O Padre e a Diferença: Etnografia, História e Equivocação no Chaco Paraguaio

Leif Grünewald,

Priscila Santos da Costa University of Saint Andrews

Leif Grünewald

nascido em 1986, no Espírito Santo, é etnólogo e mestre e doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal F l u m i n e n s e . Te m publicado ensaios diversos sobre a etnologia dos povos das terras baixas da América do Sul e teoria antropológica em revistas acadêmicas no Brasil e no exterior.

O encontro parece ser uma das condições fundamentais da Antropologia. Antropólogos constantemente atualizam tal ethos, por meio do trabalho de campo. Aquilo que oferecem ao leitor, espera-se, é também um produto do cruzamento: o etnógrafo com o povo que estuda; o acadêmico com a disciplina da qual faz parte; aquilo que queremos descobrir com os meios para fazê-lo. O livro de Leif Grünewald nos oferece uma leitura intensiva do encontro. Baseado em seu trabalho de campo entre os Ayoreo do Chaco Paraguaio, e em documentação histórica sobre as missões salesianas estabelecidas na região, o livro busca compreender as premissas ontológicas que informaram, formaram e delinearam o encontro entre os Ayoreo e os Padres. Grünewald nos conduz a uma abordagem que, por meio de uma incursão nas perspectivas criadoras desta relação, procura respeitar a integridade analítica de cada uma delas, tomando posse de todas as consequências teóricas dessa posição.

O Padre e a Diferença:

Etnografia, História e Equivocação no Chaco Paraguaio

Etnografia, História e Equivocação no Chaco Paraguaio

O Padre e a Diferença:

O Padre e a Diferença: Etnografia, História e Equivocação no Chaco Paraguaio Leif Grünewald

S

e os maus-encontros, como escreveu certa vez Pierre Clastres, “fazem desabar o antes da liberdade no depois da s u bm i s s ã o ” , d o s b o n s encontros se poderia dizer, talvez, que sejam eles tipos de mudanças de natureza que não implicam absolutamente em cisão social. O Padre e a Diferença trata, pois, de ambos: de uma espécie de bom encontro entre o autor e os Ayoreo, um povo falante de uma língua Zamuco que habita o Chaco Paraguaio, e do mau-encontro das pessoas desse povo com um grupo de padres durante os anos de 1960. Assim, interroga-se: que transformações teriam ocorrido no mundo vivido Ayoreo após o contato? Quem eram os Ayoreo, enxergados do ângulo dos padres? E os padres, quanto vistos pelos índios?

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capa completa 1 quarta-feira, 22 de junho de 2016 09:54:03