordelo Segundo Professor examinador

CARUARU 2013

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DEDICATÓRIA

Dedicar um trabalho como esse não é algo fácil. Foram meses de pesquisa e paciência para poder executar com cautela e simplicidade o que foi proposto alguns meses atrás. Dedicar um trabalho que carrega todo o peso de quatro anos na faculdade, cursando jornalismo. E não gostaria de cair no clichê de dedicar ele à família. Talvez dedicar à fotografia, como obra de arte e patrimônio da cultura da humanidade, talvez dedicar a Sebastião Salgado que inspirou muito o que veremos nas próximas páginas, dedicar à qualquer coisa, mas no fim o que nos cabe é mesmo o clichê. O clichê de dedicar à nossa família, aos meus pais, Armando e Socorro.

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AGRADECIMENTO Este trabalho jamais teria ficado pronto sem a ajuda de determinadas pessoas, que me ajudaram e apoiaram em todos os momentos de sua execução. Primeiramente agradeço a Jurani Clementino, que me deu em sala de aula os primeiros toques em relação ao meu projeto de conclusão de curso, que me guiou metodologicamente até a formação do Pré-Projeto que deu inicio a este trabalho. Agradeço também a Bira Nunes, meu querido professor de fotografia e amigo, que desde o começo do curso vem me ajudando e foi essencial na hora da escolha do projeto, discutindo comigo possibilidades e me guiando para a estética visual a ser obtida. Agradeço a Ian Costa, professor que assumiu a orientação deste trabalho, e agradeço pela paciência comigo, por ter relevado muitos atrasos e complicações durante a execução do trabalho, pelos mais diversos motivos. Obrigado professor. Agradeço a Ariella Marques, uma amiga que posso dizer sem a menor sombra de dúvidas, sem ela este trabalho poderia ter sido bem diferente. Ela que me deu os primeiros caminhos rumo ao conhecimento do xamanismo e me apresentou ao grupo Águia do Norte. Onde devo agradecer a Fernando Zurita e sua família por me receber em sua residência durante o final de semana em que estive realizando a parte prática e fotográfica do trabalho. Agradeço a todos os integrantes do grupo por me acolherem e permitirem que eu os fotografasse e em especial ao Costa Rabelo, pajé que ministrou as cerimônias e foi muito gentil e atencioso. Agradeço a instituição de ensino por me permitir acesso ao conhecimento acadêmico durante estes quatro anos do curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, agradeço em nome da coordenadora do curso Rosangela Araújo, e segue para todos os professores que me acompanharam por todo esse caminho até aqui. Agradeço por fim à minha família por seu apoio e paciência. Eles me entendem.

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RESUMO Este trabalho consiste na elaboração de um fotoducumentário sobre os rituais xamânicos realizados em Pernambuco, em especial o do grupo Águia do Norte, sob uma perspectiva etnográfica e documental. Utilizando a imersão de um trabalho prático e de campo para melhor representar a visão sobre esta religião alternativa. Tendo como principal objetivo registrar , divulgar e desmistificar esta cultura tão pouco conhecida. Palavras-chave: Fotojornalismo, Xamânismo, Etnografia.

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ABSTRACT This work is the development of a photographic documentary about shamanic rituals conducted in Pernambuco, especially the group “Águia do Norte”, a perspective ethnographic and documentary. Using the immersion of a practical and fieldwork to better represent the view of this alternative religion. The main goal is record and publicize and demystify this culture so little known. Keywords: Photojournalism, shamanism, Ethnography.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ 10 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 11 1 - JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 13 2 - OBJETIVOS.......................................................................................................... 14 2.1 – OBJETIVO GERAL......................................................................................... 14 2.2 – OBJETIVOS ESPECIFICOS ........................................................................ 14 3 – PÚBLICO-ALVO................................................................................................. 15 4 – REFERÊNCIAL TEÓRICO............................................................................... 16 4.1 – O QUE É FOTOJORNALISMO E FOTODOCUMENTARISMO............. 16 4.2 - O QUE É ETNOGRAFIA E FOTOETNOGRAFIA...................................... 19 5 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 21 6 – PRODUTO JORNALÍSTICO............................................................................. 24 7 – CRONOGRAMA ................................................................................................. 25 8 – CONCLUSÃO ...................................................................................................... 26 9 – RECURSOS E ORÇAMENTO .......................................................................... 27 10 – REFERÊNCIAS ................................................................................................ 28

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Trabalhadores de Serra Pelada de Sebastião Salgado. ................................ 17 Figura 2. Abutre à espreita de uma criança de Kevin Carter. ...................................... 18

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INTRODUÇÃO Narrar um acontecimento sem o uso da linguagem verbal pode mostrar-se uma atividade bastante complexa, e logo esta é a árdua tarefa de um repórter fotográfico. Coletar signos, organizá-los em uma mensagem e ao final apresentar uma imagem que tenha em si uma história jornalística crível o bastante para dar valor à notícia. Uma imagem jornalística para assim ser considerada, necessita estar dentro de um significado jornalístico, ser condizente com a pauta proposta e, acima de tudo, deve completar o texto jornalístico - sendo essa relação totalmente recíproca – e nunca, jamais, repetir o que já esteja claro no texto, pois então seria uma informação ambígua e perderia o sentido de estar ali. Barthesianamente, poderíamos considerar que entre os mais relevantes elementos potencialmente conferidores de sentido a uma mensagem fotojornalística se inscrevem o texto, insuflador de sentido à imagem, e os elementos que fazem parte da própria imagem, como a pose, apresença de determinados objectos, o embelezamento da imagem ou dos seus elementos, a truncagem, a utilização de várias imagens, etc. Mas temos ainda a considerar os elementos específicos da linguagem fotográfica, como a relação espaço-tempo, a utilização expressiva daprofundidade de campo, da travagem do movimento e do movimento escorrido, etc. (SOUZA. 2002, p.72)

A máxima já diz: “Uma imagem fala mais que mil palavras”. Um pensamento um tanto quanto polêmico, mas é inegável que no jornalismo atual, a fotojornalismo desenvolveu uma aura própria, de maneira grandiosa, tornando-se uma área jornalística completa e muito estudada e discutida. Xamanismo No presente trabalho, abordamos o Xamanismo sob uma estética fotodocumentária, para entender um pouco mais sobre os xamãs de Pernambuco, em especial os ritos. Levando em conta que qualquer ação realizada com a intenção de criar conexão com a energia vital, seja religiosa, sagrada ou de natureza humana, se caracteriza como ritual. Para tanto também é necessário esclarecer o que é o Xamanismo, derrubar àquela ilusão de que é algo relacionado apenas aos índios, mas que na verdade sua origem se assemelha muito mais a origem da raça humana, desde seus primórdios, se tratando então de uma prática realizada em todo o mundo por civilizações que ainda se mantem fieis à sua natureza. Claro, cada uma com suas devidas diferenças que só a cultura, tempo e espaço em que vivem pode proporcionar. As raízes do que conhecemos hoje como o Xamanismo datam de aproximadamente 50 mil anos, segundo Léo Artése, fundador do Centro de Estudos do Xamanismo Voo da Águia. Seus traços certamente estão presentes nas mais diversas religiões do mundo, como o Budismo, Xintoísmo, etc. Por suas práticas se focarem nos ciclos naturais, como a morte e a vida, o resnascimento decorrente disso, da relação “Homem e Universo” e da capacidade de alternar entre estados de consciência, sendo esta um instrumento muito próprio do xamã.

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A expressão xamanismo tem origem siberiana, atribuída por antropólogos para melhor classificar grupos etnográficos que buscam se integrar e se relacionar com o mundo espiritual, o universo e com o Grande Espírito, a representação sagrada de divindade para eles. E ao se tratar de uma forma de integrar espiritualmente a consciência humana com as demais consciências oriundas da natureza, como animais, plantas e as forças naturais, o xamanismo, normalmente atribuído ao povo indígena mas que para bem da verdade está muito mais ligado à pessoas e sociedades que procurem uma integração maior com à natureza. Por todo o mundo práticas parecidas são feitas pelos mais diversos povos e culturas, então é necessário compreender um pouco mais sobre o tema e os seus ritos. Sendo muito mais uma prática espiritual do que religiosa. Vendo dessa forma é importante procurar conhecer mais sobre o tema, que é naturalmente curioso, e como prática humana o jornalismo se interessa, e neste caso específico o fotojornalismo documental, pretendendo preservar as práticas, imortalizando os momentos e difundindo o conhecimento acerca do objeto em questão. O que ao mesmo tempo faz lembrar os trabalhos de Sebastião Salgado, considerado como o fotografo vivo, e porque não um dos mais importantes da fotografia documental. São trabalhos cuidadosos, que levam tempo, dedicação e imersão para serem concluídos. As imagens que contenham um reconhecido valor documentário são importantes para os estudos específicos nas áreas de arquitetura, antropologia, etnologia, arqueologia, história social e demais ramos do saber, pois representam um meio de conhecimento da cena passada e, portanto, uma possibilidade de resgate da memoria visual do homem e do seu entorno sociocultural. Trata-se da fotografia enquanto instrumento de pesquisa, prestando-se à descoberta, análise e interpretação da vida histórica. (KOSSOY, 2001. p.55)

Podendo associar isto com o conceito de Etnógrafo proposto por Geertz e criarse um sentido fotoetnográfico para o registro das atividades e aplica-las a comunicação. O etnógrafo „inscreve‟ o discurso social: ele o anota. Ao fazê-lo, ele o transforma de acontecimento passado, que existe apenas em seu próprio momento de ocorrência, em um relato, que existe em sua inscrição e que pode ser consultado novamente”. Basicamente o mesmo que ocorre com o jornalismo, onde o jornalista deve estar por dentro do assunto, viver ele, conhecer a fundo cada vez mais.(GEERTZ, 1989, p.14)

Juntando o jornalista e o etnógrafo que podemos ser, iremos buscar uma aproximação de nosso assunto, o mais próximo possível, para que dessa maneira possamos compreender da melhor maneira possível e através dessa vivência poder imprimir a realidade e fidelidade em nosso trabalho, de forma ética e profissional. E isso só se pode conseguir através da pesquisa de campo, como podemos ver um pouco sobre o tema no que Gonsalves nos diz a respeito dessa prática. Então tendo em mente todos esses aspectos iniciais é que poderemos enfim nos arriscar à embarcar em todos os procedimentos que foram necessários para a execução deste trabalho jornalístico que temos em mãos.

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1.JUSTIFICATIVA Tendo em vista toda a carga simbólica e religiosa que permeia o xamanismo, tivemos como pretensão a elaboração de dois ensaios fotográficos com o intuito de documentar visualmente os ritos de um grupo xamânico localizado na cidade de São Lourenço da Mata, região metropolitana do Recife, chamado Águia do Norte. Encontro esse que contará com a presença do líder do grupo, o xamã Fernando Zurita e do xamã convidado Costa Rebelo, vindo diretamente do Rio Grande do Norte para a celebração das cerimônias que foram abordadas no projeto. Percebemos que a curiosidade e a vontade de entender o próximo movem nossas mentes, curiosas por natureza, para essa questão, então exploramos esse lado. Propondo uma experiência de campo e sendo parte do rito, para assim conhecer e entender a importância dos ritos para a tradição cultural deste grupo. Inspirado por matérias de expedições fotográficas pelo mundo e pelo relato de um casamento xamã veio à ideia de retratar, ou seria melhor chamar de documentar, os ritos e cerimônias de um desses grupos xamânicos. Utilizando sua importância histórica e social como inspiração Para obter um conjunto de fotografias que em sua própria linguagem pudesse resumir e representar o olhar de alguém que de fora veja bem de perto a prática xamânica dos integrantes do grupo Águia do Norte, e assim resguardar e levar ao conhecimento público contribuindo para a preservação e desmistificação de uma cultura pouco conhecida, ou melhor, pouco difundida.

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2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Produzir um ensaio fotojornalístico na estética documental sob às práticas religiosas e culturais do Grupo Xamanico Águia do Norte sob a perspectiva da Fotoetnografia baseado nos estudos de Sebastião Salgado.

2.2 Objetivos Específicos   

Documentar a cerimônia xamânica O Caminho do Guerreiro como forma de preservação da diversidade religiosa e cultural de Pernambuco Compartilhar informações sobre a prática do xamanismo em Pernambuco. Montar uma exposição fotográfica digital para disseminar esta prática cultural ao maior número de pessoas possível.

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3.PÚBLICO-ALVO Este trabalho fotográfico destina-se a todo e qualquer membro da sociedade que queira conhecer um pouco mais sobre o xamanismo, práticas religiosas pouco difundidas, amantes de fotografias e fotojornalismo, como para os próprios xamãs, como meio de preservação e documentação desta cultura, com este documento rico em significados, em expressões, rico em momentos.

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4.REFERENCIAL TEÓRICO Antes de tudo devemos entender certos conceitos para podermos assim trabalhar da melhor maneira possível e executar um trabalho de qualidade. Conceitos esses como imagem, cultura, etnografia, fotodocumentário e fotoetnografia. Fotografia é uma forma de comunicação como qualquer outro, como o próprio nome sugere (do grego Fós – luz- e Grafis- pincel - , pintura com a luz, mas podemos interpretar como escrita de luz) sendo assim o fotografo ou o fotojornalista deve ter muito cuidado na hora de compor a sua imagem, ou sua mensagem, para que assim o que queira passar não seja interpretada de maneira equivocada ou incerta, tudo deve ser planejado e executado da maneira mais eficiente possível, e instigante. Uma boa fotografia é aquela que incomoda, que provoca, que chama a atenção, que meche com o homem e com o meio. O sintetismo do fato jornalístico em uma imagem que abranja o máximo de facetas possível e que determine a imagem significativa da realidade enfocada foi substituído pelo documentário não só de diversas facetas do fato como do maior número possível de fatos e acontecimentos que cercam aquele acontecimento maior. (LIMA, 1989, p. 45)

4.1 o que é fotojornalismo e fotodocumentarismo A fotografia jornalística está diretamente ligada nesse meio, entre arte e fator social, sendo uma ferramenta muito importante para a comunicação, é preciso que o fotografo tenha uma boa percepção e saiba o momento certo para efetuar os disparos da câmera, e conseguir uma foto boa. A fotografia jornalística é atividade especializada, cujo desempenho envolve conhecimento muito além do manuseio do processo. Trata-se de selecionar e enquadrar elementos semânticos de realidade de modo que, congelados na película fotográfica, transmitam informação jornalística. (LAGE, 1999, p. 26)

O recorte social que o fotodocumentarista escolhe para mostrar com a sua linguagem é necessário, não só para o fotodocumentarista mas para qualquer jornalista, e nos atreveríamos a dizer que para todo o ser humano, pois temos um dever: informar. Há quem acredite que alguns detalhes só são notados após alguém comentar sobre ele, e esse é de fato o papel de uma foto documental, abrir novos olhares, onde antes encontrava-se o comum agora encontramos algo fora do comum, algo surpreendentemente belo ou extremamente tocante que possa mudar os rumos do pensamento social. É fato que o humano “deseja conhecer o outro, de saber como o outro vive, o que pensa, como vê o mundo, com o que se importa. As palavras são insuficientes” (SOUSA, 2002). Para resumir bem o fotojornalismo, separamos este trecho do artigo “Sebastião Salgado: o problema da ética e da estética na fotografia humanista” da revista acadêmica “Contemporânea” da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) de autoria de Carla Victoria Albornoz.

17 A fotorreportagem se desenvolveu principalmente na segunda metade do século passado como uma produção fotográfica que procurava retratar uma série de fatos de um sujeito ou situação particular, onde se estabelecia um compromisso de longo prazo que podia incluir o testemunho das pessoas envolvidas. A maior disponibilidade de tempo para trabalhar na história a ser narrada permitiu a aparição da dimensão estética na fotografia jornalística, assumindo a estética pessoal do autor da fotografia um papel cada vez mais preponderante. Dentro desta categoria de fotorreportagem se encontram as imagens de rua em P&B dos franceses Henri Cartier-Bresson e Robert Doisneau, a reportagem engajada de Robert Capa, a reportagem social de Dorothea Lange e a reportagem subjetiva do norte-americano Robert Frank, entre outras. A estética desenvolvida por esses fotógrafos foi tão deslumbrante que a edição de livros e exposições se converteriam no principal meio de divulgação do que se passou a denominar “obra fotográfica.(ALBORNOZ, . 2005.1, p.95.)

Por fim começamos a nos aproximar do nosso foco deste trabalho, o conceito de fotografia humanística, que surge em meados da década de 1970, “se concentra menos no fato e mais no olhar sobre o homem como um testemunho de sua condição em todotipo de circunstâncias” (Albornoz:2005), o estilo de Sebastião Salgado (FIG. 1).

SALGADO, 1986. (FIG. 1) Através de suas reportagens (...) Salgado nos faz partícipes em suas fotografias do problema da fome nos países africanos, das miseráveis condições nas que vivem as pessoas nos campos de refugiados, do problema dos trabalhadores rurais expulsos de suas terras no Brasil e da infância condenada à pobreza desde o começo, sem direito a reclamar por uma oportunidade. (ALBORNOZ, 2005.1, p.95)

Estar dentro de algo, se fazer participante, e não um mero observador como um fotojornalista, guiou-nos para a execução do presente fotodocumentário. Dentre outros conceitos que veremos mais a frente. Como a famosa fotografia de Kevin Carter (Fig.2) de um garoto desnutrido no Sudão aparentemente aguardava quieto o momento e sua morte e um abutre espreitava

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esperando o fatídico momento. Esta foto causou grande comoção mundial e gerou uma pressão muito forte com as Nações Unidas para acabar com a crise local. A fotografia é interpretada como resultado de um trabalho social de produção de sentido, pautado sobre códigos convencionalizados culturalmente. É uma mensagem, que se processa através do tempo, cujas unidades constituintes são culturais, mas assumem funções sígnicas diferenciadas, de acordo tanto com o contexto no qual a mensagem é veiculada, quanto com o local que ocupam no interior da própria mensagem. Estabelecem-se, assim, não apenas uma relação sintagmática, à medida em que veicula um significado organizado, segundo as regras da produção de sentido nas linguagens não-verbais, mas também uma relação paradigmática, pois a representação final é sempre uma escolha realizada num conjunto de escolhas possíveis. (MAUAD, 1996, p.7)

CARTER, 1993 (FIG. 2)

Assim muitas vezes a fotografia se confunde com a arte, não retirando o quesito artístico da fotografia, mas querendo dizer que uma foto jornalística é muito mais do que uma simples foto, ela detêm um poder capaz de alterar a forma com que a sociedade vê a si mesma. O reconhecimento é a forma do conhecimento que agora se identifica com a arte. As fotos das terríveis crueldades e injustiças que afligem a maioria das pessoas do mundo parecem nos dizer – a nós, que somos privilegiados e estamos relativamente seguros – que temos de ser despertados; que temos de querer que se faça algo a fim de cessarem tais horrores. E há também fotos que parecem reclamar um tipo diferente de atenção. Para esse corpo de obra em andamento, a fotografia não é uma espécie de agitação moral ou social, destinada a nos incitar a sentir e a agir, mas sim um projeto de notação. Olhamos, registramos, reconhecemos. Essa é uma maneira mais fria de olhar. É a maneira de olhar que identificamos como arte. (SONTAG, 2008, p.139)

Não bastando apenas a fotografia em si, mas o entendimento que nela está contido, tanto para o fotografo como para o espectador que inocentemente vai observar a imagem e precisará ter seu olhar guiado pela imagem e história. Existem elementos

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imagéticos que possuem significados distintos e não só isso, como elementos muito particulares de cada região e cultura, “é a Semiótica que oferece mecanismos para o desenvolvimento da análise.” Explica Mauad (1996), “É ela que permite que se compreenda a produção de sentido, nas sociedades humanas, como uma totalidade, para além da fragmentação habitual que a prática científica imprime”. Os significados culturais de um determinado grupo é tão importante que sem eles seriam praticamente impossível conseguir encontrar o que podemos chamar de identidade de cada grupo, de cada ser. As particularidades e mistérios de cada sociedade são tão instigantes que devem atrair qualquer jornalista, ou simplesmente qualquer pessoa, pois é sempre uma fonte de conhecimento muito rica, e como qualquer ser pensante, conhecimento é sempre necessário. As identidades, na forma de como eles se vestem, se comportam, se relacionam em grupo, entre outros aspectos para assim compor um cenário onde a harmonia e confiança se reúnem e se encaixam. A junção e captação destas características, em forma de símbolos, foi o que buscamos nesse projeto, encontrar, analisar e estudar, para assim podermos disseminar este já tão falado “conhecimento” acerca de um grupo social. Do ponto de vista de qualquer indivíduo particular, tais símbolos são dados, na sua maioria. Ele os encontra já em uso corrente na comunidade quando nasce e eles permanecem em circulação após a sua morte, com alguns acréscimos, subtrações e alterações parciais dos quais pode ou não participar. Enquanto vive, ele se utiliza deles, ou de alguns deles, às vezes deliberadamente e com cuidado, na maioria das vezes espontaneamente e com facilidade, mas sempre com o mesmo propósito: para fazer uma construção dos acontecimentos através dos quais ele vive, para auto-orientar-se no "curso corrente das coisas experimentadas", tomando de empréstimo uma brilhante expressão de John Dewey. (GEERTZ, 1973, p.33)

E no nosso caso, como se trata de um fotodocumentário acerca de práticas religiosas de xamãs modernos é imprescindível que tenhamos ao menos o mínimo de conhecimento etnográfico para que possamos enxergar da melhor maneira possível, e assim, conseguir retratar dignamente esta parcela da sociedade. 4.2 o que é Etnografia, e fotoetnografia. Como pretendemos abordar o assunto e nossas fotografias num contexto mais etnográfico, cremos que é no mínimo importar deixar claro o que vem a ser a etnografia. A Etnografia estuda os grupos da sociedade, suas características antropológicas, sociais e culturais. Quando a fotografia é utilizada como instrumento principal na realização de um trabalho etnográfico, esta se torna uma fotoetnografia. A fotografia etnográfica pode estar inserida em trabalhos científicos, exposições ou diversos tipos de publicação. Pode ser caracterizada como objeto de estudo, pesquisa ou como mera ilustração. Esse tipo de trabalho contribui para que haja um resgate de informações relacionadas aos diferentes tipos de etnias. Além disso, compila dados de conhecimento, que podem servir como fonte de comparação anacrônica, posto que a cultura e os costumes das etnias estão sujeitos a transformações. (BONI, MORESCHI, 2007, p.138)

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Utilizando este método, procuramos obter imagens que captassem exatamente a essência deste grupo social, registrar suas marcas, suas histórias, seus significados, suas marcas visuais, que é de fato o foco deste trabalho, a representação dos signos desta parcela, desde nicho, será que podemos chamar assim? Um grupo diferente, formado por pessoas das mais diversas origens, e culturas, mas que buscaram esta religião, ou crença, de origens indígenas, tão distantes de sua realidade ou mais próximo de a suas origens, caminhos guiados pelo andar de suas histórias pessoais, que se unem com um interesse em comum, a paz e purificação da alma e corpo. E representar isso, documentar isso, pode ser mais difícil do que aparenta. Ser um observador, um olho que registra tudo em meio àquilo. Para então levar àquelas imagens para outras pessoas, para outros grupos sociais; espalhar; disseminar; preservar . A fotografia etnográfica pode estar inserida em trabalhos científicos, exposições ou diversos tipos de publicação. Pode ser caracterizada como objeto de estudo, pesquisa ou como mera ilustração. Esse tipo de trabalho contribui para que haja um resgate de informações relacionadas aos diferentes tipos de etnias. Além disso, compila dados de conhecimento, que podem servir como fonte de comparação anacrônica, posto que a cultura e os costumes das etnias estão sujeitos a transformações. (BONI, MORESCHI, 2007, p.138)

Sendo assim, a fotografia pensada para compor este projeto é feita de forma a registrar o olhar de quem está dentro, mas não deixa de ser um expectador, bem próximo de seu objeto, junto deles, e participe do grupo. Em uma linguagem visual hora poética, em sua contemplação do momento, hora documental, em seu registro cronológico, mas sem nunca deixar de ser um olhar humano e curioso. E por fim, não poderíamos deixar de falar um pouco sobre a pesquisa de campo aplicada nisso tudo. A pesquisa de campo é o tipo de pesquisa que pretende buscar a informação diretamente com a população pesquisada. Ela exige do pesquisador um encontro mais direto. Nesse caso, o pesquisador precisa ir ao espaço onde o fenômeno ocorre, ou ocorreu e reunir um conjunto de informações a serem documentadas [...]. (GONSALVES, 2001, p.67)

Dessa forma, aplicando a pesquisa de campo poderemos entender e visualizar o assunto com o qual foi pretendido trabalhar, de uma maneira muito mais eficiente, ainda mais no nosso caso, onde não poderia ser feito de outra forma já que se trata de um trabalho aonde o principal instrumento de execução é a fotografia, logo a aproximação de nosso assunto é de suma importância. Método esse aplicado pelos fotógrafos documentaristas, como Sebastião Salgado, de grande influência para nós, pois ele quando sai em suas expedições, se propõe a viver junto de seu assunto fotográfico, estando sempre por perto do povo e da cultura que pretende registrar, tornando-se participe daquele ambiente e não mais um “estranho no ninho”, algo parecido com o que vimos na introdução deste relatório na definição do trabalho etnográfico de Geertz.

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5.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Talvez a metodologia apresentada nas seguintes linhas fujam um pouco do tradicional, porém como este trabalho por si já se encontra em sua própria identidade, e por se tratar de um resultado de trabalho de campo, iremos juntar conceitos acadêmicos e relato descritivo de como o nosso produto foi criado, desde suas especificações técnicas, que deram origens às fotografias, bem como as referências adotadas na concepção do todo. Imersão em meio à uma cultura atípica de nossa realidade, com fins meramente acadêmicos e de registro. Procurando formas de captar a essência dos ritos ali prestados e executados. Mesmo tendo acesso à alguma informação prévia, decidimos ir com o mínimo, para poder haver uma inserção maior naquela experiência nova. A forma como a pesquisa foi realizada, seguiu basicamente o mesmo modelo da Antropologia Visual utilizando pesquisa de campo e bibliográfica, para tentar identificar um perfil etnológico do grupo em questão, xamãs, interpretando seus costumes e identidades, registrando-os em fotografias. Conhecendo e participando de rituais e suas demais atividades para poder assim saber não só como eles fazem seus ritos mas também entender o que eles sentem ao passarem por eles. É preciso sempre abrir-se à novas possibilidades, entregar-se por inteiro, por isso a pesquisa de campo foi “fechada”, durante um final de semana inteiro estive imerso junto ao grupo xamânico, sem nenhum contato com o mundo exterior, para assim poder tentar observar e captar a “alma” do momento, eternizando-o em forma de fotografia. Algo bem parecido com o que Collier Junior fala neste seguinte ponto de seu trabalho publicado em 1973: “A fotografia é um processo de abstração, embora seja em si um processo vital para a análise. Assim, quando fotografamos, devemos nos considerar empenhados num trabalho de sutilezas”. Acreditamos que assim podemos ter uma noção cientifica maior do que apenas uma mera observação. Ser ao mesmo tempo um estranho no ninho e ser prontamente abraçado e muito bem recebido por todos, pude perceber que a priori nada ocorria fora do natural. Posso imaginar que exista um certo preconceito por parte da sociedade como um todo para religiões não cristãs, como no caso o xamanismo, e dessa vez não tem como não fugir do conhecimento popular para afirmar tal colocação, pois é algo que vemos em nossos “dia-a-dia”. Pensando dessa forma, querendo destruir esse estigma que lhes foi dado, e conhecer uma nova cultura, me propus à este trabalho de campo. Através do contato de uma antiga colega de faculdade, Ariella Marques, tive a oportunidade de conhecer um pouco mais de perto sobre esta cultura, ou está religião. Tive de deslocar-me para outra cidade, mais exatamente São Lourenço da Mata, à cinco quilômetros da nova Arena Pernambuco. Ao chegar lá, já a noite, fui me aproximando de todos, me tornando parte e ganhando confiança, fui muito bem recebido. O dia da cerimônia. Estive por perto o tempo todo, estando fora do foco do assunto que pretendia fotografar, observando tudo, captando tudo, registrando tudo o que pude durante todo o dia e a noite, sem tentar atrapalhar, ou interferir, mesmo com todos sabendo que estavam sendo fotografados por todo o tempo. Isso de alguma forma pode ter interferido? Creio que não, eles pareciam não se importar ou se sentir intimidados, continuaram seus afazeres normais durante todo o dia, durante todas as partes do rito.

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Utilizando uma Canon EOS - 5D e uma objetiva 50mm de abertura 1.6f para todas as fotos, pois dessa forma poderia me manter mais fiel ao olhar humano, já que esta é a objetiva que mais se aproxima do ângulo de visão humana, excluindo apenas a visão periférica, e assim representar bem o que estive presenciando. Além de uma maior possibilidade de controle de profundidade de campo, por causa da abertura máxima da objetiva, pude captar mais detalhes, e facilitar um pouco durante as fotos da madrugada, onde a única fonte de luz era uma fogueira, e tive de fotografar em uma velocidade de disparo muito baixa, tendo de fazer a maior parte destas fotografias utilizando apenas as mãos sem auxilio de qualquer suporte para estabilizar a imagem, o que proporcionou fotografias deveras interessantes, pois embora em primeiro momento aparentem um pouco de tremulação ou com pouca definição, este mesmo efeito dá identidade e movimento, como nas fotografias onde a fogueira é destaque, os riscos das brasas criam cordões abstratos que dialogam perfeitamente com o ambiente místico em que se encontra. Foram três momentos, três vivencias, das quais optei por experimentar duas, tendo assim mais tempo para me dedicar às fotografias e à experiência cultural. O Feitio do Rapé, que se trata de uma mistura das cinzas de Pau Pereira e das cinzas de Tabaco, injetadas no corpo pelas vias nasais, o que se propõe à limpeza do organismo e do espirito. Em seguida, já a noite, em círculo perto de uma fogueira, guiado pelo pajé Costa Rebelo, vindo do Rio Grande do Norte especialmente para celebrar esta cerimônia, é dado inicio ao rito do Ayahuasca. Abrindo um adendo aqui para falar um pouco sobre o Ayahuasca, ele não foi produzido durante esta cerimônia, diferentemente do rapé. O chá utilizado no rito foi produzido pelo pajé anteriormente, mas podemos falar um pouco sobre ele. Normalmente produzido a partir do cipó Banisteriopsis caapi e da Psychotria viridi, nome de folhas de um arbusto. E com elas é produzido um chá com proposito medicinal. Com o intuito de proporcionar ao usuário o estado de “êxtase” e liberar a imaginação e criatividade, permitindo aos adeptos a oportunidade de terem “visões” sobre si mesmo e aquilo o que cerca a sua vida. Utilizado sempre em rituais para aproximar o usuário de divindades naturais. Após algumas palavras do pajé e da dança guiada por ele, Rabelo serve o chá para quem está no local, e em seguida recomeça a dança, todos de braços dados, em círculos, cantando e dançando de acordo com o ritmo imposto pelo xamã. Participei desse rito no começo, e depois me recolhi para poder fotografar um pouco a distancia e observar o que acontecia naquele local. Interessante foi ver que alguns deles realmente entravam em transe, enquanto outros passavam pela experiência bastante conscientes, embora que bem calmos, tranquilos. Fotografar aquele assunto, em tal condição de luminosidade, sem auxilio de luz artificial, escolhido de forma proposital, para captar o momento da forma como realmente é, sem nenhuma interferência de minha parte, utilizando o máximo que a câmera fotográfica permitia, para registrar, em baixa exposição, tudo o que acontecia realmente não foi fácil. Para a imagem sair borrada e irreconhecível era questão de um leve movimento, tanto deles quanto meu e para sair desfocada bastava um pouco de desatenção, já que naquelas condições, quase sem iluminação o foco automático era

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completamente ineficaz e enxergar algo nítido o suficiente para usar o foto manual era difícil, tive então, em muitos dos casos, calcular mentalmente a distância do assunto para então fazer o clique e congelar aquele momento em forma de imagem. Em seguida, já próximo ao amanhecer foi dado início a cerimônia do Temazcal. Durante a tarde o pajé Costa junto dos integrantes do grupo montaram uma tenda, para a noite, pós toda a cerimônia do Ayahuasca. Tradicionalmente o Temazcal é uma tenda feita com o proposito de realizar banhos a vapor, para mais uma vez agir como limpeza física e espiritual. Foi aquecido a partir de pedras postas dentro da fogueira durante a cerimônia anterior. No trecho que pode ser lido a seguir, retirado do site “O Caminho Vermelho” podemos ter uma ideia melhor de como é constituído e formado o rito: “A tenda do suor se faz com doze ou dezesseis paus jovens, e eles também tem uma lição, pois no outono suas folhas morrem e regressam a terra, mas na primavera devolvem a vida. De forma igual, os homens morrem, mas vivem novamente no mundo real do Grande Espírito, e esta vida verdadeira nós podemos conhecer aqui na terra se purificamos nossos corpos e mentes e nos aproximamos assim do Grande Espírito, que é todo pureza. Os paus que formam a tenda do suor são postos de maneira a marcar os quatro cantos do Universo, assim a tenda inteira é um microcosmo, é a imagem do Universo, (...) todas as coisas devem ser purificadas antes de podere enviar uma voz ao Grande Espirito. As pedras representam a terra, a natureza indestrutível e eterna do Grande Espirito. O Fogo que está nas pedras representa o poder do Grande Espírito, que dá a vida a todas as coisas. É como um raio de Sol, pois o Sol também é um aspecto do Grande Espírito. O Buraco do Centro representa o Centro do Universo, onde mora o Grande Espírito, como seu poder, o fogo”.

Trecho esse, de autoria de Léo Artese, que pode nos nortear muito melhor do que qualquer emaranhado de palavras que no momento pudéssemos empregar, pois por mais que o nosso olhar de observador imerso em uma cultura diferente da nossa, como foi o caso, ainda não detemos todo o conhecimento necessário, nem a autoridade para se definir e explicar, ao passo que tentamos absorver e decifrar todo o conhecimento que essa cultura detém. Mas o domínio desse conhecimento não se resumirá no que foi adquirido no decorrer deste trabalho, ele estará sempre em aprimoramento, durante toda a nossa vida acadêmica e pessoal. Pois é fascinante o que se pode aprender e fotografar com esse povo.

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6.PRODUTO JORNALÍSTICO O produto produzido e apresentado se mostra numa exposição fotojosnalística formada por 30 fotografias acerca de rituais xamanicos realizados no Estado de Pernambuco. Ampliadas no formato fotográfico de 20cmx30cm, apresentam diversos momentos do ritual, desde sua preparação até a sua execução, dividido em dois ensaios, um colorido e outro em preto e branco, denominados: Rito: O primeiro ensaio se encontra em cores, e se detém à preparação das cerimônias que aconteceriam durante o dia e a noite. Passando pela preparação do rapé e a construção da tenda do Temazcal. Êxtase: O segundo ensaio, todo monocromático, pensado e produzido de forma à preservar a expressão e aura do momento, ganhando uma atmosfera única em imagens que se pretende chamar a atenção por suas impressões semióticas.

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7. CRONOGRAMA

Atividades Abri Elaboração x do Projeto Entrega do Projeto Pesquisa Bibliográfica Pesquisa de Campo e Execução Edição Relatório Entrega do TCC Apresentação

Mai x

Jun x

Jul

Ago

Set

x

x

Out

Nov

x x

x x x

Dez

X

x

x

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8.CONCLUSÃO Foi uma longa caminhada até chegar aqui nesta conclusão, onde demonstramos nossos resultados, uma pequena exposição de fotos com o nosso trabalho, minhas fotografias, o conjunto de nosso conhecimento transmutado em um material, que acreditamos, tenha atingido o seu objetivo. Foram escolhidas quarenta fotografias, trinta fotografias que contém um pouco da história viva da sociedade, guardadas agora de uma forma justa. Ter escolhido a fotografia como recurso para contar uma história, para trabalhar neste projeto propondo empregar uma grande parcela de todo o conhecimento que adquiri durante todos os anos de minha vida, assimilados pela cultura que nos cercam, guiando para este momento. Tendo desenvolvido uma visão que nos permite escolher a melhor forma de retratar, as cerimônias xamânicas, bem como as expressões dos integrantes, os seus momentos de vivência espiritual, sem soar falso, sem soar montado, captando a naturalidade que tanto lhes são próximas e transpassar isso em fotografias. Após todo esse percurso em que se foi feita a pesquisa bibliográfica e o trabalho de campo chegamos a essa exposição, montada no dia da defesa do trabalho de conclusão de curso e online na página Allison Lima Fotografias, no facebook, e em exposição digital no Flickr, sob os nomes O Olhar Xamãnico: Rito e O Olhar Xamânico: Êxtase. Dois produtos que através de sua sensibilidade visual estabelece um contato imediato, através do “estranho” que representa perante a sociedade. De forma quase que poética pois a fotografia está ali, em todos os lugares, basta sermos capazes de enxerga-las e as capturarmos, com toda a sua maestria de luz e sombra, de cores, de movimento.

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9.RECURSOS Passagem Revelação Embalagem Impressão

R$ 50,00 R$ 192,00 R$ 11,00 R$ 20,00

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10.REFERENCIAL TEÓRICO

ALBORNOZ, Carla Victoria. Revista Contemporânea, nº4. 2005. BONI, Paulo César, MORESCHI, Bruna Maria. Fotoetnografia – a importância da fotografia para o resgate etnográfico. 2007, Londrina.

BORIS, Kossoy. Fotografia e História. 2001. GEERTZ, Cliford. A Interpretação das Culturas. 1973. GONSALVES, E.P. Iniciação à pesquisa Cientifica. Campinas, SP: Alínea, 2001.JUNIOR, John Collier, Antropologia Visual: a Fotografia como Método de Pesquisa, São Paulo: EPU/Edusp, 1973

LAGE, Nilson. Linguagem Jornalística. São Paulo: Ática, 1999. LIMA, Ivan. Fotojornalismo Brasileiro: realidade e linguagem. Rio de Janeiro: Fotografia Brasileiro, 1989. SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: introdução a histórias, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004. MAUAD, Ana Maria. Através da imagem: fotografia e história interfaces – revista Tempo, 1996. SONTAG, Susan. Ao mesmo tempo: ensaios e discursos. São Paulo: Companhia das letras, 2008. SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: Uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Porto. 2002 10.1 Referências Online O Caminho Vermelho - https://sites.google.com/site/ocaminhovermelho/o-caminhovermelho/Caminho-Vermelho/cerimonias-e-rituais/tenda-do-suor---temazcal Xamanismo – http://xamanismo.com.br

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