O Patrimonio e a Fotografia Documental

August 6, 2017 | Autor: Bruno Lisita | Categoria: Photography, Cultural Heritage, Heritage Conservation, Documentary Photography
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A fotografia documental como instrumento para a preservação do patrimônio.

Introdução

O trabalho tem por escopo a reflexão acerca da fotografia documental e suas nuances na preservação do patrimônio cultural tendo como pressuposto que “a foto será sinônimo de imagem transparente, sem armadilha nem mentira, de uma imagem informativa, sobre os fatos reconhecíveis e legíveis, entendíveis”, (LEDO, 1998, p.81). A fotografia documental é uma indubitável ferramenta para registrar os acontecimentos, os fatos sociais, a que DURKHEIM (1999.p.18) se refere. “As coisas sociais só se realizam através dos homens, elas são produto da atividade humana. Portanto parecem não ser outra coisa senão a realização de ideias, inatas ou não que trazemos em nós, senão a aplicação destas ideias as diversas circunstancias que acompanham a relação dos homens entre si. A organização da família, do contrato, da repressão, do estado, da sociedade é vista assim, como um simples desenvolvimento das ideias que temos sobre a sociedade, o Estado, a justiça, etc. Em consequência esses fatos e outros análogos parecem ter realidade nas e pelas ideias que são seu germe e que se tornam com isso, a matéria própria da sociologia”. Para melhor compreensão da temática proposta, dividimos o estudo em três partes, a saber: a primeira, se refere às noções preliminares de patrimônio; a segunda vem abordar o que tange à fotografia, desde sua origem histórica, bem como seus caminhos percorridos até à fotografia contemporânea; o terceiro evidencia a fotografia documental como esse instrumento possível para a preservação do patrimônio. Para tanto, valemo-nos de obras bibliográficas de importante estima que nos permite entender o paralelo traçado entre a valorização do patrimônio e o surgimento da fotografia. Resguardar os bens patrimoniais de uma nação, com todos os seus símbolos e significados é permitir que as gerações futuras possam compreender seu passado, sua jornada histórica. A fotografia documental se nos apresenta como essa oportunidade singular para salvaguardar os fatos sociais, a cultura de um povo. Convocamos a 1

sociedade e a Academia, na sua interdisciplinaridade, para contribuir com a conscientização de que a fotografia documental é um elo com o patrimônio construído num dado momento, e que registrado, perpetua na memória da comunidade.

Parte I 1.Noções acerca do patrimônio

A cultura e o patrimônio são lados da mesma moeda. Possuem, em seu âmago, valores comuns e raízes que se miscigenam para formar uma grande árvore que alimenta toda uma nação e sua identidade. Por cultura se entende (SILVA, 1999, p.133) “como um campo de produção de significados no qual os diferentes grupos sociais, situados em posições diferenciais de poder, lutam pela imposição de seus significados à sociedade mais ampla”. A ideia de patrimônio está intimamente ligada à intenção de transmitir geração após geração, informações relacionadas ao comportamento, crenças, instituições e valores sob o ponto de vista moral e material. Na perspectiva de HORTA 1, isto é denominado processo cultural. Assim, ao discutir patrimônio cultural e cidadania, a autora afirma que a condição primordial para que o processo cultural venha a acontecer é a existência do patrimônio cultural, ou seja, é fundamental a preservação do que foi acumulado e herdado dos pais, dos ancestrais. Uma “herança” de conceitos, valores e práticas, representados concretamente por palavras, sons, ritmos, gestos, expressões faciais e corporais, rituais, histórias e lendas, tecnologias e práticas, imagens, coisas, artefatos, construções e monumentos. O sistema português de proteção ao patrimônio remonta a D. João V quando este determinou, em Alvará Régio, de agosto de 1721, atribuir à Academia Real da História

1Lei

de Bases do Patrimônio, disponível em http://www.dre.pt/pdf1sdip/2001/09/209A00/58085829.PDF> acesso em 19/04/2014.

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Portuguesa Eclesiástica e Secular a providência para se conservar os monumentos antigos: (...) «Hey por bem que daqui em diante nenhuma pessoa de qualquer estado, qualidade e condição que seja, desfaça ou destrua em todo, nem em parte, qualquer edifício que mostre ser daqueles tempos,[antigos] ainda que em parte esteja arruinado, e da mesma sorte as estátuas, mármores e cipos» (...) «lâminas ou chapas»(...)«medalhas ou moedas» Decreto Régio de D. João V (1721)

Estava disseminado, portanto, os primeiros germes da proteção ambiental no país, e forma regulamentada. Ressalte-se que ao longo do século XIX E XX foram abrolhando vários institutos e órgãos visando o resguardo do patrimônio pátrio. Destaque-se que hodiernamente três organismos são fundamentais na preservação patrimonial lusa: a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, o Instituto Português do Patrimônio Arquitetônico e o Instituto Português de Arqueologia. (BELCHIOR: 2004: 150). A Constituição de 1946 contempla no seu texto a proteção do patrimônio dizendo em seu artigo 175: "As obras, monumentos e documentos de valor histórico e artístico, bem como os monumentos naturais, as paisagens e os locais dotados de particular beleza ficam sob a proteção do Poder Público." (INSERIR NOTA RODAPÉ, DA CF) A Constituição portuguesa de 1976 A 25 de Abril de 1974, derrubando o regime considerado fascista veio resgatar vários direitos populares. No artigo 78 está definido: "incumbe ao Estado, em colaboração com todos os agentes culturais promover a salvaguarda e a valorização do patrimônio cultural, tornando-o elemento vivificador da identidade cultural comum", tendo por fim resgatar costumes, tradições e diferentes manifestações culturais. Em 1985 nasceu a Lei do Patrimônio cultural português, que viria “264 anos depois de um dos primeiros textos legislativos e 84 depois da publicação dos critérios de classificação dos imóveis que deveriam ser considerados monumentos nacionais, de 1901”, frisa BELCHIOR Belchior (2004) in Reflexão sobre a situação do patrimônio cultural em Portugal - Tese de MestradoÉvora, 13.04.2004, incluso em “Integração de vestígios arqueológicos no centro histórico de Beja: Contributo para a sua conservação integrada”.

Registre-se que, de acordo com a Lei de Bases do Patrimônio português, datada de 8 de setembro de 2001,

fica estabelecido ao IPPAR - Instituto Português do Património 3

Arquitetônico, e ao IPA - Instituto Português de Arqueologia, atribuições que serão assumidas pelo IGESPAR - Instituto de Gestão do Patrimônio Arquitetônico e Arqueológico, no âmbito da nova Lei Orgânica do Ministério da Cultura - proceder à inventariação e classificação dos bens culturais portugueses.2 De acordo com a Lei, os organismos competentes definem os critérios de seleção dos locais, quer numa ótica histórico-cultural, estético-social ou técnico-científica, quer ainda na perspectiva da integridade, autenticidade e exemplaridade do bem.

A evolução destes

critérios ao longo dos anos conduz à inclusão, hoje em dia, por exemplo, no patrimônio cultural de obras de arquitetura modernista ou de arquitetura industrial que antes não eram sequer consideradas. A catalogação, inventário classificação dos bens materiais e imateriais de Portugal leva ao desencadeamento de mecanismos de proteção a esses mesmos bens, quer no que diz respeito à sua manutenção e conservação, quer à sua eventual alienação ou alteração. Para Guilherme de Oliveira Martins 3, as identidades só ganham pleno sentido quando abertas e disponíveis para dar e receber, e para assegurarem um permanente dialogo entre a tradição e a modernidade. Ainda segundo o autor, tradição significa transmissão, dádiva e entrega, enquanto que a modernidade representa o que em cada momento acrescentamos à herança recebida como fator de liberdade e emancipação. De forma que a cultura situa-se ao meio destes dois fatores.

Desta maneira, é passível de entendimento que o patrimônio só ganha o status de patrimônio na medida em que passa a ter seu valor reconhecido pela tradição e entra na modernidade como símbolo do passado daquele povo.

2Lei

de Bases do Patrimônio, disponível em http://www.dre.pt/pdf1sdip/2001/09/209A00/58085829.PDF> acesso em 19/04/2014.

3 MARTINS, Guilherme de Oliveira, Patrimônio, herança e memória: a cultura como criação, 1952, 2ªed.Lisboa: Gradiva, 2011.

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De acordo com Martins,

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o grande desafio atual é enfrentar a tentação do

esquecimento e da indiferença, de forma que quando parte do patrimônio e da identidade são ignorados, corre-se o risco de enveredar-se pelos caminhos da repetição trágica. A dualidade cultura/patrimônio induz a múltiplos questionamentos, já que enquanto produção humana, para avaliar a cultura, deve-se ter como base fatores como cronologia, passado e a sociedade em questão. Isso permite que toda produção cultural, seja ela artística literária ou doutrinária, tenha uma ampla liberdade de interpretação, independente do agente que lhe deu vida. Ressalte-se que um determinado patrimônio pode estar ligado a diferentes origens e tradições. Some-se a isto o fato de que a cada momento histórico, houve certamente uma leitura diferente acerca daquele bem. Assim, a forma predominante como esse patrimônio é observado, contemplado e vivenciado, atualmente, é concepção que, provavelmente, irá perdurar para esta e as próximas gerações.

2. O espaço da memória

Para Paul Ricoer,5 é necessário “fortalecer o trabalho da memória, que obriga a resistir às pulsões imediatistas de um patriotismo fechado e cego, quiçá ufanista”. No pensamento do autor, a memória pode ser positiva ou negativa, pode levar a um acontecimento pacífico e unificador ou a um evento conflituoso e violento. Dessa forma, na relação História/Patrimônio, a herança histórica deve ser assumida como um todo, abrangendo os aspectos positivos e negativos. Martins 6 assevera que o dever de não esquecer é extensível a todo o legado histórico. A memória deve sempre ser preservada, o valor do patrimônio cultural, seja ele material ou imaterial, exige a aceitação da verdade dos 4 MARTINS, Guilherme de Oliveira. Patrimônio, herança e memória: a cultura como criação, 1952, 2ª ed. Lisboa : Gradiva, 2011.

5RICOER, Paul. A memória, a história, o esquecimento, Editora UNICAMP, 2007, 1ª ed

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acontecimentos, sejam eles positivos ou negativos, para que se possa ganhar em experiência, pelo trabalho da memória. Percebe-se desta maneira que o patrimônio deve ser preservado e documentado com o intuito de gerar uma identidade aberta para melhor compreensão do presente e assegurar um futuro sem erros recorrentes ao passado. Note-se que as cidades e seus espaços não são locais onde apenas se ganha dinheiro, não se resumem em ser apenas dormitório para seus habitantes. Nela vivem seres humanos que possuem memória própria e se fazem parte integrante da história. Por esse motivo, não passa despercebido pelos habitantes das cidades a destruição ou abandono das casas de seus antepassados, de antigos cinemas, bares, teatros e outros prédios históricos. Toda essa “destruição do patrimônio” para dar lugar ao automóvel ou aos gigantes edifícios de aço e concreto deixa nossas cidades poluídas, sem emoção e seus habitantes perdem um pouco da identidade e identificação com o local onde vivem. Passada a euforia do modernismo, o homem se volta para a busca de seu passado, de suas memórias. Essa procura vem do anseio de uma civilização dominada pela técnica que deseja voltar seus olhos para o passado. Uma espécie de saudade da época em que nossas cidades eram mais humanas, em que o homem tinha mais tempo para refletir sobre seu destino. Assim, a memória coletiva das cidades reside em seus velhos edifícios. Eles são o testemunho mudo, porém valioso, de um passado distante. Servem para transmitir às gerações vindouras os episódios históricos que neles tiveram lugar e também como referência urbana e arquitetônica para o nosso momento atual

3.Patrimônio histórico Em toda essa complexidade que envolve a conservação do patrimônio histórico, é imperativo que se faça uma diferenciação do conceito de monumento e 6 MARTINS, Guilherme de Oliveira, Patrimônio, herança e memória: a cultura como criação, 1952, 2ª ed. Lisboa : Gradiva, 2011

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de monumento histórico. Françoise Choay7 expõe a distinção acerca dos dois temas. Segundo a autora, o sentido de monumento é o de rememoração para uma comunidade de outras gerações de pessoas, eventos, ritos e crenças. Porém, esta função de memória aos poucos vai sendo apagada e o monumento se torna uma experiência estética, para então evoluir a monumento histórico, um agente de embelezamento das cidades, do design público e dos estilos. Para Leandro Silva, 8 a noção de patrimônio histórico se constitui contra o processo de urbanização dominante, em uma contínua reinterpretarão do que seria a cidade antiga. Esta necessidade pelo passado pode ser entendida então como nostalgia, memória, rememoração. Monumentos históricos funcionam como representação de um passado atemporal, criação artística do passado e simbolismo no presente. O patrimônio histórico, como um conjunto de bens e valores que representa uma nação, deve ser apreendido como a herança de um povo na busca de valorização do passado e melhor compreensão do presente. O ser humano sempre necessitou do passado, seja nas recordações de fotografias, nas ruas de uma cidade, nas lembranças de uma residência, de uma praça, de um bar de esquina, de um teatro, de um cinema. Essas reminiscências têm o poder de nos reconfortar e trazem sinais de proximidade de um passado. Os monumentos históricos funcionam como ícones desse passado atemporal, criação artística de tempos idos e simbólicos no presente. E nossa memória, constituída de impressões e de conhecimentos, é o que nós retemos e nos dá a dimensão do que alcançamos e experimentamos através de nosso lugar no

7 CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade: UNESP, 2001. p.282.

8 TELLES, Leandro; SILVA. Manual do patrimônio histórico. Porto Alegre: Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes, 1977. 121 p.

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mundo. Cite-se uma frase de Esmeralda Santiago 9: “Um povo sem memórias é um povo sem história”. É de suma importância advertir que durante idos do sec. XIX, principalmente no continente europeu, o patrimônio era a principal vitima dos movimentos revolucionários, por que ora servia como símbolo de um passado do qual queriam se desvencilhar, ora significava um legado de antepassados do qual se queria distância. Para Françoise Choay: “a chegada da era industrial enquanto processo de transformação, mas também de degradação do ambiente humano, contribuiu, juntamente com outros fatores menos importantes, como o Romantismo, para inverter a hierarquia de valores atribuídos aos monumentos históricos e para privilegiar pela primeira vez os valores da sensibilidade, nomeadamente estéticos”. Apesar do momento crítico para o patrimônio, começa a sobressair algo então positivo advindo desses movimentos, que era o início da conscientização de que aquele patrimônio era um elo com um passado não querido, talvez, mas que existiu e devia fazer parte da marcha histórica. Naquele momento, em Portugal, foi verificada a ausência de um inventário do patrimônio, pelo Marquês de Sousa Holstein, que proferiu: ”é inútil tentar apresentar uma lista dos nossos monumentos históricos. Não a temos. Nunca se fez”. (HOLSTEIN, Marquês de Sousa, in Observações sobre o atual estado do ensino das artes em Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional:1875:41). Através da cronologia, é possível perceber que naquela ocasião surgia a fotografia através do daguerreotipo, uma nova tecnologia que deixava a comunidade científica e acadêmica encantadas. Desta forma, tem início uma catalogação de patrimônio, através dos meios dedicados a esta prática como a revista portuguesa A Arte Photographica. Porém, somente com a introdução de uma nova técnica fotográfica, o calótipo (o calótipo era conseguido a partir de uma imagem negativa e esta permitia um sem número de viragens a positivo, facilitando o processo de edição em gravura, litografia, ou mesmo o próprio cliché), a fotografia ingressou em definitivo para o campo patrimonial, tendo em vista que somente quando publicadas as imagens podem atingir seu escopo de aparelho de preservação e conscientização patrimonial. 9 SANTIAGO, Esmeralda, Conquistadora. New York: Alfred A. Knopf. 2011.

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Parte II 1. Histórico da fotografia documental

Torna-se fundamental, pois, breve histórico da fotografia. A primeira pessoa no mundo a tirar uma verdadeira fotografia foi Joseph Nicéphore Niepce, 10 em 1826. Joseph conseguiu, depois de quase uma década de experiências, reproduzir a vista da janela do sótão de sua casa em Chalons-sur-Saône. Nascido em Bologna, Niepce era dedicado a invenção de aparelhos técnicos, e rapidamente se interessou pela produção de imagens através de processos mecânicos baseados na luz. Todavia, foi com a invenção do daguerreotipo por Louis Daguerre em 1835, sendo padronizado em 1837, que se fez perceber o aparecimento definitivo da fotografia. O invento foi de tal forma marcante que Daguerre vendeu sua obra ao governo francês por uma pensão vitalícia no valor de 6.000 francos. 11

10 BUSSELLE, Michael. Tudo sobre fotografia, 4ª edição, 1988, Editora Pioneira, São Paulo, pág. 30.

11 BUSSELLE, Michael. Tudo sobre fotografia, 4ª edição, 1988, Editora Pioneira, São Paulo, pág. 31.

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Arlindo Machado

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comenta que esta foi apenas mais uma descoberta de um

processo fotográfico, de forma que as câmaras fotográficas foram inventadas durante o Renascimento. Machado (1984:17)

complementa que o Leonardo da Vinci já se

beneficiava da utilização de máquinas fotográficas para esboçar pinturas, claro que com técnicas rudimentares do aparelho. O grande salto para a fotografia vai se dar quase um século após, em 1925, quando surgiu, na imprensa alemã, o anúncio de uma nova câmara fotográfica revolucionária, a Leica. Para Eugenio Savio,13 o ponto determinante da nova tecnologia presente na Leica era a possibilidade das objetivas intermutáveis, de forma a abranger uma maior gama de possibilidades aos profissionais. 2.Diferenciações entre fotografia documental e fotojornalismo É imperativo fazer neste momento uma diferenciação entre a fotografia documental e o fotojornalismo, visto que são separados por uma tênue linha que os conceitua. A acepção de fotojornalismo pelo autor Jorge Pedro Sousa define o termo em sentido lato e em sentido estrito. No sentido lato, o fotojornalismo é a “atividade de realização de fotografias informativas, interpretativas, documentais ou ilustrativas para a imprensa ou outros projetos editoriais ligados à produção de informação de atualidade.” 14 No sentido estrito, entretanto, é passível de entendimento do fotojornalismo como a atividade que visa informar, contextualizar, oferecer conhecimento, formar, esclarecer ou marcar pontos de vista através da fotografia de acontecimentos e da cobertura de assuntos de interesse jornalístico. Este interesse pode variar de um para 12 MACHADO, Arlindo. A ilusão espetacular. São Paulo. Brasiliense Ed. 1984. Pág. 30.

13SAVIO, Eugenio, Fotojornalismo Digital no Brasil, a imagem na imprensa da era pósfotográfica. Rio de Janeiro. Prefeitura do Rio de Janeiro, 2002. p. 31.

14 SOUSA, Jorge Pedro. Uma História Crítica do Fotojornalismo Ocidental. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2000, p. 12.

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outro órgão de comunicação social e não tem necessariamente a ver com os critérios de noticiabilidade dominantes. 15 O fotojornalismo, em sentido exato, tem como meta transmitir informação de maneira objetiva e instantânea, diferenciando-se da fotografia documental, que tem como prioridade desenvolver um trabalho mais interpretativo e elaborado. A fotografia documental é um gênero fotográfico que engloba uma grande diversidade de propostas éticas e estéticas, formando uma verdadeira espiral de contradições e aderências sobre a sua prática, valores e propósitos. Temas sociais, impressões sobre o mundo, vida cotidiana, cenas de guerra, registros de viagens, os mais diferentes tipos de fotografias podem ser classificados como documentais. Alguns autores como Gisèle Freund 16 consideram o caráter documental inato à fotografia, o que significa que toda foto pode ser considerada um documento e representação da estrutura social de uma época. Outros, como o português Jorge Pedro Sousa 17, apresentam o documentarismo social – que está relacionado diretamente a temas de caráter social – como a forma mais comum de fotodocumentarismo. A fotografia documental atual possui, ainda, em suas veias, características da estrutura clássica do documentarismo, o qual fora solidificado nos anos 1930. Esse modelo foi esculpido no século XIX, com os primeiros documentaristas, como o escocês John

Thomson (1837-1921),

o

dinamarquês Jacob

Riis (1849-1914),

a

americana Margaret Sanger (1879-1966) e o alemão Heinrich Zille (1858- 1929), que se dedicaram, de forma apaixonada à fotografia social. Nos anos 1930, auge do modelo, os fotodocumentaristas procuravam se estabelecer sob o tripé: verdade, objetividade e credibilidade. Para o inglês Derrick Price (1997) “o arquetípico projeto documental 15 SOUSA, 2000, p.12

16 FREUND, Gisèle. Fotografia e Sociedade. Lisboa: Vega, 1995.

17 SOUSA, Jorge Pedro. Uma História Crítica do Fotojornalismo Ocidental. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2000.

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estava preocupado em chamar a atenção de um público para sujeitos particulares, frequentemente com uma visão de mudar a situação social ou política vigente.” 18 Desta maneira, podemos perceber que a fotografia documental se utiliza de técnicas e processos específicos, que têm como resultado um material com características próprias. Cabe ressaltar que este trabalho documental exige um prévio estudo do tema e também a criação de uma plataforma de abordagem, bem como pesquisas para auxiliar. Vale afirmar que para um enfoque documental do patrimônio é necessário que seja realizada uma prévia avaliação do mesmo, com o intuito de blindar nesta documentação todos os pormenores históricos, sociais, culturais e artísticos do bem, que fazem a caracterização da identidade dos indivíduos, bem como da nação e do povo que se vê refletido naquele patrimônio, para que, com isso, tenha como resultado um trabalho documental de validade intemporal. Ao contrário do fotojornalismo diário, a fotografia documental produz de maneira mais impactante efeitos perceptivos que transcendem o que é mostrado na imagem. Citando Sontag (2004), “fotografar é atribuir importância.”19 Neste fato, podemos perceber que em muitos episódios o patrimônio carece desta importância atribuída por uma imagem. Cabe aqui advertir acerca da subvalorização do patrimônio e sua consequente degradação através de fatores naturais e má conservação por parte da sociedade em que o mesmo se encontra inserido, gerando a necessidade de que tudo seja documentado para gerações futuras. Cabe dizer então que a fotografia documental já flui marcada como representante da verdade, ou seja, é a paladina da veracidade dos eventos, e, ainda hoje, certamente funciona como vigilante da autenticidade dos fatos. Como observa a pesquisadora espanhola Margarita Ledo (1998), “a foto será sinônimo de imagem 18PRICE, Derrick. Observadores e observados – a fotografia em todas as paradas. In: WELLS, Liz. Photography – A critical Introduction. Tradução: Rui Cezar dos Santos. Londres: Routledge, 1997. Título original: Surveyors and surveyed – photography out and about.

19 SONTAG, Susan. Sobre Fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p.41,

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transparente, sem armadilha nem mentira, de imagem informativa, sobre fatos reconhecíveis e legíveis, entendíveis [...]”20 A fotografia documental é, enfim, a documentação de um fato real por intermédio da imagem. Trás como objeto fundamental a construção da realidade, se propõe a narrar a história de uma sequência de imagens. Acena totalmente com algo palpável, de forma material, já existente, que se fixa com a finalidade de registrar e reproduzir com fidelidade a aparência. Para consolidar a confiança, para sustentar tal valor,

apesar

de

não

poder

garanti-lo

totalmente.

É por meio da fotografia documental que se tem os maiores relatos da história, laborando como uma máquina do tempo, com função testemunhal. É imperativo dizer que a foto documental não inventa e, por isso, desempenha um papel de documento. Documento este que deve ser preservado e valorizado como fonte de história, memória e cultura de um povo.

Parte III

20LEDO, Margarita. Documentalismo Fotográfico. Êxodos e Identidad. Madrid: Ediciones Cátedra, S.A., 1998. p.81.

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1.A fotografia eternizando um momento

Françoise Choay, explana muito bem com sua definição de união da fotografia com nossa identidade tanto pessoal, quanto coletiva: “[…] a fotografia é uma forma de monumento da sociedade privada, que permite a cada um obter em segredo o regresso dos mortos, privados ou públicos, que fundam a sua identidade”. 21 Ou seja, a fotografia concebe uma ideia, enquanto uma imagem congelada no tempo em que foi produzida, e desta forma é de um valor patrimonial incontável. Passa pelo imaginário comum que a representação do tempo e espaço na fotografia é exterior à mesma, de forma que nunca estaria em um pedaço de papel, que a linha temporal ali presente não seria nada mais do que a captura de um instante. Seria o congelamento daquele momento, uma quebra na linha cronológica da vida da pessoa ou objeto ali gravado. Algo sem vida, apenas a lembrança de um passado, sem emoções e sem sonhos. Porém, algo mais se passa naquele instante, quando o obturador é disparado: uma experiência é congelada. Mauricio Lissovsky (2008: 60) delineia que “o que é congelado é o espaço e não o tempo: ele ali continua latejando, pulsando e produzindo experiências”22. Sob essa ótica, devemos mudar a maneira como vemos uma fotografia, pois, embora as emoções ainda se façam presentes, é provável que aquele bem, aquele patrimônio registrado, tenha sofrido alterações, temporais ou depreciativas, e embora não represente mais aquele determinado passado, em que foi registrado, pois até mesmo os olhares que incidem naquela fotografia podem ser diferentes, imbuídos de concepções diversas, modificando, portanto, um curso histórico, criando a cada momento uma trajetória singular, mas um fato social registrado e resguardado para as gerações futuras. 21 CHOAY, Françoise, Op. Cit., p. 19.

22 LISSOVSKY, Mauricio. A estética da fotografia moderna. Rio de Janeiro: Maud X, 2008. Pag. 60

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Talvez, ao contrário do senso comum, a maior diferença sentida seja em fotografias de patrimônios, em fotos antigas da cidade ou em prédios e monumentos. Afinal, o patrimônio visto em um registro de um século atrás carrega uma carga emocional muito mais forte do que aquele visto pessoalmente nos dias atuais. Podemos estabelecer um paralelo com o futuro, de forma que um registro hodierno, observado em um século ou dois, busque a possibilidade de que um indivíduo o note como visto atualmente, independente da forma como seja feita a conservação do mesmo. 2.A fotografia como meio de preservação do patrimônio

A preservação e restauro do patrimônio possuem, sem sombra de dúvidas, uma importância impar, para garantir uma longevidade saudável a este bem, porém nunca serão capazes de buscar no espaço passado as emoções ali sentidas, e que ainda despertam nos espectadores. A trama de uma fotografia pode ser explorada infinitamente. Fiada entre o silêncio daquela torre e as infinitas vozes sobrepostas, entre o desejo de futuro e a noite fria de inverno que antecedeu a revolução. Entre todos os anos que a foto ficou esquecida em um canto, e todas as gerações que estiveram presentes naquela praça. Entre o traço de vitalidade dos restauradores da obra e a decadência dos que não têm teto, e lá fazem seu abrigo. Entre falta e presença. Entre a fotografia que restou de dois torreões que já não existem mais. Entre o que eu vejo e o que o futuro verá. A fotografia documental tem-se ancorado no visual e no real e constitui-se de um momento, um instantâneo congelado no tempo, que nos permite olhar para o passado com os olhos de quem primeiro as viu. Esta dupla importância, o testemunho e a prova, são capazes de travar o vandalismo, de alertar consciências, despertando correntes de mudança sobre a importância da preservação do patrimônio. A utilização da fotografia histórica como esteio para a apropriação e reconstrução da memória cultural se nos revela, na sua inteireza material e simbólica, um patrimônio que durante décadas permanecera sem o seu devido valor documental. Cabe ainda ressaltar que a preservação e a memória da sociedade possuem ligação intrínseca com a fotografia documental e com o restauro em si, como já citado anteriormente. Entretanto, todo esse conhecimento teve um peso árduo para o século 15

XIX, que enfrentou guerras, revoluções, e muito sangue derramado, embora, de forma brilhante, tenha conseguido se utilizar das novas tecnologias da época para conservar o patrimônio físico e espiritual para além do século XX. Importa ainda exemplificar o caso de Carlos Augusto de Mascarenhas Relvas, também conhecido apenas como Carlos Relvas, tendo nascido em 1838 na Golegã onde montou seu atelier. Antonio Pedro Vicente descreve Relvas em sua obra: ”M. Relvas, cuja obra é toda portugueza

e

cuja

escolha

atraiçoa logo o archeologo, é um cavalheiro cujos trabalhos teem o caracter d´uma monographia toda escrita em honra do seu paiz. […] As riquezas decorativas que encerram as capellas não acabadas da Batalha formariam, ellas só, amais soberba monographia.” (VICENTE, António Pedro, Carlos Relvas fotógrafo, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1984, pp. 6566) Carlos Relvas deixou um legado com incontáveis fotografias do patrimônio português, sendo que uma pequena parte se tornou uma exposição no Museu de Arte Antiga em Lisboa, denominada “Carlos Relvas e a Casa da Fotografia”. Para o autor Paulo Oliveira Martins, Relvas demonstrou um interesse muito especial por várias das referências do patrimônio histórico português. Ao mesmo tempo, crescia a indignação de alguns eruditos nacionais pelo estado de abandono a que se achavam votados os monumentos, levando mesmo a que a tarefa da sua inventariação fotográfica fosse proposta e começasse a ser efetivada por especialistas britânicos. Neste contexto, era com especial agrado que se verificava como também um português dava igual atenção ao caso, para mais investindo do seu próprio capital”. (OLIVEIRA, Paulo Martins, Carlos Relvas e a sua Casa-Estúdio, Câmara Municipal da Golegã, pp. 3940). Podemos perceber, afinal, que a ligação entre a fotografia documental e o patrimônio é anterior ao que podemos imaginar. Carlos Relvas foi um pioneiro, mas o caminho para a preservação ainda é longo. A documentação fotográfica é uma salvaguarda do patrimônio, uma vez que a imagem tem o poder de chocar seu espectador, levando-o a uma reflexão do quanto é urgente uma preservação mais 16

intensa. Muitas vezes, descrições escritas e relatórios não possuem o poder de infligir ao receptor da mensagem o quão dilacerado se encontra grande parte daquilo que consideramos patrimônio ou sequer a importância deste fato. Mas a imagem é a silhueta viva que faz reavivar os sentidos dormentes. É possivel aqui fazer um adendo no sentido de que “A historia se faz com documentos… onde não há documentos não há historia” 23, e a fotografia é um documento que transcende o tempo e o espaço, e que ainda oferece uma fina contribuição aos estudos históricos enquanto imagem, e de forma testemunhal nos revela em seu conteúdo, uma parcela de realidade congelada no tempo e espaço gerando a possibiidade da reconstituição de inumeros aspectos da cena passada. Para Boris Kossoy24, a fotografia deve ser utilizada como fonte primária para se recuperar informações, visto que a informação visual do fato representado na imagem fotografica nunca é posta em duvida. A fidelidade da representação é, via de regra, aceita a priori, tendo em vista o grau de credibilidade que a informação fotografica é merecedora. Desta maneira é possivel perceber a importância da fotografia documental para a preservação do patrimônio, de forma a se desenvolver um roteiro de registro capaz de fornecer os dados para a constituição de uma tipologia de acervos que servirão para a geração de consultas por parte dos examinadores e como instrumentos para pesquisas posteriores. O registro fotográfico documental se manifesta cada vez mais de suprema importância para compor um inventário, no intuito de preservar a memória coletiva e e proporcionar a formação de identidade cultural. É possível perceber que os métodos da fotografia têm evoluído, seja na componente técnica, seja na expressão artística. Porém, a fotografia, ademais da expressão artística, é um documento histórico, um instrumento para armazenar e classificar informações, e, como tal, um instrumento de 23LANGLOIS, Ch & SEIGNOBOS, Ch. Introdução aos Estudos Históricos. São Paulo, Renascença, 1946, Pág. 15.

24 KOSSOY, Boris. A fotografia como fonte histórica : introdução à pesquisa e interpretação das imagens do passado. São Paulo : Museu da Indústria, Comércio e Tecnologia, 1980. Pág. 43.

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preservação da memória, sendo também uma redução e um arranjo cultural e ideológico levando em consideração a sua produção, o seu contexto local e temporal, a maneira como foram vistos pessoas, edifícios, ruas e monumentos. O inventário fotográfico do patrimônio possui ainda outra importante função histórica que é aliar-se à politica arquivística já existente, para a formação de um acervo mais completo, de forma a saciar uma sociedade em busca de arquivos disponíveis que retratem sua memória. Podemos exemplificar esta investigação citando a exposição “Retratos Urbanos”, realizada de dezembro de 1999 a junho de 2000, que exibiu parte do acervo fotográfico da coleção do MHAB (Museu Histórico Abílio Barreto – Belo Horizonte – Minas Gerais - Brasil), com fotos exclusivas. Foram selecionadas imagens de

edificações

e

logradouros

públicos

desaparecidos

ou

irremediavelmente

transfigurados, além de alguns poucos preservados até então25. Percebe-se a necessidade de preservar o patrimônio fotograficamente. A imensa gama de informações que uma única imagem possui a conduz a aplicações em diversos estudos históricos. Possivelmente a linguagem escrita jamais poderá registrar e elucidar todas as informações minutadas em uma singular imagem. Este registro permite ao pesquisador um caminho mais largo para a compreensão, e maiores possibilidades para novas descobertas no futuro.

25 ROSSI, Paulo. Produzindo exposições no MHAB, 1993-2003, in: Reinventando o MHAB: o Museu e seu novo lugar na cidade, 1993-2003. Belo Horizonte: MHAB, 2004, p. 129-142.

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Conclusão Após alguns apontamentos intrínsecos acerca do patrimonio, que inclui todos os vestígios de atividade humana num território e também que constituem importantes fontes de informação sobre a vida e as atividades das pessoas ao longo dos tempos, foi possivel perceber que tudo leva a uma aptidão de moldar uma identidade coletiva da sociedade. Foi feita também uma necessária viagem à historia da fotografia, desde seu início até o presente, de Niepce a Cartier-Bresson, assinalando perspectivas de ligação com o real a partir do instante da transformação da imagem-documento em imagemarte, e no híbrido imagem-arte-documento, sempre provocando a avaliar fatores sociais, culturais, políticos e ideológicos que cingem a imagem fotográfica. De igual relevância a distinção dos conceitos de fotojornalismo e de fotografia documental, dois gêneros entrelaçados intimamente, porém com características próprias. Por fim, uma abordagem direta, não simplista, confirmou, por um lado, a ideia central do estudo de que o a fotografia documental é de indubitável significação para a preservação do patrimônio, que hoje enfrenta inúmeras adversidades a exemplo da inércia do poder público. A isso se alie o desconhecimento de sua relevância por parte da população que ainda teima em vandalizar o patrimônio e a ação desfavorável do tempo, que desencadeia um processo de degeneração natural. O patrimônio, não se pode olvidar, está carente de formas alternativas e inovadoras de preservação que objetivem resguardar a veracidade das informações visuais para gerações futuras, e contribuir na formação de identidade, além do óbvio favorecimento a futuros pesquisadores. Por outro lado fica evidenciado que é preciso traçar metas e políticas para garantir que a fotografia documental seja um instrumento da preservação patrimonial. Metas a serem seguidas:

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1. Propõe-se que o governo trace medidas para o levantamento e catalogação dos

bens patrimoniais do país, tendo em vista o seu inventário para que possa resguardar a memória e cultura nacional. Para tanto, deve contar com o envolvimento de toda a comunidade onde os levantamentos serão efetivados, tendo em vista que ninguém melhor do que as pessoas de seu próprio aldeamento conhecem a realidade local. 2. O governo deve dar subsídios para a criação de uma equipe de fotógrafos

competentes para registrar os monumentos históricos e outros bens patrimoniais, certificando as suas alterações ou não, ao longo dos anos, para que seja preservada a memória pátria. 3 .Como passo inaugural indicamos que seja feitas campanhas educativas nos meios

de comunicação de massa: rádio, impresso e televisão acerca deste

assunto, voltadas para prestigiar as novas catalogações, e reviver as antigas. É possível perceber que o tema está longe de ser esgotado, de forma que este trabalho intenta ser um subsídio para duas questões sempre pertinentes em nossas vidas: a imagem e a nossa identidade. A imagem vai além do complemento ao texto e aos dados em tabelas, é uma linguaguem independente com papéis e particularidades inerentes ao seu escopo. Neste ínterim, é plausível afirmar que o intercâmbio da fotografia documental com o patrimônio é mais antigo do que se intuía anteriormente, e que, com o olhar no futuro, esta efígie se mostra cada vez mais conexa na acepção de preservação do patrimônio, em especial como documento, o que remete à citação do clichê popular: “uma imagem vale mais do que mil palavras”.

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