O PRESERVATIVO NA ERA ARV – NECESSIDADES E DEMANDAS EM EPIDEMIAS CONCENTRADAS
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O PRESERVATIVO NA ERA ARV – NECESSIDADES E DEMANDAS EM EPIDEMIAS CONCENTRADAS
Ivo Brito (AAE) Gabriela O. de Almeida (AAE) Ligia Braun (AAE)
1 - Apresentação O estudo “O Preservativo na Era ARV – Necessidades e Demandas em Epidemias Concentradas” – tem por objetivo subsidiar os gestores e coordenações de DST/Aids e hepatites virais no que concerne ao dimensionamento das necessidades deste insumo para o planejamento das ações de prevenção. O Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais (DDHV) tem observado lacunas na programação deste insumo que comprometem a qualidade da resposta a epidemia. Há estados com baixa densidade demográfica e com planos de necessidades e quantitativos de preservativos masculinos superiores aos observados em estados com densidade populacional mais elevada. A programação dos planos de necessidade tem sido realizada de forma improvisada e na maioria das vezes sem a referência a dados populacionais consistentes. O preservativo masculino é um insumo importante nas ações de prevenção e deveria estar disponível em todas as unidades básicas de saúde, com acesso universal e livre de barreiras. Em saúde pública há a tendência de se pensar a organização do cuidado, os bens, serviços e insumos a partir da demanda da população, ou seja, a oferta de bens e serviços se dá em função do número de pessoas que procuram os serviços e não o contrário, ou seja, a partir da mensuração da real necessidade de saúde de uma população circunscrita a um determinado território. Mudar a visão da demanda para as necessidades é uma decisão que tem por objetivo romper com o improviso e a descontinuidade na programação. Este estudo tem esse objetivo, na medida em que provê os meios para uma abordagem da necessidade de preservativos masculinos com base nas evidências que estão disponíveis, seja a partir de informações epidemiológica, comportamentais ou demográficas, auxiliando os coordenadores e gestores locais com um método de estimativa de necessidades mais próximo da realidade. A proposta também se coaduna com o debate das novas tecnologias de prevenção, sobretudo porque as tecnologias biomédicas têm colocado em discussão novas perspectivas de enfrentamento a epidemia. O preservativo masculino continua sendo o principal insumo das ações de prevenção baseadas no sexo seguro e sua eficácia no controle de doenças de transmissão sexual está demonstrada cientificamente.
O governo, ao longo dos mais de 30 anos de epidemia, tem mobilizado esforços no sentido de assegurar o amplo acesso a este insumo, adquirindo e distribuindo um volume significativo de preservativos masculinos aos estados e aos municípios. Mas observa-se nos últimos anos a tendência de esgotamento das estratégias de prevenção que fazem uso deste insumo, o que demonstra a importância de se dar uma nova perspectiva às ações de prevenção que fazem uso deste insumo. Pensar novas estratégias, sobretudo para o enfrentamento das situações de risco de infecção em um contexto de epidemia concentrada é necessário e urgente. 2 –Situação epidemiológica do HIV/Aids no Brasil O Brasil tem uma epidemia concentrada, isto é, as prevalências são mais elevadas em grupos populacionais específicos em comparação com a prevalência observada na população em geral. No gráfico 1, temos a prevalência estimada para a população brasileira no período entre 1993 e 2013, a partir da comparação de duas metodologias que se encontram em uso atualmente. Para efeito deste estudo, as bases de cálculo para a estimativa das necessidades utilizou a prevalência de 0,4%. Observe que as informações do Ministério da Saúde (MS) são mais realistas e diferem dos dados estimados pelo Banco Mundial e UNAIDS. GRÁFICO 1 PREVALÊNCIA DO HIV NA POPULAÇÃO ENTRE 15 E 49 ANOS - 1993 -2013, BRASIL 0,7 0,6
Prevalências
0,5 0,4 MS 0,3
BM e UNAIDS
0,2 0,1 0 1993
1998
2003
2008
2013
Fonte:
Na população jovem masculina, a taxa de prevalência da infecção pelo HIV apresenta tendência de aumento. Este aumento é ainda mais significativo na população de jovens HSH (homens que fazem sexo com homens), cuja prevalência aumentou de 0,56% em 2002 para 1,2% em 20071.
1
SZWARCWALD, C. L. et al. HIV-related risky practices among Brazilian Young men, 2007. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 27, Supl 1:S19-S26, 2011.
Com relação aos grupos populacionais na faixa etária com mais de 18 anos e em situação de maior vulnerabilidade, estudos realizados em 10 municípios brasileiros entre 2008 e 2009, estimaram taxas de prevalência de HIV de 5,9% entre UD (usuários de drogas)2, de 10,5% entre HSH3 e de 4,9% entre PS (mulheres profissionais do sexo)4, confirmando a tendência de concentração nos grupos populacionais mais vulneráveis. Quanto à detecção de casos de aids notificados no Sinan, declarados no SIM e registrados no Siscel/Siclom, observa-se no Brasil, em 2012, uma taxa de 20,2/100.000 habitantes. A maior taxa de detecção foi observada na Região Sul, 30,9/100.000 habitantes, seguida pela Região Sudeste (20,1), Região Norte (21,0), Região CentroOeste (19,5), e Região Nordeste (14,8), conforme mostra o Gráfico 2.
Taxa de detecção (x100mil hab.)
Gráfico 2. Taxa de detecção de aids por região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2003 a 2012. 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Ano de diagnóstico Brasil
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: (1) Casos notificados no Sinan e Siscel/Siclom até 30/06/2013 e no SIM de 2000 até 2012.
Em 2012, a taxa de detecção de casos de aids em homens foi de 26,1/100.000 habitantes e de 14,5 em mulheres, com uma razão de sexos de 1,7 casos em homens para cada caso em mulheres. Desde o início da epidemia, a razão de sexos tem apresentado variações graduais ao longo do tempo, em 2005 atingiu seu menor valor (1,4), e desde então tem apresentado aumento. (Gráfico 3). Gráfico 3. Taxa de detecção de aids por sexo e razão de sexos. Brasil, 2003 a 2012.
2
BASTOS, F. I. Taxas de infecção de HIV e sífilis e inventário de conhecimento, atitudes e práticas de risco relacionadas às infecções sexualmente transmissíveis entre usuários de drogas em 10 municípios brasileiros. Relatório técnico entregue ao Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, 2009. 3 KERR, L. Comportamento, atitudes, práticas e prevalência de HIV e sífilis entre homens que fazem sexo com homens (HSH) em 10 cidades brasileiras. Relatório técnico entregue ao Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais, 2009. 4
SZWARCWALD, C. L. Taxas de prevalência de HIV e sífilis e conhecimento, atitudes e práticas de risco relacionadas às infecções sexualmente transmissíveis nos grupos das mulheres profissionais do sexo, no Brasil. Relatório técnico entregue ao Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, 2009.
Taxa de detecção (x100mil hab.)
30,0 25,0
1,5
1,5
2003
2004
1,4
1,6
1,5
1,5
1,5
2006
2007
2008
1,7
1,7
1,7
2010
2011
2012
20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 2005
2009
Ano de diagnóstico Masculino
Feminino
Razão de sexos (M:F)
Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: (1) Casos notificados no Sinan e Siscel/Siclom até 30/06/2013 e no SIM de 2000 até 2012.
Considerando os últimos 10 anos, o perfil etário dos casos de aids mudou para indivíduos mais jovens, tanto entre os homens quanto entre as mulheres. Nos últimos 10 anos (2003 a 2012) as maiores taxas de detecção de aids foram observadas entre aqueles com 30 a 49 anos. Entretanto, observa-se uma tendência de queda na taxa daqueles com 30 a 39 anos e uma leve estabilização entre aqueles com 40 a 49 anos. Além disso, observa-se o aumento nas taxas de detecção entre os jovens de 15 a 24 anos e entre os adultos com 50 anos ou mais (Gráfico 4).
Taxa de detecção (x100mil hab.)
Gráfico 4. Taxa de detecção de aids em indivíduos com 15 anos ou mais, segundo faixa etária e ano de diagnóstico. Brasil, 2003 a 2012. 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Ano de diagnóstico 15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 39 anos
40 a 49 anos
50 anos ou mais
Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: (1) Casos notificados no Sinan e Siscel/Siclom até 30/06/2013 e no SIM de 2000 até 2012. Nota: (1) Casos notificados no Sinan e Siscel/Siclom até 30/06/2013 e no SIM de 2000 até 2012.
Entre os que apresentam informação da categoria de exposição (13.447), 32,0% são homossexuais, 9,4% bissexuais, 52,7% heterossexuais, 5,2% usuários de drogas injetáveis (UDI) e 0,7% ocorreram por transmissão vertical. Nos últimos 10 anos, observou-se um aumento de 22% na proporção de casos em HSH (homossexuais e bissexuais) e uma redução de 3% dos casos entre heterossexuais (Gráfico 6).
Observe que grande parte dos casos na categoria de exposição heterossexual ocorre em mulheres. Quando se desagregam as informações para os homens, confirma-se o crescimento da epidemia na categoria de exposição homo/bissexual entre jovens do sexo masculino. Esta informação é chave para certificarmos se as ações que estamos realizando estão dirigidas a este segmento da população e se a programação das necessidades de preservativos masculinos está orientada para atender as necessidades deste segmento etário sob maior risco.
Gráfico 6. Proporção de casos de aids em homens com 13 anos ou mais de idade notificados no Sinan por categoria de exposição e ano de diagnóstico. Brasil, 2003 a 2012. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Ano de diagnóstico HSH
Heterossexual
UDI
Hemofílico
Transfusão
Transmissão vertical
Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nota: (1) Casos notificados no Sinan até 30/06/2013.
No entanto convêm salientar que tais diferenciais epidemiológicos e demográficos se mostram mais “incidentes” entre grupos populacionais mais vulneráveis e isso nos leva a um tipo de epidemia que exige ações focalizadas e dirigidas as redes de interação sexual destas populações. Embora concentrada, sua difusão não ocorre de forma linear e transcende os grupos mais afetados em maior ou menor intensidade para uma rede de difusão complexa. Essa dinâmica da epidemia nos leva a questionar a efetividade das estratégias de prevenção, que, na maioria das vezes, são pontuais, descontínuas e exclusivas. Pensar em modulações combinadas que permitam equacionar a dinâmica e complexidade da epidemia é o desafio do presente para todos os coordenadores de programa.
No estudo dos “Modelos dinâmicos e redes sociais” 5, por exemplo, fica evidente que a epidemia pode estar ocorrendo em redes de interação entre pares, mas podem estar também se difundindo destas populações para a população em geral, tendo em vista o número de casos de aids na população heterossexual, já que parte significativa da composição dos casos em heterossexuais é de mulheres. Observada a tendência de aumento dos casos de aids em homens é importante a identificação das características e dinâmica no que concerne a categoria de exposição e de sua contribuição na coorte temporal. Outro aspecto relevante é que a epidemia pode ocorrer por saltos se considerarmos os processos migratórios ou a mobilidade sazonal de grupos populacionais chaves, como, por exemplo, prostitutas, caminhoneiros, garimpeiros, ou mesmo a mobilização e deslocamento da força de trabalho masculina para grandes projetos de desenvolvimento econômico, como por exemplo, os que estão no âmbito de abrangência do Programa Aceleração do Crescimento (PAC). Tais tendências deverão ser consideradas na programação das ações de prevenção e deverão orientar estados e municípios no sentido de assegurara o amplo acesso ao preservativo masculino e a oportunidade de acesso ao diagnóstico. 3 – O preservativo masculino na era ART As estratégias no campo de prática da prevenção ao HIV têm mudado significativamente nesses mais de trinta anos de epidemia. As evidências produzidas por inúmeros estudos clínicos randomizados6 nos últimos anos têm reposicionado as ações de prevenção voltadas para a prática do sexo seguro. O avanço da estratégia que faz uso de ARV para redução da transmissibilidade do HIV, passando pelas medidas de profilaxia pré e pós-exposição dirigida às populações chaves, têm se afirmado como alternativas cada vez mais eficientes no controle da epidemia. Embora haja consenso sobre a estratégia do tratamento como prevenção, isoladamente tal medida não teria o alcance desejado se não estiver combinada a outras ações de proteção. É nessa direção que vem sendo observada a necessidade de se pensar a ampliação do acesso ao diagnóstico e a manutenção contínua das medidas de proteção baseadas nos métodos de barreiras. Nesse sentido, os métodos de barreira continuam tendo o seu lugar na prevenção e no controle da epidemia, principalmente porque são métodos custo-efetivos e não causam danos à saúde em consequência de efeitos adversos e, por outro lado, constitui uma alternativa àqueles que não querem fazer uso do medicamento como método de prevenção ao HIV. Barbosa, Maria T.S et ali Modelos dinâmicos e redes sociais: revisão e reflexões a respeito de sua contribuição para o entendimento da epidemia do HIV. Cad. Saúde Pública vol.16 suppl.1 Rio de Janeiro 2000. 5
O estudo mais relevante nessa área, cuja contribuição tem impactado nas agendas políticas dos Programas Nacionais, é o HPTN52 que demonstrou a efetividade do tratamento como medida de prevenção. 6
O preservativo masculino deve estar a disposição dos usuários em diferentes locais, facilitando o acesso no momento que há a decisão de uma relação sexual. Os preservativos masculinos podem ser encontrados em bares, farmácias, serviços de atenção básica de saúde, saunas, motéis, organizações de base comunitária e boates, por exemplo. O preservativo funciona também como medida de dupla proteção, seja em relação a uma gravidez indesejada ou como barreira a transmissão de doenças. A efetividade de proteção do preservativo masculino tem sido observada ao longo de mais 50 anos. Inicialmente como medida de proteção para uma gravidez indesejada e em seguida como a principal referência de proteção para o HIV e outras doenças de transmissão sexual. Tornou-se o principal insumo utilizado nas ações de prevenção voltado a difusão da prática do sexo seguro (safe sex) e da gestão do risco individual. A tendência é de que este insumo ganhe importância nos próximos anos, na medida em que se encontra em curso o desenvolvimento de novos produtos a partir do uso de novos materiais em sua composição7. A principal variável de queixa dos usuários para a adesão ao preservativo é a redução da sensibilidade e consequentemente do prazer durante as relações sexuais. Esta variável tem sido identificada em muitos estudos específicos. Os estudos realizados pela Durex tem ressaltado a necessidade de suprir esta demanda através de campanhas publicitária que busquem quebrar o mito de que o preservativo reduz o prazer, opondo uma comunicação agressiva e eficaz de erotização do preservativo masculino8. O uso consistente do preservativo masculino tem uma efetividade variável de 809 a 95% na redução da incidência do HIV10, mas quando se observa que o uso é falho e inconsistente, a efetividade é reduzida a 70%11 . Há muitas explicações em relação às falhas e inconsistências, sendo as queixas mais recorrentes as observadas de que o preservativo diminui a sensibilidade e o prazer durante a relação sexual, dificuldade de usá-lo no auge das preliminares em uma relação e a disponibilidade do preservativo no momento em que a relação sexual pode ocorrer. Mas há evidentemente também inúmeras situações e casos de uso inconsistente associado ao conhecimento e ao manejo adequado do insumo.
7
A Fundação Bill &Melinda Gates apoiou 11 iniciativas que visam inovar o preservativo masculino por meio do uso de novos materiais, designer e facilidade na hora de usar. 8
The Face the Global Sex 2005.The Challenges of Unprotected Sex. The Durex Network, Cambridge, 2005. 9
Wellers, S. et ali Condom effectiveness in reducing heterosexual HIV transmission. Cochrane Database Syst Rev. 2002;(1):CD003255. 10
Holmes, K. K. et ali Effectiveness of condoms in preventing sexually transmitted infections. Bull World Health Organ vol.82 n.6 Genebra Jun. 2004 11
Foss, A.M. et ali A systematic review of published evidence on intervention impact on condom use in sub-Saharan Africa and Asia. Sex. Transm. Inf. 2007;83;510-516; originally published online 11 Oct 2007; doi:10.1136/sti.2007.027144.
É preciso considerar também que a adesão ao preservativo é variável. O uso é mais frequente em pessoas que mantém parcerias eventuais e menos frequente entre pessoas que mantém relações estáveis. A confiança e a crença de que uma relação de mais longo prazo traz segurança é recorrente entre muitos casais, inclusive nas relações estáveis entre pessoas do mesmo sexo. A pergunta recorrente é saber por que o uso do preservativo masculino se mostra inconsistente mesmo frente a políticas agressivas de promoção e de distribuição. A resposta pode estar relacionada aos determinantes de ordem social e cultural, muitas vezes não observados na maioria dos estudos comportamentais, como por exemplo, as relações de gênero, as desigualdades sociais e as privações de ordem econômica de populações de baixa renda12. Pode-se dizer que uma parte considerável das barreiras está diretamente relacionada ao acesso, como, por exemplo, as limitações de ordem econômica e as desigualdades de gênero. Em sociedades marcadas pela existência da desigualdade de gênero, a negociação do preservativo entre casais é uma barreira a ser superada. Para as mulheres a reivindicação é de que os métodos de barreiras possam estar sob seu controle, assegurando assim maior autonomia decisória nas relações sexuais13. Esse dado é importante para orientar as estratégias que valorizam intervenções estruturais e consideram estes determinantes como parte do modelo de intervenção combinada. O uso consistente do preservativo masculino depende da predisposição das pessoas reconhecerem a importância do uso deste insumo em todas as relações sexuais, da capacidade de avaliarem as situações de risco e de acessarem o preservativo com facilidade quando dele necessitarem. Nesse sentido a programação de necessidade é um instrumento necessário e eficiente, mas deve estar respaldado por informações comportamentais e epidemiológicas consistentes no momento de sua elaboração. 4 - Método de cálculo de necessidades Para efeito do estudo foi realizada uma estimativa baseada no estudo “Explaining Inconsistencies Between Data on Condom Use and Condom Sales” de Dominique Meekers and Ronan Van Rossem, publicado em fevereiro de 2004 14. No estudo, realizado em países africanos (Quênia, Tanzânia, Nigéria e Zimbabwe), onde a epidemia de Aids é generalizada, os autores utilizaram uma fórmula para mensurar a quantidade de preservativos utilizada por um indivíduo do sexo masculino sexualmente ativo no período de 1 ano. Como no Brasil a epidemia é concentrada, aplicou-se a taxa de prevalência da infecção pelo HIV para a população masculina total, de 0,74, obtida a partir de dados do Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL), Sistema de Controle Logístico de
Dworkin, Shari and Ehrhardt, Anke A. Going Beyond “ABC” to Include “GEM”: Critical Reflections on Progress in the HIV/AIDS Epidemic. Am J Public Health. 2007 January; 97(1): 13–18. 12
Barbosa, R.M, Berquo, E., Kalckmann, S. (2000). Acceptability of the Female Condom in Different Social Contexts: Final Research Report. Brasilia, Brazil: Ministry of Health, National STD/AIDS Coordinating Office 13
Meekers, D. and Rossem, R. V. Explaining Inconsistencies Between Data on Condom Use and Condom Sales. BMC Health Services Research 2005, 5:5 doi:10.1186/1472-6963-5-5. 14
Medicamentos (SICLOM) Notificação (SINAN).
e
Sistema
de
Informação
de
Agravos
de
A fórmula utilizada para o cálculo é a seguinte: Cij = Ʃ wa (ma sam Fiam pjam + (1 – ma) sau Fiau pjau) Ʃ wa (ma sam + (1 – ma) sau) Onde: Cij = número médio estimado de preservativos usados por pessoa sexualmente ativa wa = Pesos atribuídos para cada faixa etária ma = Proporção de pessoas que vive com companheiro 1 – ma = Proporção de pessoas que não vive com companheiro sam = Proporção de pessoas que vivem com companheiro e tiveram pelo menos 1 relação no último ano sau = Proporção de pessoas que não vivem com companheiro e tiveram pelo menos 1 relação no último ano F = Frequência das relações sexuais em 52 semanas p = proporção de pessoas que relataram o uso de preservativo na última relação sexual. Os dados utilizados para o cálculo foram obtidos da PCAP 2013 , considerando as seguintes variáveis: 15 a 24 anos
N
n
25 a 34 anos
N
n
35 a 49 anos
N
n
Proporção de pessoas que vivem com companheiro
29%
678
196
62,80%
1856
1165
74,30%
2599
1930
Proporção de pessoas que vivem com companheiro e que tiveram pelo menos 1 relação no último ano
98,10%
659
646
96,80%
1769
1712
95,90%
2450
2350
Proporção de pessoas que vivem sem companheiro e que tiveram pelo menos 1 relação no último ano
58,90%
1423
838
84,40%
942
795
76,10%
699
532
Proporção de pessoas que relataram o uso de preservativo na última relação sexual com parceiros fixos nos últimos 12 meses
52,90%
565
298
33,20%
571
189
24,80%
562
139
Proporção de pessoas que relataram o uso de preservativo na última relação sexual com parceiros casuais nos últimos 12 meses
70,20%
589
413
66,50%
470
312
65,70%
376
247
Variáveis
A população foi dividida em três faixas etárias e atribuiu-se pesos para cada uma delas a partir da informação sobre atividade sexual do estudo “Pesquisa Comportamental, Atitudes e Práticas (PCAP – 2010)” com vista à construção dos cenários: • •
15 a 24 anos: Peso 2 (67,5% prática sexual nos últimos 12 meses) 25 a 34 anos: Peso 3 (92,1% prática sexual nos últimos 12 meses)
•
35 a 49 anos: Peso 3 (90,7% prática sexual nos últimos 12 meses)
Determinar o número anual total de preservativos usados em uma população requer informações sobre a frequência de relações sexuais. Infelizmente, pesquisas recentes de comportamento sexual normalmente não permitem a quantificação do número de relações sexuais (Collumbien, Das, & Campbell, 2001), sendo assim, alguns cenários foram simulados. No primeiro cenário, a frequência foi mantida em três relações por semana para todas as faixas etárias; o segundo prevê uma frequência menor, duas relações por semana, na faixa etária entre 15-24 anos e mantêm constantes em três relações nas duas outras faixas etárias. O terceiro simula uma situação de duas relações/semana nas faixas etárias entre 15 e 24 anos e na faixa de 35 e 49 anos. O cenário 4 é mais conservador e prevê uma relação sexual por semana na faixa etária entre 15 e 24 anos, três relações na faixa entre 25 e 34 anos e duas relações na faixa etária entre 35 e 49 anos. Frequência das relações sexuais por semana Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Cenário 4
15-24
3
2
2
1
25-34
3
3
3
3
35-49
3
3
2
2
O número obtido de preservativos, conforme a fórmula, foi multiplicado pela população masculina do Brasil (de 15 a 49 anos) e pela prevalência de HIV em homens (0,74). Os dados da população utilizados são os do Censo IBGE 2010. Depois da estimativa do número de preservativos para a população brasileira, o mesmo cálculo foi estendido para os estados. 5 – Resultados A estimativa da necessidade considerou o recorte etário de 15 a 49 anos, cuja população, conforme o Censo IBGE 2010, é de 52.146.996 pessoas do sexo masculino, considerando os cenários e a prevalência nacional do HIV na população masculina, que no Brasil é estimada em 0,74%. Número de preservativos/ano por indivíduo
Preservativos/ano
Prevalência
Cenário 1
68,69
3.581.921.988,78
2.650.622.271,70
Cenário 2
61,99
3.232.709.911,64
2.392.205.334,61
Cenário 3
55,08
2.872.504.610,69
2.125.653.411,91
Cenário 4
48,39
2.523.292.533,54
1.867.236.474,82
Após essa estimativa de preservativos para a população masculina brasileira, foi calculado o número de preservativos por Unidades Federadas. Os dados obtidos estão expostos nas Tabelas 1 e 2, que consideram a população de 15 a 49 anos, para os quatro cenários. Na Tabela 2 foi aplicada a prevalência da infecção pelo HIV para a população masculina. Como não dispomos da prevalência por estado, utilizamos a mesma
prevalência nacional para efeito de cálculo, reconhecendo o risco de variação regional e estadual. Tabela 1: Estimativa de preservativos por UF para população de 15 a 49 anos Cenário 1
Cenário 2
Cenário 3
Cenário 4
Preservativos
Preservativos
Preservativos
Preservativos
13.440.091
12.129.777
10.778.214
9.467.900
813.124
55.852.628
50.407.392
44.790.739
39.345.502
AM
951.771
65.376.144
59.002.432
52.428.075
46.054.363
AP
185.655
12.752.446
11.509.172
10.226.761
8.983.487
BA
3.826.635
262.847.515
237.221.740
210.789.264
185.163.489
CE
2.281.506
156.714.237
141.435.706
125.676.206
110.397.676
DF
736.541
50.592.223
45.659.839
40.572.183
35.639.799
UF
População
AC
195.666
AL
ES
980.091
67.321.415
60.758.053
53.988.076
47.424.714
GO
1.713.033
117.666.427
106.194.782
94.362.009
82.890.364
MA
1.727.809
118.681.375
107.110.779
95.175.941
83.605.346
MG
5.378.216
369.423.974
333.407.748
296.257.728
260.241.501
MS
680.394
46.735.545
42.179.160
37.479.339
32.922.954
MT
891.374
61.227.538
55.258.286
49.101.121
43.131.869
PA
2.095.794
143.957.875
129.923.000
115.446.306
101.411.430
PB
997.219
68.497.919
61.819.856
54.931.567
48.253.504
PE
2.340.619
160.774.646
145.100.254
128.932.432
113.258.040
PI
827.679
56.852.396
51.309.689
45.592.498
40.049.791
PR
2.861.805
196.574.362
177.409.751
157.641.836
138.477.226
RJ
4.212.776
289.371.132
261.159.492
232.059.747
203.848.107
RN
875.294
60.123.020
54.261.451
48.215.358
42.353.789
RO
454.719
31.234.168
28.189.057
25.048.086
22.002.976
RR
124.379
8.543.462
7.710.535
6.851.387
6.018.460
RS
2.832.454
194.558.273
175.590.216
156.025.044
137.056.987
SC
1.787.094
122.753.599
110.785.990
98.441.641
86.474.033
SE
563.396
38.699.076
34.926.190
31.034.532
27.261.646
SP
11.427.898
784.970.239
708.441.189
629.502.998
552.973.948
TO
384.054
26.380.263
23.808.374
21.155.522
18.583.632
3.581.921.989
3.232.709.912
2.872.504.611
2.523.292.534
Total 52.146.995 Fonte: DDAHV
Tabela 2: Estimativa de preservativos por UF para população de 15 a 49 anos considerando a prevalência da infecção pelo HIV para a população masculina Cenário 1
Cenário 2
Cenário 3
Cenário 4
Prevalência
Prevalência
Prevalência
Prevalência
195.666
9.945.667
8.976.035
7.975.879
7.006.246
AL
813.124
41.330.945
37.301.470
33.145.147
29.115.672
AM
951.771
48.378.347
43.661.800
38.796.776
34.080.229
AP
185.655
9.436.810
8.516.788
7.567.803
6.647.781
BA
3.826.635
194.507.161
175.544.088
155.984.055
137.020.982
CE
2.281.506
115.968.535
104.662.423
93.000.393
81.694.280
DF
736.541
37.438.245
33.788.281
30.023.415
26.373.451
ES
980.091
49.817.847
44.960.959
39.951.176
35.094.288
GO
1.713.033
87.073.156
78.584.139
69.827.886
61.338.869
MA
1.727.809
87.824.217
79.261.977
70.430.196
61.867.956
MG
5.378.216
273.373.741
246.721.734
219.230.719
192.578.711
MS
680.394
34.584.303
31.212.578
27.734.711
24.362.986
MT
891.374
45.308.378
40.891.132
36.334.830
31.917.583
PA
2.095.794
106.528.828
96.143.020
85.430.266
75.044.458
PB
997.219
50.688.460
45.746.694
40.649.360
35.707.593
PE
2.340.619
118.973.238
107.374.188
95.409.999
83.810.950
PI
827.679
42.070.773
37.969.170
33.738.448
29.636.845
PR
2.861.805
145.465.028
131.283.216
116.654.959
102.473.147
RJ
4.212.776
214.134.638
193.258.024
171.724.213
150.847.599
RN
875.294
44.491.035
40.153.473
35.679.365
31.341.804
RO
454.719
23.113.284
20.859.902
18.535.584
16.282.202
UF
População
AC
RR
124.379
6.322.162
5.705.796
5.070.026
4.453.660
RS
2.832.454
143.973.122
129.936.760
115.458.532
101.422.171
SC
1.787.094
90.837.663
81.981.633
72.846.814
63.990.784
SE
563.396
28.637.316
25.845.380
22.965.554
20.173.618
SP
11.427.898
580.877.977
524.246.480
465.832.219
409.200.721
TO
384.054
19.521.395
17.618.197
15.655.086
13.751.888
2.650.622.272
2.392.205.335
2.125.653.412
1.867.236.475
Total 52.146.995 Fonte: DDAHV
O cenário 4 se mostrou mais próximo da realidade de uma epidemia concentrada e
recomendamos que estas informações sejam utilizadas na programação de necessidades. Observa-se também que há déficit entre as aquisições e a necessidade. Estima-se para o cenário 4 um déficit de 1,2 bilhões de preservativos. Como o mercado comercial no varejo responde por cerca de 500 milhões de preservativos/ano15, o déficit pode estar na casa dos 700 milhões de preservativos/ano. Considerando que os estados e municípios de capitais também adquirem preservativos com recursos do incentivo, é possível que o déficit seja menor. A avaliação do mercado é realizada periodicamente pela agência Nilsen, através do estudo Nilsen Tendências, que coleta informações da cesta de higiene e beleza. O último estudo de mercado realizado estimou em 2008, um mercado de 500 milhões de preservativos/ano. 15
A tabela abaixo reporta o histórico do demonstrativo das aquisições de preservativos masculinos no setor público nos últimos 10 anos.
ANO
Total de Preservativos Adquiridos (incluindo Xapuri) (em milhões de unidades) 52mm 49mm
Total
2004
425
50
475
2005
150
-
150
2007
900
100
1.000
2009
750
38,9
788,9
2010
0
-
0
2011
292,5
-
292,5
2012
725
-
725
2013
725
-
620
Média de aquisição anual
506,425
Em 2013, o governo federal distribuiu 610.406.464 preservativos para os estados. Fazendo a comparação com o número estimado de preservativos nos cenários simulados, há um déficit de distribuição que está demonstrado nas tabelas a seguir, bem como o valor que seria gasto na aquisição do número estimado desses preservativos, considerando um custo de R$0,09 por preservativo: Cenário 1 % Distribuído/ Estimado
Valor Total Estimado para aquisição
UF
População 15-49 anos
AC
195.666
5.091.696
9.945.667
-4.853.971,19
AL
813.124
13.456.072
41.330.945
-27.874.873,03
32,56 R$ 3.719.785,05
AM
951.771
22.661.856
48.378.347
-25.716.490,83
46,84 R$ 4.354.051,21
AP
185.655
4.649.616
9.436.810
-4.787.193,88
BA
3.826.635
41.346.792
194.507.161
-153.160.369,09
21,26 R$ 17.505.644,50
CE
2.281.506
23.618.736
115.968.535
-92.349.799,03
20,37 R$ 10.437.168,15
DF
736.541
11.138.240
37.438.245
-26.300.005,07
29,75 R$ 3.369.442,06
Distribuição
Estimativa
Déficit
51,20 R$ 895.110,05
49,27 R$ 849.312,89
ES
980.091
12.473.568
49.817.847
-37.344.279,28
25,04 R$ 4.483.606,25
GO
1.713.033
10.910.520
87.073.156
-76.162.635,83
12,53 R$ 7.836.584,03
MA
1.727.809
39.897.166
87.824.217
-47.927.051,23
45,43 R$ 7.904.179,55
MG
5.378.216
43.458.552
273.373.741
-229.915.189,13
15,90 R$ 24.603.636,70
MS
680.394
8.778.600
34.584.303
-25.805.703,27
25,38 R$ 3.112.587,29
MT
891.374
11.650.824
45.308.378
-33.657.554,30
25,71 R$ 4.077.754,05
PA
2.095.794
18.639.432
106.528.828
-87.889.395,85
17,50 R$ 9.587.594,51
PB
997.219
17.185.816
50.688.460
-33.502.644,40
33,90 R$ 4.561.961,44
PE
2.340.619
35.295.552
118.973.238
-83.677.686,07
29,67 R$ 10.707.591,43
PI
827.679
11.966.832
42.070.773
-30.103.941,04
28,44 R$ 3.786.369,57
PR
2.861.805
24.936.768
145.465.028
-120.528.259,66
17,14 R$ 13.091.852,49
RJ
4.212.776
45.340.176
214.134.638
-168.794.461,89
21,17 R$ 19.272.117,41
RN
875.294
7.524.648
44.491.035
-36.966.386,83
16,91 R$ 4.004.193,13
RO
454.719
6.642.288
23.113.284
-16.470.996,07
28,74 R$ 2.080.195,57
RR
124.379
2.649.600
6.322.162
-3.672.561,95
41,91 R$ 568.994,58
RS
2.832.454
26.898.552
143.973.122
-117.074.569,67
18,68 R$ 12.957.580,95
SC
1.787.094
18.473.696
90.837.663
-72.363.967,00
20,34 R$ 8.175.389,67
SE
563.396
15.226.920
28.637.316
-13.410.396,21
53,17 R$ 2.577.358,46
SP
11.427.898
114.550.098
580.877.977
-466.327.878,91
19,72 R$ 52.279.017,92
TO
384.054
9.463.128
19.521.395
-10.058.266,97
48,48 R$ 1.756.925,55
2.650.622.271,70
2.046.696.527,70
Eventos Ministério Total
6.480.720 52.146.995
610.406.464
23,03 R$ 238.556.004,45
Cenário 2 UF
População 15-49 anos
AC
195.666
5.091.696
8.976.035
-3.884.338,94
% Distribuíd o/ Estimado 56,73
AL
813.124
13.456.072
37.301.470
-23.845.398,02
36,07
R$ 3.357.132,30
AM
951.771
22.661.856
43.661.800
-20.999.943,95
51,90
R$ 3.929.562,00
AP
185.655
4.649.616
8.516.788
-3.867.171,62
54,59
R$ 766.510,89
BA
3.826.635
41.346.792
175.544.088
-134.197.295,64
23,55
R$ 15.798.967,89
CE
2.281.506
23.618.736
104.662.423
-81.043.686,53
22,57
R$ 9.419.618,03
DF
736.541
11.138.240
33.788.281
-22.650.040,79
32,96
R$ 3.040.945,27
ES
980.091
12.473.568
44.960.959
-32.487.391,28
27,74
R$ 4.046.486,33
GO
1.713.033
10.910.520
78.584.139
-67.673.618,57
13,88
R$ 7.072.572,47
MA
1.727.809
39.897.166
79.261.977
-39.364.810,78
50,34
R$ 7.133.577,91
MG
5.378.216
43.458.552
246.721.734
-203.263.181,55
17,61
R$ 22.204.956,02
MS
680.394
8.778.600
31.212.578
-22.433.978,14
28,13
R$ 2.809.132,03
MT
891.374
11.650.824
40.891.132
-29.240.307,65
28,49
R$ 3.680.201,85
PA
2.095.794
18.639.432
96.143.020
-77.503.588,07
19,39
R$ 8.652.871,81
PB
997.219
17.185.816
45.746.694
-28.560.877,78
37,57
R$ 4.117.202,44
PE
2.340.619
35.295.552
107.374.188
-72.078.636,26
32,87
R$ 9.663.676,94
PI
827.679
11.966.832
37.969.170
-26.002.338,02
31,52
R$ 3.417.225,30
PR
2.861.805
24.936.768
131.283.216
-106.346.447,60
18,99
R$ 11.815.489,40
RJ
4.212.776
45.340.176
193.258.024
-147.917.848,18
23,46
R$ 17.393.222,18
RN
875.294
7.524.648
40.153.473
-32.628.825,39
18,74
R$ 3.613.812,61
RO
454.719
6.642.288
20.859.902
-14.217.614,23
31,84
R$ 1.877.391,20
Distribuição
Estimativa
Déficit
Valor Total Estimado para aquisição R$ 807.843,14
RR
124.379
2.649.600
5.705.796
-3.056.195,84
46,44
R$ 513.521,63
RS
2.832.454
26.898.552
129.936.760
-103.038.207,90
20,70
R$ 11.694.308,39
SC
1.787.094
18.473.696
81.981.633
-63.507.936,89
22,53
R$ 7.378.346,96
SE
563.396
15.226.920
25.845.380
-10.618.460,29
58,92
R$ 2.326.084,23
SP
11.427.898
114.550.098
524.246.480
-409.696.381,76
21,85
R$ 47.182.183,18
TO
384.054
9.463.128
17.618.197
-8.155.068,94
53,71
R$ 1.585.637,72
2.392.205.334,61
-1.788.279.590,61
25,52
R$ 215.298.480,11
Eventos Ministério Total
6.480.720 52.146.995
610.406.464
Cenário 3 % Distribuído/ Estimado
Valor Total Estimado para aquisição
UF
População 15-49 anos
AC
195.666
5.091.696
7.975.879
-2.884.182,58
63,84
R$ 717.829,07
AL
813.124
13.456.072
33.145.147
-19.689.074,81
40,60
R$ 2.983.063,21
AM
951.771
22.661.856
38.796.776
-16.134.919,80
58,41
R$ 3.491.709,82
AP
185.655
4.649.616
7.567.803
-2.918.186,98
61,44
R$ 681.102,27
BA
3.826.635
41.346.792
155.984.055
-114.637.263,15
26,51
R$ 14.038.564,96
CE
2.281.506
23.618.736
93.000.393
-69.381.656,70
25,40
R$ 8.370.035,34
DF
736.541
11.138.240
30.023.415
-18.885.175,34
37,10
R$ 2.702.107,38
ES
980.091
12.473.568
39.951.176
-27.477.608,06
31,22
R$ 3.595.605,85
GO
1.713.033
10.910.520
69.827.886
-58.917.366,37
15,62
R$ 6.284.509,77
MA
1.727.809
39.897.166
70.430.196
-30.533.030,33
56,65
R$ 6.338.717,67
MG
5.378.216
43.458.552
219.230.719
-175.772.166,67
19,82
R$ 19.730.764,68
MS
680.394
8.778.600
27.734.711
-18.956.110,84
31,65
R$ 2.496.123,98
MT
891.374
11.650.824
36.334.830
-24.684.005,73
32,07
R$ 3.270.134,68
PA
2.095.794
18.639.432
85.430.266
-66.790.834,25
21,82
R$ 7.688.723,96
PB
997.219
17.185.816
40.649.360
-23.463.543,94
42,28
R$ 3.658.442,39
PE
2.340.619
35.295.552
95.409.999
-60.114.447,43
36,99
R$ 8.586.899,95
PI
827.679
11.966.832
33.738.448
-21.771.616,21
35,47
R$ 3.036.460,34
PR
2.861.805
24.936.768
116.654.959
-91.718.190,98
21,38
R$ 10.498.946,31
RJ
4.212.776
45.340.176
171.724.213
-126.384.037,03
26,40
R$ 15.455.179,17
RN
875.294
7.524.648
35.679.365
-28.154.717,18
21,09
R$ 3.211.142,87
RO
454.719
6.642.288
18.535.584
-11.893.295,76
35,84
R$ 1.668.202,54
RR
124.379
2.649.600
5.070.026
-2.420.426,48
52,26
R$ 456.302,38
RS
2.832.454
26.898.552
115.458.532
-88.559.980,35
23,30
R$ 10.391.267,91
SC
1.787.094
18.473.696
72.846.814
-54.373.118,25
25,36
R$ 6.556.213,28
SE
563.396
15.226.920
22.965.554
-7.738.634,00
66,30
R$ 2.066.899,86
SP
11.427.898
114.550.098
465.832.219
-351.282.120,61
24,59
R$ 41.924.899,67
TO
384.054
9.463.128
15.655.086
-6.191.958,08
60,45
R$ 1.408.957,75
610.406.464 2.125.653.411,91
-1.521.727.667,91
28,72
R$ 191.308.807,07
Eventos Ministério Total
Distribuição
Estimativa
Déficit
6.480.720 52.146.995
Cenário 4 % Distribuído/ Estimado
Valor Total Estimado para aquisição
UF
População 15-49 anos
AC
195.666
5.091.696
7.006.246
-1.914.550,33
72,67
R$ 630.562,17
AL
813.124
13.456.072
29.115.672
-15.659.599,79
46,22
R$ 2.620.410,46
AM
951.771
22.661.856
34.080.229
-11.418.372,92
66,50
R$ 3.067.220,60
AP
185.655
4.649.616
6.647.781
-1.998.164,72
69,94
R$ 598.300,26
BA
3.826.635
41.346.792
137.020.982
-95.674.189,70
30,18
R$ 12.331.888,35
CE
2.281.506
23.618.736
81.694.280
-58.075.544,19
28,91
R$ 7.352.485,22
DF
736.541
11.138.240
26.373.451
-15.235.211,06
42,23
R$ 2.373.610,60
ES
980.091
12.473.568
35.094.288
-22.620.720,06
35,54
R$ 3.158.485,93
GO
1.713.033
10.910.520
61.338.869
-50.428.349,10
17,79
R$ 5.520.498,22
MA
1.727.809
39.897.166
61.867.956
-21.970.789,89
64,49
R$ 5.568.116,03
MG
5.378.216
43.458.552
192.578.711
-149.120.159,10
22,57
R$ 17.332.084,00
MS
680.394
8.778.600
24.362.986
-15.584.385,71
36,03
R$ 2.192.668,71
MT
891.374
11.650.824
31.917.583
-20.266.759,08
36,50
R$ 2.872.582,48
PA
2.095.794
18.639.432
75.044.458
-56.405.026,47
24,84
R$ 6.754.001,26
PB
997.219
17.185.816
35.707.593
-18.521.777,32
48,13
R$ 3.213.683,40
PE
2.340.619
35.295.552
83.810.950
-48.515.397,61
42,11
R$ 7.542.985,47
PI
827.679
11.966.832
29.636.845
-17.670.013,20
40,38
R$ 2.667.316,07
PR
2.861.805
24.936.768
102.473.147
-77.536.378,92
24,33
R$ 9.222.583,22
RJ
4.212.776
45.340.176
150.847.599
-105.507.423,32
30,06
R$ 13.576.283,94
RN
875.294
7.524.648
31.341.804
-23.817.155,74
24,01
R$ 2.820.762,34
RO
454.719
6.642.288
16.282.202
-9.639.913,93
40,79
R$ 1.465.398,17
RR
124.379
2.649.600
4.453.660
-1.804.060,38
59,49
R$ 400.829,43
RS
2.832.454
26.898.552
101.422.171
-74.523.618,58
26,52
R$ 9.127.995,35
SC
1.787.094
18.473.696
63.990.784
-45.517.088,14
28,87
R$ 5.759.170,57
SE
563.396
15.226.920
20.173.618
-4.946.698,08
75,48
R$ 1.815.625,63
SP
11.427.898
114.550.098
409.200.721
-294.650.623,46
27,99
R$ 36.828.064,93
TO
384.054
9.463.128
13.751.888
-4.288.760,04
68,81
R$ 1.237.669,92
1.867.236.474,82
-1.263.310.730,82
32,69
R$ 168.051.282,73
Eventos Ministério Total
Distribuição
Estimativa
Déficit
6.480.720 52.146.995
610.406.464
6 – Recomendações
Corrigir as distorções atuais na distribuição de preservativos para os estados, considerando as informações de base populacional;
Aprimorar estimativas de necessidades e capacidade de distribuição e armazenamento, tomando como base este estudo;
Facilitar a distribuição de preservativos para OSC expandindo a distribuição para além da existência de projetos;
Reforçar a importância da distribuição de preservativo para as OSC que lidem com populações-chave;
Incluir no sistema a informação das perdas (prazo de validade, problemas no armazenamento);
Induzir formas alternativas e não burocráticas na dispensação do preservativo;
Inclusão no planejamento de ações de fortalecimento de boas práticas de dispensação de preservativo nos serviços de saúde e OSC (fomento das boas práticas de armazenamento, de controle de estoque, de registro de problemas com lote – mecanismos de controle de qualidade);
Incluir no planejamento atividades constantes para atender a rotatividade de profissionais, especialmente de facilitadores;
Reforçar a participação de coordenadores/responsáveis pelas ações de prevenção nas instâncias colegiadas estaduais e municipais;
Promover o acesso e difundir informações para a população em geral e grupos populacionais mais vulneráveis, através de mídias alternativas e redes sociais;
Induzir mecanismos que facilitem a compra de preservativos por estados e municípios a través de adesão as atas de preço nacional;
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