O PROFETA AMÓS

August 17, 2017 | Autor: Oduvaldo Goes | Categoria: Religion
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O PROFETA AMÓS

INTRODUÇÃO

O profeta Amós exerceu o seu ministério em Israel no século VIII a.C.,
e foi contemporâneo de Jonas e Oséias. Ele revela quatro fatos importantes
a respeito de si mesmo em 1.1:
(1) Era boieiro e cultivador de sicômoros em Tecoa, aldeia de Judá,
situada a cerca de 20 km ao sul de Jerusalém (ver 7.14).
(2) Ele "via" suas mensagens (i.e., tinha visões proféticas; cf.
7.1,4,7; 8.1,2; 9.1) a respeito de Israel, o Reino do Norte. Embora fosse
leigo e não tivesse o status de profeta, nem por isso deixou de ser chamado
por Deus para profetizar à rebelde Israel (cf.7.14,15). Seu nome significa
"carregado" ou "carregador de fardos".
(3) O ministério de Amós, em Israel, foi desempenhado durante o
reinado de Uzias, em Judá, e Jeroboão II, em Samaria. O reinado de ambos
coincide com o período que vai de 767 - 753 a.C. O mais provável é que Amós
tenha profetizado entre 760-755 a.C.
(4) Ele profetizou durante os dois anos que antecederam o terremoto. A
arqueologia apresenta diversas evidências que provam a ocorrência de um
terremoto de grandes proporções, nesse período, em várias localidades de
Israel, inclusive Samaria. Passados duzentos anos, Zacarias faria menção ao
mesmo terremoto (Zc 14.5), fornecendo-nos mais um indício da enormidade da
catástrofe. A referência ao cataclismo por Amós sugere que o profeta o
considerava uma confirmação da sua mensagem e ministério proféticos em
Israel (cf. 9.1).
Durante o ministério de Amós, o Reino do Norte achava-se em seu apogeu
quanto à expansão territorial, à paz política e à prosperidade nacional.
Internamente, porém, estava podre. A idolatria encontrava-se em voga. A
sociedade esbanjavase à procura dos prazeres. A hipocrisia e a imoralidade
grassavam. O sistema judiciário corrompia-se cada vez mais, e a opressão
aos pobres tornara-se lugarcomum. Obedecendo à vocação do Deus de Israel,
Amós proclama corajosamente a sua mensagem centrada na justiça, retidão e
retribuição divina. Mas o povo, infelizmente, não queria ouvir o que o
Senhor tinha a dizer-lhe.
1. SITUAÇÃO POLÍTICA, ECONÔMICA E ESPIRITUAL DE ISRAEL

Uzias de Judá e Jerobõao II, de Israel (ambos reinaram no mesmo
período), desfrutaram da paz e prosperidade. Os inimigos militares estavam
quietos ou haviam sido esmagados. A Assíria havia derrotado a Síria,
permitindo que Jeroboão II ampliasse suas fronteiras (II Rs. 14.25). O
comercio trouxe novo surto de riquezas. Tanto Judá (ao sul), quanto Israel,
ao norte, cresceram, e o reino de Israel combinado com o de Judá chegou a
Ter quase as mesmas dimensões que tiver na época de Davi e Salomão, a era
áurea de Israel. Embora a Assíria tivesse se tornado uma ameaça militar,
sob o governo de Tiglate-Pileser III (745-727 a. ),qualquer ameaça vinda
daquela direção parecia remota àqueles que descansavam na prosperidade de
Israel.
Sucedeu que a prosperidade material como é usual, provocou suas
corrupções sociais e religiosas. A vida fácil estava debilitando moralmente
o povo (Am. 2.6-8; 5.11,12). Amós sentiu ser necessário denunciar a vida de
luxo, a idolatria e a depravação moral do povo, advertindo sobre o
julgamento e o cativeiro final. A adoração do Baal cananeu foi adotado no
culto de Israel. A prostituição ritual fazia parte desse culto. Alcoolismo,
violência, grosseria, sensualidade e idolatria eram constantes. Israel
participava dessa corrupção (Am. 4.4,5 e 5.5), corrompendo totalmente o
ideal do monoteísmo. A degradação geral degenerou para a injustiça
judicial, onde os ricos exploravam os pobres, produzindo um virtual estado
escravocrata.
A opressão contra os pobres era intensa (Am. 2.6 ss.), os famintos
eram deixados famintos (Am.2.6 e 8.6), os agiotas exploravam suas vitimas
(Am. 5.11ss. e 8.4-6). A religião não era negligenciada, mas havia sido
pervertida (Am.3.4;4.4 e 7.9). O julgamento divino era iminente.
2. A PESSOA DO PROFETA

Amós nasceu em Tecoa, aldeia a dez quilômetros ao sul de Belém. Era
pastor sem treinamento teológico, acerca de quem nada sabemos até o momento
de sua chamada. Também trabalhava como cultivador de sicômoros (Am. 7.14).
Migrava em certo período do ano para o território mais fértil de Efraim,
onde trabalhava com os sicômoros. Portanto era um leigo, humilde e
seminômade, e não um membro da classe profética, tendo-se recusado a ser
chamado de profeta, embora admitindo Ter sido forçado a entrar no
ministério profético, por comissão divina.
Em uma série de visões, provavelmente no fim da primavera ou verão de
751 ou 750 a.C. , ele recebeu sua espantosa mensagem concernente a
deportação do povo de Israel. Foi acusado de conspiração contra Jeroboão e
foi ameaçado por Amazias, sumo sacerdote de Betel. Após Ter cumprido sua
missão, Amós retornou a Judá. Permanecem desconhecidos o tempo e a maneira
de sua morte, bem como quaisquer detalhes subsequentes de sua vida.
3. A MENSAGEM DO PROFETA

a) O conceito de Deus. Amós tinha um elevado conceito de Deus, Deus é
o criador (4.13), além de ser o sustentador da criação (4.8; 9.6). Deus
julga e castiga o pecado sob a forma de fome (4.6-11), ou confere a
abundância (9.13). Deus controla os destinos dos povos (1.5). Ele é o Juiz
e determinado das leis morais, considerando os homens responsáveis por seus
atos (1.3-2.3).
b) A lei moral. Amós deixou claro que nenhuma formalidade, rito
cerimonia, festividade ou qualquer outro fator, pode substituir a
moralidade básicas. Se os homens não seguirem as implicações dessa verdade,
terão de enfrentar o julgamento (5.27). Deus ameaça os ímpios (9.1). Ele
denuncia a injustiça social (2.6-8; 4.1ss. e 6.1ss.) .
c) Arrependimento. Esse é o objetivo colimado das profecias
condenatórias (5.4,11,15,24).
d) O julgamento não é a palavra final. O profeta encerra com uma
promessa de dias mais brilhantes (9. 11-150, dizendo que essa será a obra
divina no futuro. Contudo a profecia de Amós foi rejeitada. E suas ameaças
tiveram cumprimento cerca de cinqüenta anos depois.
4. MENSAGEM CONTEMPORÂNEA

Ao lermos o livro de Amós, podemos observar que a conduta do povo
israelita não é muito diferente da sociedade em que vivemos hoje. Podemos
começar com a extravagância da alta sociedade, com suas festas, roupas e
carros luxuosos, enquanto há pessoas que não tem o que comer. Pessoas
prejudicam outras por estarem numa posição superior. Outros em busca de
lucros em seus negócios, exploram sem escrúpulos seus empregados, parentes,
irmãos e vizinhos. Hoje existe a auto-suficiência, ou seja, um viver sem a
ajuda de Deus. Vemos também nos países onde existem guerras pessoas são
torturadas sem piedade. É tão comum as promessas não serem cumpridas
principalmente dos nossos governantes.
Todas essas praticas são resultado de uma religião formalista, a
maioria das pessoas dizem ser cristãs, mas só o são dentro das quatro
paredes do templo. Oferecem seu culto, fazem suas orações, cantam, mas não
passa disso. O que Deus quer é misericórdia e não sacrifícios.
CONCLUSÃO

Ao lermos o livro de Amós vemos o reflexo de nossa sociedade. A
injustiça social, explorarão da mão de obra etc. O egocentrismo e a
indiferença são atacada nesse livro.
Não podemos nos esquecer que Deus nos tirou do mundo, para não cairmos
no mesmo erro de Israel e consequentemente sermos condenados. Devemos
crescer na graça e no conhecimento como diz Pedro em II Pe. 3.18.
BIBLIOGRAFIA
SCHULTZ, Samuel J. A história de Israel no Antigo Testamento Ed. Vida
Nova SP 1. Edição
CHAMPLIM, Russel Normam. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia
Ed.Candeia 3. Edição 1995 São Paulo
RAMPIM, José Domingos . Apostila Profetas Exílicos e Pós Exílicos
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