O projeto visual-gráfico das editoras universitárias públicas: estudos de caso da Edusp e da Editora Unesp

June 3, 2017 | Autor: Luís Ribeiro | Categoria: Pierre Bourdieu, Editorial Design, Editoração
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O projeto visual-gráfico das editoras universitárias públicas: estudos de caso da Edusp e da Editora Unesp

Relatório Final de Pesquisa PIBIC 2015

Luís Guilherme Marques Ribeiro Orientadora: Marisa M. Deaecto

Universidade de São Paulo Agosto de 2015

INTRODUÇÃO As editoras universitárias brasileiras, surgidas na década de 1960, passaram por um processo de expansão e profissionalização a partir da década de 1990. Atualmente algumas dessas editoras atingiram tal nível de qualidade na produção editorial que chegam a competir com grandes editoras privadas nos mais importantes prêmios do mercado de livros. Por outro lado, a maioria das editoras universitárias, infelizmente, ainda não emprega métodos comerciais modernos, devido a problemas tanto estruturais quanto orçamentários. (HALLEWELL, 2012, pp. 698-702) Hallewell (2012, p. 701) assinala a profissionalização da Edusp, iniciada sob a direção de João Alexandre Barbosa, como um exemplo que influenciou outras editoras universitárias, tanto as mais antigas quanto as que surgiram a partir da década de 1990. Uma mudança importante diz respeito ao tratamento visual-gráfico das edições acadêmicas, que até então eram vistas como sinônimo de edições malfeitas e malcuidadas. "Nesse aspecto, quando a Edusp passou a editar com apuro estético suas obras científicas, acabou interferindo fortemente nesse segmento do mercado editorial, mostrando que até mesmo temas áridos podiam receber um tratamento de estilo que tornavam o livro mais agradável e palatável." (MARTINS FILHO, 2001, p. 91) A presente investigação se apoia na análise feita por Bufrem (2001, p. 121), que considera "inadiável a avaliação das atividades editoriais dentro das instituições de ensino superior". A autora, que se vale da noção de campo de produção cultural de Bourdieu, chama a atenção para o fato de que ainda "não se conseguiu aferir o grau de importância que essa atividade [a editoração universitária] vem ganhando pela carência de dados descritivos de sua atuação como, por exemplo, [...] como projetar condições para a melhoria de qualidade do produto editorial universitário." (BUFREM, 2001, p. 121) Discorrendo sobre os argumentos contra a adoção de normas rígidas na produção editorial, a autora aponta um caminho para pesquisas futuras: "Argumenta-se que a produção gráfica envolve criatividade e produção de sentido na construção do livro,

elementos incompatíveis com a rigidez de normas. O aspecto estético deve prevalecer sobre o pragmático. Uma análise aprofundada da questão poderia envolver perspectivas variadas, multidisciplinares e enriquecedoras." (BUFREM, 2001, p. 252)

METODOLOGIA A presente pesquisa se propõe a esta análise multidisciplinar, levando em conta a relevância acadêmica do tema e sua potencial aplicabilidade prática. Para este fim, divide-se em duas etapas, uma de caráter teórico e outra de caráter prático, consistindo em: a) uma revisão ampla e um estudo crítico sobre a literatura especializada, que analisa em termos teóricos quais os indicativos da qualidade visual-gráfica ditados pelos agentes consagradores do campo, comparando as perspectivas de cada autor para que sejam identificadas as marcas distintivas culturalmente pertinentes envolvidas do jogo de representação simbólica; e b) um levantamento substancial de material, por meio da análise dos catálogos impressos e de mais de 50 edições de duas editoras, Edusp e Editora Unesp, pareando duas diferentes épocas das duas instituições, de 1990 a 2015, a fim de criar um panorama histórico e comparativo, para que sejam evidenciadas as simetrias e as diferenças existentes.

ETAPAS DA PESQUISA Etapa teórica 1.1) Hipótese 1.2) Revisão da literatura: o conceito de qualidade visual-gráfica 1.2.1) Cada autor em linhas gerais 1.2.2) Comparando as perspectivas: pontos em comum 1.3) Propondo um modelo de análise do projeto visual-gráfico.

Etapa prática 2.1) Análise dos catálogos: panorama editorial 2.2) Visita aos acervos: critérios para o recorte do objeto. 2.3) Análise das obras. Conclusão

HIPÓTESE CENTRAL As editoras universitárias públicas do estado de São Paulo têm apresentado uma notável evolução na qualidade de suas publicações nas duas últimas décadas, sobretudo no que diz respeito à sua apresentação física. O tratamento visual-gráfico das publicações evidencia a busca por legitimidade cultural da editoração universitária como um subcampo cada vez mais autônomo dentro do campo editorial. Um estudo sobre os estilos, técnicas e recursos tipográficos, visuais e gráficos de tais publicações pretende evidenciar a presença das distinções culturalmente pertinentes que conferem às editoras universitárias um valor simbólico específico dentro de seu campo. Uma análise das duas maiores editoras universitárias públicas paulistas, Editora Unesp e Edusp, abrangendo o período de 1990 a 2015, pode fornecer elementos para uma abordagem comparativa e um panorama histórico, confirmando ou negando as hipóteses da existência de uma competição pela legitimidade cultural e de uma evolução nas últimas décadas. A pesquisa pretende fornecer dados que projetem condições para a melhoria de qualidade do produto editorial universitário e preencham a lacuna existente na bibliografia sobre o tema.

REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA Um estudo comparativo entre quatro autores, consagrados em suas abordagens sobre design editorial e tipografia (ARAÚJO, BRINGHURST, HENDEL e HASLAM), pretende fornecer elementos para que se estabeleça em termos teóricos em que consiste a "qualidade visual-gráfica" que se pretende estudar. O estabelecimento dos termos teóricos não consiste em levantamento descritivo sobre as características visuais das publicações, visando a averiguar o enquadramento ou não dentro de padrões mínimos de qualidade visual e funcionalidade. Tal procedimento seria redundante, uma vez que a pesquisa parte da ideia de que as editoras analisadas têm alto padrão visual-gráfico. O objetivo, portanto, não é apenas averiguar se foram desenvolvidos projetos gráficos de boa qualidade, mas investigar quais as abordagens, as técnicas, os estilos e os recursos reconhecidos pelo campo do design editorial que foram empregados. Para este fim, é necessário reconhecer em que consistem especificamente essas técnicas e os estilos, para que seja possível investigar se são dotados de valor na economia específica do campo da editoração e se tais marcas de distinção são "reconhecidas pelo campo como culturalmente pertinentes e, portanto, suscetíveis de serem percebidas e reconhecidas como tais" (BOURDIEU, p 109). É unânime entre os autores consultados considerar o princípio da legibilidade como o mais fundamental e necessário dos preceitos a serem observados em qualquer projeto gráfico (exceto livros conceituais, que não fazem parte do objeto da pesquisa). Portanto as recomendações que concernem aos princípios elementares da legibilidade foram ignoradas no presente estudo — salvo quando guardam íntima relação com outros elementos visuais. Tal exclusão visa a evitar a reiteração do óbvio, uma vez que todas as obras analisadas têm ótima legibilidade e obedecem aos considerados "princípios elementares" da tipografia. Desta feita, procurou-se extrair de cada obra consultada os pontos em que se aborda a questão da definição de padrões de qualidade visual-gráfica: em que consiste o design de livro? Por que é importante um planejamento visual? O que é um bom design de

livro? Existe um conjunto de regras aceitas unanimemente? Procurar as respostas de cada autor a essas perguntas pretende fornecer um contexto que viabilize o estudo.

Cada autor em linhas gerais

Emanuel Araújo Pioneiro na abordagem do tema da editoração no Brasil (junto com Elementos de bibliologia, de Antonio Houaiss, ao qual complementa), A construção do livro aborda todas as etapas que envolvem o processo de produção editorial em seus pormenores técnicos, da avaliação do original à arte final, dando um enfoque sobretudo historiográfico. Araújo trata do projeto gráfico e do projeto visual em dois capítulos distintos, apesar de afirmar que constituem uma unidade: "a perspectiva e o fim de ambos residem justamente na busca da harmonia entre forma e conteúdo" (ARAÚJO, 373). O projeto gráfico abrangeria a escolha consciente do tipo, do sistema de composição, do papel e o cálculo do número de páginas, enquanto no âmbito do projeto visual estariam a atenção à legibilidade, a organização da página (formatos e diagrama), a estrutura do livro (das pré às extratextuais) e a arte final. De acordo com o autor, o projeto gráfico envolve "a criação e aplicação de conceitos visuais, associados à identidade de cada livro", e nesse sentido o papel do design seria fundamental, "ao fazer da união entre o texto e a imagem uma fonte adicional de informação e expressão". A linguagem do design envolveria a reflexão, o bom gosto e a análise de suportes, "levando em conta tanto questões técnicas quanto a função estética dos elementos envolvidos", fazendo de cada livro um objeto singular, da capa ao miolo (ARAÚJO, p 277). Ao iniciar o capítulo que trata do projeto visual, Araújo afirma que este deve promover uma "comunicação imediata, cômoda e visualmente agradável entre o autor

e seus leitores", portanto, compete ao artista gráfico "dar forma coerente e imprimir sentido a elementos dispersos sobre um dado espaço". Em seguida, justifica: "O que nós vemos influencia como e o que entendemos. A informação visual comunica de modo não verbal, por meio de sinais e convenções que podem motivar, dirigir ou mesmo distrair o olhar do leitor, e todos os elementos visuais influenciam uns aos outros. Por isso, o projeto visual de um livro é uma ferramenta importante para a comunicação e não apenas um elemento decorativo. O modo como se organiza a informação numa página pode fazer a diferença entre comunicar uma mensagem ou deixar um usuário confuso" (ARAUJO, p 374).

No que concerne à escolha do estilo dos tipos, o autor recomenda que deve ser escolhido "um desenho de letra que corresponda, por assim dizer, ao conteúdo, ao espírito, à forma de apresentação do texto", lembrando que "se trata de uma decisão subjetiva" (ARAÚJO, p 295). Antes mesmo da preocupação estética, a fonte deve "atender à condição básica e vital de sua legibilidade", sendo fiel ao axioma máximo de que não deve "cansar a vista" (ARAÚJO, p 324). Discorrendo sobre o esquema construtivo da página, Araújo (p 389) preconiza que uma diagramação é boa ou má dependendo da "manipulação dos espaços brancos" e da capacidade de encontrar o "equilíbrio entre os elementos que devem conformar a página". Última etapa da organização da página, a diagramação consiste em dar forma ao projeto visual. Para tanto, o diagramador "deve ter sensibilidade estética e perfeito domínio técnico para organizar a página segundo a natureza do texto", combinando proporções entre mancha e página e conferindo dinâmica entre os elementos (ARAÚJO, p 395).

Robert Bringhurst Obra considerada referência indispensável a tipógrafos e designers editoriais, Elementos do estilo tipográfico concebe a tipografia como um estilo: não de um estilo em particular, mas a "capacidade de mover-se por todo o domínio da tipografia e agir a cada passo de maneira graciosa e vital, sem ser banal". Nesse sentido, o autor considera que tem estilo a tipografia que "responde a novas condições com soluções

inovadoras e que não irrita o leitor com sua própria originalidade, na busca vaidosa do aplauso" (BRINGHURST, p 25). A partir dessa noção ampla, o autor pretende fornecer as informações históricas e técnicas necessárias para que o designer/tipógrafo atinja uma "liberdade instrumental e, sobretudo, intelectual", diferenciando a obra de outros manuais de estilo e compêndios históricos sobre o tema (STOLARSKI, Apresentação à edição brasileira, p 9). No prefácio, o autor delimita o campo específico que sua obra pretende abranger, afirmando não ser "nem um manual de estilo editorial nem um livro de textos sobre design, embora fale de ambos" (p 17). As considerações sobre o projeto visual do livro como um todo são feitas primordialmente no âmbito de sua dimensão tipográfica: a estrutura interna do tipo, a história dos estilos tipográficos, a relação do tipo com o conteúdo, os princípios de espacejamento, comprimento de linha, parágrafos, tamanhos, contrastes, aberturas, títulos, subtítulos, tabelas, caracteres especiais, formas e proporções da tipografia na página, princípios de edição de fontes digitais e comentários pontuais sobre diversas fontes. Ainda no prefácio, Bringhurst esclarece que, se existe algum sentido na tipografia, ele é "visual e histórico", e que seus princípios "não são um conjunto de convenções mortas, mas costumes tribais de uma floresta encantada, onde vozes ancestrais ressoam em toda direção e onde vozes novas passam, indo em direções e formas das quais não há registro". Por meio desta imagem, que considera os princípios da tipografia como "costumes tribais", as tradições tipográficas como "vozes ancestrais" e as inovações como "vozes novas", o autor assume uma postura ambígua de apresentar regras e deixar o leitor livre para quebrá-las, pondo em questão sua própria autoridade: "Que razão e autoridade possuem estes mandamentos, sugestões e instruções?" (p 15). No primeiro capítulo (O projeto maior), Bringhurst expõe o que ele considera os primeiros princípios da tipografia e propõe uma "tática" para o profissional começar a projetar o design, esquadrinhando de forma clara e sucinta os princípios básicos que devem nortear o trabalho do tipógrafo/designer. O autor reitera que o designer deve conhecer o texto com que está trabalhando, para que possa descobrir "a lógica externa da tipografia na lógica interna do texto", fazendo com que a performance tipográfica

cumpra seu papel de revelar o conteúdo, não substitui-lo. A função do designer é "interpretar e comunicar o texto", pois o tom, o andamento, a estrutura lógica, e a dimensão física do texto determinam as possibilidades de sua forma tipográfica. Portanto, a interpretação propriamente tipográfica, que deve ser feita com "sensibilidade e inteligência", pode começar apenas após o designer ler, entender, analisar e mapear o texto. As escolhas referentes à forma da página e à emolduração da mancha tipográfica devem ser feitas "de modo a revelar e honrar a cada elemento, cada relação entre os elementos e cada nuança lógica do texto" (BRINGHURST, pp 26 - 29). À guisa de propor um sumário com princípios básicos, autor afirma que a tipografia deveria honrar tanto o texto do autor quanto a tradição da própria tipografia, prestando ao leitor os seguintes serviços: a) convidá-lo à leitura, b) revelar o teor e o significado do texto, c) tornar clara a estrutura e a ordem do texto; d) conectar o texto a outros elementos existentes; e) induzir a um estado de repouso energético, que é a condição ideal de leitura". (BRINGHURST, p 31).

Andrew Haslam Andrew Haslam apresenta O livro e o designer II no formato de um guia prático para designers editoriais, definindo o designer como aquele que seleciona o formato e o acabamento do livro, planeja a grade, a tipografia e o estilo de layout da página (HASLAM, p 16). Haslam aborda, do macro ao micro, os elementos do que ele chama de "A paleta do designer de livros" (unidade II) e as relações entre "Tipografia e imagem" (unidade III), em oito capítulos: Formato, Grades, Paleta tipográfica, Tipo, A estrutura editorial, Comunicando por meio da imagem, Layout e Capas e sobrecapas. São dadas instruções técnicas e elementos conceituais sobre convenções e usos, analisando os diversos tipos de grade, módulos, sistemas de medida, colunas,

parágrafos, alinhamento, justificação, entrelinha, entreletra, hifenização, tamanhos e estilos de fonte, hierarquia visual, relação entre texto e imagem, representações gráficas, diagramas, símbolos, tabelas, layouts baseados em textos ou baseados em imagens, diferentes abordagens para o layout de capas e estilos de lombadas e sobrecapas. Tratando de forma abrangente o design de livros, o autor considera-o como "uma mistura de decisões racionais e conscientes", passíveis de análise, e "decisões subconscientes [...] que derivam da experiência e da criatividade do designer", e portanto de difícil análise. Essa dificuldade seria devida à existência de um "'fator 'x' indefinível", cujo exame significa arriscar-se a destruí-lo. A postura do autor é de colocar a técnicas como ferramenta para a criatividade do designer, o que impossibilita a redução do design de livros a um conjunto de normas técnicas que devam ser seguidas para que seja atingido um determinado fim. As deliberações sobre o planejamento visual envolvem a subjetividade do designer, uma vez que "o subconsciente tem influência sobre o layout de uma página", e as decisões do profissional são pautadas muito mais por "experiência ou instinto" do que por deliberações meramente técnicas (p 23). Haslam afirma que o design de um livro parte de diferentes abordagens, podendo ser classificadas em quatro grandes categorias: a) documentação, b) análise, c) expressão e d) conceito. Essas abordagens não são mutuamente excludentes, mas geralmente um desses aspectos predominaria. A documentação é o ponto de partida de todo livro, mas por vezes ao design fica reservada a tarefa de reunião, organização e curadoria da informação e dos documentos, com o mínimo de intervenção, como é o caso de fotorreportagens e reproduções fac-similares. O pensamento analítico também está presente em todo livro, uma vez que busca encontrar a estrutura de um conteúdo e reforçá-la visualmente por meio do sequenciamento e hierarquização, como acontece predominantemente em publicações que lidam com informações factuais complexas contendo mapas, gráficos, diagramas, tabelas e referências cruzadas. A abordagem expressiva é motivada pela visualização de emoções, e portanto é pautada pela subjetividade, pelo simbolismo, pelo lirismo e pela intuição; é a abordagem utilizada em muitos designs de capa, mas que quando permeiam o design do miolo, criam uma "tensão entre a necessidade de respeitar o texto original do autor e as ideias

individuais do designer", conferindo ao designer um papel de coautor. Já a abordagem conceitual procura o "conceito-base que retém em si a mensagem" e tem um caráter sintético por resumir em uma ideia gráfica algum conceito mais amplo. Essa é uma abordagem comum em coleções: uma ideia gráfica serve de linha mestra para dar coerência visual aos títulos da coleção. (HASLAM, pp 25-27) No capítulo 10, Layout, Haslam (p 140) define o processo de execução do layout de um livro como o trabalho em que "o designer tem que tomar decisões sobre o posicionamento exato de todos os elementos da página". Para o autor, os dois pólos são o texto e a imagem, e é o equilíbrio entre esses dois princípios que orienta o estabelecimento dos vários modelos de layout de página. Desse modo, são dois os modelos principais: layouts baseados em textos — livros para serem lidos, "organizados em torno de uma sequência de leitura" — e layouts baseados em imagens — livros para serem vistos, "determinados pelas considerações relativas à composição, derivadas da produção de imagens". O modelo baseado no texto necessariamente pressupõe uma linearidade e uma ordem de leitura (da esquerda para a direita, do topo ao pé da página), o que não ocorre necessariamente no layout baseado em imagens (HASLAM, pp 140-148). O livro e o designer II é a única obra, dentre as consultadas, que dedica uma seção à questão da capa no projeto do livro. Haslam entende que a capa tem a dupla função de proteger as páginas e indicar o conteúdo do texto, funcionando como um "elemento de sedução para que o livro seja aberto e/ou comprado" (HASLAM, p 160). Pensando no livro como um objeto de design, o autor considera o poder publicitário da primeira capa, a função de "etiqueta" que a lombada exerce em uma estante e a relevância da quarta capa, devido à sinopse, na compra do livro, apesar da sua importância visual secundária. Considerando que "os múltiplos estilos de capa refletem o amplo espectro do público leitor", o autor examina as diversas abordagens às capas, primeiro enquanto projetos que reforçam a marca e promovem o título, e depois classifica a aplicação, conforme a tipologia supracitada:

documental, conceitual e expressiva. A documental

simplesmente "registra aquilo que o livro contém", com um título tipográfico ou uma imagem extraída do conteúdo, podendo captar e refletir o layout do miolo. As capas

conceituais são as que representam o conteúdo "por meio de uma alegoria visual, um trocadilho ou um paradoxo, fazendo uma fusão inteligente e divertida entre a imagem e o título". Já as capas expressionistas não têm como objetivo fazer um "sumário visual", mas "evocar o conteúdo, dar dicas sobre o que se esconde por trás da capa, intrigando o leitor", por meio de ilustrações, desenhos, fotografias ou imagens de peças de arte interessantes que remetam a algum elemento da história ou sugiram o "clima emocional do texto" (HASLAM, pp 162-165).

Richard Hendel Em O Design do Livro, Hendel reúne exemplos de projetos de livro de oito designers editoriais, retratando as etapas do processo criativo, os princípios norteadores e as dificuldades pontuais de cada projeto. Segundo o autor, sua obra pretende abordar "a maneira como os designers conceituam a aparência que um livro deve ter, e como executam de fato seu trabalho" (HENDEL, p 2). No prefácio (p xi), afirma não possuir "qualquer filosofia de design" ou qualquer "teoria sobre tipografia", e que sua obra "não é uma história do design de livro nem um guia de tipografia", e sim "um livro sobre a maneira como é feito o design dos livros", ou seja, uma reflexão sobre os processos que envolvem o desenvolvimento de um projeto visual, a partir de estudos de caso. Apesar de admitir que os manuais de instruções têm um inestimável valor, por explicarem detalhadamente os métodos e técnicas, o autor diz não pretender escrever um destes, argumentando que manuais dão fórmulas e receitas, e "o design de livro é complicado, sobretudo porque não há uma maneira única de proceder". Afirma não conhecer uma "filosofia universal do design", e que cada trabalho segue uma lógica única. Nem toda quebra de regras é aceitável, mas há "muitas maneiras de pensar sobre o design de livro e sobre tipografia" (pp xi-xii, Prefácio). Dentre os autores consultados, Hendel é quem fornece um contexto mais amplo e mais elementos para a discussão sobre as questões que envolvem a definição de um "padrão de qualidade" visual-gráfico. Seus argumentos centrais sobre o design de

livros são a noção de invisibilidade do design, sua tradição própria apoiada em convenções e o fato de o bom design importar mais aos designers que aos leitores. Na introdução e no primeiro capítulo (Parecendo com livros), Hendel faz considerações sobre o papel do design de livros na atualidade, problematiza a autoridade das tradições do campo do design editorial, questiona os fins aos quais um bom design se presta e discute o fato de que as possibilidades mais criativas e adequadas não podem ser pautadas por regras e teorias rígidas. No segundo capítulo (O design começa aqui) é fornecido um panorama sobre "alguns problemas com que os designers têm de lidar em seu trabalho" (p 33), onde são apresentados os elementos técnicos básicos que norteiam a escolha do formato do livro, das margens, do tipo do texto e de detalhes como estilos de parágrafo, usos de versalete, travessão, títulos correntes etc. O terceiro capítulo (Como os designers trabalham) dedica-se a relatar depoimentos e estudos de caso de oito designers editoriais consagrados na área, que apresentam pontos de vista e métodos diversos (em razão desta pluralidade de vozes autorais, o conteúdo do terceiro capítulo foge do escopo do presente estudo). "Se a impressão é a arte negra, o design de livro pode ser a arte invisível" (p 1): com esta frase Hendel apresenta uma noção que permeia toda sua argumentação. Devido à ubiquidade do livro — à frequência com que lemos e à eficiência dos livros em em transmitir as informações —, raramente pensamos sobre seu design. O projeto do livro não é alvo de atenção para o leitor comum, e passa a sê-lo na medida em que este tem consciência do design em geral ou do design de algum livro em particular. Hendel deixa clara esta ideia quando afirma que as escolhas do designer causam, em quem lê, um efeito que pode ser "radical ou sutil, mas normalmente está fora da capacidade do leitor descrevê-lo" (p 11). Ou seja, por estarem para além da percepção comum, as decisões sobre o projeto gráfico são percebidas enquanto tais apenas entre os próprios agentes do campo do design. É a partir dessa noção que o autor diz que o design de livro é "uma arte que tem suas próprias tradições e um corpo relativamente pequeno de regras aceitas", além de ser "diferente de todos os outros tipos de design gráfico", justamente por partir da premissa de que não deve haver nenhum elemento que se coloque entre o autor e o leitor. Não pode ser um design que chama a atenção para si mesmo e "se deleita com

sua própria engenhosidade", mas deve, ao contrário, pôr-se a serviço das palavras. Quando afirma que "o projeto da capa é um problema tão diferenciado do design do miolo que se precisaria de um livro exclusivo para analisá-lo", o autor limita a noção de "design do livro" tão-somente ao design do miolo, atribuindo ao conjunto da capa, quarta-capa e lombada um valor completamente diferente, inerente a outro tipo de design gráfico. (HENDEL, pp 1-5) A tipografia estaria totalmente apoiada em tradições e convenções, que fornecem pontos de partida úteis. O profissional da área deveria conhecer as regras e saber quando aplicá-las, pois segui-las cegamente resultaria em "deselegâncias visuais". É necessário ter em vista que o design de livros "não é uma dessas artes que permitem uma criatividade infinita e irrestrita", e as novidades que fogem do esperado devem necessariamente "acrescentar algum nível de sentido ao texto", pois de outra forma seriam apenas "uma fraca desculpa para o excêntrico". É diante desta relação dialética entre tradição e novidade que o autor propõe três abordagens principais para fazer design: a) neutra, que não sugere época nem lugar, b) alusiva, que dá propositadamente o sabor de um tempo passado e c) nova, que apresenta o texto de forma única. (HENDEL, pp 9-12) Na seção As Verdades Efêmeras, Hendel põe em cheque as regras e convenções que são normalmente consideradas verdades absolutas no design editorial, questionando quais são as regras e quem tem autoridade para ditá-las, em um mundo intelectual revisionista e em constante mudança. Apesar destas regras tradicionais terem — ou algum dia terem tido — sua validade e utilidade, é preciso considerar que as modas e os gostos mudam, e portanto as regras aceitas precisam de um reexame, pois "não são obsoletas, mas tampouco são absolutas". Outro fator que põe em questão as regras é a necessidade de que o projeto "parta das palavras do autor, e não de uma teoria abstrata", ou seja, é preciso considerar as peculiaridades de cada texto, de modo que as convenções não limitem o projeto. Algumas editoras pequenas seriam famosas por conta do bom design, pois "têm um estilo — uma atitude consciente para com o design — para todos os livros, em vez de um formato rígido". Apesar de a atenção às tradições ser a base do design de livro, o autor alerta que "a maneira como essas tradições devem ser observadas, ou mesmo se devem ser observadas, depende do livro a ser projetado" (Ibidem, pp. 24 - 30).

Outro argumento central do autor é o de que o bom design importa mais aos designers que aos leitores. Devido à já referida invisibilidade do design (pp 1 e 11), algumas editoras existiriam mesmo sem ter qualquer preocupação com o planejamento visual: "a falta de estilo ou de elegância de seus livros é tamanha que só posso presumir que nenhum designer sequer chegou perto dos livros que publicam" (Ibidem, p. 3). Tomando o exemplo dos best-sellers, que em sua maioria não têm um bom design, o autor afirma não haver nenhuma relação entre a qualidade gráfica e as vendas dos livros. Logo, o design parece não fazer muita diferença, pois "não importa o brilhantismo com que são feitos, livros de editoras pequenas ou de algumas universitárias [norte-americanas] vendem apenas alguns milhares ou mesmo poucas centenas de exemplares". Quando defende que "o design incomoda a maioria das pessoas somente quando ele é tão execrável que se torna difícil a leitura do texto" (p 25), o autor afirma que talvez seja provável que, apesar de um grande número de pessoas ter comprado um livro devido à sua boa apresentação gráfica, poucas pessoas (à exceção dos próprios designers) tenham deixado de comprar devido à má apresentação gráfica.

Comparando as perspectivas: pontos em comum Cada um dos autores trata a questão do design editorial por frentes distintas: Araújo estuda cada etapa envolvida na produção do livro como um todo, dedicando dois capítulos ao projeto visual-gráfico; Bringhurst detém-se no estudo da arte tipográfica em si mesma, enquanto um estilo autônomo, tanto de um tipo em particular quanto das proporções de uma página; Haslam parte de uma perspectiva mais técnica e pragmática, elaborando um guia abrangente para designers editoriais, com instruções precisas; já Hendel trata do design editorial convidando o leitor a refletir sobre as diversas possibilidades de abordagem, problematizando as convenções, em vez de reforçá-las e defini-las como verdades.

Os autores que abordam o design editorial em suas dimensões mais abrangentes são Araújo e Haslam, tratando dos projetos tanto de miolo quanto de capa e abrangendo os processos industriais. Bringhurst e Hendel, porém, delimitam suas análises ao design do miolo. Essa distinção torna necessária uma atenção especial à questão do estudo da coerência entre o conteúdo, o projeto do miolo e o projeto da capa. É possível afirmar, de acordo com a bibliografia consultada, que um bom planejamento visual-gráfico consistiria na busca da harmonia e equilíbrio entre o conteúdo (texto do autor) e a forma (projeto do designer), de modo a estabelecer uma comunicação cômoda e agradável entre o autor e o leitor, revelar a estrutura lógica e honrar o caráter do texto, por meio do uso dos recursos visuais pertinentes e de deliberações historicamente contextualizadas e conceitualmente coerentes. Seria necessário, para este fim, um domínio das técnicas e estilos consagrados pela tradição dos manuais de bibliologia e tipografia, para que as peculiaridades internas do texto original sejam representadas adequadamente pelos devidos recursos visual-gráficos. A qualidade visual-gráfica pode ser avaliada, em termos teóricos, tendo como ponto de partida a análise da coerência entre as demandas do texto e os recursos técnicos, conceituais e expressivos empregados em dada publicação. A consulta à literatura especializada mostra que existe um conjunto de regras aceitas unanimemente, passível de ser categorizada, grosso modo, em orientações de caráter objetivo e de caráter subjetivo. As orientações de caráter objetivo são específicas sobre procedimentos convencionalmente aconselhados ou repudiados, por exemplo, a de que se evite espacejar minúsculas e hifenizar mais de três linhas consecutivas (BRINGHURST, pp 39 e 51) ou a proibição da justificação forçada (HASLAM, p 78). Já as orientações de caráter subjetivo partem de noções abstratas que dependem da interpretação pessoal do designer, a exemplo de quando se recomenda o uso de "sensibilidade e inteligência" (BRINGHURST, p 28), ou a atenção ao "tom visual do livro" (HENDEL, p. 50), ou seja, são critérios estéticos que demandam uma abordagem conceitual.

MODELO DE ANÁLISE DO PROJETO VISUAL-GRÁFICO Tendo em vista a necessidade de um primeiro contato com o planejamento visualgráfico das publicações, foi desenvolvido um modelo de análise que aborda o design em quatro dimensões, do mais abrangente ao mais específico: dimensão projetual (proposta e coerência conceitual), dimensão topográfica (porte, formato e grids), dimensão tipográfica (profundidade de coluna, parágrafos, alinhamento, espaço horizontal, espaço vertical e legibilidade) e dimensão iconográfica (capa e imagens). Tal método baseia-se na metodologia para a construção de um projeto gráfico, proposta pelo professor dr. Luciano Guimarães, docente do curso de Editoração da Escola de Comunicações e Artes (USP), em sua disciplina de Design Editorial I. Essa abordagem se mostra propícia por reunir de forma coerente as regras que a literatura especializada considera como sendo unanimemente aceitas no campo, relativizando as propostas de cada um dos autores e colocando-os em diálogo. A utilização deste modelo de análise pretende fornecer um ponto de partida seguro e coerente para uma aproximação sistemática do objeto.

Dimensão projetual (preço de capa; sinopse; proposta; coerência conceitual) Propõe-se a levantar quais as características gerais da obra, a partir da transcrição das sinopses (disponíveis nos sites ou catálogos impressos das editoras), a fim de avaliar quais as demandas do texto e qual sua situação no contexto cultural, além do levantamento do preço de capa, dado que guarda relação direta com o projeto editorial da instituição (em específico com o planejamento gráfico) e com o público-alvo. Proposta: A partir desses dados, é feito o seguinte levantamento, tendo em vista situar o seu valor propriamente cultural: a) qual o assunto e tema da publicação; b)

quais as demandas do público-alvo pretendido; c) qual é o enquadramento da publicação na linha editorial da instituição. Coerência conceitual: Após um levantamento da dimensão estritamente textual, partimos para a observação do projeto visual-gráfico em si, como um todo, pretendendo averiguar a coerência entre as demandas e peculiaridades do texto e as soluções adotadas pelo designer ou equipe de design. Como cada publicação tem uma demanda e um contexto específicos, os enfoques podem variar caso a caso. A verificação da coerência conceitual abarca a identidade tanto do livro em si quanto (no caso das coleções) do título dentro da coleção, ou seja, em que medida a publicação dispõe de recursos visuais que destaquem e façam jus ao conteúdo, e se há uma coerência conceitual entre seus títulos de uma coleção. As abordagens são estudadas conforme a tipologia de Haslam, verificando se a abordagem do design é predominantemente documental, analítica, expressiva ou conceitual.

Dimensão topográfica (porte, formato, grids) Em conformidade com a abordagem de Haslam (p 30), a dimensão topográfica abrange o porte (se será grande ou pequeno, de mesa ou de bolso, pesado ou leve), com o formato (quadrado ou retangular, largo ou estreito) e com a projeção do conteúdo no espaço da página (grid, colunagem, proporções, margens). Esta dimensão pretende analisar as escolhas que envolvem a estrutura e a dimensão do livro enquanto preocupação anterior às questões estritamente tipográficas, ou seja, indo do macro para o micro, a preocupação com o porte, o formato e a projeção do conteúdo no espaço da página seria posterior à dimensão projetual e anterior à dimensão tipográfica. Porte: Uma primeira consideração sobre o projeto gráfico do livro é de ordem sobretudo ergonômica: se o livro terá um porte maior ou menor, se será pesado ou leve, de bolso ou de mesa, imponente ou discreto, de fácil ou de difícil manuseio etc.

De acordo com Haslam, "um livro pode ter virtualmente qualquer formato e tamanho, mas por razões práticas, estéticas e de produção faz-se necessária uma consideração cuidadosa para que o formato projetado seja conveniente à leitura e manuseio, além de economicamente viável" (HASLAM, p 30). Além dessas preocupações, a deliberação sobre o porte pode ser um recurso para conferir à obra um valor especial, como no caso de imponentes edições em formato grande. Formato: A escolha da relação entre altura e largura do livro é intrínseca às deliberações do projeto como um todo, relacionado intimamente com as questões inerentes à dimensão tipográfica. Trata-se de uma escolha de ordem tanto ergonômica quanto estética. Para Bringhurst (p 30) "a elaboração da forma da página anda de mãos dadas com a escolha do tipo, e ambas são preocupações tipográficas permanentes"; ou, como assinala Haslam (p 39), "o formato e o tamanho do livro são geralmente aprimorados ao longo do processo de construção da grade, influenciados por decisões relativas ao tamanho do tipo, altura do corpo do tipo e entrelinha". Logo, o formato da página em si deve ser avaliado de maneira contextual, considerando os objetivos e limitações da publicação ou coleção. Grids: A escolha do grid está diretamente relacionada com o tipo de interação entre texto, imagem e espaços em branco que existe no livro, portanto, com o tipo de experiência de leitura que se pressupõe. Para HASLAM (p 42) "o uso da grade proporciona consistência ao livro, tornando-o coerente em toda sua forma". As deliberações acerca do grid determinam as proporções entre mancha de texto e as quatro margens, o que consiste em um significativo indício da postura estética adotada no projeto, uma vez que as proporções podem remeter ao estilo tipográfico de determinada época (renascentista, romântica ou modernista, por exemplo), além de ser indício de uma valorizacão do texto ou de economia de espaço. Considerando que "talvez 50% do caráter e da integridade de uma página estejam em suas letras", Bringhurst (p 181) afirma que "boa parte dos outros 50% reside nas margens".

Dimensão tipográfica (parágrafos, alinhamento, espaço horizontal, espaço vertical)

Esta é a dimensão relativa à maneira de dispor a tipografia na página, dentro de uma estrutura de grid, em que é examinado como o significado será articulado ao longo dos parágrafos, como o texto será alinhado dentro da grade e de que maneira os espaços verticais e horizontais serão usados. (HASLAM, p 71) Tal dimensão aqui proposta segue em linhas gerais o que Haslam propõe como a "paleta tipográfica" do designer de livros: parágrafos, alinhamento, espaço horizontal e espaço vertical. O objetivo é observar a adequação ou não a princípios tipográficos consagrados como ideais, auferindo o grau de adequação do projeto às regras consagradas como evidência de uma atitude consciente de design, que resultarão em um texto perfeitamente legível. É necessária uma observação terminológica: apesar de ser comum na bibliografia sobre tipografia (cf. NIEMEYER, pp 82-84) uma defesa pela distinção entre os termos "legibilidade" (a perfeita capacidade de leitura e imediato reconhecimento de cada tipo individualmente) e "leiturabilidade" (do inglês readabilily, referindo-se à correta disposição das letras e linhas no espaço da página, de modo a não comprometer a velocidade e o conforto de leitura), dentre os 4 autores da literatura especializada consultados (ARAÚJO, BRINGHURST, HASLAM e HENDEL), não foi encontrado o termo "leiturabilidade". O conceito de legibilidade é tratado em ambos os sentidos, contendo em si a ideia de leiturabilidade, como fica claro na definição de Araújo (p. 374) quando afirma que a "legibilidade depende da maneira como se dispõem os caracteres nas linhas, tornando a leitura cômoda ou impraticável". Em consonância com a terminologia adotada na tradução dos autores consultados o presente estudo adota apenas o termo "legibilidade".

Parágrafos: As sentenças que formam um parágrafo são ligadas por um conceito comum, e são articuladas ao longo do texto por meio do uso de certas convenções. A grande maioria das publicações brasileiras usa o estilo de parágrafo com recuo na primeira linha (com variações em relação ao tamanho), mas algumas obras demandam recursos específicos. São avaliadas as demandas de cada texto e a pertinência dos recursos.

Alinhamento: Há quatro tipos básicos de alinhamento: à esquerda, à direita, centralizado e justificado. Um mesmo livro pode mesclar essas diferentes formas de alinhamento nas suas diversas partes, tanto nas pré textuais, pós textuais ou no meio do texto, uma vez que, de acordo com Haslam (p 76) "cada alinhamento possui intensidades que sustentam a leitura de informações diferentes ou a aparência visual da página". A principal abordagem para alinhamento de textos tem sido a justificada, que forma um bloco simétrico com espacejamento irregular entre as palavras. Segundo Haslam, (p 77) "existem somente duas maneiras de manter a aparência equidistante do texto justificado: a hifenização e a variação da largura do espaçamento entre as palavras". A questão do alinhamento é portanto intrínseca à da hifenização. Dentre as recomendações

sobre

este

ponto,

consideraremos

aqui

as

unanimemente

desaconselhadas: evitar as linhas órfãs e viúvas e a hifenização excessiva (nunca hifenizar "mais de três linhas consecutivas") Espaço horizontal: De acordo com Haslam (p 78) "existem seis considerações principais a serem feitas quando se manipula o espaço tipográfico: comprimento da linha, caracteres por linha, espaço entre palavras, ajuste de largura, espacejamento de letras e kerning". O comprimento de linhas é determinado pela largura das colunas, e está relacionado com o espacejamento e o tamanho dos caracteres; de acordo com Bringhurst (p 34) "a linha de 66 caracteres é geralmente considerada ideal, [...] e o mínimo prático razoável é de 48 (em português)"; o espaço entre palavras idealmente é o da largura da letra i em caixa baixa, mas pode sofrer pequenas alterações em nome da justificação do texto, sob o risco de tornar a textura da mancha da página irregular; o espaço entre letras, ou caracteres, é pouco recomendado em caracteres minúsculos, por poder afetar a legibilidade do texto e a cor da mancha; o kerning deve ser "moderado e consistente" (BRINGHURST, p 40). Espaço vertical: Está relacionado principalmente ao entrelinhamento e à quantidade de linhas por coluna, e deve ser pensado em relação ao tipo, ao texto e à largurada mancha. Bringhurst afirma (p 45):

"é preciso escolher não apenas a altura da coluna ou da página, mas também uma unidade rítmica básica [...]. Colunas mais largas requerem mais entrelinha do que colunas mais estreitas. Tipos mais pesados precisam de mais entrelinha do que tipos mais leves. Tipos de corpo grande pedem uma entrelinha maior do que tipos de corpo pequeno."

Ainda segundo o autor, o mais importante a ser observado é se a página não ficará sufocada e se a legibilidade não será prejudicada, tanto por uma quantidade excessiva de linhas quanto por um entrelinhamento que comprometa a legibilidade: "quanto mais longa for a linha, maior será o espaço necessário entre as linhas" (Ibiden, p 47).

Dimensão iconográfica: (capa, imagens) A dimensão iconográfica engloba todas as imagens presentes na publicação, ou seja, fotografias, ilustrações e figuras em geral (mapas, diagramas, pictograma, ideogramas, infográficos etc). A capa como um todo é tratada aqui como uma imagem, podendo ou não formar uma unidade com a quarta-capa e a lombada. Imagens: No que diz respeito à relação entre a tipografia e a imagem, o que deve ser observado é a coerência entre o que é lido e o que é visto, considerando que "a ordem, o tamanho e o recorte de cada uma das imagens afeta a mensagem e a dinâmica visual da página” (HASLAM, p 146). É o planejamento do grid que determina como as imagens irão de comportar dentro do espaço da página, e por esse motivo a dimensão iconográfica não se preocupa com esse aspecto, mas sim com Capa: O estudo das publicações mostrou que na maioria das vezes o design do miolo e o design da capa são atribuídos a profissionais diferentes, o que torna necessária a elaboração de critérios específicos para o estudo da capa, sem perder de vista a unidade conceitual da publicação. É preciso levar em conta que os imperativos de mercado demandam capas com certo apelo visual, mas de uma maneira tal que chamem nao só para si mesmas a atenção, mas que guardem uma relação intrínseca com o caráter do conteúdo, de forma documental, conceitual ou expressionista, conforme a tipologia de Haslam (p 165).

ANÁLISE DOS CATÁLOGOS Uma análise descritiva dos catálogos das duas instituições pretende fornecer pistas sobre as semelhanças e diferenças entre as linhas editoriais. A delimitação do objeto deve ter como imperativo a simetria entre as editoras, dando atenção aos aspectos em que ambas se assemelham. Proceder de outra forma pode levar a resultados inconclusivos. A primeira diferença que salta aos olhos é a quantidade de páginas: o catálogo da Editora Unesp tem 96 páginas, enquanto o da Edusp tem 284. O catálogo da Edusp conta com a imagem da capa e uma pequena resenha em todos os títulos (cerca de 3000 em 2013), enquanto a Editora Unesp dá esse destaque para 60 lançamentos, 90 títulos avulso, 54 títulos de autores publicados em série e 140 títulos de coleções (344 ao total no catálogo, de um total de cerca de 2200 até 2013). Todos esses títulos em destaque da Editora Unesp possuem indicação de preço, enquanto o catálogo da Edusp não menciona nenhum preço. A edição de catálogos deste porte talvez se justifique pela participação de ambas as editoras, no mesmo ano de 2013, na Feira de Frankfut. A própria apresentação gráfica dos catálogos fornece pistas sobre os projetos estéticos de ambas as instituições, na medida em que expressa as identidades visuais das marcas. Enquanto o catálogo da Editora Unesp tem um aspecto de revista comercial (com uma capa contendo recursos gráficos consoantes à linguagem do design de revistas, diagramação que aproveita todos os espaços e varia de acordo com a seção, imagens dos autores publicados, impressão em papel branco brilhante), o da Edusp aproxima-se do formato livro (capa composta de apenas uma obra de arte e o logo da editora, diagramação mais uniforme e arejada, impressão em papel pólen). A separação por assunto de todas as obras da Edusp deixa clara a especialização da editora em livros das áreas de Artes, Língua e Ciências Humanas, correspondendo a

206 páginas, enquanto as áreas de Exatas e Biológicas ocupam 27 páginas. Os temas com maior número de títulos publicados são História (130), Estudos literáros (92), Arte, Teoria e Crítica (69), Sociologia (53), Antropologia e Arqueologia (52) e Comunicação e História do Livro (46). Dentre as coleções, destacam-se em número de títulos (abrangendo diversas áreas) as coleções Clássicos, Ponta, Base, Acadêmica, Campi e Ensaios de Cultura. O catálogo da Editora Unesp não tem separação por assunto, mas dá destaque a certos títulos, aos autores publicados em série e às principais coleções. Os autores com mais títulos avulsos publicados são Peter Burke (12), Anthony Giddens (8), Terry Eagleton e Gilberto Dupas (6). As coleções com mais títulos são a Coleção Clássicos (27), Coleção Grandes Filósofos (26) Coleção Paradidáticos (24) e Coleção Revoluções do Século XX (19). A Editora Unesp dedica um capítulo o catálogo para comentar cada um dos seus 28 prêmios, enquanto a Edusp menciona, sem comentários, suas premiações obra a obra. Devido ao fato de ser comum a capa e o miolo serem projetados por profissionais diferentes, geralmente especializados em tipos de design diferentes, (cf HENDEL, pp 4-5), é impossível tirar conclusões sobre o projeto visual-gráfico de uma publicação específica com base no design da primeira capa. Porém é possível afirmar, pela riqueza iconográfica dos catálogos, pelos padrões de cor e/ou layout das capas das coleções e pela variedade de recursos visuais (fotografia, ilustração, tipografia e fotomontagem) que existe um autêntico esforço por parte das instituições no sentido de promover o produto editorial por meio de sua apresentação visual. Ambas as linhas editoriais dão ênfase às publicações da área de Humanidades, em especial no que concerne ao resgate de obras clássicas, tradução de obras acadêmicas relevantes e divulgação da produção científica, acadêmica, cultural e artística brasileira. Os temas mais recorrentes na linha editorial da Editora Unesp são Filosofia, Sociologia e História, com traduções dos clássicos gregos, latinos, alemães, ingleses, franceses e orientais, bem como de contemporâneos como Bobbio, Adorno, Habermas, Lévi-Strauss, Rorty, Le Goff, Chomsky e Bourdieu. Uma linha de publicação que diferencia a Edusp é a de livros sobre cultura visual (termo usado por

Haslam, p 154, para abranger livros de arte, arquitetura, moda e mobiliário) e livros sobre fotografia, a exemplo das coleções Artistas Brasileiros, Artistas da USP, Texto & Arte Olhar Arquitetônico e de títulos como Jan Tschichold, Mestre da Tipografia; Siebert Zanettini: Arquitetura, Razão, Sensibilidade; Plumária Indígena Brasileira; A Poética Fotográfica de Paul Strand; Flexor; O Olhar Europeu; Clarice: Fotobiografia etc. Cabe ressaltar a tradição da Edusp na edição de livros de arte: publicando desde 1995 dezenas de títulos, pode ser considerada pioneira, e não somente entre editoras universitárias, na publicação sistemática de estudos sobre artistas brasileiros (HALLAWELL, p 779). A Editora Unesp, apesar de também publicar livros relacionados a arte, não tem a mesma tradição que a Edusp nesta linha editorial, portanto não possui as marcas de distinção que sejam reconhecidas no subcampo específico da edição de arte.

VISITA AOS ACERVOS: CRITÉRIOS PARA RECORTE DO OBJETO Após um levantamento sobre as linhas editoriais da Edusp e da Editora Unesp, por meio da análise dos catálogos, o próximo passo consistiria nas visitas às livrarias e aos acervos, para um contato direto e detalhado. A esta altura se fez necessário o recorte do objeto de pesquisa: diante da variedade de publicações, quais critérios seriam adotados? Quais publicações colaborariam com a hipótese de uma melhoria na qualidade editorial? Com o redirecionamento da pesquisa, uma abordagem que abrangesse o funcionamento da divisão de produção editorial das instituições analisadas (prevista no projeto inicial do presente estudo) acabou se mostrando infértil, uma vez que o valor da pesquisa reside justamente no levantamento e na interpretação dos indicativos de qualidade visual-gráfica das publicações. Os meios expedientes de que se valeram os responsáveis pela produção editorial (terceirização para estúdios de design ou contratação de profissionais especializados, por exemplo) não consistiria em dado relevante para a verificação da hipótese.

O primeiro contato efetivo com o campo, portanto, se deu nas visitas às livrarias das editoras, a bibliotecas públicas que disponibilizassem os títulos e ao acervo completo da Edusp. Apesar da impossibilidade de consultar o acervo da Editora Unesp, as publicações já esgotadas puderam ser encontradas em bibliotecas. Tendo em mira elaborar critérios para o recorte do objeto de pesquisa, as primeiras visitas ao acervo foram dedicadas a uma visualização panorâmica de todas as publicações, não apenas em seu aspecto visual externo e interno, mas no aspecto físico (táctil e ergonômico). A eleição de quais títulos comporiam o corpus da pesquisa partiu dos seguintes critérios: a) notar se à primeira vista existe alguma inadequação a algum dos princípios unanimemente reconhecidos pelos autores consultados; b) perceber se a forma convida ao conteúdo, ou seja, se algum elemento de design conduz a atenção para o assunto do texto; c) avaliar a coerência entre o assunto/tema e o projeto visual-gráfico como um todo. É conveniente ressaltar que apesar de, em um primeiro momento, o critério ser pautado em uma impressão do pesquisador (impressão subjetiva, apesar de amparada teoricamente pela literatura), a atenção não é voltada aos artifícios do design em si mesmos, ou seja, não se considera se há, à primeira vista, a impressão de um "algo a mais", de recursos visual-gráficos artificiosos, mas é feita, por outro lado, uma avaliação acerca da adoção ou não de uma postura consciente em relação ao design. Essa postura consciente não redunda necessariamente em um livro chamativo: por vezes a discrição e singeleza da edição evidenciam a competência técnica da equipe responsável pelo projeto visual-gráfico, consoantes às marcas de distinção consagradas. Tanto a Edusp quanto a Editora Unesp possuem coedições com outras editoras universitárias ou com editoras privadas, que foram excluídas do objeto de estudo. Esse recorte se justifica pela necessidade de verificar o projeto da editora independente dos imperativos que uma coedição demandaria, como a adequação aos princípios editoriais de outra instituição, tanto de ordem estética quanto econômica — excessão feita às parcerias com a FAPESP e com a Imprensa Oficial em algumas edições, que não configuram coedições no sentido supracitado.

Outro recorte no objeto de estudo diz respeito à já referida tradição da Edusp na edição de livros de arte e cultura visual em geral (fotografia, arquitetura e design), em contraste com a Editora Unesp, que apesar ter em sua linha editorial títulos relacionados a esses temas, não tem publicações predominantemente voltadas a uma abordagem visual, ou seja, não publica livros com o layout baseado em imagens. Diante dessa assimetria, foi necessário um recorte que incluísse apenas as obras cujo layout é baseado no texto (apesar da riqueza iconográfica, como no caso de Design sem fronteiras e O império dos livros). Também se fez necessário excluir do estudo as edições de luxo da Edusp (a exemplo dos títulos Jan Tschichold, Mestre da Tipografia, a edição de mesa de O livro no Brasil e A loucura mansa de José Mindlin), por serem publicações cuja proposta, porte, acabamento e preço de capa demandariam critérios de avaliação específicos. O recorte cronológico abrange um período de 25 anos, dividido em duas etapas: a primeira abrangendo a década de 1990 (de 1990 a 1999) e a segunda abrangendo a década de 2000 e metade da década de 2010 (de 2000 a 2015). Da primeira e da sunda etapa foram analisados 12 títulos avulsos (7 da Edusp e 5 da Editora Unesp), totalizando 24 publicações. Os registros fotográficos das publicações registram primeira capa, quarta capa, lombada, folha de rosto, sumário, aberturas de capítulo e uma página com bloco de texto uniforme. Quando é o caso, são registradas as páginas com imagens, mapas, tabelas ou algum outro recurso visual que se destaque, aspecto do design de orelha, aspecto da materialidade da capa, aspecto do porte, aspecto da coleção, páginas com citações e/ou notas que ilustrem as especificações do projeto gráfico, detalhes de acabamento, sobrecapa e luva. Segue abaixo a lista das obras que compõem o corpus da pesquisa:

Edusp Período: 1990 a 1999 1 - Ficções filosóficas, Vilém Flusser

2 - Na metrópole, José Guilherme C. Magalhães 3 - A poesia de Gregório de Matos, Segismundo Spina 4 - História de uma história, Gerson Moura 5 - Revolução impressa, Robert Darnton; Daniel Roche (orgs.) 6 - Ideograma, Haroldo de Campos 7 - As duas culturas, C.P. Snow Período: 2000 a 2015 8 -Design sem fronteiras, Lara Leite Barbosa 9 - As armas e o varão, Márcio Thamos 10 - Influências orientais na língua portuguesa, Miguel Nimer 11 - Pesquisa ambiental, Myriam Krasilchik e Nídia Nacib Pontuchka 12 - O livro no Brasil (bolso), Lawrence Halewel 13 - Versificação portuguesa, M. Said Ali 14 - O Império dos Livros, Marisa Midori Deaecto

Editora Unesp Período: 1990 a 1999 15 - A arte da conversação, Peter Burke 16 - A ilusão das estatísticas, Jean-Louis Besson 17 - Figurativização e metamorfose, Ignacio Assis Silva 18 - Liberalismo e sociedade moderna, Richard Bellamy 19 - Análise ambiental: uma visão multidisciplinar, Sâmia Maria Tauk (org.) Período: 2000 a 2015 20 - Direita e esquerda, Norberto Bobbio 21 - Os gregos acreditavam em seus mitos?, Paul Veyne 22 - Comer, Paolo Rossi 23 - Minhas invenções, Nicolai Tesla 24 - Benjaminianas, Olgária Chain Feres Matos

ANÁLISE DAS PUBLICAÇÕES

1 - Ficções filosóficas Autor: Vilém Flusser Ano de publicação: 1998 Formato: 14 x 23 cm Número de páginas: 208 Fonte: Book Antiqua Papel: Pólen Rustic Areia 85 g/m² Capa: cartão supremo 250 g/m² Notas e citações: frequentes, geralmente curtas. Imagens: não há Capítulos e Intertítulos: capítulos com títulos curtos, sem intertítulos. Encadernação: brochura. Designers: Alice Kioko Miyashiro (editoração de texto), Julia Yagi (arte final), Andrea Yanagui (arte final), Lena Bergstein (arte da capa).

Dimensão projetual Preço de capa: Indisponível Sinopse: “O homem, o mundo e a linguagem são os grandes temas que se entrecruzam nos trinta e cinco textos reunidos neste livro, publicados em sua maioria no Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, do qual Vilém Flusser foi colaborador, a convite de Décio de Almeida Prado. Utilizando-se da forma do ensaio, no sentido mais próprio desse termo – o de um escrito que acompanha as voltas do pensamento na tentativa sempre inacabada de apreender seu objeto –, Flusser reflete, com sua habitual erudição temperada de fina ironia, sobre questões diversas, ora com

um olhar abrangente sobre problemas típicos da contemporaneidade, como as relações entre arte e tecnologia, os aspectos políticos embutidos no uso da língua ou os vazios de significação, outras vezes elaborando pequenos excursos sobre temas como a memória, os livros, os espelhos ou a própria linguagem ensaística”. Proposta: a) assunto e tema da publicação: são textos de Filosofia do gênero ensaístico que percorrem diversos temas abrangendo as áreas de Comunicação e Linguagem; b) demandas do público-alvo pretendido: o público-alvo é composto evidentemente dos interessados em filosofia em geral, mas o caráter ensaístico e ficcional da obra pode expandir o interesse para outros públicos; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: Flusser, que foi professor em universidades paulistas, participou ativamente da vida intelectual no Brasil, o que justifica a publicação de sua obra como um incentivo à valorização de personalidades importantes para o cenário cultural do país, contribuindo para os estudos relacionados a Filosofia e Comunicação. Coerência conceitual: o projeto visual buscou simplicidade e discrição, com formato e disposição de mancha que respeitam convenções tipográficas tradicionais de estilo, em brochura simples e capa em papel cartão.

Dimensão topográfica Porte: a dimensão do texto demandou uma edição pequena, leve, econômica e ergonômica. Formato: o usual formato 14 x 23 é adequado à pequena dimensão e permitiu uma diagramação arejada. Grids: o texto não tem imagens, portanto segue uniformemente uma diagramação simples, com margens espaçosas.

Dimensão tipográfica

Parágrafos: simples, recuados. Alinhamento: Justificado, respeitando as convenções de hifenização. Raras ocorrências de linhas órfãs. Espaço horizontal: espaços de entreletra e entrepalavra uniformes, mantendo a uniformidade da mancha. Espaço vertical: entrelinha pequena, resultando em grande quantidade de linhas por coluna, mas que não interfere na legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: não há. Capa: a primeira capa, a lombada e a quarta-capa se apresentam como uma imagem única, uma obra de arte da artisa plástica Lena Bergstein, em uma abordagem expressionista que segere ao leitor uma atmosfera de contemplação estética e reflexão poética. A simplicidade tipográfica da capa dialoga com o layout da página de rosto e da aberturas de capítulo.

2 - Na metrópole: textos de antropologia urbana

Autores: José Guilherme Cantor Magnani; Lilian de Lucca Torres (orgs.) Ano de publicação: 1996 Formato: 16 x 23 cm Mancha: 25 x 42 paicas Número de páginas: 320 Fonte: Plantin 11 x 13,5/ Frutiger Light/ Frutiger Bold Papel: Rio Print 90 g/m² Capa: Cartão Supremo 250 g/m²

Notas e citações: Imagens: contem muitas imagens Capítulos e Intertítulos: frequentes Encadernação e acabamento: brochura com orelhas Designers: Cristina Fino (projeto grafico), Marcos Keith Takahashi (capa)Alice Kioko Mayashiro (editoração de texto)

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 52,00 Sinopse: Os ensaios reunidos neste livro descrevem e analisam aspectos da dinâmica cultural urbana de São Paulo, articulados em torno do lazer e da religião como modos de apropriação e recriação do espaço urbano. A antropologia urbana mostra-se como instrumento capaz de tornar estranho o familiar, permitindo, por meio do distanciamento, uma compreensão mais ampla do que é habitual. O texto de abertura, de José Guilherme Magnani analisa a trajetória dos estudos de antropologia urbana, seus problemas e possibilidades de enfoque. Os demais ensaios mostram uma São Paulo por vezes desconhecida, como aquela dos terreiros de umbanda, dos times de futebol, dos nordestinos, dos cinéfilos, dos bares noturnos. O livro é, assim, um convite para redescobrir uma outra riqueza da cidade, oculta sob a rotina do cotidiano. Proposta: a) assunto e tema da publicação: os ensaios tratam da produção acadêmica em torno de sociologia urbana, apropriando o conteúdo para o publico leigo; b) demandas do público-alvo pretendido: tendo em vista o caráter de vulgarização do texto, prossupõe-se um público alvo mais abrangente; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: a obra possui a relevância acadêmica unida ao possível interesse do público leigo pelo assunto. Coerência conceitual: a proposta e o esquema construtivo do livro são pautados pela ideia de atingir o público leigo, o que demanda um aspecto visual que se destaque. A pregnancia da imagem de capa, a cor e os detalhes dos acabamentos parecem cumprir

essa tarefa, conferindo um aspecto mais despojado e simpático ao leitor com interesses além do meramente acadêmico.

Dimensão topográfica Porte: aproximado do porte de um do livro de mesa. Formato: a dimensão das imagens e a relação com o texto justificam a escolha por um formato 16 x 23, pouco maior que a da maioria das publicações da editora na época. Grids: apesar da grande quantidade de imagens, não há interação entre bloco de texto e imagens. Todas as imagens estão em páginas à parte, sem seguir uma estrutura fixa de grid além da existente na mancha.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples, recuados. Alinhamento: justificado, hifenização moderada. Espaço horizontal: comprimento de linha ideal, irregularidades na textura da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinhamento e quantidade de linhas por coluna adequados ao conforto de leitura.

Dimensão iconográfica Imagens: registros documentais, todos fotografias monocromáticas, ocupando muitas vezes páginas duplas.

Capa: a imagem de capa trabalha de forma alusiva, consistindo em uma abordagem conceitual. A fotografia da Avenida Paulista, ocupando 100% da área da primeira capa, interage com a tipografia do título e faz alusão à ação de entrar pelas ruas, ao criar uma ilusão de tridimensionalidade.

3 - A poesia de Gregorio de Matos Autor: Segismundo Spina Ano de publicação: 1995 Formato: 12,5 x 18,5 cm Mancha: 17,5 x 35 paicas Número de páginas: 240 Fonte: Bodoni 10 / 13,5 Papel: Polen Rustic Areia 85 g/m² Capa: Cartao Supremo 250 g/m² Notas e citações: numerosas notas, ao fim de cada capítulo Imagens: não há Capítulos e Intertítulos: não há Encadernação: brochura com orelhas Designers: Marcos Keith Takahashi (projeto gráfico e produção), Silvana Biral (capa), Ponto & Linha (composição), Alice Kyoko Mayashiro (editoracao de texto), Julia Yagi, Marcos Matsukuma (arte final).

Dimensão projetual Preço de capa: Indisponível. Sinopse: Reedição da antologia de Gregório de Matos organizada e anotada por Segismundo Spina para acompanhar seu estudo pioneiro, de meados da década de 40, sobre o maior nome da poesia barroca brasileira, aqui em versão revista e ampliada.

Spina analisa as vertentes sacra, lírica e satírica do poeta baiano, com especial atenção para os aspectos linguísticos – por exemplo, no levantamento dos brasileirismos, tupismos e africanismos da linguagem desse que, por sua verve crítica, foi chamado de “boca do inferno”. Também são estudados temas como as discussões sobre a imitação de poemas de Góngora e Quevedo ou as relações do texto com o ambiente em que viveu o poeta, reconhecendo que Gregório “foi o primeiro prelo e o primeiro jornal que circulou na colônia”.

Proposta: a) assunto e tema da publicação: Antologia, crítica e interpretação de poesia brasileira barroca; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de Letras; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: trata-se de uma antologia do mais notável poeta brasileiro do barroco, com introdução, interpretação e notas de seu maior estudioso contemporâneo, enquadrando-se entre as obras canônicas da editora. Coerência conceitual: chama a atenção o porte discreto e enxuto da publicação, com uma mancha estreita, margens arejadas e textura uniforme, composta em Bodoni, valorizando e enobrecendo o texto.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, aproximado do formato de bolso. Formato: proporção conforme o cânone clássico, coerente com a mancha. Grids: apenas texto, com margens arejadas.

Dimensão tipográfica

Parágrafos: simples e recuados. Mesma medida para os recuos de início de paragrafo, versos e notas. Alinhamento: justificado na prosa, alinhado à esquerda no verso. Espaço horizontal: linhas curtas, como demanda a fonte do estilo Bodoni. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha estreita em relação às recomendações para o caso do tipo Bodoni, mas com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: não há. Capa: capa abstrata, com desenhos geométricos, aparentemente sem um significado em especial, mas possivelmente simbolizando a fusão de estilos e o contraste inerentes à produção poética do Barroco em geral e de Gregorio de Matos em especial. Seguindo essa linha, seria razoável supor que o jogo de cores seja uma alusão ao engenho poético.

4 - História de uma história

Autor: Gerson Moura Ano de publicação: 1995 Formato: 12,5 x 19 cm Mancha: 20 x 38 paicas Número de páginas: 96 Fonte: Garamond Light Narrow 11 / 13 Papel: Polen Rustic Areia 90 g/m²

Capa: Cartao Supremo 250 g/m² Notas e citações: poucas e curtas, ao rodapé. Imagens: não há Capítulos e Intertítulos: poucos e curtos Encadernação: brochura com orelhas Designers: Marcos Keith Takahashi (projeto gráfico e produção), Diana Mindlin (capa), Ponto & Linha (composição), Alice Kyoko Mayashiro (editoração de texto), Julia Yagi (arte final).

Dimensão projetual Preço de capa: Indisponível. Sinopse: A historiografia norte-americana no século XX é o ponto de partida para o entendimento do trabalho dos brasilianistas americanos, na proposta de Gerson Moura apresentada neste ensaio. O pressuposto principal de sua análise é o de entender a historiografia como integrante da história da cultura ou história intelectual, procurando investigar o ponto de vista pelo qual os fatos são percebidos, em vez de ater-se ao seu simples registro. Para o autor, o movimento das ideias deve ser visto como resultado do desenvolvimento e da transformação de correntes de pensamento do passado, juntamente com a análise do modo como os contextos condicionaram aquelas ideias e sua formação. Proposta: a) assunto e tema da publicação: ensaio sobre historiografia, enfocando o seculo XX; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de História; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: trata-se de um pequeno ensaio que aborda de um assunto especifico dentro da disciplina de Historiografia, atendendo ao público acadêmico. Coerência conceitual: nota-se a pequena dimensão e simplicidade da edição, com apenas 96 páginas, formato de bolso e capa simples, valorizando a economia.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, fino e leve. Formato: aproximado do formato de bolso. Grids: apenas texto.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: não há. Capa: chama a atenção justamente pela simplicidade: estritamente tipográfica, com cores simples. A palavra ‘história’ de cabeça para baixo provavelmente faz uma alusão à tese do autor, de propor mais de um ponto de vista em relação à História. Trata-se portanto de uma abordagem conceitual.

5 - Revolução Impressa: a imprensa na França [1775-1800] Autor: Robert Darnton; Daniel Roche Ano de publicação: 1996 Formato: 18 x 25 cm Mancha: 29 x 44,5 paicas Número de páginas: 416 Fonte: New Baskerville 10 / 13,5 Papel: Rio Print 90 g/m² Capa: Cartão Supremo 250 g/m² Notas e citações: abundantes, maioria curta, poucas extensas. Imagens: muitas imagens documentais e algumas gravuras (vinhetas). Capítulos e Intertítulos: poucos e curtos. Encadernação: brochura com orelhas Designers: Marcos Keith Takahashi (projeto gráfico, capa e produção), Ricardo Campos Assis, Cristina Fino (produção), Anderson Nassahito Nobara (editoração eletrônica), Alice Kyoko Mayashiro (editoração de texto), Julia Yagi, Marcos Matsukuma (arte final e ilustrações).

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 60,00 Sinopse: O papel que a tipografia desempenhou na Revolução Francesa é a questão central deste livro que focaliza a liberação da imprensa no período revolucionário e as suas consequências para o mercado editorial e o público leitor da época. Além dos dois organizadores, a coletânea reúne colaborações de diversos estudiosos do tema que apontam a prensa tipográfica como um dos instrumentos mais importantes para o surgimento da nova cultura política. Os ensaios – acompanhados de reproduções de capas, instrumentos de impressão, panfletos – descrevem a indústria editorial do Antigo Regime, examinam os efeitos da revolução no modo como editores,

impressores e livreiros passaram a conduzir seus negócios, e analisam a relação dos produtos impressos, como livros, jornais, almanaques, panfletos e estampas, com o movimento revolucionário. Proposta: a) assunto e tema da publicação: ensaio sobre historiografia, enfocando as Revolucões da França do século XVIII; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da àrea de História, em específico a Historia do Livro; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: trata-se de uma reunião de trabalhos que abordam um assunto especifico dentro da disciplina de Historiografia, atendendo ao público acadêmico. Coerência conceitual: a riqueza iconografica e a extensao do texto demandaram uma edição de porte maior, mas que se mantivesse fiel ao princípio da economia, ergonomia e simplicidade.

Dimensão topográfica Porte: o conteúdo demandou um porte grande, porém leve e ergonômico. Formato: adequado à família tipográfica, ideal para textos extensos. Grids: estrutura de grid prevendo apenas o espaço da mancha tipográfica, com páginas inteiras dedicadas as imagens, com as legendas justificadas na mesma proporção das notas de rodapé.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado.

Espaço horizontal: comprimento de linha grande, mas confortável para a leitura, adequada as dimensões da página. Respeito a hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: riqueza de imagens documentais coloridas, com reproduções de pinturas, livros e manuscritos. Capa: simples e alusiva, consiste em uma abordagem conceitual. A composição tipográfica remete ao estilo da folha de rosto dos livros da época tratada no texto. A imagem pequena e discreta de um prelo, também comum a época do texto, também tem função alusiva.

6 - Ideograma: lógica, poesia, linguagem Autor: Haroldo de Campos Ano de publicação: 1994 Formato: 16 x 23 cm Mancha: 26 x 45 paicas Número de páginas: 240 Fonte: Baskerville 11 / 14 Papel: Polen Rustic Areia 85 g/m² Capa: Colorplus 240 g/m² Notas e citações: numerosas e geralmente curtas Imagens: numerosas tabelas de ideogramas Capítulos e Intertítulos: poucos e curtos

Encadernação: brochura com orelhas Designers: Maria Mayumi Watanabe (projeto gráfico e capa), Alice Kyoko Mayashiro (editoração de texto), Julia Yagi, Adriana Ap. Garcia, Marcos Keith Takahashi (arte final).

Dimensão projetual Preço de capa: Indisponível. Sinopse: Os seis ensaios aqui reunidos consideram a escrita ideogramática a partir de ângulos diversos. O aspecto estético ressalta num texto que impressionou Ezra Pound, “Os Caracteres da Escrita Chinesa como Instrumento para a Poesia”, de autoria de Ernest Fenollosa, assim como em “O Princípio Cinematográfico e o Ideograma”, escrito pelo cineasta Sierguéi Eisenstein. Já a abordagem lógico-filosófica é preponderante nos textos de Yu-Kuang Chu e Chang Tung-Sun, cujas teses estão intimamente relacionadas com as apresentadas por S. I. Hayakawa em “O que Significa Estrutura Aristotélica da Linguagem?”, também incluído no volume. O conjunto dessas reflexões é sintetizado por Haroldo de Campos no ensaio introdutório, em que o teórico e poeta faz uso dos conceitos de anagrama (de Saussure) e diagrama (de Peirce) para analisar as concepções de Fenollosa sobre linguagem e poesia. Proposta: a) assunto e tema da publicação: ensaio sobre poesia chinesa através de uma abordagem semiótica; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da area de Letras, em especial Linguistica e Linguas Orientais, e público leigo interessado em poesia; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: coletânea de ensaios que atendem a um interesse acadêmico interdisciplinar. Coerência conceitual: a simplicidade da capa dialoga com o conceito do livro, que a partir de uma abordagem conceitual dispõe os elementos da capa de forma a remeter a uma tábua de poemas chineses.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, fino e leve. Formato: adequado a dimensao do texto. Grids: apenas texto, com ideogramas e tabelas centralizados.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortavel para a leitura. Respeito a hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: ideogramas e tabelas com esquemas visuais explicativos, sempre monocromáticos. Capa: composição tipográfica alusiva, dispondo título, subtítulo e autor em uma ordem de leitura horizontal e vertical. O subtítulo blocado ao centro remete a unidade sígnica do ideograma chinês, em uma abordagem conceitual alusiva.

7 - As duas culturas Autor: C. P. Snow Ano de publicação: 1995 Formato: 14 x 20 cm Mancha: 18 x 33 paicas Número de páginas: 136 Fonte: Antiqua 9 / 12 Papel: Polen Rustic Areia 85 g/m² Capa: Verge 180 g/m² Notas e citações: poucas e curtas, ao rodapé. Imagens: não há. Capítulos e Intertítulos: poucos e curtos. Encadernação: brochura. Designers: Marina Mayumi Watanabe (projeto grafico), Marcos Keith Takahashi (producao), Lygia Arcury Eluf (capa), Sidney Itto (composicao), Alice Kyoko Mayashiro (editoracao de texto), Julia Yagi, Adriana Garcia (arte final).

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 28,00 Sinopse: Desde sua publicação, em 1959, o ensaio As Duas Culturas inaugurou um fértil debate sobre o distanciamento progressivo entre as ciências naturais e as humanidades, que, no entender de C. P. Snow, provoca um empobrecimento da visão dos intelectuais, tornando-os ignorantes ou nas ciências naturais ou, ao contrário, na cultura humanística. Tanto por suas teses como pela polêmica provocada, esse texto – que ganha aqui sua primeira tradução para o português – passou a ser uma referência para a discussão contemporânea sobre o assunto. Estimulado pelo debate, quatro anos depois Snow publicou As Duas Culturas: Uma Segunda Leitura – também reproduzido neste volume –, em que relata as recepções negativas e positivas ao primeiro ensaio, para ampliar seus argumentos e mesmo rever alguns deles,

admitindo, por exemplo, o advento de uma “terceira cultura”, a partir de áreas de confluência como história social, economia, psicologia, medicina e arquitetura. Proposta: a) assunto e tema da publicação: ensaio tratando sobre filosofia da ciência e história da cultura; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de Filosofia, em especifico Filosofia da Ciência; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: trata-se de um importante ensaio que se enquadra entre as obras canônicas da editora. Coerência conceitual: nota-se a pequena dimensão e sobriedade da edição, valorizando a economia e a ergonomia. As generosas margens e a coluna estreita demonstram a valorização do texto por meio da disposição da mancha na página.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, fino e leve. Formato: aproximado do formato de bolso. Grids: apenas texto.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito a hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: não há. Capa: e uma obra da artista Lygia Eluf, com sobreposições de tons pastel, ocupando primeira e quarta capa e lombada, transbordando por todas as margens. Trata-se de uma abordagem expressionista do design de capa, na medida em que a textura e a combinação de cores remete a uma atmosfera artística.

8 - Design sem fronteiras: a relação entre o nomadismo e a sustentabilidade Autora: Lara Leite Barbosa Ano de publicação: 2013 Formato: 16 x 23 cm Número de páginas: 308 Fonte: Minion Pro 11 / 13 Papel: Polen Soft 85 g/m² Capa: Cartao Supremo 250 g/m² Notas e citações: muitas, geralmente grandes Imagens: muitas (mais de 130) Capítulos e Intertítulos: muitos e extensos Encadernação: brochura com orelhas

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 47,00

Sinopse: O livro tem como objeto de estudo os projetos orientados para a mobilidade que contribuam para a redução de impactos ambientais. A autora identifica e analisa soluções de design para habitar um mundo onde a excessiva mobilidade vem promovendo o aumento dos impactos ambientais. O que pode ser feito para mudar o futuro catastrófico que está sendo semeado? Ao final de cada capítulo, a autora sugere uma reorientação dos processos de design para que os projetos sejam feitos com responsabilidade. Com mais de trezentas imagens, Design sem Fronteiras atravessa os limites entre arquitetura e design, vagueando por hibridismos entre edifícios e veículos, mobiliário e ferramentas, vestuário e equipamentos. A leitura pode fluir como uma jornada cíclica, que tem o potencial de se repetir, como as jornadas que os nômades realizam em campos abertos, sem estradas, bordas ou referências. Proposta: a) assunto e tema da publicação: pesquisas sobre design e sustentabilidade; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de Design e Arquitetura; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: obra de interesse acadêmico e social. Coerência conceitual: o arranjo cromático simples e pregnante da capa chama a atenção para si, coerente a proposta de um livro de design. A rica iconografia colorida divide o espaço do grid com o texto, possibilitando uma rica experiência de leitura.

Dimensão topográfica Porte: médio, leve e ergonômico. Formato: ideal para conformar blocos extensos de texto, imagens e notas laterais. Grids: usa-se mais de uma estrutura de grid sobrepostos, dando conta de distribuir imagens de dimensões variadas com blocos fixos de texto e notas laterais de extensões diversas.

Dimensão tipográfica

Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado nos blocos de texto, alinhados a esquerda nas margens da direita e alinhados a esquerda nas margens a direita. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito a hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: rica iconografia colorida de caráter documental, programadas visualmente para acompanhar o texto na leitura. Capa: a simplicidade e o contraste cromático são fatores de pregnancia nesta capa, que se vale do recurso de aplicação de verniz para chamar a atenção a sua dimensão material.

9 - As armas e o varão: leitura e tradução do canto I da Eneida Autor: Marcio Thamos Ano de publicação: 2011 Formato: 18 x 25,5 cm Número de páginas: 432 Fonte: Garamond.

Papel: Chamois Fine Dunas 80 g/m² Capa: Markatto Bianco 120 g/m² Notas e citações: muitas, curtas ou extensas, no rodapé no texto em prosae na lateral no texto poético, permitindo a perfeita acomodação das mais extensas notas sem interferir no layout. Imagens: diversas imagens coloridas. Encadernação: capa dura, com textura estilizada na capa e com requife no acabamento. Designer: Carolina Sucheuski (projeto gráfico, capa e editoração eletrônica)

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 99,00 Sinopse: "Autor de as Bucólicas, as Geórgicas e a Eneida, Virgílio (70-19 a.C.) é o mais célebre dos poetas latinos. Em As Armas e o Varão, Márcio Thamos assume o desafio de fazer uma leitura comentada do Canto I da Eneida, enfrentando a dificuldade de se traduzir e interpretar um texto escrito numa língua, o latim, que possui especificidades desconhecidas dos falantes do português. Buscando identificar as estruturas presentes no poema épico, sobretudo linguísticas, o estudioso aponta a forma como os efeitos são expressos dentro do texto, concentrando-se nos arranjos da linguagem que Virgílio utilizou para produzir significados. Pelas palavras do próprio autor do estudo: “Como resultado dessa investigação, produziu-se um discurso metalinguístico no intuito de, ainda que sem a pretensão de esgotar o assunto, poder lançar alguma luz sobre os recursos da poética determinantes da expressão do signo em questão, qual seja, o poema virgiliano”. A edição traz o estudo do autor e a tradução propriamente dita acompanhada do texto original latino, e de belas ilustrações." Coerência conceitual: este é o tipo de publicação cujo porte e acabamento conferem à obra um valor que está par além do texto, uma vez que se vale de recursos visualgráficos para conferir um valor artístico em si mesmo. Além do valor literário e

acadêmico do comentador, o valor artístico propriamente editorial soma-se ao texto clássico original, enobrecendo-o.

Dimensão topográfica Porte: de mesa, pesado, imponente. Formato: ideal para comportar blocos extensos de texto. Grids: texto e imagem não interagem na mesma página. A parte textual possui um grid para prosa e outro para verso.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortavel para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: registrando obras de arte contemporâneas a Virgílio, cumprindo uma função documental e alusiva.

Capa: abordagem documental, pois a figura da capa e da quarta capa é uma reprodução de um detalhe de oenochoé do Museu do Louvre, e representa Eneias carregando Anquises. Essa alternativa para a capa se vale de uma obra de arte contemporânea ao autor para transportar os leitores para seu universo.

10 - Influências Orientais na Língua Portuguesa: os vocábulos Árabes, Arabizados, Persas e Turcos Autor: Miguel Nimer Ano de publicação: 20xx Formato: 18 x 25 cm Número de páginas: 664 Fonte: Garamond Light Narrow 11 / 13 Papel: Polen Soft Natural 80 g/m² Capa: Vergé Madreperola 120 g/m² (guardas) Notas e citações: poucas e curtas, no prefácio apenas, no rodapé. Imagens: 1 retrato do autor. Capítulos e Intertítulos: entradas de dicionário. Encadernação: capa dura. Designers: Silvana Biral (projeto gráfico e produção), Andrea Yanaguita (capa), Cristiane Silvestrin (editoração eletrônica e produção).

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 130,00 Sinopse: "Miguel Nimer apresenta neste trabalho detalhado um estudo das influências linguísticas trazidas pela expansão da civilização árabe ao vocabulário do português, oferecendo um interessante panorama histórico e social da difusão dos vocábulos

árabes. O autor nos convida a um reexame da etimologia dos vocábulos em nossa língua, registrando a definição, as variantes e os derivados de cada palavra, os termos afins em português, as formas paralelas procedentes diretamente do latim, do grego e do céltico, indicando as formas duvidosas e assinalando as fontes de sua pesquisa. Em cada verbete apresenta a transcrição fonética e a tradução de cada um dos elementos formadores, seja do árabe ou de outras línguas orientais. É um livro precioso pela qualidade e segurança da informação, obra de referência para pesquisadores, estudiosos e interessados em aprimorar o conhecimento da língua."

Proposta: a) assunto e tema da publicação: dicionário etimológico de palavras portuguesas de origem oriental; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de Letras, da área de Filologia em específico; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: situa-se entre as obras de referência da editora que visam a abranger um público acadêmico específico. Coerência conceitual: apesar da especificidade do público alvo e da aridez do tema, a edição recebeu um tratamento visual-gráfico de alto padrão, em um porte imponente, conferindo ao objeto livro o status de objeto de design.

Dimensão topográfica Porte: livro de mesa, com grande número de páginas e pesado. Formato: proporções que valorizam a dimensão horizontal, configurando um livro largo, consoante ao padrão de outras edições de mesmo porte da Edusp. Grids: apenas texto, com margens arejadas.

Dimensão tipográfica

Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: apenas um retrato fotográfico do autor na página oposta ao prefácio. Capa: no colofão lê-se a seguinte informação sobre a capa: "Desenho que reconstitui o friso de gesso do claustro de San Fernando, Monastério de las Huelgas, Burgos, Espanha. Retirado do livro de Basílio Pavón Maldonado, El arte hispanomusulmán en su decoración geométrica: una Teoría para un Estilo, Ministério de Assuntos Exteriores, Instituto Hispano-árabe de Cultura, Madrid, 1975, Lâmina, VIII". Trata-se de uma abordagem essencialmente conceitual, pois resgata em uma obra de arte um elemento expressivo específico (o padrão geométrico do friso de gesso de um claustro espanhol) que é resultado do encontro entre as culturas muçulmana e ibérica: justamente o encontro que é tema do estudo da obra.

11 - Pesquisa ambiental: Construção de um Processo Participativo de Educação e Cultura. Autor: Myriam Krasilchik, Nídia Nacib Pontuchka (coord.) Ano de publicação: 20xx Formato: 17 x 24 cm Número de páginas: 272

Fonte: Minion 11,5 / 15,5 Papel: Reciclato 90 g/m² Capa: Craft 300 g/m² Notas e citações: muitas, geralmente curtas, ao rodapé. Imagens: mapas, tabelas e poucas fotografias (monocromáticas). Capítulos e Intertítulos: muitos, com tamanhos variados. Encadernação: brochura com orelhas. Designers: Tereza Kikushi (projeto grafico, capa, produção editorial e editoração eletrônica), Alice Kyoko Mayashiro.

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 64,00 Sinopse: "Resultado de uma pesquisa interdisciplinar desenvolvida durante quatro anos por pesquisadores da Universidade de São Paulo e do Instituto Agronômico de Campinas em dois municípios de base econômica rural do Oeste paulista, Espírito do Turvo e Vera Cruz, este livro apresenta informações sobre o ambiente dessas cidades, coletadas pelo projeto “Educação Ambiental via Representações Acadêmicas e Populares do Meio”. Além de discutir as diferentes estratégias e técnicas de educação empregadas no projeto (metodologias bastante participativas e engajamento dos habitantes nos processos de investigação, ensino e aprendizagem) e mostrar os levantamentos geográfico, histórico e socioeconômico dos municípios, o livro propõe algumas soluções para o desenvolvimento sustentável da região. É uma obra interessante para aqueles que estudam processos educativos e sua relação com mudanças sociais e conservação ambiental.

Proposta: a) assunto e tema da publicação: reunião de pesquisas de um projeto temático

relacionado

a

Agronomia,

envolvendo

trabalhos

educativos

e

socioeconômicos; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de Agronomia, Gestão Ambiental, Geografia e áreas adjacentes; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: a obra é o resultado de um trabalho

pioneiro desenvolvido durante quatro anos por uma equipe engajada em questões sociais, e figura entre as publicações que pretendem divulgar as pesquisas universitárias. Coerência conceitual: o projeto visual-gráfico encorpora a proposta ecológica em sua própria materialidade, escolhendo imprimir o miolo em papel reciclado. A dimensão cromática da publicação, que usa a cor verde como realce gráfico no tipo do texto, remete a esse universo ecológico.

Dimensão topográfica Porte: médio, ergonômico e leve. Formato: as dimensões permitem que as tabelas, mapas e gráficos sejam dispostos em tamanho ideal para leitura. Grids: texto e imagem interagem de modo blocado, portanto a grade segue um módulo único.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: poucas imagens fotográficas, em tons de cinza. Presença de mapas e cartas topográficas coloridas e ricamente detalhadas. Capa: tipográfica, com o layout igual ao da folha de rosto. Porém o detalhe do grafismo em relevo (grafismo que se repete nas páginas pré textuais e nas aberturas de capítulo) chama a atenção para o aspecto físico da publicação.

12 - O livro no Brasil: sua história (edição de bolso) Autor: Laurence Halewell Ano de publicação: 2012 Formato: 13 x 21 cm Número de páginas: 1016 Fonte: Sabon LT Std Papel: Polen Soft 70 g/m² Capa: Cartão Supremo 350 g/m² Notas e citações: muitas, geralmente curtas. Imagens: não há. Capítulos e Intertítulos: muitos, com comprimentos diversos. Encadernação: brochura sem orelhas. Designers: Carolina Sucheuski (projeto gráfico e produção), Cristiane Silverstein (produção), Carla Fernanda Fontana (produção), Marcelo Masuchi Neto (capa), Fábio Kato (editoração eletrônica).

Dimensão projeto Preço de capa: R$ 60,00

Sinopse: Esta edição de bolso de O livro no Brasil reproduz o texto integral da segunda edição, com algumas correções e atualizações, mas sem as ilustrações, para proporcionar uma versão com preço reduzido que atenda às necessidades de um leque de leitores mais abrangente. É o mais completo panorama histórico da indústria editorial brasileira, escrito originalmente em 1975, publicado pela primeira vez no Brasil em 1982, com uma segunda edição revista e atualizada pelo autor publicada em 2005. Retrata com precisão, clareza e riqueza de dados estatísticos o desenvolvimento das editoras brasileiras e os problemas econômicos, sociais e políticos que enfrentaram para sobreviver. Oferece um relato minucioso das obras e dos autores publicados pelas editoras comerciais e oficiais, além de tabelas, cronogramas e dados comparativos detalhados sobre população, importação, tarifas, preços, salários, exportação, produção de papel, traduções e comércio livreiro.

Proposta: a) assunto e tema da publicação: tese de doutorado sobre a história do mercado de livros no Brasil; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de Editoração e História, especificamente História Econômica, além de bibliófilos; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: trata-se do maior estudo existente sobre o tema, referência importante aos interessados na história da Editoração, enquadrando-se na linha de publicações da Edusp sobre História do Livro. Coerência conceitual: como explicado na sinopse, a edição em tamanho reduzido pretende ampliar o público leitor, reduzindo o preço de capa e melhorando a portabilidade e ergonomia da publicação.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, grande quantidade de páginas, leve e ergonômico. Formato: a proporção 13 x 21 conforma bem a mancha tipográfica.

Grids: apenas texto, além de tabelas ao final, à parte.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha compacta, mas com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: não há. Capa: segue exatamente o mesmo estilo de capa da edição de mesa. Gravuras estilizadas de livros remetem às épocas retratadas no livro, além dos detalhes nos quatro cantos da capa remeterem a um tipo de acabamento de livro antigo. É portanto uma abordagem conceitual, alusiva.

13 - Versificação portuguesa Autor: M. Said Ali Ano de publicação: 2000 Formato: 14 x 21 cm Número de páginas: 152

Fonte: Gatineau 10,5 / 15 Papel: Polen Bold Natural 90 g/m² Capa: Cartao Supremo 250 g/m² Notas e citações: muitas citações de versos. Imagens: não há. Capítulos e Intertítulos: poucos e uniformemente curtos. Encadernação: brochura com orelhas. Designers: Ricardo Assis (projeto gráfico, capa e editoração eletrônica), Cristiane Silvestrin e Silvana Biral (produção).

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 28,00 Sinopse: Poucos estudiosos da língua portuguesa obtiveram o reconhecimento praticamente unânime da importância de seu trabalho como Manuel Said Ali. Ao lado de títulos conhecidos de obras gramaticais, como Dificuldades da Língua Portuguesa e Meios de Expressão e Alteração Semânticas, este livro trata também de questões linguísticas, com o rigor teórico e a capacidade didática de sempre, abordando dessa vez um assunto que tem implicações estéticas e literárias. A versificação em língua portuguesa é apresentada aqui de maneira sucinta, mas sem que o autor se restrinja exclusivamente às questões de métrica e aos modelos de versos, já que são acrescentados breves comentários a cada um dos muitos exemplos selecionados.

Proposta: a) assunto e tema da publicação: poesia e poética, especificamente versificação em língua portuguesa; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de Letras, em especial de Literatura; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: é o tipo de publicação cujo valor reside no resgate de textos clássicos e canônicos, proporcionando ao público uma edição nova e esteticamente bem cuidada.

Coerência conceitual: o projeto visual-gráfico simples, com uma fotomontagem alegórica na primeira capa e estilo de página clássico proporciona uma atmosfera de seriedade que honra a importância do texto.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, fino e leve. Formato: a clássica proporção 14 x 21 combina com o projeto como um todo Grids: estrutura de grade simples para texto em verso e prosa, com margens arejadas e valorização dos espaços em branco nas aberturas de capítulo.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado, alinhados à esquerda nas citações de versos. Espaço horizontal: comprimento de linha confortavel para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: não há.

Capa: a imagem parece fazer uma metáfora com a ideia do resgate e restauro de um texto antigo: vemos uma página de incunábulo coberta por uma camada branca que parece estar descascando. Tal alegoria pode estar fazendo alusão à tarefa mesma da edição em questão, em que um texto raro e há muito esgotado vem a lume por meio de um trabalho editorial cuidadoso.

14 - O Império dos livros: Instituições e Práticas de Leitura na São Paulo Oitocentista. Autor: Marisa Midori Deaecto Ano de publicação: 2011 Formato: 16 x 23 cm Número de páginas: 448 Fonte: Bembo Papel: Chamois Book 90 g/m² Notas e citações: poucas e curtas, ao rodape Imagens: nao ha Capítulos e Intertítulos: poucos e curtos Encadernação: capa dura. Designers: Negrito Produção Editorial (design e editoração eletrônica), Julia Doi (arte final dos mapas), Bruno Tenan (digitalização das ilustrações).

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 90,00 Sinopse: Marisa Midori apresenta um estudo sobre a expansão dos circuitos do livro na capital paulistana no século XIX, procurando oferecer um quadro das práticas culturais na capital paulista no início da República. Inicialmente, a autora discute a instalação da primeira biblioteca pública em 1825 e a instalação da Academia de Direito em 1827, importantes marcos para a criação de um círculo de leitores na

cidade ainda provinciana. Analisa a seguir a formação do intelectual na cidade, a vida acadêmica e a fortuna dos livros, adentrando na esfera privada por meio do estudo de inventários post-mortem de forma a verificar a presença dos livros na casa paulistana e o interesse de seus moradores. Finalmente, dedica a atenção ao aparecimento das livrarias e seu impacto na sociedade paulistana na segunda metade do século XIX, voltando-se para as questões sobre o consumo de livros franceses e seus principais agentes de difusão.

Proposta: a) assunto e tema da publicação: estudo sobre o comércio livresco e práticas culturais na cidade de São Paulo do século XIX; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos ou interessados da área de História em geral e História do Livro em específico; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: é um estudo que se enquadra na proposta da Edusp de publicar obras que tratem da História do Livro. Coerência conceitual:

Dimensão topográfica Porte: grande e volumoso, com muitas páginas, porém leve. Formato: formato que valoriza a dimensão horizontal, mais largo, devido à grande quantidade de imagens. Grids: é usado um grid simples, pois não há interação de texto e imagem na mesma página.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados.

Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: iconograficamente rica, a edição conta com reproduções de obras de arte, fotografias, imagens de documentos, mapas e gráficos. Capa: consta no colofão que a fotografia da sobrecapa é da própria autora: a parte lateral de uma pilha de livros antigos, com as capas marmorizadas, ao estilo do Oitocentos. Trata-se de uma abordagem alusiva que transporta o leitor para a atmosfera da época do texto, consistindo em uma abordagem conceitual.

15 - A arte da conversação Autor: Peter Burke Ano de publicação: 1995 Formato: 14 x 21 cm Mancha: 20 x 38 paicas Número de páginas: 96 Fonte: Garamond Light Narrow 11 / 13 Notas e citações: poucas e curtas, ao rodapé. Imagens: não há. Capítulos e Intertítulos: poucos e curtos. Encadernação: brochura com orelhas.

Dimensão projetual Preço de capa: R$38,00 Sinopse: Peter Burke em A arte da conversação oferece uma importante contribuição aos estudos de história social da linguagem, um domínio relativamente novo que vem provocando um vivo debate interdisciplinar. Toma como ponto de partida os trabalhos dos sociolingüistas e procura entender as transformações da língua à luz do estudo da sociedade, tratando a língua como uma parte inseparável da História Social.

Proposta: a) assunto e tema da publicação: estudo sobre Sociolinguística, tratando de assuntos inerentes à História Social e à Linguística; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de História e Letras; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: é um estudo pioneiro de um importante historiador social que procura atender à demanda acadêmica. Coerência conceitual: segue as convenções clássicas da tipografia, em uma edição singela, econômica e econômica.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, fino e leve. Formato: 14 x 21. Grids: apenas texto, imagens em páginas à parte.

Dimensão tipográfica

Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: não há. Capa: traz a imagem de uma gravura medieval representando uma conversa, em uma abordagem documental.

16 - A ilusão das estatísticas Autor: Jean-Louis Besson Ano de publicação: 1995 Formato: 14 x 21 cm Mancha: 24 x 44 paicas Fonte: Goudi Oldstyle 12 / 14 Papel: Polen 80 g/m² Capa: Cartao Supremo 250 g/m² Notas e citações: poucas e curtas, ao rodapé. Imagens: gráficos. Encadernação: brochura com orelhas.

Designers: Lourdes Guacirada Silva (projeto visual), Sueli da Silva Leite e Luiza Odete André (diagramação). Dimensão projetual Preço de capa: R$46,00 Sinopse: “Inflação, desemprego, delinqüência, saúde, consumo, analfabetismo são expressos por taxas. Os governos, as instituições e as empresas se orientam por diagnósticos que são calcados sobre pesquisas de opinião. Há uma verdadeira rede, que nos envolve a todos e que se alimenta fundamentalmente das estatísticas. Este livro procura desmontar as bases desse imenso edifício, levantando a questão da objetividade e da legitimidade de inúmeras afirmações que assumem foros de verdade”. Proposta: a) assunto e tema da publicação: a estudo sobre a capacidade de defender inverdades através do mau uso da disciplina Estatística; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos que lidem com dados estatísticos, abrangendo várias áreas; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: estudo relevante e pertinente para a o público acadêmico em geral. Coerência conceitual: diagramação ao estilo clássico, dentro de padrões consagrados de tipografia, de modo a enobrecer e fornecer condições ideais de leitura, apesar da aridez do tema.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, fino e leve. Formato: o tradicional 14 x 21. Grids: apenas texto.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: apenas gráficos Capa: uma fotomontagem com diversos tipos de gráficos estatísticos sobrepostos, em uma abordagem expressionista.

17 - Figurativização e metamorfose Autor: Ignassio Assis Silva Ano de publicação: 1995 Formato: 14 x 21 cm Mancha: 24 x 44 paicas Fonte: Times 11 / 14 Papel: Offset 80 g/m² Capa: Cartao Supremo 250 g/m² Notas e citações: poucas e curtas, ao rodapé.

Imagens: esquemas visuais e caderno adicional em couché com imagens coloridas. Encadernação: brochura com orelhas. Designers: Lourdes Guacirada Silva (projeto visual), Duclera Almeida (diagramação).

Dimensão projetual Preço de capa: R$48,00 Sinopse: Tendo como ponto de partida a constatação de Greimas a respeito da importância dos modelos figurativos na inventividade científica, o autor, na linha da semiótica narratológica, estuda a significação da metamorfose no pensamento mítico, tomando como núcleo de reflexão o mito de Narciso. A escolha da metamorfose, como modelo figurativo de importância fundamental, permite uma reflexão e uma compreensão do lugar e da função da racionalidade mítica não apenas na linguagem verbal, mas em qualquer tipo de linguagem. Proposta: a) assunto e tema da publicação: ensaio sobre Filosofia da Linguagem e Semiótica; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de Filosofia, Artes e Comunicação; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: estudo relevante e pertinente para a o público acadêmico das áreas adjacentes. Coerência conceitual: diagramação ao estilo clássico, dentro de padrões consagrados de tipografia, de modo a enobrecer e fornecer condições ideais de leitura, com impressões bem cuidadas de imagens.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, fino e leve. Formato: o tradicional 14 x 21.

Grids: apenas texto, com imagens disposta sem estrutura de grade no caderno à parte.

Dimensão tipográfica

Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortavel para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: dezenas de imagens coloridas, impressas em couché brilhante. Capa: traz a imagem de uma escultura clássica, de Narciso, personagem mitológico que é tema da obra. Osrecortes fotográficos simbolizam metaforicamente a análise que o autor faz, em uma abordagem conceitual do design de capa.

18 - Liberalismo e sociedade moderna Autor: Richard Bellamy Ano de publicação: 1994 Formato: 14 x 21 cm

Mancha: 24 x 44 paicas Fonte: Times 11 / 14 Papel: Offset 80 g/m² Capa: Cartao Supremo 250 g/m² Notas e citações: poucas e curtas, ao rodapé. Imagens: não há. Encadernação: brochura com orelhas. Designers: Lourdes Guacirada Silva (projeto visual), Sidnei Simonelli (produção gráfica), Duclera Almeida (diagramação).

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 58,00 Sinopse: Bellamy estuda o desenvolvimento do liberalismo, do início do século XIX aos nossos dias. Examina a evolução das ideias liberais na Inglaterra, na França, na Alemanha e na Itália, detendo-se especialmente nas contribuições de Mill, Green, Durkheim, Weber e Pareto. Examina criticamente as ideias de liberais como Hayek, Nozik e Rawls, e indica como um liberalismo renovado é a única alternativa para as sociedades complexas e pluralistas do mundo contemporâneo. Proposta: a) assunto e tema da publicação: ensaio de Ciência Política sobre Liberalismo na sociedade moderna; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de Ciência Política, História, Direito e Economia.; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: trata-se de um estudo aprofundado que pretende abranger vasto público acadêmico. Coerência conceitual: diagramação ao estilo clássico, dentro de padrões consagrados de tipografia, de modo a enobrecer e fornecer condições ideais de leitura, com impressões bem cuidadas de imagens.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, fino e leve. Formato: o tradicional 14 x 21. Grids: apenas texto, com imagens disposta sem estrutura de grade no caderno à parte.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: não há. Capa: representação de uma obra de arte abstrata, em uma abordagem expressionista.

19 - Análise ambiental: uma visão multidisciplinar Autor: Sâmia Maria Tauk (org.) Ano de publicação: 1991

Formato: não informa Mancha: não informa Número de páginas: 228 Fonte: não informa Papel: não informa Capa: não informa Notas e citações: poucas e curtas, ao rodapé Imagens: não há. Capítulos e Intertítulos: poucos e curtos. Encadernação: brochura Designers: não informa.

Dimensão projetual Preço de capa: R$40,00 Sinopse: A degradação ambiental do planeta está sendo acompanhada pela ampliação de uma práxis ambientalista. Visando dar as informações técnicas necessárias à eficiência dessa práxis, o livro oferece textos que permitem esclarecer, de vários ângulos, os problemas ambientais. Resultado do I Simpósio Nacional de análise Ambiental, incluem-se aqui, além disso, a análise de questões metodológicas e de legislação e a apresentação dos problemas ambientais ligados ao desenvolvimento. Proposta: a) assunto e tema da publicação: estudo sobre Política Ambiental e Geografia, abrangendo outras áreas; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos das áreas de afins a Gestão Ambiental; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: trata-se de um conjunto de pesquisas desenvolvidas na área. Coerência conceitual: é evidente que a publicação pertence a um período anterior a uma profissionalização da equipe de produção editorial da instituição, devido aos problemas de diagramação e precariedade de recursos gráficos.

Dimensão topográfica Porte: médio e leve. Formato: mais largo que o padrão da editora. Grids: apenas texto, com margens estreitas.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha excessivamente grande. Respeito à hifenização. Textura irregular da mancha tipográfica, com brancos entre palavras. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: esquemas visuais. Capa: a imagem de capa apresenta uma gravura que parece fazer alusão ao meio ambiente, com sol, estrelas e diversas plantas.

20 - Direita e esquerda Autor: Norberto Bobbio Ano de publicação: 2011 Formato: 12 x 21 cm Mancha: 20,6 x 43 paicas Fonte: Garamond 10 / 13 Papel: Off-white 80 g/m² Capa: Cartao Supremo 250 g/m² Notas e citações: muitas, algumas ocupando mais da metade da página, ao rodape Imagens: não há Encadernação: brochura sem orelhas Designers: Vicente Pimenta (editoração eletronica e diagramação), Estúdio Bogari (capa)

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 35,00 Sinopse: A terceira edição de Direita e Esquerda chega ao Brasil – onde a Editora Unesp já publicou as duas primeiras, em 1994 e 1995 – num momento mais que oportuno, em meio a um cenário econômico global tumultuado por uma das piores crises financeiras do capitalismo. Quando a publicou, em 1999, Norberto Bobbio, um dos principais pensadores contemporâneos, deu uma resposta a quem preconizava que já não fazia sentido distinguir direita e esquerda, pois na globalização a análise dos problemas políticos e econômicos expandira-se para além das fronteiras dos Estados nacionais: “Parece-me ter ocorrido exatamente o contrário, ou seja, que a distinção não está morta e sepultada, mas mais viva do que nunca”, escreveu Bobbio. Proposta: a) assunto e tema da publicação: ensaio sobre sociologia política; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de Ciência Política, Ciências Sociais e afins; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: título importante na bibliografia sobre estudos políticos contemporâneos.

Coerência conceitual: o tratamento gráfico da edição valoriza a simplicidade e a portabilidade, com uma capa tipográfica alegórica, visualmente atraente.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, fino e leve. Formato: aproximado do formato de bolso. Grids: apenas texto.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha estreito, confortavel para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: não há. Capa: sobre um azul sóbrio, uma disposição tipográfica do título, ao fundo, cria uma espécie de textura, fazendo uma espécie de metáfora com as confusões existentes nas discussões sobre direita e esquerda política.

21 - Os gregos acreditavam em seus mitos? Autor: Paul Veyne Ano de publicação: 2014 Formato: 14 x 21 cm Número de páginas: 205 Notas e citações: poucas, por vezes extensas, ao rodapé. Imagens: não há. Capítulos e Intertítulos: poucos e curtos. Encadernação: brochura com orelhas.

Dimensão projetual Preço de capa: R$ 34,00 Sinopse: Ao decidir estudar, a partir da crença dos gregos em seus mitos, a pluralidade das modalidades de crença – a crença no que os outros dizem, a crença por experiência própria –, Paul Veyne concluiu que, em vez de falar de crenças, deveria falar de verdades, elas próprias imaginações. “Nós não fazemos uma ideia errada das coisas: a verdade das coisas é que, através dos séculos, foi constituída de maneira peculiar”, escreve. [...] Veyne explica que seu interesse sobre verdades, justamente a partir da crença, não tem intenção de afirmar que a imaginação anuncia as futuras verdades e deveria estar no poder. E, sim, que as verdades já são imaginações “e a imaginação está no poder desde sempre; ela, e não a realidade, a razão ou o longo trabalho do negativo. Proposta: a) assunto e tema da publicação: ensaio sobre História Cultural, tratando da crença dos gregos em seus mitos; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de História; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: trata-se de um pequeno ensaio que interessa ao público acadêmico das áreas adjascentes à História, bem como a um público amplo interessado em mitologia.

Coerência conceitual: o tratamento gráfico de qualidade e a abordagem conceitual da capa convidam públicos mais amplos.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, ergonômico e leve. Formato: o tradicional 14 x 21. Grids: apenas texto.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: não há. Capa: a reprodução de uma obra de arte representando um ser mitológico enfatiza o título, na medida em que apresenta uma representação realista de um ser da mitologia. Trata-se de uma abordagem conceitual.

22 - Comer: necessidade, desejo, obcessão Autor: Paolo Rossi Ano de publicação: 2012 Formato: 12 x 21 cm Mancha: 18,2 x 39 paicas Número de páginas: 96 Fonte: Horley Oldstyle 11,5 / 14 Papel: Offset 75 g/m² Capa: Cartao Supremo 250 g/m² Notas e citações: poucas e curtas, ao rodapé Imagens: coloridas, ao final. Capítulos e Intertítulos: poucos e curtos Encadernação: brochura com orelhas Designers: Eduardo Seiji Seki (Diagramação e editoração eletrônica), Estúdio Bogari(capa ). Dimensão projetual Preço de capa: R$ 25,00 Sinopse:

Paolo Rossi faz aqui uma reflexão sobre o tema alimentação para

demonstrar que o simples ato de comer está muito mais carregado de significados, culturais e antropológicos, do que se pode imaginar quando se se pensa em assuntos como dietas saudáveis, desnutrição e gastronomia, muito em voga atualmente. [...] Com elementos pinçados da história das ideias, ele constrói um mosaico de cenários e situações em que esses sentimentos se revelam. E mostra como é profunda a ligação entre o comer e a condição humana, e como, para além de satisfações fisiológicas, existem elos de ordem psíquica que resvalam na fronteira do plano mítico. A

pesquisa, atemporal, atravessa culturas e temas, como a fome em diferentes épocas e sociedades humanas, incluindo a contemporânea, aborda o jejum, a greve de fome, o canibalismo, o vampirismo, o serial killers, que transgride o maior dos tabus, ao devorar suas vítimas.

Proposta: a) ensaio sobre o significado cultural e antropológico dos hábitos alimentares; b) demandas do público-alvo pretendido: academicos da área de Ciências Sociais e público leigo; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: trata-se de uma publicação cujo interesse transborda o meramente acadêmico, antingindo um leque maior de leitores. Coerência conceitual: consoante à proposta de vulgarização, a capa tem uma programação visual convidativa.

Dimensão topográfica Porte: pequeno, fino e leve. Formato: aproximado do formato de bolso. Grids: apenas texto, margens largas, páginas com imagens à parte.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortavel para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica.

Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: em um caderno impresso à parte, as imagens que ilustram o texto aparecem ao final do livro, coloridas. Uma das imagens está rotacionada à esquerda, evidenciando um descuido da parte equipe de design. Capa: a impressão, sangrada para os quatro lados, de uma obra de arte em que uma cozinheira é retratada, convida imediatamente a uma reflexão histporica sobre hábitos alimentares, configurando uma abordagem conceitual. O uso da tipografia em tamanho grande tem um efeito de apelo visual.

23 - Minhas invenções Autor: Nicolai Tesla Ano de publicação: 2012 Formato: 12 x 21 cm Mancha: 20,6 x 43 paicas Número de páginas: 96 Fonte: Garamond 10 / 13 Papel: Off-white 80 g/m² Capa: Cartao Supremo 250 g/m² Notas e citações: poucas e curtas, ao rodapé Imagens: 2 retratos do autor em tons de cinza. Capítulos e Intertítulos: poucos e curtos. Encadernação: brochura com orelhas. Designers: Eduardo Seiji Seki (Diagramação e editoração eletrônica), Estúdio Bogari(capa).

Dimensão projetual Preço de capa: R$22,00 Sinopse: Um dos inventores mais geniais de todos os tempos, Nikola Tesla (18561943), conta aqui a própria história. Engenheiro elétrico e mecânico, além de físico, ele pouco se detém, no entanto, nesta obra autobiográfica, nos detalhes técnicos e conceituais de suas criações. Ao longo destas páginas emerge um ser humano peculiar, dono de um cérebro altamente imaginativo, e seu surpreendente processo de criação. Tesla concebeu o sistema de corrente alternada, que possibilitou a transmissão de energia elétrica, e lançou as bases do desenvolvimento da tecnologia moderna - as comunicações sem fio, a robótica, o controle remoto, o radar, a ciência computacional, a balística. [...] Além de Física e Matemática, Tesla estudou Filosofia. Atuou como engenheiro elétrico na Hungria, França e Alemanha e, nos Estados Unidos, para onde se mudou em 1884, trabalharia com Thomas Edson, que se tornaria seu rival. Edson defendia um sistema de transmissão de potência de corrente contínua, inferior ao criado por Tesla em 1888, de corrente alternada. Este sistema está na base do projeto, desenvolvido por Tesla, dos geradores das Cataratas do Niágara. Patenteada em seguida por George Westinghouse, a tecnologia ainda hoje fundamenta a indústria de energia elétrica. Proposta: a) assunto e tema da publicação: autobiograbia de Nicolai Tesla; b) demandas do público-alvo pretendido: público interessado nas áreas de Engenharia e Física; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: é uma das obras destinadas a um amplo leque de leitores, mas que enquadra-se na linha editorial da instituição por tratar de assuntos que podem interessar a historiadores e cientistas. Coerência conceitual: a pequena dimensão e a pregnância da capa estão de acordo com o caráter de divulgação da publicação.

Dimensão topográfica

Porte: pequeno, fino e leve. Formato: aproximado do formato de bolso. Grids: apenas texto.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha confortável para a leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: 2 fotografias em tons de cinza. Capa: a imagem da capa brinca com o título, apresentando Tesla com uma lâmpada na mão (símbolo de ideia nova, invenção). O acabamento da capa é fosco, e a lâmpada recebeu aplicação de verniz brilhante, chamando a atenção para a materialidade do título. Trata-se de uma abordagem ao mesmo tempo documental e conceitual.

24 - Benjaminianas: cultura capitalista e fetichismo contemporâneo Autor: Olgária Chain Féres Matos Ano de publicação: 2010

Formato: 16 x 23 cm Mancha: 27,7 x 44,9 paicas Número de páginas: 302 Fonte: Horley Oldstyle 10,5 / 14 Papel: Polen Soft 80 g/m² Capa: Cartão Supremo 250 g/m² Notas e citações: poucas e curtas, ao rodapé. Imagens: não há. Capítulos e Intertítulos: poucos e curtos. Encadernação: brochura com orelhas. Designers: Studio Lume (editoração eletrônica), Megaart (capa).

Dimensão projetual Preço de capa: R$52,00 Sinopse: Os ensaios deste livro se organizam segundo a concepção benjaminiana da modernidade que, do Drama barroco alemão às Passagens, procura compreender o capitalismo atual, associando o fenômeno do fetichismo à vida política e ao estado de exceção. Procedendo a uma reformulação das concepções de Marx e de Freud, com Baudelaire e o surrealismo, acompanhamos as transformações identificadas por Benjamin no mundo moderno. O conceito benjaminiano de "sex appeal do inorgânico" contém, modificando-o e ampliando-o, o fetiche em sua caracterização marxista e freudiana, pois Benjamin trata de um fetichismo inédito, marcado por sua capacidade em eliminar as barreiras que separam o orgânico do inorgânico, fazendo com que cada um possa se sentir "em casa" tanto no mundo inanimado quanto naquele de "carne e osso". Proposta: a) assunto e tema da publicação: conjunto de ensaios sobre Walter Benjamin; b) demandas do público-alvo pretendido: acadêmicos da área de Comunicação; c) enquadramento da publicação na linha editorial da instituição: é uma publicação que cumpre o papel de divulgação de produção acadêmica brasileira.

Coerência conceitual: a pregnância da capa cumpre o papel de dar à publicação um aspecto convidativo e pregnante.

Dimensão topográfica Porte: acima da média de tamanho das publicações da Editora Unesp, mas leve e ergonômico. Formato: o formato 16 x 23, acima da média. Grids: apenas texto.

Dimensão tipográfica Parágrafos: simples e recuados. Alinhamento: justificado. Espaço horizontal: comprimento de linha muito grande, mas dentro dos limites que proporcionem um conforto de leitura. Respeito à hifenização. Textura uniforme da mancha tipográfica. Espaço vertical: entrelinha adequada, com perfeita legibilidade.

Dimensão iconográfica Imagens: não há. Capa: a dimensão cromática pregnante e a simplicidade de formas da capa (meramente tipográfica, com textura e uma faixa, portanto documental) dão à publicação um aspecto agradável, evidenciando a preocupação da instituição em produzir um livro que seja também uma peça de design

CONCLUSÕES A análise das obras de duas editoras universitárias públicas, concorrentes entre si dentro do mercado editorial paulista, de acordo com a metodologia proposta fornece subsídios para o estudo dos usos, técnicas e estilos da editoração universitária enquanto agentes em disputa pela legitimidade propriamente cultural. O levantamento das marcas distintivas consagradas pela literatura especializada permitiu a elaboração um modelo de análise que pudesse dar conta de evidenciar as peculiaridades de cada publicação. Notou-se que são raras as edições que possuem algum desvio na dimensão tipográfica, o que demonstra o estabelecimento em cada instituição de normas consoantes às normas unanimemente consideradas. As dimensões que apresentaram maior pluralidade de elementos foram a dimensão projetual e dimensão iconográfica, especificamente entre o público-alvo pretendido, a coerência conceitual e a capa, intrinsecamente relacionadas, na medida em que as últimas guardam relação intrínseca com a primeira. Foi possível notar, devido às comparações entre os levantamentos sobre as informações de cada publicação e as especificações do projeto visual-gráfico das mesmas, que ambas instituições dão conta das demandas específicas de cada público, na medida em que as peculiaridades do projeto são sempre justificadas pelo público-alvo pretendido, e vice-versa. A abordagem das capas, em ambas instituições, é predominantemente conceitual, sendo que na maioria das vezes o seu desenvolvimento fica a cargo de um profissional ou de um estúdio especializados. Nem sempre há uma coerência tipográfica e cromática entre o layout da capa e o layout do miolo, o que parece ser sintoma dessa separação. É possível notar, nesse sentido, que as marcas de estilo nas capas das editoras estão mais relacionadas a um estilo próprio dos designers ou estúdios de design responsáveis pelas artes do que a um estilo fixo da editora, a exemplo das capas desenvolvidas pelo Estúdio Bogari para a Editora Unesp e pelo estúdio Negrito Produção Editorial para a Edusp. As diferenças entre as editoras ficaram evidentes durante o processo de elaboração de critérios para recorte do objeto, sendo possível verificar que não existe na Editora Unesp publicações que partam de uma abordagem visual, apesar de haver publicações com riqueza iconográfica. Neste aspecto há um contraste com a Edusp, que desde a década de 1990 publica obras de cultura visual e arte. Portanto, o recorte do objeto levou em conta a necessidade de delimitar o objeto tendo em vista manter um paralelismo entre os tipos de

publicação. Essa delimitação excluiu do objeto de estudo as edições de arte, design, fotografia, arquitetura e edições de luxo, justamente para que os livros “comuns” de ambas instituições fossem contemplados. Durante o recorte do objeto, que procurou selecionar publicações diferentes entre si, a fim de registrar a pluralidade de usos, foi possível notar uma riqueza na utilização de técnicas visualgráficas durante o segundo período, a exemplo das edições com acabamento especial (aplicação de verniz, relevo, textura) e portes diversos. Apesar desse aumento de pluralidade, existe um esforço por parte das instituições em estabelecer padrões, como maior coerência entre os estilos tipográficos. Foi também possível notar que cada instituição possui seu próprio projeto estético, com seu próprio manual de estilo, evidenciando a dialética de distinção cultural em curso, acentuada na última década. A pesquisa teve seu foco em uma investigação teórica e um levantamento documental que procuraram fornecer subsídios para pesquisas futuras e elementos que sirvam de referência às demais editoras universitárias públicas, tendo em vista, além do recente crescimento do campo editorial universitário, a atual necessidade de profissionalização no que diz respeito à produção editorial de instituições públicas que têm investido na edição e na impressão de trabalhos acadêmicos no país.

BIBLIOGRAFIA ARAÚJO, Emanuel. A construção do livro: princípios da técnica de editoração. 2 ed. Rio de Janeiro: Lexicon Editora Digital, 2008. BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 2 ed. São Paulo: Perspectiva, 1987. BRINGHURST, Robert. Elementos do estilo tipográfico; versão 3.2. Trad. André Stolarski. São Paulo: Cosac Naify, 2005. BUFREM, Leilah Santiago. Editoras Universitárias no Brasil: uma crítica para a reformulação da prática. São Paulo: Edusp/Com-Arte; Curitiba: Ed. UFPR, 2001. HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil: sua história. 3 ed. rev. Trad. Maria da Penha Villalobos. São Paulo: Edusp, 2012. HASLAM, Andrew. O livro e o designer II: como criar e produzir livros. Trad. Juliana A. Saad e Sergio Rossi Filho. São Paulo: Ed. Rosari, 2007.

HENDEL, Richard. O design do livro. 2 ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2006. MARTINS FILHO, Plinio; ROLLEMBERG, Marcelo. Edusp: um projeto editorial. São Paulo: Imprensa Oficial, 2001. NIEMEYER, Lucy. Tipografia: uma apresentação. 4 ed. Rio de Janeiro: 2AB, 2010. EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Catálogo Edusp. São Paulo, 2013. EDITORA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Catálogo Editora Unesp. São Paulo, 2013.

ANEXOS

Figura 1.1 – Primeira capa

Figura 1.2 – Quarta capa

Figura 1.3 – Página de rosto

Figura 1.4 – Página com notas e citação

Figura 1.5 – Página com bloco de texto uniforme

Figura 1.6 – Entrada de capítulo

Figura 2.1 – Primeira capa

Figura 2.2 – Quarta capa

Figura 2.3 – Detalhe do acabamento

Figura 2.4 – Entrada de capítulo

Figura 2.5 – Página com imagem

Figura 2.6 – Página com imagens

Figura 3.1 – Primeira capa

Figura 3.2 – Quarta capa

Figura 3.3 – Página de rosto

Figura 3.4 – Abertura de capítulo

Figura 3.5 – Página com bloco uniforme

Figura 3.6 – Página com versos

Figura 4.1 – Primeira capa

Figura 4.2 – Página de rosto

Figura 4.3 – Abertura de capítulo

Figura 4.4 – Página com bloco de texto

Figura 5.1 – Primeira capa

Figura 5.2 – Quarta capa

Figura 5.3 – Folha de rosto

Figura 5.4 – Página com ilustração

Figura 5.5 – Abertura de capítulo

Figura 5.6 – Página com bloco de texto

Figura 5.7 – Página com ilustração em folha dupla

Figura 6.1 – Primeira capa

Figura 6.2 – Quarta capa

Figura 6.3 – Aspecto da materialidade da capa e cor da guarda

Figura 6.4 – Página de rosto

Figura 6.5 – Abertura de capítulo

Figura 6.6 – Página com bloco de texto

Figura 6.7 – Página com uso de ilustração

Figura 7.1 – Primeira capa

Figura 7.2 – Quarta capa

Figura 7.3 – Página de rosto

Figura 7.4 – Abertura de capítulo

Figura 7.5 – Página com bloco de texto

Figura 8.1 – Primeira capa

Figura 8.2 – Quarta capa

Figura 8.3 – Página de rosto

Figura 8.4 – Página com bloco de texto

Figura 8.5 – Página com muitas imagens interagindo no grid

Figura 8.6 – Página com uma imagem e legenda com texto desalinhado à esquerda

Figura 9.1 – Primeira capa

Figura 9.2 – Quarta capa

Figura 9.3 – Detalhe do acabamento

Figura 9.4 – Detalhe do acabamento

Figura 9.5 – Detalhe da textura da capa

Figura 9.6 – Abertura de capítulo

Figura 9.7 –Abertura de capítulo

Figura 9.8 –Página com nota, citação e bloco de texto

Figura 9.9 –Página com ilustração colorida

Figura 9.10 – Página com bloco de texto e citação

Figura 10.1 – Primeira capa

Figura 10.2 – Quarta capa

Figura 10.3 – Página de rosto

Figura 10.4 – Abertura de capítulo

Figura 10.5 – Aspecto do acabamento e encadernação

Figura 10.6 – Aspecto de página com verbete

Figura 11.1 – Primeira capa

Figura 11.2 – Quarta capa

Figura 11.3 – Aspecto da materialidade da capa e cor da guarda

Figura 11.4 – Abertura de capítulo com imagem

Figura 11.5 – Exemplo de página com mapa colorido

Figura 12.1 – Primeira capa

Figura 12.2 – Quarta capa

Figura 12.3 – Página de rosto

Figura 12.4 –Abertura de capítulo

Figura 12.5 – Abertura de capítulo

Figura 13.1 – Primeira capa

Figura 13.2 – Quarta capa

Figura 13.3 – Página de rosto

Figura 13.4 – Abertura de capítulo

Figura 13.5 –Página com bloco de texto uniforme

Figura 13.6 – Página com versos

Figura 14.1 – Primeira capa (com sobrecapa)

Figura 14.2 – Primeira capa (sem sobrecapa)

Figura 14.3 – Quarta capa (com sobrecapa)

Figura 14.4 – Página com bloco de texto, nota, citação, entretítulo e marca-página

Figura 14.5 – Abertura de capítulo

Figura 14.6 – Imagem que precede a abertura de capítulo

Figura 14.7 – Página com gráficos

Figura 14.8 – Página com ilustração com pôster

Figura 14.9 – Páginas com ilustração e texto

Figura 14.10 – Página com ilustrações dispostas no grid

Figura 16.1 – Primeira capa

Figura 16.2 – Página de rosto

Figura 16.3 – Abertura de capítulo

Figura 16.4 – Página com bloco de texto

Figura 17.1 – Primeira capa

Figura 17.2 – Quarta capa

Figura 17.3 – Página de rosto

Figura 17.4 – Página de abertura de capítulo

Figura 17.5 – Página com ilustrações

Figura 17.6 – Página do caderno de imagens em couché

Figura 17.7 – Página com esquemas gráficos

Figura 18.1 – Primeira capa

Figura18.2 – Quarta capa

Figura 18.3 – Página de rosto

Figura 18.4 – Abertura de capítulo

Figura 18.5 – Página com bloco de texto

Figura 19.1 – Primeira página

Figura 19.2 – Quarta capa

Figura 19.3 – Página de rosto

Figura 19.4 – Abertura de capítulo

Figura 19.5 – Página com gráfico

Figura 19.6 – Página com gráfico

Figura 20.1 – Primeira capa

Figura 20.2 – Quarta capa

Figura 20.3 – Página de rosto

Figura 20.4 – Página com nota extensa

Figura 20.5 – Abertura de capítulo

Figura 21.1 – Primeira capa

Figura 21.2 – Quarta capa

Figura 21.3 – Página de rosto

Figura 21.4 – Página com bloco de texto

Figura 21.5 – Abertura de capítulo

Figura 22.1 – Primeira capa

Figura 22.2 – Quarta capa

Figura 22.3 – Página de rosto

Figura 22.4 – Entrada de capítulo

Figura 22.5 – Página com bloco de texto uniforme

Figura 23.1 – Primeira capa

Figura 23.2 – Quarta capa

Figura 23.3 – Página de rosto

Figura 23.4 – Página com bloco de texto uniforme

Figura 23.5 – Página com fotografia em tons de cinza

Figura 24.1 – Primeira capa

Figura 24.2 – Quarta capa

Figura 24.3 – Página de abertura de capítulo

Figura 24.4 – Página com bloco de texto uniforme

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