O poder da Teoria da Bala Mágica na comunicação das massas
Descrição do Produto
O poder da Teoria da Bala Mágica na comunicação das massas Rogério Paulo Silva As imagens e as informações geradas e transmitidas diariamente pelos meios de comunicação, exercem uma autoridade psicológica sobre as massas. Este efeito, que tem como objectivo ocupar o pensamento do público para um determinado assunto, é accionado permanentemente pelos media através dos principais orgãos de estado, militares ou religiosos. Quanto maior o grau de urgência ou pertinência em comunicar uma notícia, maior a agressividade com que ela é noticiada e, em consequência, atinge mais directamente o público alvo de forma infalível. O emissor e o receptor estão ligados a uma linguagem comunicacional que funciona uniformemente como um código perceptível para todos.
Telejornal RTP1 em 16/11/2003, Notícias da Guerra do Iraque.
No inicio do século XX, com o surgimento das ditaduras europeias começa a haver, da parte dos órgãos do estado, um especial interesse pelos media para o uso de propaganda politica e influências sociais. Neste domínio, a informação lançada pelos meios de informação torna-‐se uma arma que atinge as massas, construindo uma realidade comunicativa com o objectivo de
despertar estímulos e respostas, reduzindo os mecanismos autónomos do pensamento, manipulando as escolhas do indivíduo de maneira a unificá-‐lo aos grupos a serem atingidos. A Teoria da bala mágica é um modelo de comunicação, cuja mensagem atinge e manipula automaticamente todos os receptores em igual correspondência, exercendo um efeito uniforme e ameaçador, acertando eficazmente cada individuo. Esta teoria, foi desenvolvida pela Escola Norte Americana nos anos 30, tendo Harold Dwight Lasswell como um dos seus percursores, cujos interesses incidiram no estudo empírico e científico anexados aos fenómenos comunicacionais durante a primeira grande guerra. Durante esse conflito desenvolveu-‐se uma estratégia militar ligada aos efeitos de propaganda nas massas e cujos propósitos apontavam para o despertar das populações, criando-‐lhes sentimentos de revolta contra o inimigo e, por outro lado, criar elos de confiança e patriotismo entre cada individuo e a instituição do estado. O filme “O Triunfo da Vontade” da realizadora alemã Leni Riefenstahl é, na história do cinema, um dos filmes de propaganda politica mais conhecidos e aponta claramente para o uso da Teoria da bala mágica. Este filme foi realizado na cidade de Nuremberg em 1934 durante o 6º Congresso Nacional Socialista Alemão, e contém material cuidadosamente escolhido e organizado, com vista à expansão e divulgação da ideologia nazi e à união popular com o partido.
Leni Riefenstahl, O Triunfo de Vontade, 1934
Para Hitler, o material que o filme continha, era claramente uma arma de propaganda instantânea a causar reacções positivas na população alemã. A obra funcionava como um objecto de informação e de distracção psicológica para o público que, desta forma, absorvia as rápidas sequências de imagens assim como se permitia ao ataque manipulador da mensagem, com a maior naturalidade. Nessa dimensão da imagem como desígnio de uma verdade, o filme tornava-‐se um objecto de intervenção dinâmica aos olhos do público, no qual lhe era transmitida a esperança de um futuro melhor e de mudança. Hitler percebera que o público que formava as massas era composto por indivíduos isolados e indefesos, que eram passivos de serem influenciados pela ideologia que pretendia instalar.
Leni Riefenstahl, O Triunfo de Vontade, 1934
Fontes:
[Consult. 2015-‐01-‐19] Disponível em
Lihat lebih banyak...
Comentários